PLANO DE TRABALHO 2018

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Transcrição:

9.5.5. Plano de Trabalho Grupo Dinossauro PLANO DE TRABALHO 2018 Apresentação: A Educação Infantil caracteriza-se pela inserção da criança na instituição, em cuja fase de 0 a 6 anos de idade a ação educativa sistematizada exerce maior contribuição sobre a formação da personalidade e no desenvolvimento pleno da criança. Trata-se de investir nas janelas de oportunidades mediadas entre conhecimentos prévios das crianças e aqueles que poderá conhecer. De acordo com a perspectiva histórico-cultural, correspondente à organização curricular do DEI/CEPAE/UFG, o respectivo grupo 5 Dinossauro, compreendido por crianças de 5 anos a 5 anos e 11 meses, apresenta um conjunto de conquistas realizadas pelas fases anteriormente construídas, num permanente processo de integração e diferenciação de forma complexa que exige não apenas uma assimilação de habilidades prontas, mas o domínio das funções psicológicas (memória e atenção) para a formação da consciência. Na sucessão de estágios do desenvolvimento da criança a aprendizagem está presente em todas as crianças em idade escolar, no entanto, a atividade principal deste período relativo às crianças do Grupo 5 é a brincadeira, pois a aprendizagem só é atividade principal no primeiro período escolar e não na educação infantil. Nesse período, há alternância entre as formas de atividade e de interesse e, especialmente nesse estágio, há maiores ganhos de autonomia para resolução de problemas, considerando o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem para a construção da consciência de si mediante as interações sociais, surgindo novos interesses da criança por pessoas, coisas, conhecimentos e conquistas do mundo exterior. A criança compreendida como sujeito traz consigo não apenas conhecimentos sistematizados e internalizados, mas diversos contextos sociais carregados de experiências de seu cotidiano. Por isso, a partir de problematizações em diálogos há possibilidade de constituição de novos saberes e conhecimentos, para além de acúmulos de informações. É na interação com o outro que ocorrem as experiências de relações mais simples da realidade para as mais complexas até a possibilidade de explicar os fatos de forma consciente.

JUSTIFICATIVA A criança de 5 anos a 5 anos e 11 meses apresenta a organização do pensamento, agregando conhecimentos prévios e a experiência verbal mais elaborada, materializada por ideias, movimentos em expressivos significados, gestos, sons e, portanto, uma complexa linguagem em distintas dimensões que se interagem, é capaz de cada vez mais construir novas e complexas formas culturais; as mais importantes funções psicológicas [...] e começam a empregar expedientes culturais complexos. Esses expedientes são tentados sucessivamente e aperfeiçoados e no processo a criança também se transforma (LURIA, 2001, p. 189). O ensino na educação infantil precisa se pautar nas distintas realidades presentes num determinado contexto. É um momento de tomada de consciência sobre os conhecimentos até então apreendidos pela criança, os quais podem ser ampliados. Estes conhecimentos serão desenvolvidos no grupo e em atividades coletivas, conforme as áreas de conhecimento da organização curricular do DEI-CEPAE-UFG, a saber: Linguagem; Ciências da Natureza e Geografia da Infância, Artes e Jogos, brinquedos e brincadeiras. Destacam-se, nesse sentido, as relações entre pensamento e linguagem a partir do estudo da fala, compreendida como algo maior que a palavra, que é a unidade da linguagem e do pensamento. Isso significa que compreender o significado das palavras exige uma complexa elaboração do pensamento, em que a memória e a atenção voluntária se constituem como essenciais ao processo de formação de conceitos, (VIGOTSKI, 2001). Os conceitos, segundo Vigotski (2010), são as formas idealizadas dos símbolos, os quais tem a finalidade de obter alguma coisa e assimilar os conhecimentos historicamente produzidos. Os conceitos pertencem a um sistema de interações, que potencializam o desenvolvimento entre pensamento e palavra inteiramente ligados à realidade e se ampliam para a formação de conceitos científicos. Por isso, a observância quanto aos princípios da formação de conceitos na educação infantil está ligada ao desenvolvimento da linguagem, compreendida como língua, abarcando a leitura dos signos presentes na cultura da infância (letramento) e a compreensão das representações sociais. Dessa forma, o presente plano de trabalho busca desenvolver e compreender a diversidade nos papéis sociais, bem como, as relações humanas em seus diversos

