MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Gabinete do Ministro INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DAS
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- Maria do Mar Corte-Real da Mota
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1 INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Eng.º Mário Lino por ocasião da Sessão REDES DE NOVA GERAÇÃO 2009 Fundação das Comunicações, 7 Janeiro 2009 (Vale a versão lida)
2 Senhor Primeiro-Ministro; Senhor Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações; Senhor Presidente da ANACON; Senhor Presidente Executivo da ONITELECOM; Senhor Presidente Executivo do Portugal Telecom; Senhor Presidente Executivo da SONAECOM; Senhor Presidente Executivo da ZON Multimédia; Senhor Presidente da APDC Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Comunicações; Senhor Presidente da AET Associação das Empresas de Telecomunicações; Senhor Presidente da APRITEL - Associação dos Operadores de Telecomunicações; Minhas Senhoras e Meus Senhores: As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) têm trazido a Portugal, à Europa e ao Mundo em geral enormes contributos ao desenvolvimento económico e social, nomeadamente através de aumentos de competitividade das empresas e das economias, bem como do reforço de sustentabilidade nos planos social e ambiental. É por esta razão que as TIC constituem um dos pilares essenciais do Plano Tecnológico que tem vindo a ser desenvolvido pelo Governo com vista à qualificação os portugueses, à modernização do País e do seu tecido económico e empresarial e ao aumento da nossa competitividade. 2
3 Vale a pena recordar que, a nível europeu, as receitas do Sector das Comunicações Electrónicas representam hoje cerca de 2% do PIB, demonstrando bem a sua importância para a economia europeia. Em Portugal, estamos mesmo acima da média europeia, com as receitas do sector a rondar os 5% do PIB, pelo que se torna imperioso assegurar as condições que promovam o investimento neste sector, que estimulem o crescimento das diversas empresas de comunicações electrónicas existentes em Portugal e que assegurem a sua insubstituível contribuição para a modernização e a competitividade do nosso País. Em Portugal existe um número significativo, da ordem dos milhares, de empresas com actividade neste sector, algumas de razoável dimensão, como é o caso das operadoras de telecomunicações, mas, na sua grande maioria, pequenas e médias empresas, as quais são responsáveis por um volume significativo de empregos. É, por isso, evidente, o carácter estratégico deste sector, seja no plano interno, seja enquanto fomentador das nossas exportações. Neste contexto, assume particular importância que o País disponha de redes de comunicações electrónicas generalizadas com capacidade para responder às crescentes solicitações da sociedade. 3
4 O Governo entende, por isso, que as Redes de Nova Geração (RNG), pelas potencialidades que oferecem de novos serviços e de aplicações inovadoras, se inserem em pleno nestas preocupações e nestes desafios. É preciso, por isso, investir no desenvolvimento das RNG. É certo que estamos a falar de investimento privado. Mas o Governo, através das suas políticas, pode e deve actuar como facilitador da inovação, da diversificação e do dinamismo tecnológico e como incentivador do investimento privado neste sector. Foi por isso que a Resolução do Conselho de Ministros de 30 de Julho passado assumiu que o investimento nas RNG é uma prioridade estratégica para o País, tendo fixado como grandes objectivos a atingir: Ligar, até 2010, 1 milhão de utilizadores; Ligar, até 2010, todas as escolas do ensino básico e secundário; Ligar, até 2009, toda a rede pública de hospitais e centros de saúde; Ligar, até 2010, todos os serviços públicos de justiça; Ligar, até 2009, todas as instituições públicas de ensino superior e politécnico; Ligar, até 2009, as redes públicas de museus e bibliotecas. Mas o investimento em RGN assume, neste momento de gravíssima crise económica e financeira, a nível mundial, uma importância acrescida como factor determinante de combate a essa crise. Por isso, o investimento em RGN constitui uma das mais importantes 4
