CAPÍTULO 7. Agregando todos os mercados: o modelo OA-DA. Olivier Blanchard Pearson Education

Documentos relacionados
CAPÍTULO 5. Revisão. Mercado de bens e mercados financeiros: o modelo IS-LM. Olivier Blanchard. Pearson Education

Expectativas, produto e política econômica

CAPÍTULO 17. Expectativas, produto e política econômica. Olivier Blanchard Pearson Education

EAE-206 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 4 Mercado de trabalho e AS AD. 1. Blanchard, cap.

CAPÍTULO. Progresso tecnológico, salários e desemprego. Olivier Blanchard Pearson Education

Modelo Oferta Agregada Demanda. Exercícios e Questões

Mercados de Bens e Financeiros: Mercado de Bens e a

Produto, taxa de juros e taxa de câmbio CAPÍTULO 20. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

é maior (menor) do que zero. Assim, o multiplicador em (c) será maior se b 1 é grande (investimento é sensível à renda),

UFRJ Economia Internacional Prof. Alexandre B. Cunha P1 2017/1. Resolva 2 (duas) das 3 (três) questões.

Expectativas: ferramentas básicas

12 Flutuações de Curto Prazo

Introdução a Economia II Aula 15: Modelo IS-LM [Mankiw Caps. 10 e 11] Prof. Christiano Arrigoni Dezembro de 2013

Demanda Agregada salários e preços rígidos

O mercado de bens em uma economia aberta CAPÍTULO 19. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (Demanda)

INFLAÇÃO: TEORIA E EXPERIÊNCIA BRASILEIRA Bibliografia: capítulo 8 de Bacha (2004), p. 215 a 223; 240 a 243. Aula 8

Terceira Lista de Exercícios Macro II (Solução)

Demanda e oferta agregadas

Patologias macroeconômicas. Antony Mueller UFS Outubro 2011

Algo sobre metas de inflação e Produto e taxa de câmbio no curto prazo

INFLAÇÃO: TEORIA E EXPERIÊNCIA BRASILEIRA Bibliografia: capítulo 8 de Bacha (2004), p. 215 a 223; 240 a 243

Referencial para Análise do Produto

Produção e Taxa de Câmbio no Curto Prazo

EAE0111 Fundamentos de Macroeconomia. Lista 3

Mercados financeiros e expectativas CAPÍTULO 15. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Inflação, atividade econômica e crescimento da moeda nominal

EAE-206 Teoria Macroeconômica I Prof. Márcio I. Nakane Lista de Exercícios 3 IS LM. 1. Blanchard, cap. 5, exercício 2,

FlutuaçõesEconômicasde Curto Prazo. Flutuações Econômicas de Curto Prazo. Três Fatos Sobre Flutuações. Flutuações PIB real. Flutuações - Investimento

Exemplo de Frequência / Exame de Macroeconomia. Grupo I (Teóricas)

Capítulo 10. Análise clássica do ciclo econômico: macroeconomia do equilíbrio de mercado. Alexandre Nunes Esalq/USP

Inflação alta CAPÍTULO. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Capítulo 11. Keynesianismo: a macroeconomia da rigidez dos salários e preços. Alexandre Nunes Esalq/USP

Teoria Macroeconômica II PUC-Rio. Prova G1 GABARITO

Parte 4 Integração entre microeconomia e macroeconomia e implicações sobre as políticas econômicas

Aula 07 Modelo IS-LM Parte I

Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula Professor: Waldery Rodrigues Júnior

TEMA: Paridade da Taxa de Juros Determinação da Taxa de Câmbio sob Câmbio Flutuante

Universidade de Lisboa. Folha de Resposta

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DISCIPLINA: ECONOMIA ALUNOS: LEANDRO SUARES, LUIS FELIPE FRANÇA E ULISSES

Flutuações Econômicas no Curto Prazo OA e DA CAPÍTULO 33

Introdução à Macroeconomia. Danilo Igliori Ciclos e Flutuações

Fundação Getúlio Vargas / EPGE Economia Monetária e Financeira Prof. Marcos Antonio Silveira

F. Author, S. Another (Universities of Somewhere and Elsewhere) Presentation Title Conference Name, / 45

Macroeconomia Alex Mendes

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, Rio de Janeiro Brasil.

3. Qual o significado geral da Análise IS-LM? 4. O que vem a ser a curva IS? Quais os fatores ou variáveis que a deslocam?

