Motivar a sua equipe: O grande desafio da Liderança



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Transcrição:

Motivar a sua equipe: O grande desafio da Liderança Existem diversos textos sobre Gestão sendo publicados diariamente, e dentre eles, muitos tratam do tema liderança, que certamente é um dos assuntos mais polêmicos e complexos da gestão. O líder tem um fardo pesadíssimo a carregar e é exigido dele muita competência, capacidade de negociação, comando, uma visão geral do negócio e muito equilíbrio. São muitos os desafios que precisam ser superados no dia a dia deste grupo de pessoas tão fundamentais para as empresas. E é sobre um desses desafios (que na minha opinião é o principal deles) que iremos comentar: o desafio de motivar a sua equipe. Na verdade o fator de motivação já é uma parte de um grande desafio que é Montar e Manter uma boa Equipe! Existe um fato inequívoco que é o seguinte: o resultado do trabalho do departamento de um líder não sai de suas mãos. Ele estrutura, coordena, prepara e administra uma equipe que tem que dar os resultados previstos e negociados pelo líder com a empresa. E, como o futebol mostra muito bem, o líder é o primeiro culpado quando a equipe não vai bem e os resultados não são atingidos. Portanto, nem que seja apenas para preservar a sua ocupação, o líder tem que montar uma boa equipe como condição básica para o atendimento de todas as outras demandas que a empresa terá. Mas o que é uma boa equipe? Uma boa equipe se consolida quando encontramos em seus membros as seguintes características: - Capacitação Técnica

É básico! Uma boa equipe saber fazer o que precisa ser feito e consegue avaliar a qualidade do que fez. Se o líder não tem essa característica, as outras podem ser inúteis. É fundamental que se conheça o perfil técnico dos seus funcionários: se eles têm bom conhecimento técnico, mantenha-os atualizados; se eles não tem esse conhecimento, mas tem o potencial para obtê-lo, treine-os; mas se eles não Têm o domínio técnico e você não percebe neles o potencial para aprendizado em curto / médio prazo, substitua-os, mesmo sendo eles pessoas agradáveis, com boa vontade, etc. Lembre-se que a sua equipe só existe pelo fato de que existe um produto ou serviço a ser executado. Se falta a capacitação para isso, falta tudo... - Postura Adequada / Atitude Entendo que se a capacitação técnica pode ser considerada o motor do seu departamento, a postura é o combustível. De nada adianta ter o melhor motor do mundo se faltar o combustível... o departamento não anda! E aqui vejo um desafio maior do que no item anterior, pois ao contrário da capacitação técnica, a postura é um item muito difícil de ser treinado. O máximo que se pode fazer é tentar sensibilizar a pessoa para que ela queira mudar sua atitude. A atitude só muda se o próprio indivíduo quiser. Por conta da afirmação anterior, eu mudaria um pouco o texto sobre capacitação técnica, reescrevendo da seguinte forma: se eles não tem esse conhecimento, mas tem o potencial para obtê-lo e tem uma postura adequada, treine-os. É mais fácil conviver e obter resultados com colaboradores que tem alguma carência de conhecimento mas tem a postura adequada, do que de um colaborador que sabe muito mas não tem atitude. A base do crescimento é o aprendizado; só aprende quem é humilde e só é humilde quem tem postura adequada. - Motivação para o Trabalho Uma equipe capacitada e com postura adequada ainda não é tudo. Falta o querer! A motivação é o que impulsiona o ser humano a querer fazer o que sabe e o que pode. Acredito que todos já tenham convivido com variações estupendas de desempenho fruto de aspectos motivacionais: são as mesmas pessoas, com a mesma postura, mas em momentos distintos... A motivação se manifesta no trabalho através da capacidade

