Estudo do índice de vulnerabilidade costeira e desenho de um modelo computacional para o Brasil.

Documentos relacionados
30/11/2012. do adensamento populacional. crescimento desordenado. ocupação de áreas naturais e frágeis

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA DIVISÃO DE ENGENHARIA CIVIL PÓS GRADUAÇÃO

Bairros Cota na Serra do

Humberto Prates da Fonseca Alves Centro de Estudos da Metrópole - CEM/CEBRAP

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

Políticas Locais para o Enfrentamento das Mudanças Climáticas Iniciativas da Cidade do Rio de Janeiro

-Esta apresentação foi realizada no âmbito do projeto Moradia é Central durante a Oficina 3 - Financiamento para habitação social em Centros.

PROJETOS DE INFRAESTRUTURA EM 6 EIXOS

Mudanças Climáticas e Desastres Naturais no Brasil - Desafios ao Desenvolvimento Urbano Resiliente

ÍNDICE. GLOSSÁRIO pag 1-3. I APRESENTAÇÃO pag 4

Política Nacional de Mobilidade Urbana e Construção do Plano de Mobilidade

Ministério das Cidades Planejamento Urbano

PLANO MUNICIPAL DA HABITAÇÃO LESTE

PROPOSTAS MOBILIDADE PROPOSTAS DE MÉDIO E LONGO PRAZO

MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE. Missão:

Área das Engenharias

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA

O Enfrentamento à Vulnerabilidade Costeira de Pernambuco

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

CARTA ABERTA PELO DIREITO A CIDADE E A GESTÃO DEMOCRÁTICA

Moradia e Meio Ambiente: a construção do diálogo na urbanização do assentamento Pilarzinho ILHA

entretanto, perquirir sobre o destino dos territórios e regiões que recebem em ou vinculam a seu espaço a fixação das obras rodoferroviárias do PAC

Preparação do país para a Copa do Mundo 2014 e a herança para

CHAMADA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS. Mulheres negras e populares: Traçando Caminhos, Construindo Direitos

4 Proposta de método de avaliação de desempenho em programas

Conselheiro Lafaiete (Minas Gerais), Brazil

TERESINA - PERFIL DOS BAIRROS - REGIONAL SDU CENTRO NORTE BAIRRO BUENOS AIRES


Serviço Geológico do Brasil CPRM

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS

Conteúdo. Interfaces Controlador-Processo. Controlador PID Analógico. Interfaces com o Processo. Interfaces Controlador-Processo

Serviço de Proteção Social Básica no Domicilio para pessoas com deficiência e idosas. Idoso Visitador

15 anos + de 700 projetos Segmentos: educação, saúde, imobiliário, varejo, hotelaria, logística, mobilidade, cidades + de 500 cidades analisadas e

Mobilidade no Campus Faixa Exclusiva de Ônibus e Ciclofaixa na CUASO

Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento

SEMINÁRIO NACIONAL de GERENCIAMENTO COSTEIRO Brasília, 04 de novembro de 2014.

MÓDULO II - DIAGNÓSTICO

PLANEJAMENTO E OBRAS DE AT ATENDIMENTO AOS PLANOS DA CIDADE DO RJ. Carla Damasceno Peixoto

DIRETRIZES GERAIS PARA UM PLANO DE GOVERNO

Etapas do PLHIS PROPOSTAS

Plano de Sustentação (PSus)

ANEXO IV DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA COMERCIAL

02/12/2012. Geografia

Mecanismos de Financiamento

INCLUSÃO SOCIAL NOS TRANSPORTES PÚBLICOS DA UE

CICLOVIAS COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA A MOBILIDADE URBANA UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO BONITO - SP

Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos de Desastres Naturais

OBJETIVOS. Ao finalizar esta lição os participantes serão capazes de:

Caracterização do território

Programa de Investimento em Logística

PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NO SISTEMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SNDU

Disciplina: Instalações Hidráulicas Instalações prediais de esgoto

ANEXO II GUIA DE FORMULAÇÃO DO PROJETO

CASA VERDE/CACHOEIRINHA

Riscos naturais. Geologia Ambiental. Rodolfo J. Angulo

Avaliação Diagnóstica Programa Brasil Alfabetizado

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Formulário referente ao Fator de Qualidade

Panorama do Plamus Julho de 2015

Subsecretaria de Captação de Recursos SUCAP/SEPLAN Secretaria de Planejamento e Orçamento do Distrito Federal SEPLAN Governo do Distrito Federal

PLANO DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA A3P. Cidade UF CEP DDD/Telefone

Educação Integral Desafios para a implementação

Adensamento em áreas vazias em São Paulo

Ocupação do Território

Energias Renováveis (ER) Sustentabilidade Económica e Ambiental

Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS -

Caracterização do território

PREPARAÇÃO PARA A INTERPRETAÇÃO DA FORMA URBANA FORTALEZENSE

ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários Fernando Fonseca Diretor da ANTAQ

Geoinformação como Instrumento para o Planejamento Público

GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO Eduardo Henrique de Accioly Campos. VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO João Soares Lyra Neto

Caracterização do território

Caracterização do território

9º Lugar. População: hab. Área do Município: 1,589,52 km² Localização: Região Sul Goiano PIB (2005): R$ 505,5 milhões PIB :

LEI COMPLEMENTAR Nº DE 25 DE JULHO DE 2014.

