&fada da gcnatga,9)ad e fadicid,da,9.7roatta1 de ficetiça Çaii~ da 9ka. ~troa a Souto v DECISÃO AGRAVO N." 200.2006.022326-6/001 CAPITAL RELATORA : Dr" Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira, Juíza de Direito Convocada, em substituição ao Des. Marcos A. Souto Maior AGRAVANTE: Banco Itaú S/A ADVOGADOS: Fábio Ronele Cavalcanti de Souza e outro AGRAVADO : Queginaldo Teixeira de Araújo AGRAVO. BUSCA E APREENSÃO. VALOR DA CAUSA. IMPOSIÇÃO EX -OFI'ICIO DE COMPLEMENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. VALOR DA CAUSA EM DESCONFORMIDADE COM O BENEFÍCIO PRETENDIDO. COMPLEMENTO. NECESSIDADE. DESPROVIMENTO. 1. É possível ao Magistrado, de ofício, ordenar a retificação do valor da causa, quando o critério de fixação estiver previsto em lei ou quando a atribuição constante da inicial constituir expediente do autor para desviar a competência, o rito procedimental adequado ou alterar a regra recursal, visto que se trata de matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão. 2. Em sede de busca e apreensão de veículo, não contendo, a petição inicial, o valor atribuído à causa, calculado sobre a soma das prestações devidas, o mesmo merece complementação, para ficar em conformidade com o benefício econômico pretendido. VISTO S, e t c., O BANCO ITAÚ S/A, já devidamente qualificado nos autos, interpôs Agravo de Instrumento com pedido de efeito suspensivo contra QUEGINALDO TEIXEIRA DE ARAÚJO, atacando decisão proferida pelo Juiz de Direito da 1a Vara Distrital de Mangabeira, o qual intimou a parte autora para emendar o valor da causa em dez dias, recolhendo a diferença das custas, no prazo de 30 dias, sob pena de indeferimento da inicial. Alega, o agravante, em síntese, que, sendo distribuída a ação de busca e apreensão, deu como valor da causa, consoante o art. 252 V do CPC, o valor integral do contrato. Afirma, ainda, que o despacho que determinou o complemento das custas pelo valor de R$ 35.941,06 (trinta e cinco mil, novecentos e quarenta e um reais e seis centavos) traz grande prejuízo às partes porque em nenhum momento houve infração ao art. 252, V do CPC, o que inviabilizaria
qualquer possibilidade -de acordo, de forma que,não seria justo pagar as custas processuais tomando como base todos os encargos e juros cobrados quando, na realidade, as custas foram recolhidas no valor total do contrato; assim é injustificável o complemento nos moldes exigidos Indeferimento do pedido de liminar às fls.48/49. Requisitado, o Juízo a quo prestou as informações de estilo, às fls. 42/44, mantendo a decisão combatida. O agravado não apresentou contra-razões, segundo certidão às fls. 52v. Instada a se manifestar, a Procuradoria de Justiça emitiu parecer (fls. 54/56), opinando pelo desprovimento do recurso, para que seja mantida, in lotum, a decisão fustigada, devendo o agravante retificar o valor dado à causa e, via de conseqüência, recolher as custas devidas. É o relatório Decido. A teor das prescrições do art. 557 do CPC o relator poderá analisar e pôr fim ao recurso, quando manifestamente improcedente. In casa, trata-se de recurso onde o posicionamento desta Corte, a exemplo das Superiores, é no sentido de que o valor da causa, da ação de busca e apreensão, corresponde aos valores das parcelas contratadas não pagas. Vejamos, então, o que prescreve o art. 557 do CPC: "Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. 1 -A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. Nesse diapasão, temos que é permitido ao relator abreviar o seguimento do recurso quando o mesmo esteja em absoluto confronto com a jurisprudência dominante, o que dispensa maiores delongas. Nessa linha de entendimento, vejamos o que dispõe a jurisprudência: "Esta disposição permite que o relator aprecie, inclusive, o mérito do recurso, desde que manifestamente improcedente (p. ex., recurso manifestado contra jurisprudência pacifica, embora não sumulada)": STJ-2a Turma, Ag 142.320-DF, rel. Min. Ari Pargendler, j. 12.6.97, negaram provimento, v.u., DJU 30.6.97, p. 31.018, RT 738/432, RTJE 157/235. Como restará provado seguidamente, este recurso é manifestamente improcedente, razão pela qual passo à análise de seu mérito. Do exame dos autos, vejo que o Juiz Comarcão determinou a emenda da inicial da ação de busca e apreensão em tramitação na 1a Vara Distrital de Mangabeira, fundamentando sua decisão no fato de que- o valor deve ser fixado com base nas parcelas do contrato de alienação fiduciária ainda-não pagas, ou seja, em atraso. 2