de concentração, da disponibilidade para o trabalho, da disposição para resolver problemas, da cooperação e da vontade de manter bons relacionamentos. A equipe só pode, na minha opinião ser considerada boa quando junta estes três elementos, mas neste artigo estaremos focando essencialmente a motivação, pois todos sabem muito bem o que é motivação, quando eu sou o sujeito a ser motivado, mas poucos refletem profundamente o que é motivação, quando eu sou o sujeito que devo motivar. Vamos tentar entender claramente este processo. O primeiro aspecto a discutir é o que vem a ser Motivação e como podemos motivar alguém. Estarei fugindo de definições clássicas e procurarei focar o tema de forma bastante prática, com os pés no chão de fábrica. E olhando sob este prisma, pode-se fazer duas ponderações em relação ao tema: 1 o. Motivação é individual : pessoas diferentes se motivam por razões diferentes. Qualquer tentativa de padronizar situações motivacionais tendem a ter sucesso relativo pois cada um enxergará esta situação de forma diferente e interpretará os objetivos dentro de seus valores, suas necessidades e seus interesses. 2 o. Motivação está sempre ligada ao futuro: todos nós estamos constantemente investindo no nosso futuro. Afinal se não fosse assim, o que levaria alguém a fazer sacrifícios destinando parte de seu tempo e de seu dinheiro em cursos, ou o que levaria a aceitar situações desconfortáveis agora, esperando que no futuro as coisas se resolvam. O fato é que a motivação está sempre ligada ao conceito de um futuro melhor. E considerando estas duas ponderações, me permito enxergar a motivação sob um aspecto prático da seguinte forma: a pessoa se sentirá motivada no trabalho quando ela perceber um alinhamento, no futuro, entre o seu projeto de vida pessoal e as perspectivas que a empresa onde ele trabalha está oferecendo para viabilizar este projeto. Ou, de uma outra maneira, o quanto a empresa está asfaltando a estrada do seu projeto de vida.

Se o meu projeto de vida é ficar rico quero uma empresa que pague bem; mas se o meu projeto de vida é ter status, quero uma empresa que dê muitas oportunidades de crescimento, e assim por diante. Se concordarmos com esta visão individualista da motivação, fica então uma pergunta: de que forma a empresa, como instituição, pode motivar um funcionário? Entendo que a participação da instituição empresa é bastante limitada. As políticas de Recursos Humanos, o ambiente de trabalho, a prática de um salário justo e benefícios interessantes têm um papel preponderante na escolha da empresa que queremos trabalhar, porém com o tempo são absorvidas pelas pessoas que passam a encarar aquilo como uma coisa natural e não como fonte de motivação constante. É o tipo de coisa que só é notado quando é ruim! Funciona apenas como um fator de desmotivação se não atende as necessidades, mas não funciona como um fator de motivação quando é compatível com as carências dos funcionários. Agora, se a empresa tem um papel limitado, a quem cabe a função de administrar a motivação dos funcionários? Esta é mais uma função do LÍDER. O Líder convive diariamente com seus funcionários e portanto cria um relacionamento com eles. É esse relacionamento que irá permitir que as pessoas se conheçam e que aflorem as visões de cada um, para que o ambiente propício para a motivação esteja presente. Mas continuam as perguntas: como o líder poderá motivar pessoas diferentes com visões, valores e ambições diferentes dentro do competitivo ambiente de trabalho? Antes de comentarmos o que fazer, vale a pena ocuparmos um espaço deste texto para nos aprofundarmos sobre o que NÃO fazer. Tudo o que um líder não deve fazer é falar o que as pessoas querem ouvir para ser legal com elas. A grande confusão que muitos líderes fazem é imaginar que dando

