Secções Actividade Seguradora 10 Serviços APS 12 Novas Publicações 14 Formação 24 Escaparate 25 XI Encontro de Resseguros 27 Última hora 28



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Transcrição:

Outubro, Novembro e Dezembro 2005 www.apseguradores.pt Notícias Editorial 02 Assembleia Geral da APS aprova CÓDIGO DE CONDUTA 03 Prémio Associação Portuguesa de Seguradores 03 Europ Assistance com Nova Imagem 03 1º Encontro da Mútua dos Pescadores 04 PAGESE - Programa Avançado em Gestão de Seguradoras 05 Gan Portugal muda para Groupama Seguros 05 Encontro do CEA com o Presidente da Comissão Europeia 06 Mapfre adere ao IDS 06 Allianz Portugal ganha Troféu Call Center 2005 06 Audiência com o Secretário de Estado da Administração Interna 06 Artigos de Fundo Catástrofes em 2005 07 Evolução Previsível da Conjuntura 15 Novidades Fiscais - Orçamento de Estado para 2006 e Outra Legislação Relevante 16 Solvência II 19 Gestão do Risco - Uma nova preocupação das empresas? 22 Secções Actividade Seguradora 10 Serviços APS 12 Novas Publicações 14 Formação 24 Escaparate 25 XI Encontro de Resseguros 27 Última hora 28

editorial No lançamento das actividades da APS para o ano de 2006 gostaria de fazer alguns comentários sobre as grandes linhas de preocupação que presidiram ao nosso funcionamento em 2005 e que nos irão ainda caracterizar no futuro. Bem conscientes da total independência do nosso papel bem como da obrigação regulamentar e ética de não ingerência no funcionamento dos mercados, tem sido e irá continuar a ser determinante a nossa contribuição para a análise e acompanhamento gerais das diversas áreas técnicas do sector segurador. Trata-se de uma necessidade cada vez mais imposta por um mercado onde a natureza e dimensão dos riscos se vão alterando com enorme rapidez exigindo uma reflexão cuidada das suas implicações e da forma como as seguradoras poderão contribuir para a respectiva cobertura. É também uma área onde ainda mais se sente a necessidade de uma colaboração aberta, permanente e estreita entre o sector público e as entidades privadas de maneira a que se encontrem soluções conjuntas que melhor se ajustem aos legítimos interesses dos consumidores. Lembremo-nos, por exemplo, dos riscos catastróficos e nomeadamente do risco sísmico. A APS tem acompanhado também todas as evoluções e ajustamentos regulamentares que vêm surgindo quer no mercado nacional quer no internacional em aspectos tão importantes como a modernização dos sistemas de contabilidade e a implantação da Solvência II. Por outro lado tem sido objectivo da APS proporcionar às suas Associadas meios tecnológicos avançados e bem estruturados para fazer face às diversas necessidades que a evolução do mercado vai determinando. Nesse campo salientamos os ajustamentos que vêm sendo feitos à rede Segurnet bem como os projectos existentes para 2006 relativos à melhoria do tratamento dos riscos materiais automóvel (IDS e Condição Especial IDS) e ao Co-seguro. É justo sublinhar a contribuição das Comissões Técnicas e dos diversos Grupos de Trabalho em todas estas áreas. Sem a colaboração profissional e de altíssima qualidade técnica que os Presidentes e demais membros desses órgãos regularmente oferecem com total disponibilidade e dedicação seria impossível atingir os objectivos pretendidos. A Formação é uma segunda grande zona em que a APS tem procurado servir o mercado quer das suas Associadas, quer dos jovens que se pretendem dedicar a este sector quer ainda de terceiras entidades mediadores, associações industriais, universidades, seminários específicos, etc. Também nesta área iremos procurar modernizar os nossos meios técnicos e humanos com a intenção de fazer chegar esse serviço a zonas mais distantes e abrangentes do mercado. Por fim, tem sido nosso objectivo salientar a importância económica e social da actividade seguradora. Somos um sector que é não só o maior investidor institucional no mercado financeiro como ainda canaliza, em cada minuto que passa e apenas na regularização de sinistros da área não-vida, cerca de cinco mil euros de recursos para diversas áreas empresariais e económicas desde médicos e hospitais até às oficinas de reparação automóvel. Trata-se de uma questão muitas vezes esquecida mas cuja evidência deve ser sistematicamente sublinhada. A APS tem vindo a desenvolver um plano de comunicação para fazer chegar essa mensagem junto das variadas entidades interessadas, desde órgãos políticos e de media, até aos próprios consumidores. Trata-se de uma missão de esclarecimento e dignificação da nossa imagem mas que passa também e necessariamente por uma cada vez maior consciencialização das próprias seguradoras na alta qualidade e transparência dos seus serviços e do seu relacionamento com os Clientes e parceiros de negócio. Jaime Roque Pinho d Almeida Presidente da APS De facto, não temos dúvida de que a boa forma e substância do relacionamento de cada seguradora com os seus Clientes é o instrumento ideal para melhorar a nossa imagem e a nossa justa percepção pelo mercado. 02

notícias Assembleia Geral da APS aprova CÓDIGO DE CONDUTA Realizou-se no passado dia 20 de Dezembro a Assembleia Geral Ordinária da Associação Portuguesa de Seguradores, na qual foram aprovados, por unanimidade, o Programa de Actividades e Orçamento para o exercício de 2006. Também por unanimidade foi aprovado o Código de Conduta da APS que estabelece as regras a observar pelos membros dos órgãos sociais, órgãos de consulta e por todos os seus colaboradores no desempenho de funções profissionais ao serviço da Associação. Este Código tem como principais objectivos assegurar que, além do cumprimento das regras e deveres resultantes das disposições legais e regulamentares aplicáveis, a actividade da Associação seja prosseguida de acordo com rigorosos princípios deontológicos e sentido de responsabilidade social. Com este Código de Conduta, a APS visa a afirmação de uma imagem institucional de rigor, competência e idoneidade, e pretende que o mesmo constitua um padrão e referencial de conduta a observar pelos membros dos órgãos sociais e de consulta da Associação e seus colaboradores, quer no relacionamento interno quer externo. De acordo com Jaime d Almeida, presidente da APS, no mundo actual dos negócios reveste-se de particular relevância a ética pessoal e profissional de todos quantos colaboram numa empresa, respeitando, mediante uma adequada conduta, a deontologia do sector em que operam, e regendo a sua conduta por princípios que respeitem os valores que permitam uma correcta actuação da empresa na sociedade em que está inserida. As empresas em geral devem pois operar com políticas e procedimentos consistentes com os valores e os padrões de conduta que defendem e que determinam a sua orientação estratégica e o seu comportamento no mundo dos negócios. Prémio Associação Portuguesa de Seguradores A Associação Portuguesa de Seguradores atribuiu na Sessão Solene de Entrega de Prémios e Diplomas da Universidade Nova da Faculdade de Economia mais um Prémio Associação Portuguesa de Seguradores. Como habitualmente, a APS fez-se representar pelo seu Director Geral Adjunto Miguel Guimarães que entregou o alusivo prémio ao aluno Tiago Miguel Castanheira Correia Costa Pires que, em conformidade com o regulamento associado a este prémio, foi o melhor aluno na cadeira de Econometria II do ano lectivo 2004/2005. Europ Assistance com Nova Imagem A Europ Assistance apresenta as razões porque decidiu alterar a imagem institucional até agora usada. Há mais de 40 anos desde que fomos os pioneiros da assistência que temos vindo a inovar de forma constante, concebendo soluções de assistência mais humanas e mais orientadas, tanto em situações excepcionais como no dia-adia nos quatro cantos do mundo. A imagem da nova Marca constitui o instrumento chave que vai nos permitir suas necessidades de assistência. alcançar os objectivos que pretendemos Por outro lado, as pessoas representam atingir de liderança Mundial e elevar o seu sucesso. Para traduzir exactamente este conceito o novo logo exprime o padrão de qualidade dos serviços de assistência. mais emoção e movimento, reflexo da Com esta mudança quiseram ajustar assistência a Clientes em todo o globo, o posicionamento às necessidades do por isso, a sua forma redonda e o seu mercado dos serviços de assistência que volume, evocando a nossa dimensão à ajudamos a construir. escala mundial. O novo logotipo e o novo lettering procuram traduzir a constante evolução dos fortalecer a natureza contemporânea da O lettering foi redesenhado de modo a serviços e produtos direccionados para Marca preservando, ao mesmo tempo, todos os clientes, quer sejam institucionais ou particulares, que procuram a encarnado continuam mas, agora mais o factor localidade. As cores azuis e qualidade e a eficácia na resolução das quentes e amigáveis. 03

