Pº R.P. 193/2005 DSJ-CT- Incerteza, resultante do título e das declarações complementares, quanto ao objecto do registo. PARECER

Documentos relacionados
P.º n.º R.P. 43/2010 SJC-CT Transmissão de locação financeira. Recusa. DELIBERAÇÃO

Constituição do direito de superfície Aos dias do mês de.. do ano dois mil e cinco, nesta cidade de

Pº R.P. 241/2008 SJC-CT-

P.º R. P. 113/2005 DSJ-CT:

DELIBERAÇÃO. Relatório

DELIBERAÇÃO. Na verdade, as hipotecas encontram-se inscritas a favor do BS, e a declaração para cancelamento foi emitida pelo BA.

Insolvência de FRIDOURO REFRIGERAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DO DOURO, LDA.

P.º R. P. 231/2007 DSJ-CT

P.º n.º R.P. 224/2010 SJC-CT Prédio não descrito. Aquisição. Declaração a que se refere o artigo 42.º, n.º 6 do Código do Registo Predial.

DELIBERAÇÃO. Relatório:

Pº R.P. 243/2007 DSJ-CT

Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI Nº 294/XI

Sumário: Legado. Interpretação do testamento. Registo de aquisição. Declarações complementares e prova complementar.

DELIBERAÇÃO. Relatório:

P.º n.º R.P. 169/2011 SJC-CT Conversão do arresto em penhora. DELIBERAÇÃO

P.º n.º R.P. 212/2010 SJC-CT Penhora. Registo de aquisição de imóvel penhorado. Averbamento à descrição. Recusa. DELIBERAÇÃO

Ficou também arquivada a planta topográfica do prédio rectificando elaborada por técnico qualificado.

P.º R. P. 24/2009 SJC-CT-

Insolvência de EDIANDAR SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO, LDA.

P.º n.º R.P. 242/2010 SJC-CT

P.º R. P. 184/2009 SJC-CT

P.º n.º R.P. 92/2010 SJC-CT Aquisição. Contrato promessa. DELIBERAÇÃO

P.º C. P. 65/2008 SJC-CT- Registo das alterações à licença ou à autorização de loteamento pedido pelas Câmaras Municipais. Tributação emolumentar.

Pº R.P. 241/2004 DSJ-CT. - Distrate de justificação notarial Intervenientes Cancelamento de registo de aquisição. DELIBERAÇÃO

P.º R. P. 257/2009 SJC-CT

INSOLVÊNCIA DE: MARIA JOSÉ COSTA OLIVEIRA

Pº R.P. 12/2009 SJC-CT-

CONSTITUIÇÃO DE DIREITO DE SUPERFÍCIE No dia de de dois mil e dezassete, nos Paços do Concelho,

6.º CONCURSO DE PROVAS PÚBLICAS PARA ATRIBUIÇÃO DO TÍTULO DE NOTÁRIO 25/05/2019. Prova e Grelha de Correcção Direito Notarial e de Direito Público

P.º n.º R. P. 255/2009 DSJ-CT- PARECER I Relatório 1

N/Referência: P.º R P 102/2018 STJSR-CC Data de homologação: Arrendamento Provisório por natureza, artigo 92.º, n.º 2, alínea d).

A posição deste Conselho vai expressa na seguinte. Deliberação

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

P.º R. P. 191/2008 SJC-CT- Aquisição em processo de execução rejeição da apresentação - gratuitidade do registo. DELIBERAÇÃO Relatório

Pº R. P. 46/2009 SJC-CT-

A quando da adjudicação do imóvel o comprador sinaliza hoje 20% do valor licitado, à Massa Insolvente.

NEGOCIAÇÃO PARTICULAR

DELIBERAÇÃO. Relatório

LEILÃO VISITA: SOB MARCAÇÃO Vale da Estrada (Nave) Sarzedas - Castelo Branco / GPS: 39 50'04.3"N 7 38'33.9"W

Pº R. P. 180/2008 SJC-CT

1 LOTE CANCELA & MELO, LDA LEILÃO 13 DE DEZEMBRO DE :30 VISITAS: VALOR DA AVALIAÇÃO TOTAL DOS BENS: ,00

Exame final de estágio para solicitadores (2015/2016)

Portaria n.º 621/2008, de 18 de julho na redação da Portaria n.º 283/2013, de 30 de agosto*

Insolvência de SERRAÇÃO IRMÃOS CORREIA, LDA.

CONDIÇÕES DE VENDA EM HASTA PÚBLICA DE TERRENO PARA CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO DAS ÁGUAS ROMANAS

1 LOTE ANTÓNIO OLIVEIRA PATRÍCIO E MARIA JÚLIA PATRÍCIO LEILÃO 12 DE JULHO DE :30

Artigo 3.º Uso a que se destina o prédio

P.º n.º C.P. 96/2010 SJC-CT Interpretação do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria n.º 1535/2008 de 30 de Dezembro. PARECER

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Pº R.P. 206/2009 SJC-CT

Registos e Notariado. Ficha Técnica. Código do Notariado. TÍTULO I - Da organização dos serviços notariais. CAPÍTULO I - Disposições gerais

N/Referência: PºR.P.128/2016 STJ-CC Data de homologação:

P.º n.º R.P. 123/2009 SJC-CT

Insolvências de DÍLIA MARIA BAETA C. BAPTISTA e de ADRIANA CRISTINA DA C. BAPTISTA

DELIBERAÇÃO. 2 Actualmente, a situação jurídica reflectida nas tábuas com pertinência para o caso é a seguinte:

Pº R. Co. 25/2006 DSJ-CT. Recorrente: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo. Recorrida: Conservatória do Registo Comercial de.