um conforto de curto prazo para o seu funcionário, o problema está resolvido... ou parcialmente resolvido... ou adiado. Parece que o importante é terminar rapidamente o diálogo com o funcionário e, se possível, com sorrisos e apertos de mão ao final. O hoje fica resolvido e o amanhã... se pensa amanhã. O falar o que o funcionário quer ouvir normalmente se transforma em elogios inverídicos, promessas que serão impossíveis de serem cumpridas, aceitação de reclamações improcedentes, posicionamentos controversos; tudo para que o final daquela conversa seja tranqüilo (no curto prazo). Esta é a receita do não fazer porque o líder não conseguirá enrolar todo mundo o tempo inteiro. Quando a verdade vem à tona, os efeitos negativos, que desmotivam, serão infinitamente maiores do que os pseudo efeitos positivos (que achamos que motivam) gerados naquela conversa rápida. O que efetivamente o líder pode fazer, dentro da definição citada anteriormente onde o que se busca é o alinhamento entre o projeto de vida de cada um e as perspectivas oferecidas pela empresa, é apresentar de forma clara o ambiente profissional onde o funcionário está inserido para que ele possa com muita tranqüilidade tomar as suas decisões pessoais e profissionais em relação ao seu futuro. Ou falando de uma forma mais simples: permitir que cada um seja dono do seu nariz. A relação patrão-empregado é uma relação contratual que pode ser quebrada por qualquer uma das as partes desde que sejam seguidas algumas regras e que os direitos de cada um sejam preservados. Sendo assim, posso dizer que a empresa escolhe os seus empregados, mas também os empregados escolhem a empresa que querem trabalhar. É fato que o mercado não está tão tranqüilo a ponto de permitir que o funcionário saia da empresa quando não se vê motivado, mas o fato é que a lei assim o permite e também é fato que funcionários desmotivados têm uma vida difícil e a empresa a que eles estão vinculados também tem perdas com isso. Portanto, a função do líder no processo de motivação é esclarecer para seus funcionários, com muita clareza, qual é a realidade da empresa. No relacionamento existente entre líder e colaborador é fundamental que ambos estejam com todas as informações na mão para que as decisões que forem tomadas por ambos sejam as melhores possíveis. Todas as situações devem estar claras. Vão existir aspectos muito positivos que causarão alegria, aumentarão a disposição e deixarão as pessoas

tranqüilas; mas também existirão os momentos preocupantes que causarão tensão, apreensão e medo. Todos devem estar à mão; da forma mais transparente possível. Deve-se evitar a qualquer custo que faltem informações para que as pessoas tomem as suas decisões e mais ainda deve ser proibitiva a idéia de que as pessoas tomem suas decisões baseadas em fatos inverídicos. Eu posso tomar uma decisão difícil com efeitos negativos, mas se tomei esta decisão baseada em fatos reais, não haverá arrependimento, pois fiz o melhor que pude com a situação que tinha em mãos. O que gera arrependimento, ou raiva, é ter tomado a decisão errada por não ter todas as informações na mão para poder avaliar o ambiente, assumir os riscos e tomar a melhor decisão possível. Observe que dentro do relacionamento líder-colaborador, a idéia básica para criar um ambiente motivador é a geração de CONFIANÇA entre ambos. O colaborador, ao confiar em seu líder e sabendo que ele é o representante da empresa perante os funcionários, entende e interage com o ambiente real onde trabalha e vai, dentro dos seus valores e conceitos, poder avaliar se está no caminho certo e estará assim motivado para tomar as decisões pessoais que forem necessárias para melhorar o seu futuro e o de sua família. E é fato que para a empresa também interessa que dentro de seu grupo de colaboradores a imensa maioria esteja alinhada com suas políticas e desta forma estarão agindo com motivação para que a empresa melhore, pois melhorando a empresa melhora também a sua vida, pois os seus projetos de vida e o que a empresa oferece caminham lado a lado. No dia a dia, esta confiança entre líder e colaborador aparece dentro do processo de comunicação entre ambos. Esta comunicação se dá de diversas formas: desde a instrução para a execução de uma tarefa até uma conversa informal durante um cafezinho, passando por avaliações de trabalhos, reuniões para discutir problemas, solicitação de alguma ajuda pessoal, análise de alguma sugestão de melhoria, etc. Em resumo, o líder e seus colaboradores estão se comunicando o tempo todo, todo dia, a semana inteira, por anos a fio...