notícias 1º Encontro da Mútua dos Pescadores FUTURO DO COOPERATIVISMO EM REFLEXÃO Sob o lema Cooperativismo, Presente e Futuro, realizou-se, a 12 de Novembro em Monsaraz, nas margens do Alqueva, o 1º Encontro da Mútua dos Pescadores. Esta iniciativa da Mútua dos Pescadores, primeira cooperativa de utentes de seguros portuguesa, enquadra-se nas actividades associativas, sociais e culturais da seguradora e constituiu um momento de lazer, convívio e reflexão para os mais de 150 participantes no evento. Com a presença de Manuel Canaveira de Campos, Presidente do INSCOOP, João Andrade Santos, Presidente da Região de Turismo de Évora, José Calixto, Vice-presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e Fernando Parreira, Dirigente da CONFECOOP, e moderado pelo Presidente da MÚTUA, João Lopes, contou com a participação de muitos outros dirigentes de cooperativas e demais instituições, o colóquio abordou temáticas como a evolução do cooperativismo e a sua importância no mundo, na Europa e em Portugal; o contributo do cooperativismo para o desenvolvimento da economia social; as novas formas de gestão cooperativa no contexto da globalização; e a divulgação do cooperativismo na educação cívica dos jovens. Numa calorosa e motivante palestra, Manuel Canaveira de Campos, salientou que o movimento cooperativo conta com mais de 150 anos de história, sendo que, actualmente, existem no mundo 800 milhões de pessoas que são membros de cooperativas, com o sector a dar trabalho a cerca de 100 milhões de pessoas em todo o globo. A nível europeu, existem 288.560 cooperativas, com 140 milhões de pessoas como membros individuais e nas quais trabalham 2,3 milhões de pessoas. Em Portugal estão no activo 3.077 cooperativas, com 2,4 milhões de associados e que dão emprego a mais de 50 mil pessoas. Contabilizando o volume de vendas dos 12 ramos do sector cooperativo português, Manuel Canaveira de Campos referiu que o valor apurado ronda os 85 milhões de euros, isto é 5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Deixando uma mensagem de esperança para o sector, o Presidente do INSCO- OP realçou que as cooperativas estão presentes de uma forma generalizada no quotiano das pessoas, e que existe um espaço muito amplo para o surgimento de novas áreas para a formação de cooperativas, seja no consumo, serviços, turismo, cuidados de saúde, ensino ou cultura. Efectuando uma definição de cooperativa, o orador classificou estas estruturas como uma associação de pessoas que se juntam para a satisfação de necessidades comuns, através de uma empresa que é de todos e é gerida democraticamente. Por isso, nas cooperativas não há patrões e o objectivo não é a criação de lucro, mas sim a prestação de um serviço aos cooperadores. Reflectindo sobre a relevância do cooperativismo para o desenvolvimento da economia social, o orador sublinhou que este sector promove uma economia baseada na pessoa, é um factor de desenvolvimento duradouro, é uma escola da cidadania, promove a inclusão das pessoas e é uma forma de estruturação da sociedade, dando primazia ao social ao invés do económico. Além do seminário, o 1º Encontro da Mútua dos Pescadores incluiu um almoço de convívio animado por cantares regionais alentejanos e um passeio de barco pela Barragem do Alqueva. Sobre a Mútua A Mútua dos Pescadores é uma seguradora que iniciou a sua actividade em 1942, na pesca profissional, sendo hoje líder neste sector dos seguros em acidentes de trabalho, acidentes pessoais e marítimo. Em 2000 estendeu a sua acção às comunidades ribeirinhas, à pesca desportiva e às actividades náuticas de recreio onde já conquistou uma importante quota de mercado, conseguindo em apenas 5 anos uma adesão de 6.000 embarcações. Com mais de 15.000 Cooperadores, a Mútua tem hoje, no Continente e nas Ilhas, 100 dirigentes eleitos entre os Cooperadores, 60 trabalhadores, mais de 150 colaboradores e 14 dependências e balcões, alguns deles com serviços médicos, de enfermagem e fisioterapia próprios, formando uma equipa sempre empenhada numa cultura de qualidade, especialização e humanismo. Considerada em 2004, a 4ª melhor seguradora, no ranking da revista Exame é, simultaneamente, uma instituição com intervenção de reconhecida impor- 04

