LUDICIDADE E EDUCAÇÃO ESPECIAL: REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO A PARTIR DA REALIDADE ESCOLAR



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Transcrição:

LUDICIDADE E EDUCAÇÃO ESPECIAL: REFLETINDO SOBRE A RELAÇÃO A PARTIR DA REALIDADE ESCOLAR Resumo SOUZA, Lays Ribeiro de FERREIRA, Anthéia Augusta TEIXEIRA, Leiza, Abreu (Instituição de Ensino: UFT) O presente texto busca descrever uma das ações aplicadas pelas bolsistas do PIBID do curso de licenciatura em pedagogia destinadas a alunos com necessidades especiais na Escola Estadual Jacy Alves de Barros na cidade de Arraias - TO. Dentre as ações comentadas acima, direcionamos aos Tendo como objetivo discutir assim a importância dos jogos na educação desses alunos. Nosso alvo é levar conhecimento aos alunos desta escola trabalhando com algumas táticas de ensino que sobressaem o uso de atividades lúdicas, de prazer e entretenimento. Desta forma, aplicamos quatro jogos: Jogo do Alfabeto Ilustrado, Jogo do Complete a Palavra, Jogo do Dominó de Imagens e Palavras e o Jogo do separe as sílabas. Pois, entendemos que os jogos trazem para as crianças um aprendizado através da atividade lúdica. Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão negando seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. (FERREIRO, 1998). Desde os primeiros anos de vida, as crianças ocupam grande parte de seu tempo brincando. Atividades que representam para elas muito mais que uma necessidade, é razão de viver, uma vez que ao brincar as crianças acabam se esquecendo de tudo que está em sua volta e entregam-se, totalmente, ao magnífico mundo da brincadeira. Entretanto, com a escolarização, a criança geralmente não tem muita oportunidade de expressar suas emoções, sua espontaneidade, seu desenvolvimento psicomotor, quando o ensino é conduzido de forma estática, isto é, os conteúdos são ministrados com base na educação tradicional, na qual a criança permanece imóvel e em silêncio, com a atenção focada numa atividade específica. Tal equívoco pode acarretar além do desinteresse da criança pelas atividades escolares, também a impossibilidade de se desenvolver com mais facilidade. Chegamos ao resultado parcial que nosso trabalho foi mostrar a interferência das atividades lúdicas no processo ensino-aprendizagem da criança, e com isso permitindo-lhe aprender, interpretar, exercitar conceitos e relações em construção, como também tornando a aprendizagem de forma dinâmica, participativa, prazerosa e coletiva. Palavras- Chave: Aprendizagem. Inclusão e Conhecimento

3 INTRODUÇÃO Este artigo relata uma discussão sobre a importância que os jogos possuem no processo de ensino e aprendizagem buscando em particular refletir sobre a alfabetização dos alunos com necessidades especiais. Essa discussão está diretamente ligada a uma proposta do PIBID Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência sendo um programa interdisciplinar, uma vez que nos demais anos o programa era dirigido a cada curso de graduação e esse abrange todos. É um programa desenvolvido na Universidade Federal do Tocantins no Campus de Arraias como local de trabalho da bolsa a Escola Estadual Jacy Alves de Barros. A escola possui cerca de 7 (sete) alunos portadores de necessidades especiais que estudam no Ensino Fundamental, entre essas necessidades destacam-se a Síndrome de Down, Surdez e Déficit de Atenção. Diante disso nós bolsistas do PIBID decidimos trabalhar com esses alunos alguns jogos que estimulassem a participação nas atividades e a desenvolver seus conhecimentos e habilidades. A Política de inclusão daqueles que têm necessidades educativas especiais parece abrir um espaço maior para os alunos que estavam excluídos do contexto escolar. A Declaração de Salamanca (Espanha, 1994), pressupõe que toda criança tem direito a educação fundamental e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível de aprendizagem. E, alega que, aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso a escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9394/96 ( Brasil, 1996) e o Plano Nacional de Educação PNE ( Didonet, 2000), buscam consolidar esses compromissos e apontam diretrizes a educação de alunos com necessidades especiais. A LDB preconiza e cita a questão da adaptação curricular da escola: Art 59. I Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades educativas especiais, currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender as suas necessidades. O lúdico no processo de ensino e aprendizagem tem sido definido numa proposta de educação inclusiva, como forma de favorecer o atendimento as diferenças na sala de aula. Diversos estudiosos, tais como Benjamin (1984), Kishimoto (1994), Brougère (1998), entre outros, pontuam que os jogos e as brincadeiras, além de proporcionar alegria,