E para o líder criar confiança entre seus colaboradores neste processo, ele deve sempre estar preocupado que neste relacionamento, 3 fatores nunca estejam ausentes, pois eles serão o alicerce de todo este processo respeito, diálogo e verdade. Vamos detalhar como cada um deles molda o processo de comunicação entre líder e colaborador que leva à Confiança. - Respeito A confiança só existe entre pessoas que se sentem iguais como seres humanos. E é fato que dentro da estrutura hierárquica de uma empresa o líder e seus colaboradores não são iguais ; eles ocupam níveis diferentes na hierarquia e existe formalmente uma subordinação de um ao outro. Dentro deste aspecto, observa-se que muitos líderes fazem questão de tratar os seus colaboradores como diferentes e, não raro, como menores. Ora, neste ambiente onde prevalece uma relação de submissão é muito pouco provável que haja o respeito, pois o espaço dele será ocupado pelo medo, pela inibição e pelo preconceito. O líder tem que estar genuinamente disponível para os seus colaboradores, deve mostrar claramente que a diferença hierárquica mostra apenas diferenças de funções e não significa um distanciamento entre os seres humanos que convivem no dia a dia. É preciso efetivamente deixar a porta aberta para que o colaborador possa se sentir a vontade a ponto de querer dialogar e expor suas idéias, seus anseios e tudo o mais. Reparem que para o líder criar este ambiente de respeito ele terá de exercitar muito a humildade e não pode sofrer da síndrome da embriaguez do poder. Certamente para muitos estes aspectos são naturais e não exigem esforço, mas para alguns isso significa mudar conceitos e repensar a forma de enxergar o poder e a hierarquia nas empresas. - Diálogo Para haver motivação, precisa haver confiança. Para haver confiança, precisa haver comunicação. E para haver comunicação as pessoas precisam saber falar e ouvir. E a capacidade de ouvir é um dos grandes problemas que se observa nas empresas e

surge como um grande dificultador do processo de comunicação entre líder e seus colaboradores. Respeitar os colaboradores é correto. Como já foi dito, abrem-se as portas. Agora, quando o colaborador se encoraja para se comunicar com seu líder, o mínimo que ele espera é ser ouvido. É muito importante que o líder dedique o seu tempo e sua atenção naquele instante para aquela comunicação. Infelizmente é muito comum observarmos em conversas ou reuniões pessoas que aparentemente estão participando do processo mas não estão processando as informações passadas e portanto não estão se preparando para respondê-las e desta forma o processo de comunicação que deveria ser esclarecedor fica sendo apenas um gerador de frustrações. É melhor que o líder adie por alguns momentos a conversa, do que ouvir sem prestar atenção ao que se é dito. A regra é: a) prestar atenção no que é dito; b) verificar com o colaborador se você compreendeu exatamente o que foi dito por ele; c) responder aos questionamentos; d) verificar se ele entendeu exatamente o que você disse a ele; e, e) verificar se tudo o que foi perguntado teve resposta. Só assim houve diálogo. Agora, é absolutamente normal que o líder não tenha todas as respostas imediatamente. Quando isto ocorre, o líder deve ficar com a pendência, dar um prazo aproximado da resposta e, o mais importante, cumprir este prazo. O que tenho observado como o maior fator de frustração entre os colaboradores das empresas é o esquecimento em relação a retornos prometidos pelos líderes. O colaborador raramente irá cobrar o retorno, mas ficará absolutamente frustrado com a falta de retorno e certamente comentará com seus colegas sobre a falha que o líder está cometendo. Portanto, os líderes devem sempre ter um bloco de anotações (de papel ou eletrônico) no bolso, e registrar os itens que ficaram pendentes com seus colaboradores, para garantir que toda a pergunta será respondida e que portanto o diálogo será sempre estabelecido. - Verdade