notícias tância no plano social e cultural, razões julgadas suficientes para que recebesse, no ano de 2000, das mãos do Ministro da Agricultura e Pescas, a única Medalha de Honra da Pesca já atribuída. Em 2004, os estatutos da Mútua dos Pescadores, foram adaptados à forma cooperativa, passando a ser a 1ª Cooperativa Portuguesa de Seguros. A Mútua dos Pescadores, Mútua de Seguros, C.R.L., faz uma aposta clara na prestação de um serviço de seguros, na pesca profissional, em todas as actividades náuticas, nas comunidades ribeirinhas e oferece ao Movimento Cooperativo uma plataforma de seguros, tendo em conta as melhores soluções para os seus riscos. Os seus produtos próprios pertencem aos ramos de Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais, Marítimo, Incêndio e Multirrisco, mas oferece todos os outros seguros, seleccionados noutras seguradoras, nomeadamente o seguro Automóvel, em parcerias criteriosas e vantajosas para os seus Cooperadores e clientes. Mais informações: www.mutuapescadores.pt PAGESE - Programa Avançado em Gestão de Seguradoras - 2ª edição Decorreu no passado dia 14 de Dezembro, no Auditório Cardeal Medeiros da Universidade Católica Portuguesa, a Cerimónia de Entrega de Diplomas dos Programas para Executivos, em que foram entregues os Diplomas aos 11 gestores e quadros que terminaram a 2ª edição do Programa Avançado em Gestão de Seguradoras PAGESE. Na Sessão de Encerramento e Entrega de Diplomas estiveram presentes Alexandre João D Eça Vidal Pinheiro Colaço da Costa (BPI Seguros), António João dos Santos Ribeiro (Tranquilidade), Cristina João Gomes de Matos (Victoria Seguros), Emanuel Carlos Saraiva Duarte Silva (Allianz Portugal), Filipa Mascarenhas de Brito de Castro Monteiro (MDS Corretor de Seguros/Grupo SONAE), Guilherme Carlos Martins Henriques (Tranquilidade), João Carlos de Sousa Brito (Fidelidade Mundial), João Domingos Forte Pinto Sessão de Encerramento e Entrega de Diplomas Barreiros (Tranquilidade), Joaquim Manuel Simplício Anacleto (Mútua dos Pescadores), Manuel Luís Rovisco Banha (Allianz Portugal), Maria Helena Figueiredo Nunes Ribeiro (Fidelidade Mundial), Pedro Inês (APS). Esta 2ª edição do PAGESE, preparado pela Universidade Católica Portuguesa, em iniciativa conjunta com a Associação Portuguesa de Seguradores, decorreu de 8 de Abril a 18 de Novembro de 2005, às sextas feiras das 17h às 21h e aos Sábados das 9h às 13h. Para a APS, é particularmente gratificante registar o enorme êxito desta 2ª edição do PAGESE, para o qual muito contribuíram a excelência do corpo docente e, sobretudo, o entusiasmo e empenho deste conjunto de dirigentes e quadros de empresas do sector segurador, que investiram o seu tempo e energia na frequência deste curso. A 3ª edição do PAGESE terá início no próximo mês de Outubro, encontrando-se as candidaturas a decorrer na Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa. Para mais informações poderá contactar Catarina Paiva (cpaiva@fcee.ucp.pt) ou Sónia Gonçalves(sgoncalves@fcee.ucp. pt), pessoalmente, por e-mail, ou pelos telefones 21 727 2634 e 21 721 4220, ou pelo fax 21 727 0252. Gan Portugal muda para Groupama Seguros No seguimento da estratégia internacional de fortalecimento da marca, a GAN Portugal mudou a sua designação para GROUPAMA SEGUROS, assumindo, assim a identidade da casa-mãe. Representando um investimento de 650 mil euros, a mudança em Portugal vem juntar-se aos processos de mudança de marca que aconteceram noutros países, como sejam, a Inglaterra, a Hungria e a Espanha e que têm tido impactos positivos nos respectivos mercados. Acreditando no melhor aproveitamento dos recursos e sinergias bem como no potenciar do know-how e da força multinacional do Grupo Groupama, esta mudança da marca em Portugal reflecte a aposta estratégica deste Grupo segurador no Sul da Europa, onde o mercado segurador evidencia perspectivas de crescimento atractivas. Groupama Seguros apresenta também uma nova assinatura A Vida Por Inteiro que reflecte os valores do Grupo como sejam a Responsabilidade, o Compromisso, a Autenticidade e a Confiança no Futuro cultivando uma visão muito positiva da actividade seguradora. 05

notícias Encontro do CEA com o Presidente da Comissão Europeia Mapfre adere ao IDS Na sequência de diligências da APS, uma delegação do CEA, formada pelo seu Presidente, pelo Secretário-Geral e pelo Presidente da APS, foi recebida pelo Presidente da Comissão Europeia. Neste encontro o CEA teve a oportunidade de apresentar à Comissão Europeia alguns dos dossiers que mais preocupam o sector segurador e de dar relevo à importância da actividade seguradora na economia e na sociedade em geral, salientando os contributos que este sector pode dar e evidenciando o mérito das parcerias público/privado. No dia 1 de Janeiro de 2006 a Associada da APS Mapfre Seguros Gerais aderiu ao Protocolo IDS Indemnização Directa ao Segurado. Com esta nova adesão o universo das seguradoras que subscreveram o referido protocolo eleva-se para 99,9%, em termos de prémios de seguro directo. Allianz Portugal ganha Troféu Call Center 2005 A Allianz Portugal ganhou o Troféu Call Center 2005 para a melhor empresa não especializada, assim como a Menção Honrosa para o melhor Call Center de Seguros, atribuídos pelo IFE Portugal International Faculty for Executives no passado dia 4 de Novembro. A avaliação dos serviços de atendimento telefónico foi feita pela multinacional suíça SGS (Sociedade Geral de Supervisão), reconhecida empresa de auditoria e certificação da Qualidade aplicada a empresas e serviços, numa parceria que o IFE desenvolveu para 2005. Os itens avaliados foram a Disponibilidade, Educação e Amabilidade, Expressão Oral, Aspectos Agradáveis, Tratamento da Chamada, Uso da Linguagem, Tipo de Discurso, Solução num único Telefonema, Conhecimentos e Profissionalismo do Operador, Adaptabilidade do Operador à situação e Acolhimento e Despedida. A avaliação foi elaborada com base em 20 chamadas mistério para cada empresa, baseadas em cenários reais. O grupo de Call Centers em avaliação foi composto, após triagem inicial, por 30 empresas dos seguintes sectores de actividade: Banca, Comércio/Distribuição, Outsourcer, Seguros, Serviços, Telecom, Transportes/Logística. O Call Center da Allianz Portugal esteve excelente (percentagens acima de 90%) em praticamente todos os aspectos: Disponibilidade 53,60 Educação e Amabilidade 87,80 Expressão Oral 99,00 Aspectos Agradáveis 52,50 Tratamento da Chamada 97,50 Uso da Linguagem 100,00 Tipo de Discurso 96,00 Solução num único Telefonema 90,50 Conh. e Profissionalismo do Op. 95,13 Adaptabilidade do Op. à situação 97,75 Acolhimento e Despedida 91,25 Os galardões, que foram entregues no decurso do salão profissional Expo Call Center e CRM Solutions, que decorreu de 2 a 4 de Novembro na Culturgest, foram atribuídos este ano pela quinta vez. Audiência com o Secretário de Estado da Administração Interna A 11 de Janeiro de 2006, o Presidente do Conselho de Direcção da APS Jaime d Almeida reuniu com o Secretário de Estado da Administração Interna Ascenso Simões para abordar e analisar um conjunto de assuntos, entre os quais se destacam a Lei de Bases da Protecção Civil, a partilha de informação entre a APS e a DGV, o novo enquadramento da PRP Prevenção Rodoviária Portuguesa e o Modelo de Cobertura dos Riscos Sísmicos. 06

