RELATÓRIO PIBAGRO- BRASIL

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Transcrição:

RELATÓRIO PIBAGRO- BRASIL Dezembro de 2014 GDP Agribusiness Brazil Outlook Page 1

Relatório PIBAgro-Brasil GDP A G R I B U S I N E S B R A Z I L O U T L O O K O Relatório PIB Agro Brasil é uma publicação mensal resultante da parceria entre o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O cálculo do PIB do agronegócio é feito pela ótica do valor adicionado, a preços de mercado, computando-se os impostos indiretos líquidos de subsídios. A quantificação dessa medida reflete a evolução do setor em termos de renda real, a qual se destina à remuneração dos fatores de produção: trabalho (salários e equivalentes), capital físico (juros e depreciação), terra (aluguel e juros) e lucros. Considera-se, portanto, no cômputo do PIB do agronegócio tanto o crescimento do volume produzido como dos preços, já descontada a inflação. O agronegócio é entendido como a soma de quatro segmentos: (a) insumos para a agropecuária, (b) produção agropecuária básica ou, como também é chamada, primária ou dentro da porteira, (c) agroindústria (processamento) e (d) distribuição. A análise desse conjunto de segmentos é feita para o setor agrícola (vegetal) e para o pecuário (animal). Ao serem somados, com as devidas ponderações, obtém-se a análise do agronegócio. É importante destacar que este relatório considera os dados disponíveis preços observados e estimativas anuais de produção até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, pode, portanto, haver alteração dos resultados de meses e também de anos passados. Recomenda-se, portanto, o uso do relatório mais atualizado. Os cálculos sobre a variação do volume partem das mais recentes projeções de safra para o ano em curso. Essas quantidades são confrontadas com as projeções de volume correspondentes do ano anterior. A variação obtida entre os dois anos é, então, usada para o cálculo da taxa mensal de variação do volume, bem como da taxa acumulada a partir de janeiro do ano em curso. No final do ano, a taxa acumulada por esse procedimento coincidirá com a taxa de variação do volume (confirmado e não mais projetado) entre o ano corrente e o anterior. Quanto aos preços, a comparação é feita entre a média real do período (número de meses) transcorrido no ano corrente e a média real do mesmo período do ano anterior. Essa variação anual é, então, usada para o cálculo da taxa mensal e da taxa acumulada desde janeiro do ano em curso. Equipe Responsável: Geraldo Sant Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP; Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Bel. Nicole Rennó Castro e Bel. Leandro Gilio, Pesquisadores do Cepea Page 2

PECUÁRIA SUSTENTA CRESCIMENTO DO AGRONEGÓCIO EM 2014 O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), manteve-se estável em dezembro, finalizando o ano com crescimento acumulado de 1,59% (Figuras 1 e 2). Deste modo, a renda do agronegócio brasileiro estimada para o ano é de R$ 1,178 trilhão, sendo R$ 800,57 bilhões (68%) referentes ao ramo agrícola e R$ 378,30 bilhões (32%), ao pecuário (a preços de 2014) ver Tabela 3. Vale destacar que a série histórica apresentada em relatórios mensais são continuamente atualizadas considerando-se a inflação registrada pelo Índice Geral de Preços (IGP) de janeiro até o mês corrente do texto, frente ao mesmo período do ano anterior. No balanço do ano, o desempenho positivo do agronegócio é explicado pelo ramo pecuário. Com crescimentos mensais sucessivos, a renda da pecuária acumulou expansão de 6,91% em relação a 2013. Dentre seus segmentos, o principal impulso veio do aumento anual das atividades primárias, em 8,33%. Nos demais segmentos, as altas anuais foram de 6,31% para insumos, 3,88% para indústria e 6,51% para distribuição. O ramo agrícola fechou o ano em baixa de 0,75% no acumulado do período. Todos os seus segmentos registraram desempenhos mensais oscilantes e pouco expressivos. Com isso, no balanço anual, apenas o segmento primário acumulou variação positiva, embora pífia: 0,15%. Os insumos agrícolas recuaram 0,74%, a indústria, 0,96% e a distribuição, 1,18% Figuras 1 e 2 e Tabela 1. 1,00 0,75 0,50 0,25 0,00-0,25-0,50 0,59 0,59 0,41 0,24 0,28 0,09 0,00-0,04 0,00 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio -0,17-0,10-0,18-0,18-0,20-0,33 Agropecuária Agricultura Pecuária Figura 1 - Taxas de crescimento do PIB do agronegócio em dezembro de 2014 (%) Fonte: Cepea/USP e CNA 8,33 8,0 6,31 6,51 6,0 4,0 2,0 0,0-2,0 2,12 3,73 0,15 3,88 1,14 1,59 6,91-0,32 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio -0,74-0,96-1,18-0,75 Agropecuária Agricultura Pecuária Page 3