Plataforma Ambiental para o Brasil

O Centro de Referência de Assistência Social CRAS como Unidade de Gestão Local do SUAS

Caracterização do território

PROJETO DE LEI N., DE 2015 (Do Sr. DOMINGOS NETO)

Mobilidade Urbana. Linhas gerais, resultados e desafios selecionados

Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB

Municípios Sustentáveis: resíduos sólidos, mobilidade e planejamento urbano

Palavras-chave: Ambiente Urbano, Produção do Espaço, Problemática Ambiental, Áreas de Risco.

Por uma Região Leste Fluminense sustentável

MINHA CASA, MINHA VIDA 2 Novas metas, maiores desafios

METODOLOGIA PARA O GEORREFERENCIAMENTO DE ILHAS COSTEIRAS COMO SUBSÍDIO AO MONITORAMENTO AMBIENTAL

VULNERABILIDADE SÓCIO-CLIMÁTICA: CASOS BRASILEIROS EMBLEMÁTICOS DE ÁREAS SUJEITAS A ALAGAMENTO

PRODUTO 1 METODOLOGIA Plano Local de Habitação de Interesse Social PLHIS Município de Teresópolis - RJ

META NACIONAL 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por

OUC Região Porto do Rio de Janeiro

Carta do Movimento Paz & Proteção

Estatuto da Cidade - Lei 10257/01

LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 003/2007

LEGISLAÇÃ ÇÃO O DISTRITAL

Vulnerabilidade x Resiliência em Cidades Brasileiras

A Função da PPP na Operação Urbana Porto Maravilha Jorge Arraes Presidente da CDURP

Tanguá (Rio de Janeiro), Brazil

Nome Função Morada Código Postal Contacto telefónico . Nome Morada Contacto telefónico . Nome Morada Contacto telefónico

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL DE SÃO PAULO SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1 CURSO: BACHARELADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

CAMINHO PARA DESENVOLVER UMA AGENDA DE ADAPTAÇÃO EM MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS EMPRESAS. Junho 2013

Transcrição:

Estudo do índice de vulnerabilidade costeira e desenho de um modelo computacional para o Brasil. Vitor Baccarin Zanetti Wilson Cabral de Sousa Junior.

Contexto Mudanças Climáticas necessidade de adaptação Vulnerabilidade Medidas de adaptação Projeto RedeLitoral Projeto SAE/PNUD

Conceito de Vulnerabilidade Autor Houaiss e Villar, 2001 Conceito Vulnerabilidade é a qualidade ou estado de vulnerável IPCC (2007) Vulnerabilidade pode ser entendida como o grau de suscetibilidade de um ambiente a efeitos adversos das mudanças climáticas. Sendo assim uma função do tipo, da magnitude e do grau de mudança climática e variando de acordo com a exposição do sistema, a sensibilidade e capacidade de adaptação do mesmo Ionescu et al (2009) "é a vulnerabilidade de uma entidade a um estimulo específico, respeitando-se critérios de preferência que referem-se às possíveis evoluções dessa entidade

Conceito de Vulnerabilidade Socioambiental Vulnerabilidade Socioambiental: Renomeação do conceito de vulnerabilidade como perigo do lugar (Cutter, 1996), que posteriormente foi chamada apenas de vulnerabilidade do lugar (place vulnerability) por Cutter, Mitchell e Scott (2000) Visão sistêmica do lugar geográfico, internaliza na análise da vulnerabilidade os fatores ambientais e sociais que aumentam ou diminuem a capacidade de uma população ou lugar resistir ou se adaptar frente a um determinado perigo.

Índices de Vulnerabilidade - Brasil Tipo do índice Autor Nome do índice Variáveis/Fatores Social Torres (2001) Distancia do setor censitário a estação de metro mais próxima, distancia do setor censitário ao curso d água mais próximo, distancia do setor à praça da sé, setores censitários à beira de cursos d água, setores censitários na planície do rio Tietê, setores censitários sobrepostos a pontos de inundação, percentual de domicílios que dispõe seu lixo em cursos d água, Setores censitários subnormais, percentual de domicílios alugados, percentual de domicílios que são apartamentos isolados, percentual dos domicílios em conjuntos habitacionais, percentual de domicílios que são casa de cômodos, número de pessoas por metro quadrado (densidade demográfica), setores censitários sobrepostos a quadras não fiscais, percentual de analfabetos de 10 a 14 anos, percentual de chefes de domicílios que recebem mais de 20 salários mínimos, percentual de mulheres chefes de domicílios, percentual de domicílios sem água da rede geral no interior do município, percentual de domicílios sem sanitário único e esgoto da rede geral, percentual domicílios sem coleta de lixo Social Ferreira, Dini e Ferreira (2006) IPVS renda do chefe do domicílio, nível de escolaridade do chefe do domicílio, idade do chefe do domicílio, e presença de crianças com até 4 anos de idade Socioambiental Alves (2006,2009) - Mapa de vulnerabilidade social da cidade de São Paulo e mapa de vulnerabilidade à inundação