É meio constrangedor escrever que devemos falar a verdade (acredito que os pais de todos nós fizeram esta recomendação algumas milhares de vezes), mas o fato é que precisamos fugir da tentação da mentira conveniente e assumir por completo a verdade, mesmo que ela seja dura e triste. É absolutamente óbvio, mas é importante reforçar que a criação de confiança é um processo que é moldado no longo prazo e quando se usa a prática da mentira conveniente, o que se obtém é uma reação satisfatória no curto prazo, mas que tem na sua seqüência (quando a verdade efetivamente surge), um processo de frustração e insatisfação. Quebra-se assim o processo de estabelecimento de confiança que terá a partir daí um percurso muito maior para vencer a relutância inicial e posteriormente voltar a criar o ambiente favorável para o relacionamento confiável. Quando se fala a verdade, as pessoas podem ficar irritadas, tristes ou desmotivadas num primeiro momento se o que for dito não era exatamente o que se queria ouvir, mas perceberão que elas ganharam no sentido em que poderão tomar as suas decisões pessoais da melhor forma possível. Essa percepção não é fácil e muitas vezes ela nos frustra, mas no fundo cria-se uma confiança de que quando a informação que vier for boa, ela será boa mesmo. E isso tem valor. E tenho observado que todos, mesmo os mais humildes, percebem claramente e em pouco tempo quando existe o respeito, o diálogo e a verdade. E observo também que a reação a ambientes deste tipo são extremamente favoráveis, mesmo quando boa parte das informações passadas não são informações agradáveis. Percebe-se a criação de um ambiente de motivação. E finalmente, é importante falar do processo de mudança quando se resolve adotar este tipo de postura pela liderança. Primeiramente, é fato que este tipo de postura não agrada aos líderes autoritários e eles certamente irão reagir a este propósito. Cabe à empresa decidir efetivamente qual o rumo a tomar, pois é inviável uma convivência pacífica entre este tipo de líder e seus companheiros que adotam a nova postura, assim como existe uma tendência dos colaboradores deste tipo de líder a reagirem contra uma situação que melhora para alguns e não para outros. Acredito que dependendo do histórico de liderança das

empresas uma mudança deste tipo pode acarretar mudanças estruturais e de pessoas, ou numa mudança radical da postura de alguns. E outro fato que os líderes precisam saber quando adotam o processo é que a vida vai piorar antes de melhorar muito! Quando os líderes começam a falar as verdades desagradáveis, os colaboradores reagem muito mal no curto prazo. É preciso persistência no processo para que este processo possa ser absorvido. Aparecerão os colaboradores que são formadores de opinião, sendo que uns verão tudo pelo lado negativo, e outros (em menor número, no princípio) que enxergarão as vantagens no longo prazo. Ambos têm que ser trabalhados para que todos passem a entender o novo processo e percebam que a comunicação está melhorando e que eles podem confiar no que é dito. Leva tempo... e não é pouco. E é capaz também que existam mudanças nos colaboradores. Alguns perceberão que estão trabalhando na empresa errada e vão querer sair (o que não deixa de ser um ato movido à motivação ) e outros também não aceitam a nova situação mas, em vez de procurar um novo destino, vão tentar fazer tudo voltar ao que era antes, e talvez a empresa tenha que evitar isso. Provavelmente ocorrerão demissões e contratações. É o preço da mudança. A empresa que tem líderes que desenvolvem este ambiente de confiança, comunicação aberta com respeito, diálogo e verdade; vão ter colaboradores cientes de suas possibilidades, das suas perspectivas dentro da empresa e das possíveis oportunidades que possam surgir. Porém, pessoas nestas condições que resolvem ficar na empresa, geralmente estarão muito motivadas para, sendo donas de seu nariz, buscar o futuro melhor para a empresa o que resultará também num futuro melhor para ele mesmo e para a sua família.