5 prioridades de investimento previstas na recente Resolução do Conselho de Ministros que aprovou medidas concretas nesse sentido. Esta orientação está, aliás, em consonância com a orientação adoptada na União Europeia, na sequência da Comunicação da Comissão Europeia A European Economic Recovery Plan COM (2008) 800. De facto, nesta Comunicação reconhece-se que acelerar a migração para Redes de Nova Geração, visando a racionalização dos custos dos operadores e a resposta à evolução das necessidades dos utilizadores em termos de larguras de banda e padrões de consumo, contribui para a sustentabilidade do crescimento económico e para o desenvolvimento social, pelo que os investimentos nesta infra-estrutura devem ser considerados como um dos elementos preponderantes para a Europa recuperar da actual crise económica e financeira. Depois da Resolução do Conselho de Ministros de 30 de Julho passado, atrás referida, e com vista à sua implementação, temos vindo a trabalhar com o ICP-ANACOM, designadamente com vista à identificação de lacunas legislativas que condicionam negativamente o desenvolvimento da RNG no nosso País. E trabalhamos também intensamente com os operadores de telecomunicações (PT, SONAECOM, VODAFONE e ZON) com vista ao estabelecimento de um Protocolo que constituísse um compromisso entre o Estado e esses operadores, com vista ao rápido desenvolvimento das RGN em Portugal. Não posso deixar de assinalar e saudar publicamente o grande empenho e espírito de colaboração evidenciados por estes operadores durante o trabalho realizado, a exemplo, 5
6 aliás, de outros projectos de parceria que temos vindo a desenvolver em prol da modernização do País, como são os casos dos Programas e.escola e e.escolinha. Uma palavra de apreço é também devida à APRITEL, pelo apoio sempre dado a estas iniciativas do Governo. Já numa fase mais adiantada deste processo, a ONITELECOM manifestou também o seu empenho e interesse em subscrever esse Protocolo. Foi esse o Protocolo que agora acabamos de assinar. É certo que a VODAFONE não subscreveu, neste momento, o Protocolo, apesar do envolvimento que teve na sua elaboração ter sido tão empenhado e interessado como o dos demais operadores, por ter considerado não dispor das condições necessárias para o efeito. Mas espero que, a curto prazo, o venha a fazer. Aliás, nos termos do próprio Protocolo, a sua subscrição mantêm-se aberta a todos os investidores em RNG que o desejem. Neste Protocolo, o Governo compromete-se: 1. A promover a elaboração de medidas legislativas adequadas, de forma a: Abrir condutas; Regulamentar redes dentro e fora dos edifícios; 6
7 Desenvolver um sistema de informação centralizado, que permita aos operadores obter informação sobre a localização de condutas. 2. A criar uma linha de crédito, disponível a todos os investidores em Redes de Nova Geração, no valor mínimo de 800 milhões de euros. De acordo com os contactos que já desenvolvemos, posso assegurar a disponibilidade do BEI em financiar esta linha de crédito. 3. A criar incentivos ao investimento em Redes de Nova Geração. Por outro lado, neste Protocolo, os operadores comprometem-se em antecipar, para 2009, a afectação de recursos que permitam a ligação a uma rede de fibra óptica de um milhão e meio de utilizadores (recordo que objectivo fixado na Resolução do Conselho de Ministros de Junho passado, atrás referida, era de um milhão para 2010). Como já referi, existe em Portugal, no Sector das Comunicações Electrónicas, para além dos operadores de telecomunicações, um número significativo, da ordem dos milhares, de pequenas e médias empresas, as quais são responsáveis por muitos milhares de empregos. Trata-se de empresas que se dedicam, por exemplo, ao desenvolvimento de aplicações que permitem potenciar a utilização das RNG, a actividades de produção, montagem, manutenção e reparação de equipamentos e de instalação de fibra óptica, aparelhos e equipamentos, a actividades comerciais, etc. 7
8 Torna-se, por isso, da maior importância envolver essas empresas no desenvolvimento das RNG. É esse o âmbito e o objectivo dos Protocolos que também acabamos de assinar com a APDC e a AET. Quero, por isso, felicitar estas associações empresariais pelo seu empenho em participar neste esforço prioritário e urgente de modernização do País e pela confiança que demonstraram nas suas capacidades e nesta política do Governo. Estou convicto de que esta é uma aposta estratégica, certa e segura, no desenvolvimento de Portugal e da sua competitividade. Muito Obrigado 8
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