Figura 2 - Taxas de crescimento acumuladas de janeiro a dezembro de 2014 (%) Fonte: Cepea/USP e CNA INSUMOS: PREÇOS MENORES DAS RAÇÕES E DOS FERTILIZANTES PESAM NO DESEMPENHO DO SEGMENTO O segmento de insumos do agronegócio cresceu 0,24% em dezembro, finalizando 2014 com alta de 2,12%. Tanto no mês quanto no ano, a elevação vinculou-se ao comportamento dos insumos para pecuária, que tiveram aumento de 0,59% em dezembro e de 6,31% no ano. Os insumos para agricultura não registraram variação em dezembro, mantendo em 0,74% sua queda no ano. Entre os insumos acompanhados (Figura 3), apenas o grupo de adubos e fertilizantes registrou queda no faturamento anual (8,86%), reflexo da retração tanto em volume (5,23%) quanto em preço (3,83%). Esse desempenho ruim, poderia ter sido ainda pior, não fosse o recente movimento de alta nos preços dos fertilizantes. Entre os meses de outubro e dezembro, a valorização do dólar frente ao Real puxou para cima os preços do insumo, visto que grande parte da demanda nacional é atendida por importações. Quanto ao volume, ainda que tenha apresentado tendência de aceleração ao longo do segundo semestre, na comparação com o mesmo período de 2013, o patamar manteve-se menor em 5,23%. O faturamento do grupo de alimentos para animais fechou 2014 com avanço de 3,35%, reflexo do aumento de 4,1% na produção. Em preços, o cenário foi de baixa (0,75%), mesmo com a melhora das cotações a partir de julho. Segundo o Sindirações, o crescimento do consumo de proteína animal, tanto interno quanto externo, explica o aumento na produção anual. A seca prejudicou o desenvolvimento das pastagens, favorecendo o consumo de rações. No caso da atividade leiteira, também houve maior investimento em suplementação por conta dos altos patamares de preço ao produtor em 2013. Ademais, a tendência de queda na cotação dos grãos no segundo semestre favoreceu o setor de rações em geral, possibilitando recomposição de preços após a forte retração em 2013. Com preços e volume em alta, o faturamento anual da indústria de combustíveis e lubrificantes elevou-se em 6,98%. Para a produção, o aumento foi de 2,4% e, para as cotações, de 4,47%. Em novembro, a Petrobras anunciou o aumento de preços nas refinarias: 3% para a gasolina e 5% para o óleo diesel. Apesar desta alta não ser repassada na mesma proporção aos consumidores, os postos rapidamente reajustaram para cima o preço dos combustíveis. 10% 6,98% 5% 4,47% 2,40% 3,35% 4,10% 0% -5% -10% -8,86% -3,83% -5,23% -0,72% -15% Comb. e Lubrificantes Fertilizantes e Adubos Alim. para animais Valor Preço Quantidade Figura 3 - Variação anual do volume, dos preços e do faturamento dos insumos (janeiro a dezembro - 2014/2013). Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE; FGV, ANDA e Sindirações). Page 4

PECUÁRIA IMPULSIONA CRESCIMENTO DO SEGMENTO PRIMÁRIO Mesmo perdendo ritmo em dezembro, o segmento primário do agronegócio fechou o mês com variação positiva (0,09%), acumulando no ano crescimento de 3,73%. O principal impulso veio do ramo pecuário, com avanço de 0,59% em dezembro e de 8,33% no acumulado do ano. O ramo agrícola, por sua vez, recuou 0,33% em dezembro, reduzindo para apenas 0,15% sua expansão em 2014 Tabela 1. Na agricultura, o menor patamar de preços pesou sobre o resultado anual, positivo, mas pouco expressivo. O recuo na cotação média das atividades acompanhadas foi de 2,23% na comparação de janeiro a dezembro/14 com o mesmo período de 2013. Já em volume, o balanço foi positivo: alta de 3,05% em relação à temporada anterior. O comportamento da agricultura em 2014, que toma como base as estimativas de safra anual e os preços até dezembro (em comparação com 2013), é apresentado na Figura 4. Entre as culturas acompanhadas, as que registram crescimento anual na renda foram: algodão (17,41%), arroz (4,39%), banana (15%), cacau (38,32%), cebola (15,08%), café (26,66%), feijão (2,06%), fumo (1,37%), laranja (22,35%) e uva (8,17%). Para arroz, banana, cacau, cebola, fumo e uva, os cenários foram de alta tanto em preços quanto em produção. Para algodão e feijão, a expansão reflete a maior quantidade esperada para a safra corrente, enquanto para o café e a laranja, resulta dos maiores preços. No caso da laranja, chama atenção a alta de preços, que chegou a 34,15%. Embora expressiva, a maioria dos produtores esperava variação mais intensa, não fossem os estoques elevados de suco vindos da temporada 2013/14 de 534 mil toneladas, de acordo com a CitrusBR que limitaram as compras das frutas, resultando em mais um ano de preços abaixo do custo para os produtores independentes (sem contrato de longo prazo). A média da parcial da safra (julho a dezembro de 2014) para as laranjas pera e tardias foi de R$ 10,07/cx de 40,8 kg, colhida e posta na indústria, aumento de 36% ante a média do segundo semestre de 2013, mas 12% inferior ao preço mínimo definido pelo governo federal, de R$ 11,45/cx o preço mínimo não é considerado equivalente ao custo de produção, mas pode servir como referência dos dispêndios dos produtores. Em termos de produção, os pesquisadores do Cepea destacam o menor calibre das frutas colhidas, principalmente para a variedade pera, em decorrência das chuvas abaixo da média em 2014. Dessa forma, produtores precisaram de mais frutas para encher uma caixa de 40,8 kg, reduzindo a produtividade por planta. Do lado industrial, contudo, este cenário foi benéfico, visto que proporcionou maior concentração de sólidos solúveis nas frutas e, consequentemente, melhorou o rendimento foram necessárias menos caixas de laranja para se fazer uma tonelada de suco. Produção em baixa e cotações em alta também marcaram a atividade cafeeira em 2014. A produção do grão foi 7,76% menor que a da safra anterior, já o incremento de preços chegou a 37,31%. Segundo a Conab, o menor volume de arábica resultou da forte estiagem em 2014, da redução dos tratos culturais em alguns cafezais e da inversão de bienalidade em parte das regiões produtoras. A Conab ainda destaca que, com este resultado negativo, quebra-se a tendência de crescimento da produção que, desde a safra de 2005, vinha sendo observado nos ciclos de alta bienalidade; a produção de 2014, no entanto, ficou abaixo até mesmo do colhido no ano anterior, que foi de baixa bienalidade. Sobre a forte variação nos preços do café, cabe destacar que representa apenas recuperação em relação ao baixo patamar registrado em 2013, em especial do café arábica. Segundo pesquisadores do Cepea, em 2014, os valores mensais do arábica oscilaram muito, mas a forte estiagem que castigou as regiões produtoras brasileiras e reduziu a produtividade dos cafezais acabou elevando as cotações da variedade. Em relação ao algodão, o maior faturamento em 2014 foi sustentado pelo aumento da produção (32,31%), já que os preços recuaram 11,26% na comparação com 2013. Para os pesquisadores do Cepea, o movimento de baixa nas cotações deu-se pela elevada oferta doméstica desta safra, pela menor qualidade da pluma e pela queda nas cotações externas. Ao longo do ano, o Indicador CEPEA/ESALQ (referente à pluma 41-4 posta na cidade de SP) baixou 27%, fechando a R$ 1,66/lp em 30 de dezembro, movimento inverso ao observado em 2013, quando avançou 33,84%. Em sentido contrário, o elevado patamar nas cotações da banana e do cacau impulsionou o faturamento dessas culturas (Figura 3). No caso da banana, a forte valorização da fruta no primeiro semestre garantiu patamar 11,93% maior que o de 2013. Segundo pesquisadores do Cepea, as elevadas temperaturas registradas nos primeiros meses do ano aceleraram a maturação da fruta, de forma que produtores foram forçados a antecipar a colheita. Com pico de oferta entre janeiro e março, o volume nas roças caiu em meados do primeiro semestre, elevando as cotações. Em volume, a variação também foi positiva (2,74%), mesmo com menor produtividade e perdas de pés e cachos da fruta em função do extenso período de estiagem e do alto índice de sigatoka negra em algumas regiões. Quanto ao cacau, o elevado patamar de preços (+28,87%) se justifica pela expectativa de produção abaixo do consumo e, adicionalmente, pela possibilidade de ocorrência de ebola na Costa do Marfim e em Gana, maiores produtores Page 5