Consequências de políticas fiscais e monetárias com taxas de câmbio fixas e flutuantes

ECONOMIA INTERNACIONAL: NOTAS DE AULA

ECONOMIA INTERNACIONAL: NOTAS DE AULA

Gabarito do Exercício 2 da Lista 5 de Macro 1 ministrada pelo Fernando Rugistky.

Economia. O tradeoff entre inflação e desemprego no curto prazo. Introdução à. N. Gregory Mankiw. Tradução da 6a. edição norte-americana

ECONOMIA. Macroeconomia. Modelo IS/LM/BP Parte 01. Prof. Alex Mendes

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 7

Exercícios de Macroeconomia

O modelo IS-LM: a relação entre o mercado de bens e o mercado financeiro.

Teoria Macroeconômica I

UFRJ Economia Internacional (diurno) Prof. Alexandre B. Cunha P1 2015/2. Resolva 2 (duas) das 3 (três) questões.

6. Quais os fatores ou variáveis que a deslocam? Quais os fatores ou variáveis que alteram sua inclinação?

Inflação e Desemprego

O Mercado Monetário, a Taxa de Juros e a Taxa de Câmbio

Aula 3 - Modelo Keynesiano Simples

O equilíbrio no mercado monetário, determinação da taxa de juros da economia. A curva LM, taxa de juros real e taxa de juros nominal.

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM

Teoria Macroeconômica II PUC-Rio

INSS Economia Macroeconomia Keynesiana Fábio Lobo

Determinaçaõ da taxa de juros

Os fatos do crescimento CAPÍTULO. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

ANEXO 9.B. Análise Gráfica do Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP)

4. Modelo Monetarista 4.1. Demanda por moeda em Friedman: o restabelecimento da TQM

o do banco central818doc-start F. Author, S. Another (Universities of Somewhere and Elsewhere) Presentation Title Conference Name, / 67

UFRJ Economia Internacional (diurno) Prof. Alexandre B. Cunha P1 2014/2

Modelo IS-LM. Exercícios e Questões

Economia. Modelo Clássico. Professor Jacó Braatz.

Macroeconomia Equilíbrio Geral

COMÉRCIO E INVESTIMENTO INTERNACIONAIS PROF. MARTA LEMME 2º SEMESTRE 2011

Mercados de Bens e Financeiros: O Modelo IS-LM

O Equilíbrio do Mercado de Moeda A Curva de LM e o Equilíbrio IS-LM

Política monetária: Inflação e o regime de metas

Modelos Macroeconômicos e Política Econômica

Influência das políticas monetária e fiscal sobre a demanda agregada.

Modelos de determinação da renda: o Modelo Clássico

I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS,

MOEDA E INFLAÇÃO Macro VI

Macroeconomia Equilíbrio Geral

Oferta Agregada. A Função de Produção Trabalho, Salários Nominais e Reais (II)

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3, 4 e 7

Teoria Econômica II: Macroeconomia. Economia Fechada. Além, A.C., Macroeconomia, SP: Elsevier, 2010 Capítulos 3 e 4

Ciclos Económicos: IS-LM-FE / AD- AS (SRAS-LRAS)

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Ano lectivo 2004/2005 Exame 1ª Época

Finanças Públicas. Dinâmica da Dívida Pública CAP. 9 GIAMBIAGI

Macroeconomia Alex Mendes

Modelos macroeconômicos para uma economia aberta

Curso de Teoria Monetária

SIMULADO PROVA DE MACROECONOMIA. 19/07/2012 Quinta-Feira HORÁRIO: 08:00h às 10:15h

Finanças Públicas. Dinâmica da Dívida Pública CAP. 9 GIAMBIAGI

Ajustamento da Economia em Regime de Câmbio Fixo

Curva LM. A curva LM: os pontos sobre ela, à sua direita e à sua esquerda

Transcrição:

Agregando todos os mercados: o modelo OA-DA Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 7

7.1 Oferta agregada A relação de oferta agregada representa os efeitos do produto sobre o nível de preço. Ela é derivada do comportamento de salários e preços. Recordemos as equações para determinação de salários e preços do Capítulo 6: W P e = P F( u, z) = ( 1 + µ ) W

Oferta agregada W Passo 1: Eliminar o salário nominal de: e = P F( u, z) e P = ( 1 + µ ) W, então: e P = P ( 1 + µ ) F( u, z) Em palavras: o nível de preços depende do nível esperado de preços e da taxa de desemprego. Vamos supor que tanto µ quanto z sejam constantes.