âmbitos, possibilitando assim, a criança formar seus próprios conceitos e significados referentes à democracia social. Objetivo Geral Problematizar experiências e os diferentes papéis sociais, no que tange a construção da individualidade/identidade da criança e o sentimento de coletividade, quanto às regras e normativas sociais nos diversos âmbitos das relações humanas que, podem ser estabelecidas, construídas e ampliadas ao longo do processo de ensino aprendizagem mediadas por diferentes conhecimentos, apropriados pelo acervo cultural historicamente produzido pela humanidade. Objetivos Específicos: Ampliar as relações estabelecidas no ambiente educacional; Desenvolver a autoestima na participação de atividades individuais e coletivas; Participar, ativamente, do processo de ensino-aprendizagem; Complexificar a criatividade, ludicidade, diversidade e autonomia nas diferentes manifestações, artísticas e culturais, apresentadas; Explorar a curiosidade, o encantamento, o imaginário, o questionamento e o conhecimento em relação ao mundo físico e social; Compreender, respeitar e valorizar a diversidade cultural como sujeitos históricos e culturais; Desenvolver a concepção de cidadania, criticidade e respeito no que tange a democrática social; Apreender a relevância social da linguagem e seu uso enquanto cultura da infância (letramento). Diferenciar conceitos, relações, soluções de problemas, cardinalidade, sequenciação, seriação e o raciocínio lógico-matemático; Interagir com e entre os conceitos cotidianos e científicos nas diferentes áreas do conhecimento; Conhecer a si e ao mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas e corporais; Experienciar e explorar jogos, brinquedos e brincadeiras; Perceber as especificidades contextuais;

Metodologia: A práxis educativa do presente plano de trabalho é embasada na teoria Histórico Cultural que se pauta no método materialismo histórico dialético, tem como foco o trabalho coletivo e a ação qualitativa na intervenção e transformação da realidade. A característica básica da ação pedagógica assentada na dialética é, sobretudo, qualitativa e histórica, em que análise e síntese possuem dimensões criativas e de unidade, análise e síntese são ações orgânicas de leitura e interpretação da constituição do Real, bem como, de sua transformação. Dessa forma, o trabalho coletivo, que permite a interação, torna-se necessário ao processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, pois sua base metodológica está atrelada a um processo contínuo, dinâmico e complexo de problematização, diagnóstico, análise, sistematização, reflexão, aprofundamento e socialização da realidade com criticidade. Sendo assim, Vasconcellos (2010, p.147) afirma que: aproblematização como umelemento nuclear da metodologia de trabalho em sala de aula, já que, se forem adequadamente captadas, as perguntas poderão provocar e direcionar, de forma significativa e participativa, o processo de construção do conhecimento por parte do aluno, sendo também um elemento mobilizador para essa construção. (VASCONCELLOS, 2010, p. 147, grifos do autor) Nesse sentido, sendo as crianças do agrupamento 5 (Dinossauro), crianças com idade entre 5 e 5 anos e 11 meses, as quais possuem amplo domínio da fala e do corpo com possibilidades de construção e ampliação de conhecimentos, envolvendo papéis sociais em suas relações individuais e coletivas, a saber: leitura e interpretação de mundo nas diversas dimensões que o compõe, ou seja, a sensibilidade e percepção de si mesmo e do outro, dos espaços, das normativas sociais e de suas condições inter e intra subjetivas. As ações propostas neste plano de trabalho permitem que a criança reelabore a realidade em que vive e não apenas a reproduza como uma mera adaptação. É preciso compreendê-la em sua complexidade com possibilidades de ressignificação e participação. Nesse processo de formação a intervenção na construção de novas relações sociais visam efetivar a conscientização e a responsabilização para com o outro em meio à diversidade. Entende-se que as práticas devem ser significativas para não subordinar os conhecimentos ao cotidiano das crianças, em que a supervalorização do cotidiano legitima o campo das desigualdades e do preconceito.

Para Vigotski (2014) é a partir das primeiras experiências e vivências culturais que os sujeitos estabelecem com o outro que as relações entre imaginação e a criatividade se manifestam. A pedagogia da criatividade apresenta como fundamento da atividade criativa - a imaginação - presente em todas as formas de produção da vida social, como: a criação artística, científica e técnica. Sua relação com a realidade ocorre por se tratar de uma capacidade cognitiva e emocional que possibilita não somente reproduzir, mas transformar as impressões sensoriais desta mesma realidade emergindo algo novo. Na primeira infância, segundo Vigotski (2001), a capacidade de criação ocorre por processos criativos manifestados e socializados nas brincadeiras, reelaborando experiências vividas e constituindo novas realidades segundo suas necessidades e interesses. Por isso, quanto mais possibilidades forem proporcionadas às crianças para aprender e assimilar os elementos da realidade mais produtiva e significativa será sua atividade imaginativa. Essas possibilidades proporcionam um acúmulo de material que se complexificam por associações e dissociações, contribuem para ampliar a imaginação e influenciar o mundo interior da criança, suas ideias e sentimentos. Em cada período do desenvolvimento infantil, a imaginação criativa apresenta sua particularidade de acordo com as experiências da criança que se distingue da experiência do adulto. Neste período, em que se encontram as crianças do Grupo 5 Dinossauro, o interesse pelo desenho, como uma das primeiras formas de escrita, permite à criança expressar suas inquietações. Surge como forma de expressão e começa a ser ocupado gradativamente pelo interesse pela arte literária, que se expressa nesse momento de forma verbal e no desenho mais elaborado quanto à representação do real. Esse período do desenvolvimento, segundo Vigotski (2001a), não se caracteriza apenas pela quantidade qualidade dos conceitos, mas pelas relações entre eles, considerando que a linguagem humana é signo mediador por excelência e sistema simbólico, possuindo função comunicativa e pensamento generalizante. Nas crianças do Grupo 5, podem ser observadas algumas características para que sejam efetivadas atividades e ações relacionadas, como: as crianças falam mais no passado do que no presente e no futuro, recorrem às experiências vividas, começam a utilizar orações subordinadas em suas construções verbais, apreciam criar histórias e dramatizá-las coletivamente, realizando combinações, atribuindo sentimentos alimentados a partir de