do fruto. No final do segundo semestre, após o anúncio de controle da doença, os preços voltaram a recuar, mas na comparação anual ainda houve forte alta. Os produtos que apresentaram retração do faturamento em 2014 foram: batata (32,49%), cana-de-açúcar (5,20%), mandioca (19,64%), milho (7,00%), soja (0,67%), tomate (1,20%) e trigo (14,96%). A cana e o milho apresentaram baixas em preços e em volumes. Para os demais produtos, a queda se deu via cotações decrescentes. O menor faturamento com a soja foi resultado da queda anual de preços: 6% em termos reais, ou seja, já descontada a inflação do ano. De acordo com pesquisadores do Cepea, a desvalorização do produto decorreu das condições favoráveis à safra norte-americana. Já em volume, o Brasil colheu mais uma safra recorde, de 86,12 milhões de toneladas, apesar dos receios quanto ao clima ao longo da safra. Para a cana-de-açúcar, houve redução semelhante em preços e volume, de cerca de 2,5% para ambos. Segundo a Conab, a forte seca ocorrida no período de desenvolvimento da cana resultou em produtividade inferior à da safra passada. A queda na produção só não foi maior devido ao ligeiro aumento da área plantada no País (2,2%). Também com preços e volume em queda, o faturamento do milho recuou 7% no ano. Conforme pesquisadores do Cepea, a forte valorização do grão no começo de 2014 logo deu espaço ao prolongado período de queda, que persistiu de março até outubro em várias regiões pesquisadas. Esse movimento foi causado pelo excedente doméstico recorde e pelo forte recuo das cotações internacionais em função da produção norte-americana. Apenas nos últimos dois meses do ano, as cotações voltaram a ganhar ritmo, refletindo, então, o atraso no plantio da safra de verão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e em parte do Paraná. Em relação à batata, a forte oscilação das cotações testou a capacidade dos produtores de se manterem na atividade. Em abril, a batata ágata padrão especial teve a maior média da série histórica do Cepea em termos nominais, de R$ 136,77/sc de 50 kg. Tal valorização foi resultado da quebra de produtividade no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba devido à estiagem na região. A partir de julho, o cenário se inverteu com o aumento de 3,4% na área da safra de inverno, frente à anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, o estímulo foi maior em Vargem Grande do Sul (SP), que é a principal região produtora no período, e em Cristalina (GO), com crescimentos de área em 5% e 6,5%, respectivamente. Os pesquisadores destacam ainda que a área de cultivo de inverno já vinha crescendo nos últimos anos e, aliada à boa produtividade, resultou em excedente de oferta, pressionando as cotações que ficaram abaixo dos custos de produção. No mercado de trigo, os preços recuaram 20,37% em 2014 comparativamente a 2013, sendo que em setembro os valores atingiram o menor nível em mais de dois anos (R$ 523,78/t), fazendo com que o governo federal anunciasse leilões de Pepro (Prêmio Equalizador ao Produtor) para tentar melhorar a renda do triticultor e escoar a produção. Em novembro, a cotação do trigo voltou a se recuperar, mantendo-se no mesmo nível em dezembro. Para pesquisadores do Cepea, esta melhora nos preços foi motivada pela demanda externa firme, associada a problemas climáticos em países produtores como Estados Unidos e Rússia. No mercado interno, a menor oferta de trigo de boa qualidade e a intervenção do governo também influenciaram positivamente as cotações. Para 2015, os pesquisadores chamam atenção para uma provável redução no plantio de trigo, depois de se ter atingido a maior área em 10 anos, e de ter sido obtida a maior colheita em 11 anos. De acordo com produtores consultados pelo Cepea, o que desestimula são os baixos preços na virada do ano e a disponibilidade elevada do cereal no Mercosul. O trigo pode ser substituído principalmente pelo milho, que tem maior liquidez e menor risco. No final de 2014, as cotações do trigo no Brasil operavam nos menores níveis reais desde 2002 início da série do Cepea, e a expectativa era que a Argentina mais que dobre suas exportações. Page 6

40 Valor Preço Quantidade 30 20 10 0-10 -20-30 -40 Algodão Arroz Banana Batata Cacau Café Cana Cebola Feijão Fumo Laranja Mandioca Milho Soja Tomate Trigo Uva Valor 17,41 4,39 15,00-32,49 38,32 26,66-5,20 15,08 2,06 1,37 22,35-19,64-7,00-0,67-1,20-14,96 8,17 Preço -11,26 1,79 11,93-35,58 28,87 37,31-2,73 8,12-17,08 0,63 34,15-26,12-5,32-6,00-8,27-20,37 6,78 Quantidade 32,31 2,55 2,74 4,80 7,33-7,76-2,54 6,44 23,07 0,74-8,80 8,77-1,78 5,67 7,71 6,80 1,30 Figura 4 Variação anual do volume, dos preços e do faturamento das lavouras (janeiro a dezembro - 2014/2013). Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE, Conab, IEA/SP, FGV, Cepea, Seagri/BA, UDOP). Page 7