Oferta agregada Passo 2: Substituir a taxa de desemprego por sua expressão em termos de produto : u U = = L L N L N = 1 = 1 L Portanto, para dada força de trabalho, quanto maior o produto, menor a taxa de desemprego. Y L

Oferta agregada Passo 3: Substituir a taxa de desemprego na equação obtida no Passo 1: e Y P = P + F L z ( 1 µ ) 1, Em palavras, o nível de preços depende do nível esperado de preços, P e, e do nível de produto, Y (e também de µ, z, e L, mas vamos supor que esses sejam constantes aqui).

Oferta agregada A relação OA tem duas propriedades importantes: Um aumento do produto leva a um aumento do nível de preços. Esse é o resultado de quatro passos subjacentes: 1. 2. 3. 4. Y e Y P = P + F L z ( 1 µ ) 1, N N u u W W P

Oferta agregada A relação OA tem duas propriedades importantes : Um aumento do nível esperado de preços leva a um aumento do nível de preços efetivo de mesma magnitude. Esse efeito ocorre através dos salários: 1. 2. e Y P = P + F L z ( 1 µ ) 1, P e W W P

Oferta agregada Figura 7.1 Curva de oferta agregada Dado o nível esperado de preços, um aumento do produto leva a um aumento do nível de preços. Se o produto for igual ao nível natural de produto, então o nível de preços será igual ao nível esperado de preços.

Oferta agregada A curva OA tem três propriedades que se mostrarão úteis: A curva OA é positivamente inclinada. Como explicado anteriormente, um aumento do produto leva a um aumento do nível de preços. A curva OA passa pelo ponto A, em que Y = Y n e P = P e. Essa propriedade tem duas conseqüências: Quando Y > Y n, P > P e. Quando Y < Y n, P < P e. Um aumento no P e desloca a curva OA para cima, e uma diminuição no P e desloca a curva OA para baixo.

Oferta agregada Figura 7.2 Efeito de um aumento do nível esperado de preços sobre a curva de oferta agregada Um aumento do nível esperado de preços desloca a curva de oferta agregada para cima.

Oferta agregada Resumindo: Com base na determinação dos salários e da determinação dos preços no mercado de trabalho, derivamos a relação de oferta agregada. Essa relação significa que, para dado nível esperado de preços, o nível de preços é uma função crescente do nível de produto. É representada por uma curva positivamente inclinada, chamada curva de oferta agregada.

Aumentos do nível esperado de preços deslocam a curva de oferta agregada para cima; diminuições do nível esperado de preços deslocam a curva de oferta agregada para baixo.

7.2 Demanda agregada A relação de demanda agregada representa o efeito do nível de preços sobre o produto. É derivada das condições de equilíbrio do mercado de bens e dos mercados financeiros. Recordemos as condições de equilíbrio do mercado de bens e dos mercados financeiros descritas no capítulo 5:

Demanda agregada Figura 7.3 Derivação da curva de demanda agregada Um aumento do nível de preços leva a uma diminuição do produto.

Demanda agregada Mudanças na política monetária ou na política fiscal ou, de modo mais geral, em qualquer variável, exceto o nível de preços, que desloque as curvas IS ou LM deslocam a curva de demanda agregada. Y = Y M P G T,, ( +, +, ) A curva IS é negativamente inclinada, a curva LM é positivamente inclinada. A relação negativa entre produto e nível de preços é mostrada como a curva DA negativamente inclinada.

Demanda agregada Figura 7. 4 Deslocamentos da curva de demanda agregada A um dado nível de preços, um aumento dos gastos do governo aumenta o produto, deslocando a curva de demanda agregada para a direita. A dado nível de preços, uma diminuição da moeda nominal diminui o produto, deslocando a curva de demanda agregada para a esquerda. Y = Y M P G T,, ( +, +, )

Demanda agregada Resumindo: Partindo das condições de equilíbrio do mercado de bens e dos mercados financeiros, derivamos a relação de demanda agregada. Essa relação implica que o nível de produto seja uma função decrescente do nível de preços. É representada por uma curva negativamente inclinada, chamada de curva de demanda agregada. Mudanças na política monetária ou na política fiscal ou, de modo mais geral, em qualquer variável, exceto o nível de preços, que desloque as curvas IS ou LM deslocam a curva de demanda agregada.

7.3 Equilíbrio no curto prazo e no médio prazo O equilíbrio depende do valor de P e. O valor de P e determina a posição da curva de oferta agregada, e a posição da curva OA afeta o equilíbrio.

