CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

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1 CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO Origem: PRT 4ª Região Porto Alegre / RS Interessado 1: Danusa Ruhmke Interessados 2: Transporte e Geradores Energia Fiabane Ltda. Interessado 3: Ministério Público do Trabalho Assuntos: CODEMAT Outros temas Procurador oficiante: Sheila Ferreira Delpino Ausência de diligências suficientes que autorizem o encerramento das investigações. Conversão do julgamento em diligência. RELATÓRIO Trata-se de procedimento fundado em denúncia formulada por Danusa Ruhmke contra a empresa Transporte e Geradores Energia Fiabane Ltda., noticiando irregularidades como a contratação de empregados sem registro na CTPS, o fornecimento reduzido de vale transporte e o não reconhecimento de acidente de trabalho. Instada a se manifestar, a denunciada trouxe aos autos vasta documentação (cópia dos CAGEDs, CATs, relação de 1

2 funcionários, contrato social, dentre outros) constantes no anexo 1 deste procedimento. Intimada para prestar esclarecimentos acerca de suas alegações, a denunciante, de sua vez, reiterou os termos da denúncia, oportunidade em que também indicou o nome de três testemunhas que poderiam corroborar a existência de irregularidades trabalhistas por parte da investigada (Júlio Cesar Lopes Gonçalves, Julio Cesar Santos, Paulo Padilha da Cruz e Diego). Em seguida, foram tomados os depoimentos de quatro empregados elencados em relação nominal indicada pela própria denunciada. Em audiência, todos os inquiridos (Paulo Cesar de Oliveira Teixeira, Américo Teixeira Henrique, Juliano Santiago Gomes e Carla Roberta Pacheco Mengue da Silva) não confirmaram o conteúdo da denúncia, afirmando estar a investigada em completa regularidade. O ilustre Órgão ministerial oficiante promoveu o arquivamento do procedimento administrativo sob os seguintes fundamentos, verbis: (...) Considerando que os documentos apresentados não indicavam a pratica de qualquer irregularidade à 2

3 legislação trabalhista, a Procuradora do trabalho, após obter maiores esclarecimentos sobre os fatos com a denunciante, designou audiência para a oitiva de 04 (quatro) atuais empregados da empresa. Ouvidos os trabalhadores (fls. 29/32), pode-se verificar que a empresa realiza a contratação de seus empregados conforme determina a legislação trabalhista, havendo, inclusive, um empregado contratado desde o ano de Todos eles foram unanimes em referir que a contratação ocorre com assinatura de CTPS e pagamento das verbas trabalhistas correspondentes. Com relação à ocorrência de acidente de trabalho, todos deles (sic) informam desconhecer tenha algum sinistro ocorrido com motoristas. (...) Assim sendo, diante da ausência das irregularidades investigadas, não se vislumbra necessidade da continuação da atuação do MPT. Com efeito, não sido constatadas as irregularidades, cabível a promoção de arquivamento.... os autos a esta Relatora. Por distribuição deste feito na CCR/MPT, vieram É o relatório. VOTO-FUNDAMENTAÇÃO 3

4 Data venia dos argumentos expedidos pela digna Procuradora proponente, entendo não caiba, por ora, a cessação da tarefa persecutória ao encargo do Ministério Público do Trabalho. Da leitura dos autos, depreende-se que, apesar de haver a denunciante indicado quatro testemunhas que pudessem esclarecer melhor quais as irregularidades havidas na empresa investigada, o i. Órgão Ministerial optou por proceder à oitiva somente de outros quatro funcionários, relacionados em lista apresentada pela denunciada, não tomando qualquer atitude em relação àqueles indicados pela denunciante. Ademais, não foi realizada qualquer diligência in loco a fim de verificar se referida empresa encontrava-se, de fato, regularizada e com todos os seus empregados devidamente registrados, não havendo elementos suficientes que autorizem o arquivamento do feito. Destarte, diante da fragilidade das provas colacionadas aos autos, tenho que a tarefa persecutória do MPT deva prosseguir, mediante a oitiva das testemunhas arroladas pela denunciante. Assim, para tais efeitos, converto o presente feito em diligência. 4

5 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto no sentido de converter o julgamento em DILIGÊNCIA para que se proceda à oitiva das testemunhas indicadas pela denunciante e outras providências que se fizerem necessárias, com vistas à colheita de mais elementos de informação pertinentes ao caso. providências pertinentes e necessárias. Ao Órgão oficiante de origem para as Brasília, 20 de setembro de VERA REGINA DELLA POZZA REIS Subprocuradora-Geral do Trabalho Membro da CCR/MPT - Relatora ffpam 5