As atividades primárias da pecuária registraram crescimento médio de 0,59% em dezembro, elevando para 8,33% a alta acumulada no ano. Para o conjunto das atividades acompanhadas neste setor, a cotação média subiu 4,53% e o volume produzido teve expansão de 3,52%. No ano, o faturamento com a bovinocultura de corte cresceu 14,18%, via ampliação de 15,23% nos preços e queda de 0,91% na produção. Ao longo do ano, as cotações do boi gordo seguiram movimento de alta, com exceção dos meses de abril a junho. No ano, todos os elos da cadeia atingiram preços recordes. Conforme pesquisadores do Cepea, o principal motivo foi a menor oferta, resultado especialmente da seca que atingiu, desde o final de 2013, diversas regiões produtoras brasileiras, prejudicando as condições das pastagens. O bom desempenho das exportações brasileiras de carne bovina, favorecidas pela reabertura do mercado chinês e pelo embargo russo às importações da carne da União Europeia, da Austrália e dos Estados Unidos, reduziu ainda mais o volume disponível no mercado doméstico e, consequentemente, ajudou a elevar as cotações. Igualmente impulsionada pela aceleração das cotações (12,98% superiores à média de 2013), o faturamento da atividade suinícola cresceu 14,43% no ano. A produção também avançou, mas de forma bem mais modesta: 1,29%. O elevado patamar de preços refletiu a oferta relativamente baixa de animais para abate e a demanda (interna e externa) aquecida. Conforme pesquisadores do Cepea, as exportações também contribuíram para o cenário positivo, com o maior faturamento em moeda nacional da história. A pecuária leiteira também cresceu de forma expressiva em 2014: 14,93%. Este desempenho foi puxado, em especial, pelo aumento em 14,30% na produção, uma vez que, para os preços, a variação anual não passou de 0,55%. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, o expressivo aumento da produção de leite em 2014 está ligado às condições climáticas favoráveis nas regiões Sul e Nordeste e aos investimentos realizados por produtores ao longo do ano. Por outro lado, o aumento da oferta resultou em enfraquecimento das cotações nas regiões sulistas. Em dezembro, o preço do leite pago ao produtor, na média Brasil, foi de R$ 0,9810/litro, recuo de 4,5% frente a novembro. Segundo a equipe Leite Cepea, esta forte desvalorização foi resultado dos estoques elevados nos laticínios, em crescimento desde junho devido à maior captação de leite. No mercado de ovos, preços 4,10% superiores e produção 3,07% maior favoreceram o faturamento da atividade no ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o ano de 2014 foi atípico para o mercado de ovos. O movimento de queda dos preços, normalmente verificado a partir do segundo semestre, começou mais cedo neste ano, com o fim da Quaresma e a continuidade da demanda enfraquecida. Os altos patamares dos valores praticados no primeiro trimestre, decorrentes da menor produção, inibiram o consumo, pressionando as cotações. A expectativa de que houvesse uma reação da demanda motivada pela vinda de turistas para a Copa do Mundo, pelas temperaturas mais baixas e as tradicionais festas juninas também não se confirmou, reforçando as desvalorizações no fim do ano. A avicultura de corte foi a única a recuar em 2014. Pesou neste resultado a queda em 8,37% nas cotações do frango vivo, uma vez que, em volume, houve ligeira alta: 1,23%. Após um primeiro semestre de queda, os preços do animal vivo voltaram a ganhar ritmo como reflexo da melhor competitividade com as carnes concorrentes (suína e bovina), do bom desempenho das exportações brasileiras e da oferta restrita para abate. Mas, nos dois últimos meses do ano, os preços do frango vivo voltaram a recuar, frente ao maior volume de carne in natura direcionado ao mercado interno, com o recuo das exportações no período. Na Figura 5, estão as variações dos preços reais, volumes produzidos e faturamento das atividades da pecuária em 2014, no comparativo com 2013. Page 8

% Relatório PIBAgro-Brasil 25 20 15 15,23 14,18 14,93 14,30 14,43 12,98 10 5 0-5 -10-0,91 7,29 0,55 4,10 3,07 1,23 1,29 Boi gordo Frango Leite Ovos Suínos -7,25-8,37 Valor Preço Quantidade Figura 5. Variação anual do volume, dos preços e do faturamento da pecuária (janeiro a dezembro - 2014/2013). Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados da Cepea, FGV e IBGE). AGROINDÚSTRIA SEGUE EM DESACELERAÇÃO A agroindústria nacional fechou 2014 em baixa de 0,17% em dezembro e de 0,32% no acumulado do ano. Pesou neste resultado o desempenho oscilante e pouco expressivo da indústria agrícola que, no ano, teve perda de 0,96%. A indústria de processamento animal, mesmo recuando em dezembro (0,10%), fechou 2014 com alta acumulada de 3,88% Tabela 1. Entre as indústrias de base agrícola acompanhadas, apenas três apresentaram expansão em 2014: Celulose, papel e gráfica, Elementos químicos (etanol) e Café (Tabela 2). Para a indústria cafeeira, o crescimento esperado da produção (Tabela 6) justifica o aumento de 3,93% no ano. Segundo a ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), esse cenário reflete a perspectiva de expansão do consumo no mercado interno que teria ocorrido ao longo de 2014. Em relação aos preços, apesar do movimento geral de alta nos últimos meses, na comparação com o ano anterior, houve baixa de 0,63%. Adicionalmente, o faturamento anual tem sido comprometido pela expressiva valorização da matéria-prima que, em grande parte, não foi repassada ao consumidor. Preços e volume em alta impulsionaram a indústria de elementos químicos (etanol) Figura 6. Segundo pesquisadores do Cepea, ao longo de 2014, as atenções do setor estiveram voltadas principalmente aos impactos do clima adverso sobre a safra e ao cenário político-econômico. A estiagem prolongada resultou no término antecipado da moagem em muitas usinas e na queda de produtividade. Em termos de preços, as maiores médias mensais da temporada 2014/15 foram verificadas em abril, tanto para o hidratado como para o anidro, de R$ 1,3428/l (sem impostos) e de R$ 1,5268/l (sem impostos), respectivamente, também já descontada a inflação. Já as menores médias ocorreram em outubro, de R$ 1,1383/l para o anidro e de R$ 1,3107/l para o hidratado. As indústrias de vestuário e de beneficiamento de produtos vegetais 1 registraram variação positiva em dezembro, mas no ano acumularam baixas (Tabela 2). A performance anual negativa destas indústrias vincula-se à retração tanto em preços quanto em volume. Na atividade de beneficiamento, a pressão veio do resultado negativo para sucos e concentrados, atividade de maior representatividade nesta indústria e que tem reduzido os volumes enviados ao mercado externo devido ao enfraquecimento da demanda. A farinha de trigo, outro importante produto desta indústria, registrou aumento na produção como reflexo da alta de 6,80% na safra do cereal. Paralelamente, os preços internos 1 O beneficiamento de produtos vegetais abrange as seguintes atividades: beneficiamento de arroz, moagem de trigo, fabricação de sucos, concentrados, doces e conservas de frutas, produção de conservas de legumes e outros vegetais, beneficiamento de cacau, beneficiamento de outros vegetais, beneficiamento de milho, preparação do fumo em folha, rolo ou corda, fabricação de cigarros e charutos e fabricação de filtros para cigarro. Page 9

