INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL A SUPERVISÃO DAS ENTIDADES GESTORAS DOS SISTEMAS COMPLEMENTARES DE REFORMA
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- Beatriz Beppler Carrilho
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1 INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL A SUPERVISÃO DAS ENTIDADES GESTORAS DOS SISTEMAS COMPLEMENTARES DE REFORMA 1
2 A regulação e a supervisão prudencial são um dos pilares essenciais para a criação de um clima de confiança nos sistemas complementares de reforma por parte dos consumidores 2
3 A reforma dos sistemas de segurança social pressupõe a existência de mecanismos de supervisão, das empresas de seguros, das sociedades gestoras de fundos de pensões e dos próprios fundos de pensões, que se mostrem eficientes e adequados à dimensão e à importância do desafio que lhes é colocado 3
4 Objectivos da regulação e supervisão dos sistemas complementares de reforma Assegurar a protecção dos interesses dos participantes e beneficiários Assegurar a qualidade, a integridade e o profissionalismo de todas as pessoas e entidades envolvidas na gestão Assegurar a prestação de informação relevante a todas as partes envolvidas Contribuir, em última análise, para o progresso económico e social e para a estabilidade da 4 economia
5 Os sistemas complementares de reforma devem ser geridos por entidades: Que actuem no estrito interesse dos participantes e beneficiários Que mostrem capacidade para assegurar uma gestão sã e prudente Que possuam uma adequada competência técnica 5
6 Condições de exercício de actividade por parte das entidades gestoras Cumprir as exigências mínimas de fundos próprios Possuir uma boa organização administrativa e contabilística Implementar mecanismos adequados de controlo interno 6
7 Mecanismos prudenciais na gestão dos sistemas complementares de reforma Existência de um conjunto de regras prudenciais relativas ao cálculo, financiamento e cobertura das responsabilidades: Responsabilidades calculadas de forma prudente Responsabilidades cobertas por activos suficientes e apropriados 7
8 Mecanismos prudenciais na gestão dos sistemas complementares de reforma Requisitos de prestação de informação à entidade de supervisão e poderes de actuação desta Existência de um actuário responsável com funções de certificação técnica Existência de um auditor encarregue da certificação das contas e da apreciação dos 8 mecanismos de controlo interno
9 Cálculo das responsabilidades As hipóteses económicas devem ser escolhidas de forma prudente, incluindo uma margem adequada para variações desfavoráveis As tábuas de mortalidade utilizadas devem ser escolhidas de forma prudente, tendo em consideração as especiais características da população em causa e as perspectivas de evolução futura 9
10 Política de investimento... deve ser definida uma política de investimento baseada em regras e procedimentos que um gestor sensato, prudente e conhecedor aplicaria no sentido de prosseguir uma gestão no exclusivo interesse dos representados, evitar um inadequado risco de perda e de obter um rendimento adequado ao risco incorrido. 10
11 Política de investimento Regras de diversificação e dispersão prudenciais: Limites máximos: Exposição accionista Títulos não cotados Fundos não harmonizados Imobiliário Investimento num único emitente e em emitentes pertencentes a um mesmo grupo Auto investimento 11
12 Requisitos de prestação de informação à Contas anuais entidade de supervisão Margem de solvência e mínimos de solvência Investimentos afectos e cobertura das responsabilidades Informação relativa à actividade operacional Informação de índole estatística 12
13 Poderes de actuação da entidade de supervisão Reforço das provisões técnicas e/ou da sua representação Planos de recuperação e/ou de financiamento quando a margem de solvência ou os mínimos de solvência não se encontram cumpridos Congelamento dos activos 13
14 Actuário responsável Certifica as provisões técnicas e as avaliações actuariais O trabalho do actuário responsável é cada vez mais considerado pelas entidades de supervisão como um instrumento essencial para permitir um acompanhamento mais contínuo da actividade das entidades supervisionadas, contribuindo para a detecção atempada dos problemas 14
15 Actuário responsável A existência do actuário responsável não elimina a necessidade de revisão e avaliação por parte da entidade de supervisão A entidade de supervisão deve analisar as recomendações do actuário responsável, bem como avaliar a adequação das hipóteses e dos modelos utilizados por este 15
16 Auditor Funciona como mecanismo adicional de controlo da gestão Certifica as contas e deve efectuar uma apreciação dos mecanismos de controlo interno das entidades gestoras A confiança nos sistemas complementares de reforma requer que as funções de auditoria sejam cada vez mais efectuadas com competência, profissionalismo e independência 16