O equilíbrio no curto prazo Figura 7.5 Equilíbrio no curto prazo O equilíbrio é dado pela interseção da curva de oferta agregada com a curva de demanda agregada. No ponto A, o mercado de trabalho, o mercado de bens e os mercados financeiros estão todos em equilíbrio.

O equilíbrio no curto prazo F i A curva de oferta g agregada, OA, é u desenhada para um r dado valor P e. Quanto a maior o nível do produto, maior o nível 7 de preços.. A 5curva de demanda agregada, DA, é desenhada para valores dados de M, G, e T. Quanto maior o nível de preços, menor o nível de produto.

Do curto ao médio prazo No ponto A, Y > Y P > P n Fixadores de salário esperarão um nível de preços mais alto no futuro. Isso deslocará a curva OA para cima. A expectativa de um nível de preços mais alto também leva a um salário nominal mais alto, o que por sua vez leva a um maior nível de preços. e

Do curto ao médio prazo O ajuste termina uma vez quey = Yn and P = P e os fixadores de salário não mais terão motivo para mudar suas expectativas. No médio prazo, o produto retornará ao nível natural de produto. e

Do curto ao médio prazo Figura 7.6 Ajuste do produto ao longo do tempo Se o produto está acima do nível natural do produto, a curva OA se desloca para cima ao longo do tempo até que o produto volte para o nível natural do produto.

Do curto ao médio prazo Resumindo: No curto prazo, o produto pode estar acima ou abaixo do nível natural do produto. As mudanças em quaisquer das variáveis que entram tanto na relação de oferta agregada como na relação de demanda agregada levam a mudanças no produto e a mudanças no nível de preços. No médio prazo, o produto após certo tempo volta ao nível natural de produto. O ajuste se dá por meio de mudanças no nível de preços.

7.4 Efeitos de uma expansão monetária Y = Y M P G T,, Na equação de demanda agregada, podemos ver que um aumento da moeda nominal, M, leva a um aumento do estoque real de moeda, M/P, levando a um aumento do produto. A curva de demanda agregada se desloca para a direita.

Dinâmica do ajuste O aumento no estoque nominal de moeda desloca a curva de demanda agregada para a direita. No curto prazo, o produto e o nível de preços aumentam.

Efeitos dinâmicos de uma expansão monetária A diferença entre Y e Y n desencadeia o ajuste da expectativa de preços. No médio prazo, o curva OA desloca-se até a posição da curva OA e a economia retorna ao equilíbrio em Y n. O aumento dos preços é proporcional ao aumento do estoque nominal de moeda.

Dinâmica do ajuste Figura 7.7 Efeitos dinâmicos de uma expansão monetária Uma expansão monetária leva a um aumento do produto no curto prazo, mas não tem efeito sobre o produto no médio prazo.

Visão dos bastidores O impacto de uma expansão monetária na taxa de juros pode ser ilustrado pelo modelo IS-LM. O efeito no curto prazo da expansão monetária é o de deslocar a curva LM para baixo. A taxa de juros é menor e o produto é maior.

Visão dos bastidores Se o nível de preços não aumentasse, o deslocamento na curva LM seria maior até LM.

Visão dos bastidores Ao longo do tempo, o nível de preços aumenta, o estoque nominal de moeda diminui e a curva LM retorna para onde estava antes do aumento da moeda nominal. No médio prazo, o estoque real de moeda e a taxa de juros não se alteram.

Visão dos bastidores Figura 7.8 Efeitos dinâmicos de uma expansão sobre o produto e a taxa de juros O aumento da moeda nominal inicialmente desloca a curva LM para baixo, diminuindo a taxa de juros e aumentando o produto. Ao longo do tempo, o nível de preços aumenta, deslocando a curva LM de volta para cima até que o produto retorne ao nível natural de produto.

Neutralidade da moeda No curto prazo, a expansão monetária leva a um aumento do produto, a uma diminuição da taxa de juros e a um aumento do nível de preços. No médio prazo, o aumento da moeda nominal reflete-se totalmente em aumento proporcional do nível de preços. A neutralidade da moeda refere-se ao fato de que um aumento do estoque nominal de moeda não tem efeito sobre o produto ou a taxa de juros no médio prazo. O aumento do estoque nominal de moeda é completamente absorvido pelo aumento do nível de preços.