mantiveram-se suscetíveis ao mercado internacional (uma vez que quase 70% do produto consumido no País é importado) que, segundo as perspectivas quanto à safra mundial, deve permanecer em patamares firmes. Para a indústria de vestuário, a queda acumulada de 4,34% em 2014 resultou de menores preços e produção (Figura 6). Quanto ao volume produzido, houve movimento consistente de queda desde abril/14. Segundo a ABIT (Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção), a concorrência com produtos importados da China, Índia, Bangladesh e Peru pesou sobre os resultados da indústria neste ano, assim como nos anteriores. Este mesmo cenário explica o desempenho da indústria têxtil que, em dezembro, recuou 1,2%, acumulando retração de 6,12% no ano (Tabela 2). Também com preços e volume em queda, as indústrias de madeira/mobiliário e de açúcar recuaram 5,90% e 7,22%, respectivamente em 2014. No caso da indústria do açúcar, que registrou o pior resultado dentre as atividades acompanhadas, o avanço nas exportações tailandesas (que já participam com quase 15% do mercado mundial) e a produção brasileira exerceram forte pressão nos preços da commodity. Segundo pesquisadores do Cepea, as usinas reduziram o volume de cana destinado ao açúcar em favor da produção de etanol. No entanto, essa contenção da oferta brasileira, mesmo após um ano de preços baixos do açúcar (2013), não foi suficiente para fazer frente ao impacto do superávit mundial do produto. Na parcial da safra (abril a dezembro), o Indicador CEPEA/ESALQ referente ao estado de São Paulo teve média de R$ 48,87/saca de 50 kg, muito semelhante à do ano anterior, de R$ 49,42/sc em termos reais deflacionado pelo IGP-DI base novembro/14 foram consideradas as médias mensais. O desempenho da indústria de outros produtos alimentares 2 foi negativo, mas pouco expressivo, de -0,83% (Tabela 2). Destaque para a produção de bebidas (cerveja e refrigerante) que, em 2014, foi favorecida por fatores sazonais, como as elevadas temperaturas do verão, o carnaval tardio e a realização da Copa do Mundo. Segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), entre janeiro e novembro de 2014 foram fabricados 14,37 bilhões de litros de cerveja, elevação de 4,96% em relação a 2013. Já para os refrigerantes, com produção de 15,83 bilhões de litros em 2014, houve crescimento de 1,62% em relação ao ano anterior. Para a produção de massas e farináceos, também importante na composição da indústria de outros produtos alimentares, o cenário em 2014 foi de expansão, com destaque para a produção de itens com maior valor agregado, visando a diluir os altos custos com seus principais insumos (trigo, açúcar e soja). Paralelamente, as empresas têm investido em escala de produção, processos de verticalização (produção própria de insumos) e elevação da capacidade de estoques para manterem-se competitivas no mercado. Na indústria de óleos vegetais 3, o fraco desempenho deu-se via menores cotações (-8,78%), já que para a produção houve ligeira elevação, de 1,97%. A baixa no preço médio da indústria resultou da desvalorização do óleo de soja que, desde 2013, vem passando por consecutivas retrações frente ao aumento na oferta de óleos concorrentes. Segundo pesquisadores do Cepea, em 2014 houve expressivo excedente de óleo de palma no mercado global. Na Figura 6, são apresentadas as variações de volume, preços reais e faturamento das principais agroindústrias em 2014, na comparação com 2013. 2 Outros produtos alimentares incluem: fabricação de produtos de padaria e confeitaria; fabricação de massas alimentícias, biscoitos e pó para gelatinas; produção de refeições preparadas; preparação do pescado e fabricação de conservas do pescado; fabricação de balas e sorvetes; preparação do sal de cozinha; fabricação de vinhos; fabricação de aguardente de cana, licores e de bebidas alcóolicas diversas; fabricação de cervejas, chopes e malte; fabricação de refrigerantes, refrescos naturais e xaropes e engarrafamento e gaseificação de águas minerais. 3 Entre os óleos vegetais estão: fabricação de óleos vegetais brutos; produção de óleos animais, sebo industrial, glicerina e ceras; refinação de óleos vegetais; e preparação de gorduras vegetais para alimentação (Coco, Margarinas). Page 10