impressões originadas da realidade exterior; apreciam o jogo e sua utilidade objetiva e significativa, podendo ser orientado e estimulado em diferentes contextos. A organização da vida e do contexto social e escolar das crianças devem proporcionar a necessidade e a possibilidade da criação infantil, por isso, ao proporcionar ações e atividades no Grupo 5 em que estejam presentes o desenho, a dramatização, os jogos e os diferentes gêneros narrativos e líricos, o processo criativo terá como objetivo a formação da autonomia orientada para o protagonismo da criança e a função da educação estética, que fomenta a expressão corporal correspondente à natureza motora da imaginação plástica da criança. Num ambiente em que a criança tenha como procedimento o acolhimento, o cuidado, o afeto, a socialização e aprendizagens baseadas em diferentes áreas de conhecimento, compreende-se que o Departamento de Educação Infantil consiste num espaço de ampliação da experiência humana, promovendo ações e atividades numa perspectiva de educação lúdica com intervenção intencional e consciente do professor na promoção do desenvolvimento das funções psicológicas superiores das crianças, a partir da aprendizagem mediada na relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. As atividades propostas neste plano de trabalho visam proporcionar tarefas com a intenção de que a criança aprenda num movimento de envolvimento e descoberta, com motivos compreensíveis para a realização eficaz das atividades, gerando novos motivos e, por conseguinte, novas atividades (LEONTIEV, 2012). Pretende-se, portanto, proporcionar uma ação pedagógica em que os conhecimentos sejam apresentados em sua complexidade frente à realidade concreta, para além de suas finalidades utilitaristas e empíricas socialmente apropriadas. Por entender que a criança é capaz de raciocinar sobre situações, indagar, concordar, discordar, fazer suas escolhas e comunicar suas ideias e, ainda, respeitando a diversidade social, o contexto sócio-político e pedagógico na educação infantil, os conceitos matemáticos, entendidos como produção humana, serão trabalhados de forma não intencional. A forma lúdica, interativa e mediada pelo professor com vistas à resolução de problemas, à ampliação dos conceitos cotidianos das crianças e a necessidade de realizar descobertas, tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico e localizar-se espacialmente serão destacadas e contextualizadas no Grupo 5 Dinossauro de forma coletiva e compartilhada, tendo como atividade principal a brincadeira.

Avaliação: No Departamento de Educação Infantil CEPAE - UFG a concepção sobre os processos e os instrumentos avaliativos da Educação Infantil são concebidos de forma indissociada do cuidar e do educar, da relação professor/criança e criança/criança, como de outros elementos que constituem a totalidade da formação da criança, baseados na organização da proposta curricular do DEI/CEPAE que se materializará de forma contínua e processual, contribuindo qualitativamente para a construção do conhecimento da criança. A avaliação centra-se nos processos de ensino-aprendizagem, na individualidade e em coletividade, bem como, na sua relação com o outro e com o ambiente ao seu redor, marcada pelo diálogo, envolvendo participação efetiva e responsabilidade com autonomia. A avaliação é compreendida como um processo contínuo, visto que, este instrumento necessita estar atrelado à apreensão dos elementos da cultura, complexificação do pensamento e ampliação da consciência. A avaliação é, portanto, composta por relatórios semanais advindos das observações diárias, autoavaliação da criança e a elaboração e socialização de conselhos avaliativos ao final de cada semestre, onde são priorizadas as relações criança/criança, professor(a)/criança e as relações entre criança, ambiente e professor(a), no sentido de garantir a qualidade da práxis pedagógica. A avaliação não tem como locus o desenvolvimento de uma criança em detrimento à outra, tão pouco a mensuração do alcance de objetivos propostos, pois compreende o que cada criança consegue dentro de suas possibilidades e especificidades, assim como, os avanços por ela conquistados no desenvolvimento de cada atividade e no decorrer do semestre.