artigo de fundo Catástrofes em 2005 Cálculos provisórios de perdas catastróficas, elaborados pela sigma da Swiss Re: Sinistros graves e record de perdas seguras avaliados em 80 mil milhões de dólares Segundo as primeiras estimativas, em 2005, mais de 112 000 pessoas, em todo o mundo, perderam a vida em consequência de catástrofes naturais e técnicas. Estas catástrofes representam um prejuízo económico total de cerca de 225 mil milhões de dólares, dos quais cerca de 80 mil milhões são danos cobertos pelo seguro. Assim, 2005 foi o ano de maiores custos de sempre para as companhias de seguros. 87 000 mortos no sismo do Paquistão Em 2005, os tremores de terra causaram mais de 90 000 mortos. No dia 8 de Outubro, um sismo de grau 7,6 da escala de magnitude sísmica abalou a região de Muzaffarabad, no norte do Paquistão. A derrocada de edifícios e o frio que se seguiram causaram mais de 87 000 mortes no Paquistão e em regiões vizinhas da Índia. Em 28 de Março, um tremor de terra de magnitude 8,7 provavelmente uma réplica do de 26 de Dezembro de 2004 abalou o norte da ilha de Sumatra, causando mais de 2 600 vítimas. Em 22 de Fevereiro, também o Irão foi atingido por um sismo de magnitude 6,4, que custou mais de 600 vidas. A elevada percentagem de mortes causadas por estes eventos é devida não só à alta actividade sísmica, mas também aos baixos níveis de qualidade de construção existentes nas regiões afectadas. As tempestades e as inundações fizeram aumentar o número de vítimas: em Fevereiro, os deslizamentos de lamas provocados pelas chuvas diluvianas no Paquistão levaram à morte mais de 2 000 pessoas. Mais de 1 600 pessoas morreram quando o furacão Stan varreu a América Central, no princípio de Outubro; o furacão Katrina levou 1 200 vidas nos Estados Unidos, no fim de Agosto. E em Julho, as inundações na Índia afogaram 1 150 pessoas. Foi na Ásia que mais de 90% das 112 000 vítimas de catástrofes ocorridas em todo o mundo perderam a vida. As perdas totais elevaram-se a 225 mil milhões de dólares As catástrofes naturais e técnicas de 2005 causaram 225 000 mil milhões de dólares de perdas directas em edifícios, infra-estruturas e veículos. O Katrina causou uma enorme devastação, em consequência de inundações e tempestades. As perdas económicas foram avaliadas, nas primeiras estatísticas da sigma da SwissRe, em 135 mil milhões de dólares, a que se seguem o Rita e o Wilma, acrescentando cada um deles 15 mil milhões de dólares. Os danos causados pelo terrível terramoto no Paquistão foram da ordem dos 5 mil milhões de dólares, embora em Dezembro não se tenha ainda podido avaliar os danos causados pelo enorme incêndio num depósito de petróleo, próximo de Londres. Dentre as perdas totais à escala mundial, um terço estavam cobertas pelo seguro. Os danos seguros atingiram 80 mil milhões de dólares O montante atingido pelos danos seguros 80 mil milhões de dólares foi o mais elevado de sempre. Quase 90% deste montante foi devido a tempestades e a inundações relacionadas com tempestades. O furacão Katrina, por si só, deve custar às seguradoras 45 mil milhões de dólares. Antes de 2005, o furacão Andrew (1992) tinha sido a catástrofe mais dispendiosa, que foi avaliada em 22 mil milhões de dólares, seguida do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001, com menos de 21 mil milhões de dólares (a preços de 2005). Nos Estados Unidos, foram registadas perdas de 70 mil milhões de dólares, ou seja, 88% de todas as perdas catastróficas de 2005. No Golfo do México, os danos causados pelos furacões em plataformas petrolíferas e perfuradoras ocasionaram sinistros de elevado valor. Além disso, 6 mil milhões de dólares, ou seja, 8% dos danos seguros, dizem respeito à Europa: fortes chuvas na Suíça, na Alemanha e na Áustria causaram inundações e deslizamentos de terras em Agosto, tendo originado danos materiais e quebras de exploração no montante de 1,9 mil milhões de dólares. Em Janeiro, a tempestade de inverno Erwin, custou 1,5 mil milhões de dólares, principalmente na Dinamarca, na Suécia e no Reino Unido. O balanço das catástrofes de 2005 não está ainda completo, mas a tendência para perdas muito elevadas parece continuar. O motivo está, pelo menos em parte, no aumento de densidade das populações, na elevada concentração de valores seguros, e no facto de a indústria da construção se estar a expandir em áreas de altos riscos naturais. A subida de temperaturas que se tem feito sentir desde os anos 90 e a elevada frequência de furacões dão pouca esperança de que esta tendência seja em breve reversível. 07

artigo de fundo AS MAIS GRAVES CATÁSTROFES EM TERMOS DE VÍTIMAS - 2005 Vitímas Data Evento País (mortos e desaparecidos) (ínicio) 87 000 08.10.2005 Sismo (Mw 7,6): Paquistão, Índia, réplicas, deslizamentos de terras Afeganistão 2 600 28.03.2005 Sismo (Mw 8,7): Indonésia várias réplicas 2 030 09.02.2005 Chuva, Paquistão deslizamentos de lamas, avalanches, rebentamento de 3 diques 1 600 02.10.2005 Furacão Stan; México, Guatemala, fortes chuvas, inundações deslizamento de terras El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica 1 193 24.08.2005 Furacão Katrina; EUA, Golfo do México, rebentamento de diques, inundações, danos em perfuradoras de petróleo 1 150 09.07.2005 Inundações Índia deslizamentos de terras, nomeadamente em Mumbai Bahamas Sinistros 1970/2005 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Catástrofes Técnicas Catástrofes Naturais Milhares de milhões de dólares a preços de 2005 08

Catástrofes em 2005 OS SINISTROS DE MAIS ELEVADOS CUSTOS - 2005 Danos seguros Vítimas Data Evento País / região (Milhares de (mortos e (início) milhões USD) desaparecidos) 45 1 193 24.08.2005 Furacão Katrina; EUA, Golfo do rebentamento de diques; inundações; danos em perfuradoras de petróleo México, Bahamas 10 34 20.09.2005 Furacão Rita; inundações; EUA, Golfo do danos em perfuradoras de petróleo México, Cuba 8 20 16.10.2005 Furacão Wilma; chuvas EUA, México, torrenciais, inundações Jamaica, Haiti, Cuba 2 61 06.07.2005 Furacão Dennis EUA, Caraíbas, Cuba, Haiti et al. 1,9 43 19.08.2005 Inundações e deslizamentos Suíça, Alemanha, de terras, causados por chuvas torrenciais Áustria et al. 1,5 17 08.01.2005 Tempestade de inverno Erwin Dinamarca, Suécia, Reino Unido, Noruega, Alemanha, et al. DEFINIÇÕES E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DAS ESTATÍSTICAS DA SIGMA RELATIVAS A CATÁSTROFES Catástrofes naturais Catástrofes técnicas Perdas totais Sinistros materiais Danos causados por forças da Natureza Danos relacionados com actividades humanas Perdas com impacto económico directo Parte de perda total coberta pelo seguro de bens NÚMEROS MÍNIMOS DOS CRITÉRIOS DE SELECÇÃO Perda total 78 mil milhões de dólares Ou: danos seguros Marítimo: 16 mil milhões de dólares Aviação: 34 mil milhões de dólares Outros: 38 mil milhões de dólares Ou: Vítimas Mortos ou desaparecidos: 20 Feridos: 50 Desalojados: 2 000 09

actividade seguradora Evolução da Produção de Seguro Directo Janeiro a Novembro de 2005 Em Novembro último, o volume acumulado de prémios de seguro directo ascendia, para uma amostra de 96,6% do mercado, a 11,7 mil milhões de euros, registando uma taxa de crescimento de 34,7% face ao período homólogo de 2004. O segmento Vida, que atingiu, para esta amostra, uma produção total de quase 8 mil milhões de euros, continua a apresentar um elevado nível de crescimento (58,6%), tendo sido os produtos de perfil financeiro aqueles que mais contribuíram para esta evolução. Observe-se que esta taxa de crescimento, alcançada, genericamente, a partir do início do 2º semestre, é quase 42 pontos percentuais superior à registada em igual período do ano anterior. Já o crescimento do segmento Não Vida (2,4%) continua moderado, o que, aliás, Prémios de Seguro Directo Valores acumulados Novembro 05 AUTOMÓVEL ACIDENTES DE TRABALHO RISCOS MULTI. DOENÇA RESTANTES NÃO VIDA Novembro 04 Novembro 05 PRODUTOS FINANCEIROS PRODUTOS TRADICIONAIS PPRs OP. CAP. VIDA Novembro 04 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Unidade: Mil Milhões de Euros 10