% Relatório PIBAgro-Brasil 7 3-1 -5-9 Valor Preço Quantidade Mad. Mobiliário Cel., Pap. Gráfica Etanol Têxtil Vestuário Café Benef. Prod Vegetais Açúcar Óleos Veg. Outros Alim. Calçados Abate Animais Laticínios Valor -5,89 1,18 3,92-6,12-4,34 3,93-5,26-7,22-6,98-0,83 3,03 7,36-1,99 Preço -0,07 2,03 1,36 0,30-1,18-0,63-0,04-3,34-8,78 0,26 5,11 9,67-1,61 Quantidade -5,83-0,83 2,53-6,40-3,20 4,58-5,23-4,01 1,97-1,09-1,99-2,10-0,39 Figura 6. Variação anual do volume, preços e faturamento das agroindústrias (janeiro a dezembro - 2014/2013) Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE, FGV e Cepea) No ramo da pecuária, o ano de 2014 foi de crescimento para as indústrias de abate e de calçados: 7,28% e 3,14%, respectivamente. Em contrapartida, a indústria de laticínios fechou em baixa de 1,99% (Tabela 2). O desempenho favorável da indústria de abate reflete o maior patamar de preços em 2014, com elevação de 9,67% em relação a 2013, o qual foi alavancado, principalmente, pelas carnes bovina e suína. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização da carne bovina ao longo do ano atrelou-se à redução da oferta de animais para abate com a seca prolongada. Adicionalmente, o bom desempenho das exportações brasileiras contribuiu para restringir a disponibilidade interna de carne. Considerando-se o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo), a maior média da arroba do boi gordo foi registrada no dia 27 de novembro, de R$ 145,48. Este foi o maior valor de toda a série deflacionada (IGP-DI nov/14) do Cepea, iniciada em 1994. No ano, Indicador acumulou forte valorização de 25,3% - em termos nominais -, passando de R$ 114,76 no dia 30 de dezembro de 2013 para R$ 143,75 em 30 de dezembro de 2014. Quanto à carne suína, a oferta restrita de animais terminados e a demanda aquecida (principalmente para o mercado externo) impulsionaram as cotações tanto do suíno vivo quanto da carne. Para pesquisadores do Cepea, 2014 foi um ano de consolidação dos bons resultados iniciados no segundo semestre de 2013, sendo marcado por novos recordes nominais de preços do suíno vivo e da carne. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína atingiu a cotação máxima da série do Cepea (iniciada em 2004 para este produto) no dia 6 de novembro, de R$ 7,93/kg; no dia 11 de novembro, foi a vez do preço pago ao produtor atingir sua máxima, de R$ 5,30/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba). Na indústria de calçados, a alta acumulada em 2014 também se justifica pelo melhor patamar de preços (5,11% na comparação com 2013), visto que em volume houve redução de 1,99%. Vale destacar que em outubro o governo elevou a alíquota de devolução dos valores pagos em impostos aos exportadores de manufaturados (Reintegra), de 0,3% para 3% do valor total embarcado. Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), a expectativa é de que os embarques melhorem a partir desta medida. Entretanto, com a crise na Argentina (segundo principal mercado comprador de calçados brasileiros), é possível que ocorra um abrandamento do efeito da medida federal. Paralelamente, agentes do setor alertam para a deterioração da competitividade da indústria nacional frente aos mercados globais, o que fica a cargo das barreiras impostas à exportação por alguns países. No caso dos lácteos, a fraca performance em 2014 é resultado da combinação de queda nos volumes e preços. Na comparação anual, a produção diminuiu 0,39% e, para os preços, o patamar foi 1,61% inferior ao nível de 2013. Em volume, a variação anual negativa na comparação com 2013 é explicada pelo expressivo patamar produzido no segundo semestre de 2013. Em preços, a queda nos últimos meses se tornou ainda mais acentuada, e, em dezembro, a Page 11

oferta acima da demanda manteve pressão sobre os valores dos produtos lácteos. Alguns colaboradores do Cepea apontaram que laticínios fizeram até promoções para tentar escoar os estoques, enquanto outros reduziram o volume de leite comprado dos produtores. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados no atacado do estado de São Paulo em dezembro (até o dia 26) foram de R$ 1,88/litro e R$ 11,24/kg, respectivamente, 5,2% e 2,2% inferiores às médias de novembro. O segmento de distribuição do agronegócio decresceu de forma modesta em dezembro, -0,04%, mas no ano acumulou alta de 1,14%. Nas atividades agrícolas, houve queda mensal de 0,18%, enquanto a distribuição de produtos de origem animal cresceu 0,28%. No ano, as variações acumuladas foram contrastantes: -1,18% no ramo agrícola e +6,51% na distribuição do ramo pecuário. CONCLUSÕES O PIB gerado pelo agronegócio brasileiro encerra 2014 com expansão de 1,59%. Esse resultado, embora modesto se comparado ao crescimento registrado em 2013 (5,22%), é expressivo diante da prévia do PIB nacional apontada pelo Banco Central, de retração de 0,15%. O contraste no desempenho dos ramos agrícola e pecuário é o destaque do agronegócio. Enquanto a agricultura fechou 2014 em ligeira baixa de 0,75%, o crescimento da pecuária chegou a 6,91%. No ramo agrícola, o único segmento que acumulou modesto crescimento foi o primário (0,15%). Já no pecuário, houve alta em todos os segmentos, com destaque justamente para o segmento primário, que acumulou expansão de 8,33%. Ainda que pouco expressivo, o crescimento nas atividades primárias agrícolas foi impulsionado pelo maior volume de produção (3%), uma vez que, em preços, o cenário foi de baixa: -2,23% na comparação com o preço médio de 2013. Pesou neste resultado, o menor patamar das cotações de importantes culturas, como soja, milho, trigo, cana e algodão. Em contrapartida, na pecuária, as cotações em alta foram responsáveis pela expansão do segmento. Os preços dos suínos e dos bovinos mantiveram ritmo acelerado, ao passo que o frango vivo e o leite cru seguiram em desvalorização. No caso dos avicultores, vale destacar que, apesar do recuo em relação a 2013, o poder de compra no ano foi um dos mais favoráveis da série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Na atividade leiteira, o expressivo aumento da oferta de leite ligado às condições climáticas favoráveis nas regiões Sul e Nordeste e aos investimentos realizados por produtores ao longo do ano resultou no enfraquecimento das cotações especialmente nas regiões sulistas. Com variações mensais negativas e/ou pouco expressivas, a agroindústria nacional acumulou baixa de 0,32% em 2014. Este resultado ruim refletiu o desempenho das atividades de processamento vegetal, já que para a indústria da pecuária o cenário foi bastante favorável. No caso da agroindústria agrícola, das dez atividades acompanhadas, apenas três acumularam alta no ano celulose, papel e gráfica, etanol e café. Para as demais, recuos de preços e/ou produção pesaram sobre o faturamento no período, sendo que as indústrias de óleos vegetais e açucareira apresentaram os piores resultados. Na indústria de base pecuária, a significativa valorização das carnes bovinas e suína favoreceu o desempenho do segmento. No contexto macroeconômico, 2014 foi marcado por inflação em alta e baixo crescimento econômico. As expectativas de movimentação monetária em relação à Copa do Mundo não se confirmaram. No segundo semestre, o quadro de incertezas se espalhou, e as previsões de crescimento do PIB foram sendo constantemente rebaixadas. A perda de confiança foi marcante em todos os setores. Com a proximidade das eleições, as perspectivas se tornaram ainda mais cautelosas. O pós-eleição e as medidas sinalizadas pelo governo já indicavam as dificuldades a serem enfrentadas em 2015. Para muitos especialistas, os desafios que o País enfrentará em 2015 são maiores do que se imaginava até pouco tempo atrás. Neste cenário, o agronegócio pode ser o grande condicionante do desempenho da economia brasileira. Representando 23% do PIB nacional, ele pode ser o único setor com crescimento mais expressivo diante da indústria claudicante e dos serviços em processo de exaustão. Page 12

