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Transcrição:

Interessados: PRT 15ª Região Ofício de Bauru e Olaria Cristo Rei Ltda-ME Assuntos: Jornada de trabalho - Meio ambiente de trabalho Outras irregularidades trabalhistas Relatório Adota-se como relatório o quanto exposto na proposta de arquivamento elaborada pelo ilustre Procurador Luis Henrique Rafael (fl.16). Para o que interessa à apreciação deste procedimento, o nobre Órgão oficiante, na Promoção em comento, deixou registrado, verbatim: Trata-se de Inquérito Civil instaurado mediante representação oferecida pelo Ministério Público do Trabalho de Bauru, após contatos recebidos pela vigilância sanitária de Ourinhos, noticiando o descumprimento de normas de segurança e meio ambiente do trabalho no setor de Olarias de Ourinhos, dentre as quais a empresa inquirida. (...) Em atenção à requisição Ministerial, veio aos autos o relatório de inspeção de fls. 13, relatando a adequação da conduta da empresa às normas de segurança, medicina e higiene do trabalho, bem como informando a inexistência de trabalho sem registro e de trabalho de menores de 18 anos. Ante o exposto, verificado o ajuste da conduta voluntário da empresa no curso do procedimento e em decorrência da inspeção efetivada pela fiscalização do trabalho, não vislumbro hipótese de atuação do Ministério Público do Trabalho...

Voto Pede-se venia para, em contraposição à conclusão firmada na promoção de arquivamento, ponderar quanto à necessidade de se exaurir a presente investigação, convocando-se, para tanto, o auxílio de doutrina autorizada, verbatim: Se, no curso do inquérito civil, ficar evidenciado que a propositura de eventual ação civil se tornou prejudicada por ter desaparecido o interesse de agir ou a possibilidade jurídica, o membro do Ministério Público deverá promover de plano o arquivamento das investigações. Nos demais casos, o arquivamento do inquérito civil só poderá ser feito após esgotadas todas as diligências, como diz a lei. Como bem anota Carvalho Filho, a lei está a exigir qualquer providência que venha porventura a possibilitar a comprovação do substrato fático sob apuração. Ao contrário, deve ele empenhar-se ao máximo para adotá-la. Está aí também mais uma conseqüência do princípio da obrigatoriedade, que ilumina toda a ação ministerial. (MAZZILLI, Hugo Nigro. O inquérito civil. São Paulo: Saraiva, 2000, fl.283). (sem negrito no original). No caso sub examen, o Auditor-Fiscal, conforme relatório de fls.13/14, além de notificar a olaria investigada para regularizar a chave de distribuição da máquina tijoleira e respectiva fiação elétrica, detectou outras irregularidades atinentes ao meio ambiente laboral, quais sejam, o não fornecimento de EPI mediante recibo e a não exigência de seu uso (NR 6, item 6.6.1, b ), a não realização de Exames Médicos de Saúde Ocupacionais admissionais ((NR 7, item 7.4.1, a, c/c CLT, art.168, inc.i), a falta de designação e treinamento de empregado responsável pelo cumprimento da NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA), e a ausência de elaboração dos Programas de

Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO (NR 7) e de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA (NR 9). Quanto ao último aspecto descumprimento das NR s 7 e 9-, registre-se que a solução adotada pelo Auditor-Fiscal ( Quanto ao PCMSO: a empresa não apresentou PCMSO, que pelo pequeno porte não foi notificada a elaborar. Quanto ao PPRA: a empresa não apresentou PPRA, que pelo pequeno porte não foi notificada a elaborar /fl.13), não decorre de estar a olaria dispensada dessa obrigação trabalhista, pois mesmo as empresas de pequeno porte ou optantes pelo SIMPLES estão obrigadas a elaborar e implementar referidos programas (conforme itens 7.1.1., da NR 7, e 9.1.1., da NR 9, c/c arts. 50 e 51, da LC nº 123/2006 1 ), resultando, na verdade, s.m.j., da natureza orientadora atribuída à inspeção do trabalho nos casos de fiscalização envolvendo microempresas e empresas de pequeno porte, consoante diretivas emanadas da Lei Complementar nº 123/2006 - Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente quanto ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias /art.1º, caput e inc.ii), e da Instrução Normativa MTE/SFIT nº 72/2007 (que orienta os Auditores-Fiscais do trabalho quanto a procedimentos a serem adotados na fiscalização, para que seja 1 LC 123/2006, Art. 50: As microempresas e as empresas de pequeno porte serão estimuladas pelo poder público e pelos Serviços Sociais Autônomos a formar consórcios para acesso a serviços especializados em segurança e medicina do trabalho. Art. 51: As microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas: I da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências; II da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro; III de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem; IV da posse do livro intitulado Inspeção do Trabalho ; e V de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas.

dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte o tratamento diferenciado de que trata a Lei Complementar nº 123/2006). Voltando à questão do exaurimento da presente investigação, é de se destacar que, não tendo desaparecido o interesse de agir ministerial, dada a relevância do objeto investigado - descumprimento de normas de medicina e segurança do trabalho por empresa integrante do setor de cerâmica e olaria da região de Ourinhos, ramo econômico que, nos termos do despacho exarado à folha 03, apresenta alarmantes índices de acidentes de trabalho -, também não se configura o esgotamento das diligências necessárias para o deslinde da investigação, ou seja, a impossibilidade agir, porquanto inexiste nos autos notícia de que o estabelecimento ora investigado, apesar de notificado pelo MTE desde 04.02.2009 (fl.14), tenha providenciado o atendimento das medidas exigidas em ação fiscal, de modo que caberia ao Órgão oficiante, no mínimo, requisitar uma inspeção de retorno à Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Marília/SP. A propósito, a Câmara de Coordenação e Revisão, no PGT/CCR/2875/2008, deixou assentada a orientação que segue transcrita e que ora se integra à presente proposta de voto para efeito de fundamento, litteratim: MEIO AMBIENTE DO TRABALHO. Falta de designação e treinamento, pela empresa investigada, de empregado responsável pelo cumprimento da NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPA), e ausência de elaboração e implementação do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO. Tema de atuação prioritária do MPT. Irrelevância do pequeno contingente de trabalhadores envolvidos. Promoção de arquivamento que não se homologa, determinando-se a devolução à origem para prosseguimento das investigações. Anote-se, na seqüência e no mesmo estalão, o PGT/CS/PP/3886/2006, PGT/CCR/1586/2008, e PGT/CCR/9922/2008. Em epítome, não parece razoável concluir-se, na presente hipótese, pelo cumprimento integral das medidas de segurança e saúde determinadas pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, sem a realização de nova inspeção na cerâmica investigada. Por fim, considerando tratar-se, in casu, de empregador de pequeno porte, com 9 empregados (fl.13), refuta-se, por antecipação, eventual argumento que pretenda erigir o critério da quantidade de trabalhadores em pressuposto impeditivo do agir ministerial, registrando-se os inúmeros precedentes deste Colegiado que assentam que a atuação do Ministério Público do Trabalho se dá em função do bem a ser tutelado e não do contingente de trabalhadores eventualmente atingidos (ex vi PGT/CCR/70/2008, PGT/CCR/262/2008, PGT/CCR/712/2008, PGT/CCR/796/2008, PGT/CCR/9930/2008 e PGT/CCR/9958/2008).

Conclusão Por esses fundamentos, a proposta de voto é pela não homologação da promoção de arquivamento, com devolução dos autos à origem para prosseguimento, deixando de designar membro específico para atuação (inciso II, art. 10, da Resolução CSMPT 69/2007), em respeito à autonomia organizacional da Regional, preservando-se, porém, o caráter de delegação deste ato, ainda que abstrata, que será individualizada no membro a quem couber oficiar no procedimento segundo os parâmetros regionais. Brasília, 22 de junho de 2009. Rogério Rodriguez Fernandez Filho SubProcurador-Geral do Trabalho