actividade seguradora se constata em relação a todos os seus grandes ramos, exceptuando o Doença, que cresceu 8,3% e, em sentido oposto, o de Responsabilidade Civil Geral, que conheceu mesmo um decréscimo de 3,2%. Na análise da evolução ao longo do ano das taxas de crescimento homólogas, é evidente a influência do comportamento do segmento Vida na expansão global da actividade, enquanto que o segmento Não Vida apresenta um padrão semelhante ao da taxa de inflação, sobretudo desde Agosto de 2005. Taxas de Crescimento Mensais Acumulados 65% 60% 55% 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0 JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. Vida Total Não Vida Taxa de Inflação homóloga 11

serviços aps CRS Convenção de Regularização de Sinistros CRS Convenção de Regularização de Sinistros (Processos CRS) 2004/2005 100 % 96,1% 95,5% 80 % 60 % 40 % 20 % 0 % DANOS PRÓPRIOS E TERCEIROS PASSIVOS 0,2% 0,2% DESPESAS HOSPITALARES 3,7% 4,3% ACIDENTES DE TRABALHO E AUTOMÓVEL 2004 2005 Processos abertos até 31 de Dezembro FNM Ficheiro Nacional de Matrículas Nº de Matrículas em Vigor por Ano de Abertura das Apólices 31.12.2005 Ano Nº de Matrículas Freq. Relativas Freq. Absol. 2005 1.126.148 20,1% 20,1% 2004 1.103.838 19,7% 39,8% 2003 624.824 11,2% 51,0% 2002 596.322 10,6% 61,6% 2001 400.176 7,1% 68,8% 2000 336.346 6,0% 74,8% [1990;1999] 1.023.109 18,3% 93,0% [1980;1989] 269.082 4,8% 97,8% [1970;1979] 98.265 1,8% 99,6% [1960;1969] 20.407 0,4% 100,0% [1950;1959] 1.983 0,0% 100,0% [1940;1949] 372 0,0% 100,0% [1930;1939] 9 0,0% 100,0% [1920;1929] 0 0,0% 100,0% [1910;1919] 1 0,0% 100,0% 1902 1 0,0% 100,0% <1902 1 0,0% 100,0% Total: 5.600.884 Total [<1902;2005] 5.600.884 100,0% Nº de Matrículas em Vigor por Categoria ISP 31.12.2005 Categoria ISP Nº Matrículas Estrutura CICLOMOTORES 334.987 6,0% MOTOCICLOS 152.827 2,7% LIGEIROS (Particular) 4.060.825 72,5% MISTO 366.535 6,5% PESADO* 303.315 5,4% Restantes 382.395 6,8% Total 5.600.884 100,0% * caminheta, camião, autocarro e articulados Nº de Matrículas de Apólices Novas por Ano 31.12.2005 Ano Nº Matrículas 2005 1.367.933 2004 1.777.974 Total: 3.145.907 12

serviços aps Evolução da Convenção IDS Segurnet - Número de Utilizadores 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Evolução do Número de Utilizadores da Segurnet 2005 13.060 13.536 13.678 13.751 13.887 13.871 13.947 14.097 14.323 14.590 14.905 Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Segurnet - Número de Logins 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 Evolução do Número de Logins da Segurnet 2005 168.008 172.028 164.087 170.052 167.967 170.029 161.508 183.186 179.616 192.406 176.497 Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 13

novas publicações Indicadores Estatísticos 3º trimestre 2004 e 2005 BREVES CONCLUSÕES A evolução da actividade seguradora no 3º trimestre de 2005 continua marcada pelo excepcional crescimento da produção do ramo Vida (58,2%), que se acentuou ainda em relação ao registado no final do primeiro semestre (54,1%). A expansão deste segmento decorre da aposta que alguns grupos financeiros têm feito na comercialização de produtos de capitalização das seguradoras, ao que acresce o impacto da nova Directiva da Poupança, que acentuou o investimento neste tipo de produtos de poupanças de não residentes antes aplicadas noutros instrumentos financeiros. Em contraste, o segmento Não Vida evolui a um ritmo historicamente moderado (1,6%), aliás mais moderado agora do que no final do primeiro semestre, o que se associa a uma conjuntura macroeconómica pouco favorável à expansão da massa segura. Em compensação, e em parte pelas mesmas razões, os custos com sinistros estão também relativamente estagnados neste segmento, do que resulta uma evolução meramente marginal da taxa de sinistralidade entre os períodos homólogos de 2004 e 2005. Em Vida, todas as modalidades em que se decompõe esta estatística (excepto a dos seguros de nupcialidade e natalidade) continuam a revelar um forte dinamismo neste ano de 2005. A partir de outras estatísticas da APS com informação mais detalhada, pode constatarse adicionalmente que são os produtos e operações de capitalização que mais crescem neste contexto, juntamente com os seguros de rendas vitalícias, embora estes com uma expressão bem mais limitada. Neste ramo Vida, os montantes pagos (e o total dos custos com sinistros) crescem a um ritmo relativamente moderado, do que se presume que este substancial acréscimo da produção nova não está a ser suportado pelo reinvestimento de resgates ou vencimentos de produtos de seguros anteriores. Relativamente ao segmento Não Vida, constata-se, por um lado, que é relativamente homogénea a estagnação da actividade em todos os seus grandes ramos (alguns deles com evoluções mesmo negativas) e, por outro, que houve ainda uma desaceleração da produção entre o final do primeiro semestre e o deste terceiro trimestre de 2005. Embora menos homogénea entre os diversos ramos, a evolução dos custos com sinistros globais de Não Vida mantémse também muito moderada em 2005, não gerando, assim, um agravamento da taxa de sinistralidade. No entanto, alguns progressos que este indicador vinha registando no final do primeiro trimestre e do primeiro semestre, comparativamente com os períodos homólogos do ano anterior, estão agora praticamente anulados, não diferindo senão marginalmente as taxas registadas em 2005 e 2004. Entre os ramos Não Vida de maior dimensão, importa salientar o agravamento dos custos com sinistros e da taxa de sinistralidade do de Acidentes e Doença, que é comum aos sub-ramos de Acidentes de Trabalho e de Doença, e que comprova uma preocupante inflação dos custos nesta área da saúde, não inteiramente acompanhada pelo crescimento da receita de prémios. Já no ramo Automóvel, a taxa de sinistralidade, fruto de uma contenção dos custos com sinistros, mantém-se abaixo da do período homólogo do ano anterior (em 2 pontos percentuais), ainda que bem acima da taxa média do segmento Não Vida e da de todos os restantes ramos, excepto Acidentes e Doença. Relativamente aos valores de resseguro aceite e de resseguro cedido, importa ressalvar que a evolução entre os dois períodos em análise está distorcida por alterações de natureza administrativa operadas com a venda de algumas companhias de um dos grupos seguradores do mercado, concretamente quanto ao seu relacionamento na prestação de determinados serviços. A referida reorganização determinou um aumento substancial dos montantes registados como prémios e custos de resseguro aceite e cedido nos ramos de Acidentes de Trabalho e de Automóvel. Agregados Prémios Emitidos Custos com Sinistros Taxas de Sinistralidade 2005 2004 Var 05/04 2005 2004 Var 05/04 2005 2004 Var 05/04 TOTAL GERAL 9.553.153 7.127.470 34,0% 4.432.525 4.282.902 3,5% 46,4% 60,1% -13,7 RAMO VIDA 6.458.883 4.082.357 58,2% 2.525.186 2.403.580 5,1% 39,1% 58,9% -19,8 RAMOS NÃO VIDA 3.094.270 3.045.113 1,6% 1.907.339 1.879.332 1,5% 61,6% 61,7% -0,1 ACIDENTES E DOENÇA 960.997 936.741 2,6% 663.736 625.409 6,1% 69,1% 66,8% 2,3 INCÊNDIO E OUTROS DANOS 496.494 487.876 1,8% 178.449 171.334 4,2% 35,9% 35,1% 0,8 AUTOMÓVEL 1.445.141 1.429.015 1,1% 995.759 1.013.820-1,8% 68,9% 70,9% -2,0 MARÍTIMO E TRANSPORTES 16.203 17.023-4,8% 9.061 4.741 91,1% 55,9% 27,9% 28,1 AÉREO 21.664 20.578 5,3% 2.708 3.065-11,7% 12,5% 14,9% -2,4 MERCADORIAS TRANSPORTADAS 21.502 23.005-6,5% 9.533 7.839 21,6% 44,3% 34,1% 10,3 RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL 64.931 66.065-1,7% 32.979 32.926 0,2% 50,8% 49,8% 1,0 DIVERSOS 67.339 64.811 3,9% 15.112 20.186-25,1% 22,4% 31,1% -8,7 U: Milhares de Euros Nota: Dados acumulados, obtidos a partir da estatística trimestral imposta pelo ISP. Concretamente, são totais não extrapolados dos dados de um conjunto de seguradoras que representam 97% do mercado, em termos de prémios de seguro directo, e que correspondem basicamente ao conjunto de companhias que se encontra sob supervisão do ISP. 14