7.5 Diminuição do déficit orçamentário Figura 7.9 Efeitos dinâmicos de uma diminuição do déficit orçamentário Uma diminuição do déficit orçamentário leva inicialmente a uma diminuição do produto. Ao longo do tempo, contudo, o produto retorna ao nível natural de produto.

Quanto tempo duram os efeitos reais da moeda? Figura 1 Efeitos de uma expansão na moeda nominal no modelo de Taylor Modelos macroeconomômicos são versões em escala maior do modelo de oferta agregada e de demanda agregada deste capítulo. São usados para responder a perguntas, como, por exemplo, quanto tempo duram os efeitos reais da moeda.

Redução do déficit, produto e taxa de juros Como o nível de preços diminui em resposta a uma diminuição do produto, o estoque real de moeda aumenta. Isso leva ao deslocamento da curva LM até LM. Tanto o produto quanto a taxa de juros são menores do que antes da contração fiscal.

Redução do déficit, produto e taxa de juros A curva LM continua a se deslocar para baixo até que o produto volte ao nível natural de produto. A taxa de juros está mais baixa do que antes da redução do déficit.

Redução do déficit, produto e taxa de juros Figura 7.10 Efeitos dinâmicos de uma diminuição do déficit orçamentário sobre o produto e a taxa de juros Uma redução do déficit leva no curto prazo a uma diminuição da taxa de juros. No médio prazo, o produto volta a seu nível natural, enquanto a taxa de juros cai ainda mais.

Redução do déficit, produto e taxa de juros A composição do produto é diferente de antes da redução do déficit. Como a renda e os impostos não se alteram, o consumo é igual ao de antes. Os gastos do governo são menores do que antes; assim, o investimento deve ser maior do que antes da redução do déficit maior por um montante que seja exatamente igual à redução de G.

Déficits orçamentários, produto e investimento Resumindo: No curto prazo, uma redução do déficit orçamentário, se implementada isoladamente, leva a uma diminuição do produto e pode levar a uma diminuição no investimento. No médio prazo, o produto volta ao nível natural de produto, e a taxa de juros é menor. Uma redução do déficit leva inexoravelmente a um aumento no investimento.

7.6 Mudanças no preço do petróleo Figura 7.11 Preço do petróleo cru desde 1960 Houve dois aumentos acentuados do preço relativo do petróleo na década de 1970, seguidos por uma queda nas décadas de 1980 e 1990.

Efeitos sobre a taxa natural de desemprego Figura 7.12 Efeitos de um aumento do preço do petróleo sobre a taxa natural de desemprego Um aumento do preço do petróleo leva a um salário real menor e a uma taxa natural de desemprego maior..

Dinâmica do ajuste e Y P = P + F L z ( 1 µ ) 1, Um aumento da margem, µ, causado por um aumento do preço do petróleo, resulta num aumento no nível de preços, para qualquer nível de produto, Y. A curva de oferta agregada se desloca para cima.

Dinâmica do ajuste Depois do aumento do preço do petróleo, a nova curva OA passa pelo ponto B, em que o produto é igual ao novo nível natural de produto mais baixo, Y n, e o nível de preços é igual a P e. A economia se move ao longo da curva DA, de A para A. O produto diminui de Y n para Y.

Dinâmica do ajuste Ao longo do tempo, economia se move ao longo da curva DA, de A para A. No ponto A, a economia alcançou o novo nível natural de produto, Y n, e o nível de preços é mais alto do que antes do choque do petróleo.

Dinâmica do ajuste Figura 7.13 Efeitos dinâmicos de um aumento do preço do petróleo Um aumento do preço do pretróleo leva, no curto prazo, a uma diminuição do produto e a um aumento do nível de preços. Ao longo do tempo, o produto cai ainda mais, e o nível de preços aumenta ainda mais.

Dinâmica do ajuste A combinação de crescimento negativo e inflação alta, ou estagnação acompanhada de inflação, é chamada de estagflação.

7.7 Conclusões Curto prazo versus médio prazo

Conclusões Choques e mecanismos de propagação Flutuações do produto (às vezes chamadas de ciclos econômicos) são movimentos do produto em torno de sua tendência. A economia é constantemente afetada por choques na oferta agregada, na demanda agregada ou em ambas. Cada choque tem efeitos dinâmicos sobre o produto e seus componentes. Esses efeitos dinâmicos são chamados de mecanismo de propagação do choque.

Palavras-chave relação de oferta agregada relação de demanda agregada neutralidade da moeda estagflação flutuações do produto ciclos econômicos choques mecanismo de propagação