17 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Autorização prévia dos contratos Controlo do mínimo de solvência Controlo trimestral do património Consistência e fiabilidade da informação Acções de inspecção a entidades gestoras 17
18 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Autorização prévia dos contratos Verificar a conformidade com a Lei Definição clara do plano de pensões Análise a priori da avaliação actuarial e da metodologia de financiamento 18
19 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Controlo do mínimo de solvência Recolha anual de informação (relatórios actuariais e informação de índole estatística) Auditoria actuarial com carácter regular Acompanhamento mais assíduo e detalhado dos fundos de pensões em situação de insuficiência financeira 19
20 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Controlo trimestral do património Compatibilidade entre as aplicações existentes e as permitidas Análise da valorimetria atribuída Análise do cumprimento dos limites Verificação da compatibilidade com os valores contabilizados 20 Análises de sensibilidade
21 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Consistência e fiabilidade da informação Cruzamento da informação disponível por forma a verificar a: correspondência entre o tipo de prestações pagas e as previstas no plano de pensões compatibilidade entre a fórmula de cálculo dos benefícios pagos e a que é utilizada no seu financiamento 21
22 O actual processo de supervisão Fundos de pensões Acções de inspecção a entidades gestoras Análise da organização e funcionamento Análise dos sistemas de controlo da gestão actuarial Análise da contabilização Análise do processo de gestão dos investimentos 22
23 O actual processo de supervisão Empresas de seguros Análise das condições contratuais numa base não sistemática Controlo da constituição e representação das provisões técnicas Controlo da margem de solvência Consistência e fiabilidade da informação Acções de inspecção a empresas de seguros 23
24 As mudanças em curso no processo de supervisão Acompanhamento das estratégias de negócio das entidades gestoras numa óptica preventiva Reuniões com os actuários para discussão da avaliação das responsabilidades Acompanhamento da actividade exercida pelos auditores 24
25 As mudanças em curso no processo de supervisão Análise da solvência numa óptica mais prospectiva Acções de inspecção centradas na análise dos mecanismos de controlo interno Especial atenção às características e à avaliação dos novos produtos financeiros que integram as carteiras de investimentos 25
26 Desafios futuros Desenvolvimento de um sistema de supervisão baseado no risco apresentado pela entidade gestora e/ou pelo fundo de pensões: Risco determinado pela tipologia de benefícios a financiar Risco associado às garantias assumidas Risco associado à política de investimento prosseguida Capacidade de gestão de risco por parte da entidade gestora 26
27 Desafios futuros Acções de inspecção direccionadas no sentido de analisar a capacidade das entidades gestoras para identificar, mensurar, monitorizar e controlar os riscos Desenvolvimento de um conjunto de indicadores que contribuam para a detecção atempada de potenciais problemas Prestação de informação tempestiva sobre os activos que compõem as carteiras 27
28 Desafios futuros Modificação dos mínimos de solvência dos fundos de pensões, tornando-os mais directamente ligados às características dos benefícios a financiar e ao perfil de risco dos activos que compõem o património do fundo Aplicação destes mínimos de solvência ao financiamento dos planos de pensões financiados através de seguros de vida 28
29 Desafios futuros Estabelecimento de um conjunto de princípios de boa gestão ( corporate governance ) a seguir pelas entidades gestoras Reforço dos mecanismos de prestação de informação aos participantes e beneficiários, aumentando a transparência e contribuindo para melhorar a imagem de credibilidade e confiança no sector segurador e de fundos de pensões 29
30 Em conclusão: A necessidade de regulação e supervisão dos sistemas complementares de reforma é devida: à existência de importantes assimetrias de informação entre os participantes, os beneficiários e as entidades gestoras ao elevado grau de importância destes sistemas para o bem estar futuro da população 30
31 Em conclusão: A existência de mecanismos de supervisão eficientes e atentos à evolução dos mercados não prejudica a competitividade, pelo contrário pode contribuir para o seu incremento A existência de uma clima de concorrência é indutora, regra geral, da melhoria do serviço prestado aos consumidores e do desenvolvimento de novas metodologias e práticas de gestão 31
32 Em conclusão: O incremento continuado dos níveis de profissionalismo dos operadores e a especial atenção assumida em termos de supervisão dos sistemas complementares de reforma representam um capital de transparência e segurança que não pode ser menosprezado e que será certamente tido em conta nas opções que forem tomadas a nível governativo quanto à reforma da segurança social 32
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