Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina Pesquisa de Resultado de vendas do Dia das Crianças Panorama do movimento na economia da cidade de Lages durante o Dia das Crianças de 2010. DPLAN - Núcleo de Pesquisas
O dia das Crianças, que possui enfoque no público infantil e destaca-se pelo lançamento de produtos que serão comercializados principalmente no natal, é a quarta data comemorativa que influencia no faturamento do comércio no país, ficando atrás somente do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados, isso de acordo com pesquisa realizada pela FECOMÉRCIO SC. Com o intuito de verificar o reflexo econômico gerado este ano proveniente desta data, a Federação do Comércio realizou uma pesquisa com 183 estabelecimentos no município de Lages. Foram cinco setores entrevistados: vestuário, calçados, brinquedo, eletrônicos/jogos e livrarias. A coleta dos dados aconteceu entre os dias 08 e 10 de outubro. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABRINQ), a data é responsável por 45% das vendas de brinquedos no Brasil, o que somou em 2009 R$ 2,5 bilhões no ano e a estimativa para 2010 é que o montante chegue a R$ 3 bilhões. No ano de 2009, a participação de santa Catarina nas vendas de brinquedos considerando o montante vendido no Brasil foi de 3,8%. Este ano a baixa do dólar impactou em uma redução no preço dos produtos importados para a data, principalmente os brinquedos, com isso, é provável que Santa Catarina eleve o percentual de vendas nesta data. Com relação ao valor gasto com a compra dos presentes, a média em Lages foi de R$ 90,00, dos seis municípios de Santa Catarina que foram pesquisados (Florianópolis, Lages, Criciúma, Joinville, Chapecó e Blumenau), foi o que apresentou a segunda menor média de gastos por cliente, perdendo somente para Joinvile com R$ 82,00. 2
Estes resultados demonstram o que a pesquisa de intenção de consumo das famílias (ICF) realizada pela Federação do comércio já vem apontando em suas estatísticas, que a população está otimista 41,8% das famílias que ganham mais de 10 salários afirmaram que consomem mais do que antes e 62,7% pretendem aumentar este consumo nos próximos seis meses. Este otimismo é da empregabilidade. As empresas estão contratando mais, o que faz com que as pessoas tenham mais confiança em consumir. A forma de pagamento comparado a demais cidades do estado, ficou bem dividida, o que é comum nesta época do ano é os consumidores optam por parcelarem o presente de dia das crianças e utilizarem o décimo terceiro para as compras de fim de ano. Lages foi diferente, o pagamento com o cartão de crédito, a prazo ficou com 22,4%, o cartão de crédito, a vista ficou com 16,4%, o crediário com 12% e a vista, em dinheiro, 49,2%. Segundo pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor (PEIC) realizada pela federação do comércio, os catarinenses estão colocando suas dívidas em dia, apenas 13% dos consumidores estão com contas atrasadas, índice este o menor percentual do ano. Isto demonstra mais consciência por parte do consumidor, que consome, mas também percebe a necessidade de saldar seus compromissos em dia. Tendência esta saudável tanto para quem compra quanto para quem vende, da parte do consumidor, pois acaba pagando menos juros e dos comerciantes que aumenta sua confiança em seus clientes. Para confirmar o quadro positivo quanto a inadimplência, foi questionado aos entrevistados sua posição quanto a inadimplência em seu estabelecimento, 25,7% afirmam estar igual ou menor, frente a 29% que afirma ter aumentado. Com relação ao aumento do faturamento em cada setor temos, no vestuário, segundo os respondentes, que o aumento até o dia 10 foi de 12,5% em média com relação ao ano anterior. Calçados apontou 15%, brinquedos 12,5%, eletrônicos e jogos 10% e livrarias 4% em média. Além de mensurar uma prévia do aumento, foi questionado aos empresários se até a data comemorativa eles ainda esperam um incremento nas vendas, 33,3% afirmou que esperam chegar a um aumento no faturamento, incluindo todos os setores, de até 13% em média. Isto porque muitos lojistas dizem que a greve dos bancos está atrapalhando as vendas. 3
Com a alta expectativa de vendas para este dia das crianças, 46% dos empresários entrevistados afirmaram ter investido na ampliação do estoque. Dentre os percentuais expandidos para registramos: 23% no setor de vestuário, 18,5% calçados, 21% brinquedos, 13% eletrônicos e jogos e 20% livrarias. Como o dia das crianças é o termômetro para o natal, as empresas de brinquedos costumam fazer os prélançamentos de seus produtos para instigar a vontade das crianças ao solicitarem seus presentes para o natal, este ano a estimativa é que tenham sido criados cerca de 8.000 brinquedos e lançados cerca de 1.100 brinquedos no mercado nacional. Com isso, a variedade de brinquedos disponíveis no mercado chega a 5.000 unidades no total, destinado a meninos e meninas. Tal informação pode ser utilizada também para outros setores. Com a função de apoiar o comércio nas vendas a prazo, pois, ao realizar a consulta, verifica se o consumidor está na lista de inadimplentes, os sistemas de proteção ao crédito são uma arma importante de auxilio aos empresários a evitarem vendas que possivelmente não serão pagas, ou levarão um prazo a mais para serem quitadas. Como as datas comemorativas impulsionam as vendas e conseqüentemente podem aumentar o numero de inadimplentes para com o comércio, foi questionado se os comerciantes ampliaram o numero de consultas aos sistemas de proteção ao crédito, com isso, apuramos que 19% registraram um aumento de até 10,5% nas consultas. Em resumo o cenário econômico resultante do movimento de dia das crianças foi positivo para a região de Lages, pois o mercado permanece favorável para o consumo devido ao maior índice de empregabilidade e, conseqüente, renda favorável para as 4
famílias, o que reflete em um aumento na quantidade e valor das compras e conseqüentemente um aumento nas vendas para os empresários. O resultado poderia ter alcançado índices mais elevados não fosse à greve bancária que, atingiu todo o Brasil desde o dia 29 de setembro, forçando as pessoas a sacar seus benefícios e pagar suas contas em caixas eletrônicos ou nas casas lotéricas que devido à paralisação, encontram-se com grandes filas. Um grupo de consumidores que, sem dúvida, reduziu suas compras em função desse inconveniente foram os idosos que, em sua maioria, não sabem manusear os caixas eletrônicos e ainda tem que se submeter a grandes filas de espera para sacar seus benefícios. 5