4 divertimento e socialização contribuem para o desenvolvimento integral do aluno nos seguintes aspectos: - na linguagem (fala, expressar); - na motrocidade (agir, correr, saltar, sentar); - na atenção ( escutar, ver, observar); - na inteligência (compreender, analisar); - no emocional (decidir, esperar, controlar, aceitar); - no social (conviver com regras, ganhar e perder). APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM Segundo Maurício (2009 apud ALMEIDA, 2008, p. 04), O lúdico tem sua origem na palavra latina ludus que quer dizer jogo. E ainda de acordo com o dicionário Aurélio o lúdico é referente a, ou que tem o caráter de jogos, brincadeiras, brinquedos e divertimentos: a atividade lúdica das crianças. (AURÉLIO, 2009, P.233). No lúdico, a criança interage com o mundo, alentando a iniciativa, a autoconfiança e a autonomia fatores significativos para a aprendizagem. Assim sendo, incorporamos o lúdico como recurso didático em nossas atividades à medida que o lúdico exerce uma função essencial na aprendizagem, por meio deste método a criança adquire novas experiências, valores, conceitos e consequentemente a busca de saída diante das dificuldades e tem esperteza de ver a si mesmo como parte ativa na construção do conhecimento. Estudamos meios de inserir atividades lúdicas propiciando aos alunos a liberdade de se expressar. Considerando assim, no jogo, um momento para que ele pudesse mostrar seu comportamento de quem é e como é. Trazendo para sala de aula um ambiente integrador e confiável, onde o conteúdo exposto fizesse sentido. No dia do desenvolvimento das atividades nós bolsistas ficamos com 6 (seis) alunos em uma sala onde aplicaríamos as atividades, levamos 4 (quatro jogos): Que letra falta?; Quebra-Cabeça; Alfabeto Ilustrado e Dominó de imagens e palavras. Os jogos foram confeccionados com materiais simples como: papelão, cola, tesoura, cartolina, lápis de cor, imagens e pincel. No primeiro momento fomos falando os nomes dos jogos para os alunos e qual era o objetivo deles, depois pedimos para que eles pintassem as imagens dos próprios jogos para que tivesse participação deles na construção dos mesmos. O primeiro jogo foi o Que letra falta? Nesse jogo estava uma imagem com o seu nome escrito abaixo e em seguida o nome da imagem faltando algumas letras na qual o aluno teria que acrescentálas,

5 Em seguida aplicamos o jogo Quebra Cabeça tendo como objetivo que o aluno saiba juntar as sílabas e saiba dividir, além de observar a coordenação motora. No jogo colocamos imagens que são vistas no cotidiano de cada aluno assim facilitou também a participar deles na atividade pois entregamos as peças baralhadas e eles antes de juntar já sabiam que imagem era, assim eles reaprenderiam a forma de separa-las. Depois colocamos na parede uma cartolina que representava o jogo Alfabeto Ilustrado, lá estavam todas as letras do alfabeto e eles tinham que colar uma imagem que começaria com cada letra do alfabeto, e assim foi feito. Por último o jogo do Dominó, foi explicado como se joga, pois alguns não sabiam, dai utilizamos a matemática, falamos que o dominó é composto por 28 peças e tem 7 peças que tem as mesmas imagens que são chamadas de buchas assim eles teriam que ligar imagem a imagem até fechar o jogo. Esse momento do lúdico foi muito importante para os alunos, pois era algo diferente para eles, mostrando-nos bastante interesse e atenção em participar. Os jogos permitiu que realizássemos uma sondagem em relação ao conhecimento que os alunos tinham quanto à leitura e a escrita. CONCEPÇÃO DE CONCEITO DO JOGO E A SUA ASSIMILAÇÃO AO CONHECIMENTO. Vygotsky (2002) mostra o desempenho dos instrumentos físicos de afazeres na transformação e no controle da natureza em relação aos signos enquanto instrumentos psicológicos. A inclusão na cultura e a aprendizagem vão comportar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores (atenção, memória, abstração, etc). Desse modo, essas funções traduzem-se em processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem. O autor continua afirmando que o aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. De acordo com Vygotsky (2002), o jogo desempenha um papel fundamental na formação do individuo. O jogo não é uma atividade inata, mas sim decorrente das relações sociais, portanto carregado de significação social, e varia de acordo com o tempo e com a cultura na qual está inserido. Kishimoto (1994) define tais elementos: Brinquedo: É um suporte de uma brincadeira, é o objeto concreto e ideológico. Brincadeira: É a descrição de uma conduta estruturada com regras implícitas ou explícitas.