3 Inicialmente, sobre' a alegação de que o Juiz ao pode, de ofício, determinar a correção do valor da causa, não assiste razão ao agravante. Ocorre que as regras sobre o valor da causa são de ordem pública, podendo, o Magistrado, fixá-lo, desde que este seja claramente discrepante quanto ao seu conteúdo econômico, de modo a causar gravame ao direito do erário, ou quando o seu critério estiver previsto em lei. Este é o entendimento jurisprudencial em relação ao tema, bastante debatido no Tribunal Superior, senão vejamos: "Valor da causa. Alteração de oficio. Precedentes. 1. Já decidiu a Corte que é "possível ao Magistrado, de oficio, ordenar a retificação do valor da causa, quando o critério de fixação estiver previsto na lei, quando a atribuição constante da inicial constituir expediente do autor para desviar a competência, o rito procedimental adequado ou alterar a regra recursal." 1 "PROCESSUAL CIVIL. VALOR DA CAUSA. INDICAÇÃO IRREAL PELO AUTOR. IMPUGNAÇÃO. 1. Em se tratando de causa cujo valor é taxativamente determinado na lei, a infração deve ser corrigida de oficio pelo juiz, ou através de impugnação do réu, não sendo necessário, neste caso, o fornecimento pelo impugnante de um novo valor, podendo o Juiz, se necessário, servir-se do auxilio de perito." 2 "RECURSO ESPECIAL. USUCAPIÃO. ARTIGO 261 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. FIXAÇÃO DO VALOR DA CAUSA DE OFÍCIO PELO MAGISTRADO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. As regras sobre o valor da causa são de ordem pública, podendo o magistrado, de oficio, fixá-lo quando for atribuído à causa valor manifestamente discrepante quanto ao seu real conteúdo econômico. Precedentes." 3 Igualmente não procede a alegação do agravante de que o valor da causa, na ação de busca e apreensão, deva ser correspondente ao valor do contrato. Aliás, o art. 259, I, do CPC deixa claro que, na ação de cobrança de dívida, o valor da causa será a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação. No caso vertente, trata-se de ação de busca e apreensão de bens, cujo objetivo é obrigar o devedor a adimplir as prestações em atraso, devendo, assim, ser dado como valor da causa o correspondente ao benefício patrimonial pretendido, ou seja, o valor total do contrato, diminuídos os valores das parcelas efetivamente pagas pelo réu. Neste sentido, julgou o STJ: "Valor da causa. Busca e apreensão. Alienação fiduciária. A busca e apreensão não pode ser vista isoladamente, pois não se esgota em si mesmo, produzindo outras conseqüências jurídicas. O valor da causa não pode superar o real conteúdo econômico da demanda. No caso, o benefício patrimonial 1 STJ - REsp 231363/G0 - Relator: Min. Carlos Alberto Menezes Direito 2 STJ - REsp 200109/RJ - Relator: Min. Edson Vidigal 3 STJ - Resp 55288/GO - Relator: Min. Castro Filho
auferido correspode não ao valor do bem objeto da busca e apreensãó, mas ao do saldo devedor apurado, porquanto o que sobejar deverá ser entregue ao devedor." "ARRENDAMENTO MERCANTIL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE - VALOR DA CAUSA. I - A falta de normatização própria perfeitamente aplicável o inciso V, do art. 259 do CPC em ação de reintegração de posse fundada em contrato de arrendamento mercantil, pois o pedido tem como fundamento negócio jurídico rescindendo pelo inadimplemento contratual do arrendatário, cingindo-se a discussão ao débito existente, cuja estimativa pode servir de base à fixação do valor da causa." 5 Como visto, é inegável que o entendimento da nossa Corte Superior de Justiça é no sentido de que a ação de busca e apreensão terá sempre como valor da causa a pretensão econômica do autor, que pode ser traduzida como sendo a soma de todas as parcelas contratadas e não adimplidas pela parte ré. Desta forma, com base no art. 557 do CPC, nego provimento ao presente recurso de agravo, por estar em manifesto confronto com o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte. Intimações necessárias. Cumpra-se. 4 João Pessoa/PB, 25 de abril de 2007. Juíza MARIA DAS NEV GITO DE A. D. FERREIRA Rela tora 4 STJ - REsp 193092/SP, Relator: Min. Paulo Costa Leite 5 STJ - REsp 1656051SP, Relator: Min. Waldemar Zveiter
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