Tabela 1 - Variação do PIB do agronegócio nacional (%) AGROPECUÁRIA 2013/2014 Insumos Primário (A) Indústria Distribuição Agronegócio Global (B) Dezembro 0,51 0,49 0,71 0,59 0,58 Janeiro -0,10 0,24 0,17 0,16 0,16 Fevereiro 0,14 0,45 0,19 0,31 0,30 Março 0,45 0,76 0,19 0,37 0,44 Abril 0,59 0,88-0,15 0,20 0,34 Maio 0,52 0,97 0,06 0,43 0,49 Junho 0,10 0,42-0,32 0,06 0,06 Julho 0,01 0,27-0,13 0,01 0,05 Agosto -0,06-0,12-0,08-0,09-0,09 Setembro 0,13 0,00-0,01 0,02 0,02 Outubro -0,07-0,51 0,31-0,09-0,10 Novembro 0,17 0,22-0,38-0,20-0,08 Dezembro 0,24 0,09-0,17-0,04 0,00 Acum. no Período (2014) 2,12 3,73-0,32 1,14 1,59 Obs.: (A) Envolve as atividades primárias: "dentro da porteira"; (B) Engloba os quatro segmentos: insumos, primário, indústria e distribuição. AGRICULTURA 2013/2014 Insumos Primário (A) Indústria Distribuição Agronegócio Global (B) Dezembro -0,18 0,11 0,66 0,42 0,37 Janeiro -0,33-0,07 0,04-0,12-0,07 Fevereiro 0,08 0,38 0,10 0,14 0,17 Março 0,45 0,76 0,10 0,19 0,32 Abril 0,74 1,11-0,24 0,07 0,27 Maio 0,26 0,69-0,09 0,10 0,19 Junho -0,22-0,01-0,46-0,28-0,27 Julho 0,02 0,32-0,15-0,08 0,00 Agosto -0,39-0,42-0,10-0,22-0,24 Setembro -0,22-0,51 0,02-0,11-0,17 Outubro -0,79-1,33 0,45-0,17-0,29 Novembro -0,33-0,42-0,43-0,52-0,45 Dezembro 0,00-0,33-0,18-0,18-0,20 Acum. no Período (2014) -0,74 0,15-0,96-1,18-0,75 Obs.: (A) Envolve as atividades primárias: "dentro da porteira"; (B) Engloba os quatro segmentos: insumos, primário, indústria e distribuição. PECUÁRIA 2013/2014 Insumos Primário (A) Indústria Distribuição Agronegócio Global (B) Page 8

Dezembro 1,54 0,98 1,02 0,97 1,07 Janeiro 0,23 0,63 1,03 0,81 0,67 Fevereiro 0,24 0,54 0,82 0,69 0,58 Março 0,44 0,76 0,76 0,78 0,72 Abril 0,37 0,58 0,37 0,48 0,49 Maio 0,89 1,31 1,05 1,18 1,18 Junho 0,55 0,97 0,58 0,82 0,81 Julho -0,01 0,21 0,01 0,20 0,15 Agosto 0,41 0,27 0,07 0,20 0,24 Setembro 0,61 0,65-0,14 0,29 0,44 Outubro 0,96 0,51-0,55 0,09 0,32 Novembro 0,86 1,00-0,08 0,52 0,70 Dezembro 0,59 0,59-0,10 0,28 0,41 Acum. no Período (2014) 6,31 8,33 3,88 6,51 6,91 Obs.: (A) Envolve as atividades primárias: "dentro da porteira"; (B) Engloba os quatro segmentos Fonte: CEPEA-USP e CNA Relatório PIBAgro-Brasil Tabela 2 - Variações Mensais e Acumulada no ano (%) da Agroindústria 2014 INDÚSTRIA 2013/2014 Celulose, Madeira e Papel e Elementos Têxtil Vestuário Café Mobiliário Gráfica Químicos Dezembro 0,32 0,15 1,94 0,17-1,50-0,14 Janeiro 0,10 0,09 0,91 0,04-0,21-0,54 Fevereiro 0,19 0,22 0,26 0,02 0,02 0,13 Março -0,08 0,02 0,79-0,08-0,10-0,07 Abril -0,84-0,08 0,13-0,77-0,77 0,07 Maio -0,39-0,04 0,03-0,42-0,54 0,23 Junho -0,52-0,17-1,15-0,69-0,94 0,39 Julho -0,47 0,25 0,23-0,47-0,43 0,59 Agosto -0,80 0,07 0,34-0,50-0,56 0,41 Setembro -0,78 0,32 0,10-0,50-0,57 0,80 Outubro -0,78-0,05 2,62-0,84-0,93 0,68 Novembro -0,87 0,31-0,10-0,89-0,34 0,45 Dezembro -0,81 0,25-0,27-1,20 0,95 0,72 Acum. no Período (2014) -5,90 1,18 3,92-6,12-4,34 3,93 Page 9 2013/2014 Beneficiamento de Produtos Vegetais Açúcar INDÚSTRIA Óleos Vegetais Outros Alimentos Calçados Abate de Animais Laticínios Dezembro 1,35-0,51-1,57 0,32 1,06 0,76 1,48 Janeiro -0,35-0,61-1,57-0,22 0,32 0,86 1,51 Fevereiro 0,19 0,12-0,80-0,06 0,41 0,90 0,78 Março -0,84-0,01 0,06 0,08 0,42 0,89 0,61 Abril -1,37 0,04 0,43 0,04-0,15 0,41 0,45 Maio -0,85 0,29-0,24 0,23 0,46 1,01 1,26