6 Jogo: Ação lúdica envolvendo uma situação estruturada pelo próprio tipo de material. Na perspectiva Vygotskyana, os conceitos são entendidos como um sistema de relações e generalizações contido nas palavras e determinado por um processo histórico-cultural: são construções culturais, internalizadas pelo individuo ao longo de seu processo de desenvolvimento. Dessa maneira que a formação de conceitos para Vygotsky é: O resultado de uma atividade complexa em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte. No entanto, o processo não pode ser reduzido a associação, a atenção, a formação de imagens, a inferências ou as tendências determinantes (VYGOTSKY, 1993, p. 50). NECESSIDADES ESPECIAIS: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA APRENDIZAGEM Vygotsky e Lúria (1996) pontuam que para atender a deficiência, é necessário antes de tudo recorrer ao desenvolvimento e não aos aspectos patológicos. A deficiência influência duplamente o desenvolvimento. Por um lado é vista como uma limitação criadora de barreiras, dificuldades e diminui o desenvolvimento, por outro, justamente porque essas dificuldades estimulam o desenvolvimento de adaptação, canais de compensação, é que podem levar do equilíbrio alterado a uma nova ordem. Cabe lembrarmos que é preciso conhecer o nível de desenvolvimento mental dos alunos para proporcionar estímulos de eu interesse e de acordo com suas capacidades. Só assim, os materiais e as situações do brincar podem ajudar no seu desenvolvimento. É neste contexto que a escola assume o seu importante papel: buscar meios para superar a deficiência, com professores devidamente preparados e instrumentalizados com formas de trabalho que atendam as especialidades dos educandos para realizarem as mediações necessárias para a promoção das funções psicológicas superiores. E uma das alternativas são os jogos e as brincadeiras que servem como recursos que subsidiem os processos de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades especiais. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

7 Trabalhar com a educação especial é não ter em mente suposições, rótulos e preconceitos. É essencial acolher as diferenças de cada sujeito, proporcionando o seu desenvolvimento educacional, de acordo com suas respectivas necessidades individuais dentro do processo de aprendizagem. Como explica Goés e Laplane (2007) que não se pode ignorar o fato da existência das diferenças, sendo essas marcadas na sociedade como ilegítimas nas relações humanas. Assim, a educação especial é uma modalidade de educação comum, que está dentro das diretrizes para a educação (LDB nº 9394/96) e não se desiguala em relação aos objetivos e finalidades, mas sim nas metodologias utilizadas, até por que atendem alunos com necessidades diferentes e, é indispensável considerar essas características, a fim de ajudar no desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, sensoriais e motoras. Articulando sua integração social, assim como sua independência, sem distingui-los como desiguais. Diante disso, atendo as características, é primordial a criação de recursos educacionais referentes às suas formas de elaborar suas estruturas cognitivas, pautando-se em materiais concretos, no que tange a metodologia lúdica como as brincadeiras e os jogos, pois estes fazem parte do mundo da criança e está presente na vida do ser humano desde os primórdios. No entanto, sabe-se que a ludicidade é um fator relevante para a educação, ou seja, é um meio imprescindível no ensino-aprendizagem, especialmente, para alunos com necessidades especiais. Faz-se necessário por que possibilita um leque de conhecimentos e promove a aprendizagem de forma harmoniosa, desenvolvendo nos alunos não somente os conhecimentos básicos, mas também valores e a própria identidade e autonomia. Fazendo-os sentirem-se capazes, aumentando a autoestima e a vontade de buscar novos conhecimentos. Seguindo esses pressupostos, Araújo (1992) referindo-se a Piaget salienta que: Ao demonstrar a estreita relação entre o jogo e os mecanismos envolvidos na construção da inteligência, Piaget destaca a influência efetiva do jogo espontâneo como instrumento incentivador e motivador no processo de aprendizagem, já que este dá á criança uma razão própria que faz exercer de maneira significativa sua inteligência e sua necessidade de investigação. (p. 21) Pode-se dizer que o jogo faz parte do ser humano e que o brincar é algo natural e essencial para a criança, transformando-se em um elemento básico para sua formação, sendo o jogo importantíssimo na educação e o brincar corresponde ao convívio com o