artigo de fundo Evolução Previsível da Conjuntura FACTOS RELATIVOS AO SECTOR Os indicadores disponíveis sobre o comportamento da actividade seguradora em 2005 evidenciam, por um lado, uma singular expansão do ramo Vida e, por outro, uma estagnação dos custos com sinistros do conjunto dos ramos Não Vida. Quanto à evolução do ramo Vida (que em Setembro ascendia a quase 60%), ela resulta de uma aposta que alguns grupos financeiros têm feito na comercialização de produtos de capitalização sob a forma de seguros, ao que acresce o impacto da entrada em vigor da nova Directiva da Poupança, que desviou para este tipo de produtos aplicações feitas em Portugal por não residentes, em especial emigrantes. Já a estagnação dos custos com sinistros de Não Vida se explicará fundamentalmente pelas dificuldades de recuperação da actividade económica e do rendimento, que tendem a reduzir a exposição ao risco das empresas e das famílias. Mas não pode ignorar-se a influência de factores estruturais, como a melhoria da qualidade de gestão das seguradoras, nomeadamente na regularização de sinistros e no controlo de fraudes, e o incremento da segurança rodoviária e da segurança laboral, decorrentes de uma longa acção das autoridades competentes. O impacto desta estagnação dos custos na contenção da taxa de sinistralidade será, no entanto, mais moderado do que no ano anterior, uma vez que a referida conjuntura macroeconómica tem condicionado também o crescimento da receita de prémios deste segmento Não Vida, crescimento que pouco se deverá afastar da taxa de inflação (2,6% em Setembro). De qualquer forma, e com o apoio adicional da recuperação dos mercados de capitais, são condições genericamente favoráveis à exploração económica desta actividade, podendo, por isso, perspectivar-se uma nova melhoria dos resultados do sector em 2005. Com as limitações sempre inerentes a este tipo de exercícios, podem perspectivar-se para 2006 algumas evoluções neste quadro conjuntural da actividade seguradora, assim como alterações de natureza político-legislativa ou projectos sectoriais que o influenciarão a curto ou médio prazo. Desde logo, mesmo que a reposição de benefícios fiscais nos PPR contribua para estimular a procura destes produtos, não parece sustentável o ritmo de crescimento que o ramo Vida tem registado em 2005, dado que factores, como os referidos, que suportaram então parte significativa da produção deste segmento dificilmente terão o mesmo impacto em 2006. Já no segmento Não Vida, não há razões para perspectivar grandes alterações no perfil evolutivo de prémios ou indemnizações. A recuperação da economia, segundo se estima, será relativamente lenta, daí decorrendo uma previsível estagnação da massa segura em 2006, mas também uma certa moderação dos custos da sinistralidade, como vem sucedendo em 2005. De qualquer modo, e até pelo natural ajustamento concorrencial das tarifas, não é certo que prossiga, como nestes últimos anos, a tendência decrescente da taxa de sinistralidade. Em especial na exploração deste segmento, irão ter já impactos concretos os novos regimes jurídicos do pagamento de prémios e da mediação de seguros, aprovados (ou a aprovar previsivelmente) em finais de 2005. Quer um, quer outro, exigirão das seguradoras esforços de adaptação consideráveis numa primeira fase, embora se acredite que contribuirão a prazo para disciplinar e tornar mais eficientes os processos de distribuição e cobrança dos produtos de seguros. Mas 2006 poderá ser ainda um ano de importantes desenvolvimentos noutros projectos legislativos directamente relacionadas com a actividade seguradora, embora não necessariamente com efeitos imediatos. Desenvolvimentos, por exemplo, no regime jurídico dos Acidentes de Trabalho, aos quais o Código de Trabalho dedica um capítulo específico ainda por regulamentar, ou no regime jurídico da actividade de promoção de edifícios, que prevê um seguro de construção obrigatório para danos estruturais detectados. No ramo Automóvel, mais do que de iniciativas legislativas, espera-se o impacto do arranque de um projecto em desenvolvimento no seio da APS, neste caso um impacto bem salutar, quer na carga administrativa das seguradoras, quer na qualidade do serviço prestado aos tomadores de seguros e segurados. O projecto passa pelo alargamento a muitos outros processos dos princípios de gestão da actual Convenção de Indemnização Directa aos Segurados, através do qual se acelerará consideravelmente o prazo médio de regularização destes sinistros. Outro projecto sectorial, também desenvolvido no seio da APS, que deverá ficar operacional em 2006, é um sistema para gestão das relações entre seguradoras no âmbito de contratos de co-seguro. Com ele, pretende a APS estimular soluções de partilha de riscos no sector e aumentar assim a sua capacidade de aceitação de negócios, contando para tal com a simplificação de todo um processo administrativo tipicamente complexo neste tipo de contratos. Em matéria regulamentar, o ano poderá ficar marcado pela adopção de normativos contabilísticos visando uma adaptação parcial do actual plano de contas do sector às IAS/IFRS. Para uma primeira fase, embora não necessariamente para vigorar já em 2006, está prevista a regulamentação do tratamento dos investimentos das empresas de seguros e dos benefícios pós-emprego. Mas há que contar ainda com evoluções nos requisitos regulamentares relativos à própria gestão das seguradoras, nomeadamente em matérias como o controlo interno, gestão de riscos, corporate governance ou branqueamento de capitais. Todas elas, aliás, se podem enquadrar num conjunto de objectivos prudenciais a que as supervisões dedicam actualmente grande importância, estando já lançadas ou em fase de lançamento iniciativas muito concretas visando o reforço das competências e capacidades das seguradoras na gestão da sua actividade corrente. Ou seja, o sector segurador deve estar preparado para uma fase muito exigente em matéria de investimentos nas organizações, que culminará possivelmente com a adopção de um quadro prudencial significativamente distinto do actual, decorrente do projecto Solvência II. 15