Índices de Vulnerabilidade - Brasil Tipo do índice Autor Nome do índice Variáveis/Fatores Ambiental Bitar (2009) - Carta Geotécnica do Estado de São Paulo Socioambiental Socioambiental Socioambiental Socioambiental Nicolodi e Peterman (2010) Tagliani et al (2010) Mello et al (2010) Furlan, Bonotto e Gumiere (2011) Socioambiental Inoye (2012) - Socioambiental Anazawa et al (2012) - Risco social, Risco Tecnológico, Risco Ambiental - Agricultura, elevação, infraestrutura, vegetação - IVSE IPVS + declividade do terreno Geologia, Geomorfologia, Tipo de solo, Vegetação e uso do solo Elevação topográfica, distancia da costa, geotecnia, densidade populacional, uso do solo capital financeiro, capital humano, capital físiconatural e capital social

Indicadores para o Brasil

Indicadores para o Brasil Indicador Parâmetros Quantificação Inundação Altitude (A) Qtd. Eventos Extremos (QEE) Proximidade do corpo d'água (PCA) (A+QEE+PCA)/3 Movimentos de Massa Declividade (D) Qtd. Eventos Extremos (QEE) Classificação Geotécnica do Solo (TS) (D+TS+QEE)/3 Erosão Costeira Geomorfologia (G) Nivel de SLR (SLR) Altura de Maré (AM) (G+SLR+AM)/3 Exp Ondas e Marés Nivel de SLR (SLR) Altitude (A) Distância da Costa (DC) (A+SLR+DC)/3 Nível Social Escolaridade (E) Renda ( R ) (E+R)/2 Densidade Populacional Densidade Demográfica (DD) Idade (I) (DD+I)/2 Tipo de Uso Uso e Ocupação do Solo (US) US

Índice de Vulnerabilidade Socioambiental para a Costa Brasileira - IVSCB Índice composto, calculado em duas etapas: Cálculo do valor do indicador Cálculo do IVSCB V i IVSCB n v 1 n PV i Pi i

Estudos de Caso: Santos e Rio de Janeiro

Resultados Santos

Resultados Rio De Janeiro

Adaptação Escala adaptativa Rio de Janeiro/RJ Santos/SP Normas Planejamento Políticas públicas Revisar o código de obras do Revisar o código de habitações do município para fins de adaptação município para fins de adaptação às às mudanças climáticas à luz de mudanças climáticas à luz de estudos de vulnerabilidade. estudos de vulnerabilidade. Revisão dos instrumentos de planejamento, especialmente Plano Diretor, Plano de Mobilidade Urbana e Zoneamento Municipal, de forma a incorporar aspectos de vulnerabilidade às mudanças climáticas. Análise dos elementos do Plano Nacional de Mudanças Climáticas e suas interfaces com as municipalidades. Realização de tratativas setoriais visando discutir e encaminhar medidas específicas de adaptação junto a setores mais críticos, em especial o de infraestrutura de transportes (envolvendo porto, aeroportos, ferrovias, malha viária urbana e suas estações). Elaboração de Plano Municipal de Mudanças Climáticas, em se tratando de municipalidade sujeita a alta vulnerabilidade em toda a área insular do município. Seria interessante que este plano abrangesse os principais elementos da infraestrutura urbana em sua

Adaptação - Prioridades Rio de Janeiro Análise detida do mapeamento de vulnerabilidade aqui apresentado, para validação pela sociedade, buscando ancorar uma ampla campanha de mobilização desta para a importância da temática e da adoção de uma agenda de adaptação. Conduzir estudos específicos de vulnerabilidade e risco, especialmente no que concerne à área portuária e à nova infraestrutura de transporte a ser instalada no curto prazo (VLT). Santos Revisão imediata do Código de Habitação do município, visando ampliar a resiliência das habitações e edificações na sua região insular (ex.: permissão de construção de estacionamentos subterrâneos, vulneráveis à impactos de eventos climáticos extremos). Elaboração de estudos de vulnerabilidade e riscos para setores específicos (ex.: áreas industriais e de sensibilidade logística) apontados no presente estudo

Obrigado! vitorz@gmail.com