8 outro e as regras estabelecidas, capacitando o individuo a viver em qualquer situação, compartilhando momentos consigo e com o outro. Pois, as atividades lúdicas é uma facilitadora das relações e vivências na sala de aula. Destaca-se que os jogos e as brincadeiras sempre estiveram presentes na vida das crianças, desde os primeiros anos de vida. Para as crianças o ato de jogar e brincar faz parte da sua razão de viver, pois se esquecem de tudo que as rodeia e transformam todos os momentos em diversão. Assim, quando os adultos lhes dão condições de realizar tarefas de seus interesses, irá progressivamente adquirindo experiências que servirão de suporte a um melhor conhecimento de seu corpo e de suas possibilidades de movimento (ARAÚJO, 1992, p. 31). E essa estimulação promoverá o desenvolvimento das inúmeras possibilidades de movimentos destinada a criança. Sendo assim, ao relacionar a ludicidade com a educação especial tem-se a reflexão de que os jogos e brincadeiras trabalhados com educandos com necessidades especiais auxilia no desenvolvimento de seu potencial, isso se ocorrer estimulação adequada. Por que segundo Araújo (1992) a intervenção de um adulto nos jogos e brincadeiras da criança será exclusivamente no sentido de orientação e incentivo, fazendo com que a criança promova aquilo que ela mesma descobriu. Portanto, é evidente a importância da incorporação do lúdico nas atividades apresentadas e desenvolvidas com os alunos especiais, ao ponto que facilita tanto o ensino do professor, quanto a aprendizagem do aluno, esta realizada de forma prazerosa e divertida, com interesse próprio dos alunos. Desenvolvendo a imaginação e as capacidades de socialização por meio da interação, ressaltar o imaginário é indispensável, pois é por meio dela que a criança aprende sobre a relação com as pessoas, sobre o eu e sobre o outro. Na educação especial é ainda mais vital à medida que através da brincadeira esses alunos especiais descobrem a si mesmo e ao outro, não obstante do desenvolvimento das capacidades cognitivas, afetivas e emocionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS

9 Por meio da experiência vivenciada vê-se que a educação especial merece um pouco mais de estudos que qualifiquem e desenvolva essa inclusão, porém és um grande desafio para os professores e educadores ao buscarem novos modelos, novas metodologias que facilitam e principalmente seja forte ferramenta de apoio no processo de aprendizagem. A partir das atividades desenvolvidas observamos que o brincar promove a interação entre os participantes, fazendo com que eles aprendam na relação com o outro, também é um meio para que o aluno comunique o que ela é com o mundo, de uma maneira espontânea. Com base nas experiências vivenciadas no PIBID, acreditamos que o lúdico veio ao encontro de nosso objetivo, pois despertou o interesse dos alunos pelos conteúdos aplicados, o que ocorreu a partir das novidades. Uma vez que os momentos desenvolvidos com o auxílio de jogos e brincadeiras tornaram-se mais significativos para as crianças, o que nos permitiu construir momentos divertidos de aprendizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

10 ARAÚJO, Vânia Carvalho de. O jogo no contexto da educação psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992. BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Summus, 1984. BRASIL. LDB Nº 9393; de 20/12/1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. BROUGÈRE, Gilles. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. DIDONET, V. Plano Nacional de Educação. Brasília: Editora: Plano, 2000. ESPANHA (1994) Declaração de Salamanca: Sobre princípios, política e prática em educação especial. In. Documento da Conferência Mundial da Educação Especial- Espanha de 07 a 10 de julho de 1994. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 4. ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2009. GOÉS, Maria Cecília Rafael de. LAPLANE, Adriana Lia Friszman de. Políticas e práticas de educação inclusiva. 2ªed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. MAURÍCIO, Juliana Tavares. Aprender Brincando: O lúdico na Aprendizagem. Disponível em: http://www.profala.com/arteducesp140.html. Acesso em 20 de Outubro de 2014. VYGOTSKY, Lev. S. A formação Social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. VYGOTSKY, Lev. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993. VYGOTSKY, Lev. S. e LURIA, A. R. Estudo sobre a história do comportamento: Símios, homem primitivo e criança. Trad. Lolio Lourenço de Oliveira. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.