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Novidades Fiscais Harmonização Comunitária É aditada uma subsecção ao CIRC referente às regras fiscais relativas às Transferências de Sede para o Estrangeiro e à cessão de actividade de entidades não residentes. Incentivos excepcionais para o descongestionamento das Pendências Judiciais A desistência, até 31-12-2006, de acções cíveis declarativas e executivas que tenham sido propostas até 30-09-2005 implica que os valores destas sejam considerados dedutíveis para efeitos fiscais. Sistema de incentivos fiscais em Investigação e Desenvolvimento (SIFIDE) A Lei 40/2005 criou o SIFIDE que prevê a dedução à colecta das despesas de investigação e desenvolvimento realizadas em 2006, numa dupla percentagem: a) Taxa de base 20% das despesas realizadas naquele período; b) Taxa incremental 50% do acréscimo das despesas realizadas naquele período em relação à média aritmética simples dos dois exercícios anteriores, até ao limite de 750.000. De realçar que este benefício fiscal não conta para efeitos da aplicação da regra dos 60% (colecta mínima) prevista no Artº 86º do CIRC. IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE TRANSMISSÕES Benefícios Fiscais Foi revogada a isenção concedida aos Fundos Poupança Reforma (FPR) e Fundos Poupança Reforma/Educação (FPR/E). No entanto, continuam em vigor os benefícios fiscais para Fundos de Pensões (Artº 14º EBF) e para Fundos de Investimento Imobiliário (Legislação própria). Assim, aparentemente, apenas foi revogada a isenção concedida aos FPR e FPR/E constituídos sob forma de fundo autónomo de Seguro de Vida. 18 IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO Facturação Electrónica Apesar de a actividade seguradora se tratar de uma actividade isenta de IVA, as Companhias de Seguros são sujeitos passivos de IVA e obrigadas ao cumprimento de algumas das regras deste imposto nomeadamente as relativas aos requisitos dos documentos fiscalmente relevantes. O Orçamento de Estado para 2006 estabelece regras específicas para os sujeitos passivos que processem documentos fiscalmente relevantes através de sistemas informáticos. Os sujeitos passivos nestas condições devem, nos termos desta nova regulamentação, assegurar a integridade operacional, a integridade da informação arquivada electronicamente e a disponibilidade da documentação técnica relevante. Relacionado com este tópico, são instituídas coimas que variam entre 500 e 25.000 para quem criar programas e para quem viciar os dados ou suportes informáticos com o intuito de obter vantagens patrimoniais susceptíveis de causar diminuição das receitas tributárias. IMPOSTO DE SELO Operações de Concentração Empresarial Ficam isentas de Imposto de Selo a constituição e o aumento do capital resultante da entrega por uma ou mais sociedades de capitais da totalidade do respectivo património ou de um ou vários ramos da sua actividade a uma ou mais sociedades de capitais em vias de constituição ou já existentes. Constituição de Garantias a Favor do Estado ou das Instituições de Segurança Social É renovada, para 2006, a Isenção de Imposto de Selo nas garantias constituídas (p.e. Seguro-caução) a favor do Estado ou de Instituições de Segurança Social no âmbito de Processos de Execução Fiscal. GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES Prazo para a Apresentação de Reclamação O prazo para a apresentação de Reclamações Graciosas é alargado de 90 para 120 dias. É, no entanto, revogado o prazo de 1 ano que era dado quando o fundamento consistia em preterição de formalidades essenciais ou na inexistência, total ou parcial, do facto tributário. Dever de Confidencialidade A divulgação de listas de contribuintes, quer por parte da DGCI quer por parte da Segurança Social, cuja situação contributiva perante a segurança social não se encontre regularizada, designadamente listas hierarquizadas em função do montante em dívida, deixa de ser considerada como uma violação do dever de confidencialidade previsto na lei. Outros Assuntos De acordo com o Artº 10º da Lei do Orçamento, os institutos públicos dotados de um estatuto de independência decorrente da sua integração nas áreas da supervisão do sistema financeiro, onde se inclui o Instituto de Seguros de Portugal, não estão sujeitos às normas relativas à transição e utilização dos saldos de gerência, sem prejuízo do cumprimento da regra do equilíbrio, às cativações de verbas e ao regime duodecimal, constantes da legislação orçamental e de contabilidade pública.