Junho -0,12-1,35-0,56-0,02 0,54 0,91 0,02 Julho -0,48-0,16-0,91-0,39 0,13 0,83-1,49 Agosto -0,32-0,29-0,63-0,17 0,12 0,28-0,31 Setembro 0,51-0,26-1,32 0,03 0,30 0,19-0,85 Outubro 0,75-4,17-1,42-0,08-0,34 0,32-2,20 Novembro -2,67-0,55 0,38-0,06-0,14 0,33-0,84 Dezembro 0,15-0,43-0,61-0,22 1,04 0,14-0,87 Acum. no Período (2014) -5,31-7,22-6,98-0,83 3,14 7,28-1,99 Fonte: CEPEA-USP e CNA Tabela 3 PIB do agronegócio brasileiro de 2004 a 2014 (R$ bilhões de 2014*) AGROPECUÁRIA INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL 1994 68,36 183,57 257,49 257,31 766,74 1995 66,25 188,14 276,26 258,49 789,15 1996 66,97 180,97 264,13 264,27 776,34 1997 66,05 178,40 265,62 259,40 769,48 1998 69,98 189,52 251,63 262,80 773,94 1999 76,04 189,31 258,45 264,41 788,20 2000 78,34 187,68 261,09 261,86 788,97 2001 81,51 196,31 259,12 265,82 802,75 2002 93,45 219,67 274,19 286,14 873,46 2003 105,12 245,65 282,05 297,72 930,54 2004 106,58 243,53 296,30 307,90 954,31 2005 95,75 219,78 296,69 297,64 909,86 2006 93,18 215,10 305,04 300,66 913,98 2007 105,28 241,30 318,32 321,21 986,11 2008 124,03 276,71 326,72 338,12 1.065,57 2009 110,51 255,71 313,99 323,70 1.003,91 2010 115,80 283,63 334,83 345,33 1.079,59 2011 130,17 317,13 330,23 358,03 1.135,56 2012 129,75 308,12 317,45 347,55 1.102,88 2013 134,95 335,69 328,15 361,63 1.160,43 2014 137,82 348,21 327,10 365,74 1.178,87 AGRICULTURA INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL 1994 43,78 107,31 217,74 184,26 553,10 1995 41,72 107,34 232,21 181,76 563,03 1996 43,25 106,75 219,71 188,33 558,04 1997 43,12 106,54 223,40 186,02 559,09 1998 45,32 112,12 211,17 185,59 554,20 1999 47,66 106,32 217,35 183,53 554,87 2000 47,17 98,74 219,51 178,16 543,58 2001 49,89 107,16 216,54 180,35 553,94 2002 58,11 126,37 230,90 197,55 612,94 2003 66,92 146,54 239,20 207,17 659,82 2004 67,58 144,00 252,12 215,23 678,93 2005 57,40 121,73 253,42 207,14 639,70 Page 10

2006 56,69 121,41 263,83 214,61 656,54 2007 64,55 136,30 273,90 226,32 701,07 2008 78,61 159,35 280,16 235,17 753,28 2009 67,69 144,67 272,32 228,81 713,49 2010 70,77 162,32 291,60 245,12 769,81 2011 79,18 184,31 286,47 252,82 802,78 2012 79,80 183,97 276,98 249,69 790,43 2013 80,21 188,79 284,99 252,60 806,59 2014 79,62 189,08 282,26 249,61 800,57 PECUÁRIA INSUMO BÁSICO INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO TOTAL 1994 24,58 76,26 39,75 73,05 213,64 1995 24,54 80,80 44,06 76,72 226,12 1996 23,72 74,22 44,41 75,94 218,30 1997 22,93 71,86 42,22 73,38 210,39 1998 24,66 77,40 40,46 77,21 219,74 1999 28,38 82,98 41,10 80,87 233,33 2000 31,17 88,95 41,58 83,70 245,39 2001 31,62 89,15 42,57 85,47 248,81 2002 35,34 93,30 43,29 88,59 260,52 2003 38,20 99,11 42,85 90,55 270,72 2004 39,00 99,53 44,18 92,67 275,38 2005 38,35 98,05 43,26 90,50 270,16 2006 36,49 93,69 41,20 86,05 257,44 2007 40,73 105,01 44,42 94,88 285,04 2008 45,42 117,36 46,56 102,94 312,28 2009 42,82 111,04 41,67 94,89 290,42 2010 45,03 121,31 43,23 100,21 309,78 2011 51,00 132,82 43,75 105,21 332,78 2012 49,96 124,16 40,47 97,86 312,45 2013 54,74 146,90 43,17 109,03 353,84 2014 58,20 159,13 44,84 116,13 378,30 Fonte: CEPEA-USP e CNA * tomando-se como base a taxa de crescimento acumulada em 2014 Page 11