artigo de fundo Solvência II 1.Introdução Numa definição simples, o capital corresponde à diferença entre os activos e os passivos de determinada companhia. Activo Figura 1- Balanço Capital Próprio Passivo Para a generalidade das empresas, a função clássica do capital é a protecção dos credores e daí a existência de capitais mínimos para a constituição de sociedades definidos no Código das Sociedades Comerciais e em outros diplomas avulso para determinados sectores de actividade. Também na actividade seguradora o Capital das Companhias assume um papel importante na protecção dos seus credores que são, em grande medida, os seus Tomadores de Seguro. A importância assumida pelo sistema financeiro em geral, e do sector segurador em particular, faz com que exista a necessidade de assegurar a sua estabilidade e credibilidade junto dos diversos agentes económicos (quer internos, quer externos). Isto reflecte-se nos elevados requisitos de capital inicial exigidos às Companhias de Seguros e na existência, por razões de prudência, de requisitos adicionais de capital sujeitos a um estrito controlo supervisional. A protecção dos Tomadores de Seguro é, sem dúvida, a principal justificação dada para a existência de Requisitos de Capital Regulamentares. Esta protecção depende, necessariamente, das responsabilidades assumidas pela companhia de seguros e, como tal, é função do tipo de produtos oferecidos, ou seja, não são comparáveis as garantias oferecidas ao abrigo de contratos tipicamente de curto prazo (p.e., Property & Casualty) com as garantias oferecidas (e, consequentemente, a protecção necessária) ao abrigo de contratos tipicamente de longo prazo (p.e., Life and Health). Torna-se, então, evidente a necessidade de decomposição do negócio segurador em classes de risco/responsabilidade uniformes através da agregação de produtos com riscos comparáveis. Esta agregação dos produtos por Lines of Business (LoB) está ainda em discussão sendo também de extrema importância a identificação dos factores de risco inerentes a cada uma delas. A identificação e modelização destes riscos (designados por Risco de Subscrição / Underwriting Risk) é, e sempre foi, um dos grandes desafios do sector segurador e representa a verdadeira essência deste negócio. Existem, no entanto, outros riscos com que o sector se defronta que são comuns a outros sectores, principalmente a outras instituições financeiras, como são o Risco de Mercado, Risco de Crédito e Risco Operacional. Estes riscos devem também ser reflectidos nos requisitos de capital uma vez que influenciam também a capacidade das Companhias cumprirem os seus compromissos. Por princípio, assim como a existência de riscos contribui para maiores exigências de capital, também a preocupação com a sua mitigação/diversificação através de uma gestão adequada destes deverá ser um factor a ter em conta para uma redução daqueles requisitos. A implementação de medidas eficazes de controlo e gestão de riscos, a existência de políticas de investimento adequadas e de programas de gestão de activos/passivos eficazes são, sem dúvida, factores a ter em conta pelo supervisor aquando da definição dos requisitos de capital. Assim sendo, quando bem definidos, os requisitos de capital devem servir vários objectivos, nomeadamente: 1. ser um fundo de segurança em situações adversas, ou seja, garantir a existência de meios para cobrir as responsabilidades; 2. incentivar a companhia a evitar níveis de risco indesejáveis (do ponto de vista do Tomador de Seguro); 3. promover a mensuração e gestão de riscos dentro das companhias (na medida em que estes requisitos sejam função dos reais riscos económicos assumidos); 4. fornecer aos supervisores um instrumento de controlo e avaliação de companhias em risco de insolvência; 5. alertar os supervisores para as tendências do mercado; 6. também do ponto de vista super - visional, assegurar, com elevado grau de certeza, que as responsabilidades resultantes do portfolio de seguros de um segurador em risco pode ser transferido para outro segurador activo. É consensual que no desenvolvimento dos requisitos de capital para os seguradores devem ser definidos dois patamares: a) requisitos de Capital de Solvência (Solvency Capital Requirements/ SCR):que representa o nível de capital apropriado tendo em consideração os riscos assumidos pelo Segurador e que corresponde ao capital exigido pelo supervisor para ser concedida a autorização de iniciar ou continuar a exercer a actividade seguradora numa dada jurisdição; b) requisitos de Capital Mínimos (Minimum Capital Requirements/MCR): que corresponderá ao patamar mínimo de capital a partir do qual serão tomadas medidas supervisionais extremas e, eventualmente, exigido o encerramento da empresa. O capital para além do SCR representa, na ausência de outras restrições legais, o capital livre e que, como tal, estará, 19

artigo de fundo por exemplo, à disposição dos accionistas para efeitos de distribuição de lucros. Capital Livre Necessidade de intervenções ligeiras por parte do Supervisor Intervenção Extrema por parte do Supervisor / Encerramento Capital Próprio Figura 2 - Capital Próprio para efeitos de Solvência Requisito de Capital de Solvência (SCR) Requisito Mínimo de Capital (MCR) Mas apesar de toda esta preocupação com a solvência das Companhias de Seguros, o certo é que não se pode tentar garantir a protecção do tomador de Seguro com 100% de certeza sob pena de não ser possível exigir um requisito de capital finito. A força do requisito de capital pode ser vista como a probabilidade existente de os activos afectos às responsabilidades, juntamente com os activos afectos ao SCR, serem suficientes, num determinado ponto no futuro, para cobrir as responsabilidades existentes para com os Tomadores de Seguro. Esta probabilidade representa o nível de confiança. Apresentam-se como factos consensuais que: 1. o horizonte temporal a ter em conta deverá ser 1 ano (aceite com período suficiente para, se necessário, o su - pervisor tomar as medidas consideradas adequadas); 2. o nível de confiança exigido deverá rondar os 99,5% (isto é, a probabilidade de 1 falência/insolvência em cada 200 cenários possíveis). 2. Avaliação dos Activos e Passivos de uma Companhia de Seguros para efeitos de Solvência Até aqui falámos da importância e dos objectivos do Capital de solvência mas deixámos de lado a forma de avaliação deste que, pela sua própria definição, está estritamente ligada à forma de avaliação dos activos e dos passivos das Companhias de Seguros. Uma das hipóteses é a utilização dos valores contabilísticos dos activos e passivos. Apesar dos esforços que estão a ser desenvolvidos a nível do IASB e da CE para a uniformização dos standards contabilísticos, esta hipótese é, por princípio, colocada de lado, uma vez que a existência de sistemas contabilísticos não uniformizados poderia fazer com que os requisitos de capital fossem diferentes de jurisdição para jurisdição. A posição do CEA, do CRO Forum e do IAA relativamente a esta matéria é de que além da inexistência de suficiente harmonização a nível contabilístico, mesmo que esta exista poderá não ser a forma adequada para avaliação dos activos e passivos para efeitos da determinação do capital de solvência. Estas entidades defendem uma abordagem económica à avaliação dos activos e responsabilidades das Companhias de Seguros. Esta abordagem económica passa pela a avaliação de todos os activos e todos os passivos a valores de mercado quando existam ou, quando estes não existam, em projecções realista de cash-flows utilizando técnicas consistentes com o mercado. Assim sendo, o capital disponível para efeitos de solvência deverá ser definido como a diferença entre o Valor de Mercado dos Activos e o Valor de Mercado das Responsabilidades. Total de Activos ao Valor de Mercado Disponível para SCR/MCR Destinado a cobrir as Resp. Activo Figura 3 - Abordagem Económica Passivo Capital Livre Requisitos Mínimos de Capital (MCR) Margem de Mercado (MVM) Best estimate Requisitos de Capital (SCR) Responsabilidades ao Valor de Mercado (MVL) Fonte: CEA Enquanto que o valor de mercado dos Activos poderá ser apurado com relativa facilidade, o mesmo já não acontece, por diversas razões, com o valor de mercado das responsabilidades. A solução defendida pelo CEA para a valorização das responsabilidades emergentes dos contratos de seguros passa por adicionar uma Margem de Mercado (Market Value Margin / MVM) ao valor da Best Estimate 1 das responsabilidades. A MVM não é mais que o custo do risco, ou seja, neste caso, o valor que um agente racional está disposto a aceitar receber, além da Best Estimate, para suportar o risco inerente ao facto de o valor a pagar poder ser diferente do valor da Best Estimate (eventualmente capitalizada pelo período em risco). O Valor de Mercado das Responsabilidade (Market Value of Liabilities / MVL) poderá ser apurado de uma de três formas, a saber: 1. Responsabilidade com Preço de Mercado facilmente observável: Avaliadas ao seu Valor de Mercado (p.e. Responsabilidades já Securitizadas); 2. Responsabilidades com Preço de Mercado implícito: Avaliadas através de modelos detalhados e precisos; 3. Responsabilidades sem Preço de Mercado: Nestes casos a MVM deve ser estimada. Para os casos em que não existe preço de mercado para as responsabilidades, o CEA propõe que o Custo de Capital (Cost of Capital / CoC) seja utilizado para estimar a MVM. 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Prudência incluída nas Responsabilidades 140 140 Req. Capital 30 Prudência 10 Provisões Técnicas 110 Responsabilidades baseadas em regras contabilísticas MCR 15 Figura 4 - Avaliação de Responsabilidades Prudência incluída no Capital SCR 40 Prudência 10 MVM Provisões Técnicas (Valor de Mercado) 100 Responsabilidades baseadas no balanço económico Fonte: CEA 1 Representa a média aritmética da distribuição de perdas ajustada pela mais recente informação de carácter financeiro e actuarial (da responsabilidade do Actuário). 20