24 LOTES LUÍS & GOMES, CONSTRUTORES CIVIS, LDA LEILÃO 17 DE NOVEMBRO DE :30 VALOR DA AVALIAÇÃO TOTAL DOS BENS: ,00

P.º n.º R.P. 102/2011 SJC-CT Testamento. Interpretação. Lapso quanto à identificação do objecto legado. Título para registo.

Consulta ao Registo Predial - Por Descrição Predial

CONCURSO PÚBLICO PARA ALIENAÇÃO UMA PARCELA DE TERRENO DESTINADA À CONSTRUÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO RECINTO DA FEIRA DA LIXA CADERNO DE ENCARGOS

Pº R.P. 94/2009 SJC-CT

Pº R.P. 132/2008 SJC-CT

Pº R. P. 270/2004 DSJ-CT. Trato sucessivo e compropriedade Facto jurídico uno Transformação da comunhão hereditária em compropriedade.

N/Referência: P.º R.P. 118/2016 STJSR-CC Data de homologação:

lcpremium.pt. CARTA FECHADA RECEÇÃO PROPOSTAS:

Pº R.P. 108/2008 SJC-CT Pº R.P. 109/2008 SJC-CT-

QUADRO LEGISLATIVO. SECÇÃO VIII Reconhecimentos. Artigo 153.º Espécies

Insolvência de Manuel da Costa Faria e Maria da Piedade Mendes Queda Vieira

P.º R.P. 147/2007 DSJ-CT-

CATÁLOGO INSOLVÊNCIA DE MARIA ALICE MENDES CARVALHO DE ALMEIDA E ANTÓNIO JOAQUIM FERREIRA DE ALMEIDA

PARECER. Recurso hierárquico: Apresentação nº 2, de 30 de Janeiro de 2006.

INSOLVÊNCIA DE: José Augusto da Silva Sousa

ALCANENA PORTO DE MÓS

a identificação das Primeiro Segundo

2. Os factos são os seguintes:

Relatório. Pº R. Bm. 4/2009 SJC-CT

P.º n.º R.P. 193/2010 SJC-CT Transmissão da posição contratual. Averbamento à inscrição de aquisição do direito de superfície.

Consultar condições de venda. Local: Estrada do Setil, Vivenda Palmeira r/c CARTAXO GPS:

- 1 - Pº R.Co.27/2009 SJC-CT

Departamento Jurídico Sector Jurídico e do Contencioso P.º CC 81/2008 SJC INFORMAÇÃO

R. P. 5/2009 SJC-CT- Doação - obrigação de registar: sujeito e prazo. PARECER. Relatório

N/Referência: P.º R.P. 117/2016 STJSR-CC Data de homologação:

MINUTA CELEBRADA EM 29/04/2005, NO LIVRO 53, FOLHAS 58 A SUPERFICIE DE UMA PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA SOCIAL E PAROQUIAL DE SANTO ANDRÉ.

N/Referência: PºR.P.135/2016 STJ-CC Data de homologação:


Recorrente: «L Sociedade Unipessoal, Limitada». Recorrida: Conservatória do Registo Comercial da. Relatório:

Venda executiva Caducidade - Impugnação pauliana - Artigo 824º do Código Civil.

CONDIÇÕES DE VENDA (súmula e informações) Coelho & Irmãos, Ldª Proc. Insolv. n.º 2581/15.5T8STR Santarém Inst. Central Sec.

P.º R.P. 293/2007 DSJ-CT-

Insolvências de DÍLIA MARIA BAETA C. BAPTISTA e de ADRIANA CRISTINA DA C. BAPTISTA

CATÁLOGO LEILÃO PRESENCIAL

CONTRATO DE ARRENDAMENTO DAS INSTALAÇÕES DA ESCOLA. PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS MINUTA DO CONTRATO Presente a

Pº C.P. 145/2009 SJC-CT-

Pº R.P. 240/2004 DSJ-CT- Matriz- Freguesia- Acção- Trato sucessivo. DELIBERAÇÃO

P.º R. P. 147/2009 SJC-CT-

DELIBERAÇÃO. A senhora conservadora manteve a decisão proferida nos termos que aqui igualmente damos por reproduzidos na íntegra.

DELIBERAÇÃO. Relatório

Pº C.P. 76/2008 SJC-CT- Casa Pronta - princípio da legitimação e princípio do trato sucessivo e dispensa de inscrição intermédia.

P.º n.º R.P. 92/2011 SJC-CT Procedimento especial de transmissão, oneração e registo imediato de imóveis (Casa Pronta) DELIBERAÇÃO

Transcrição:

1 Pº R.P. 193/2005 DSJ-CT- Incerteza, resultante do título e das declarações complementares, quanto ao objecto do registo. I- OS FACTOS: PARECER 1- Em 7 de Agosto de 1979, foi lavrada, na Secretaria Notarial de, uma escritura de compra e venda, onde outorgaram: - como vendedores: David e sua mulher Maria, e -como compradora: Maria (recorrente no presente processo, juntamente com seu Marido, Joaquim ). 2- Segundo a escritura, o contrato teve por objecto: um prédio misto, constituído por casa de habitação e terreno de logradouro e quintal, e suas pertenças, situado no referido lugar da, de, a confinar do nascente com a estrada, do poente com António, do norte com Amadeu, e do sul com Manuel, inscrito na matriz urbana sob o art. 600, com o valor de 181.440 escudos e descrito na conservatória sob o nº 71.701, a fls, 32,verso, do livro B-. 3- No final do documento, o Sr. Notário, consignou, imediatamente antes da sua assinatura que: Disseram ainda os outorgantes, e verifiquei-o no conhecimento da sisa, que o prédio está também inscrito na matriz rústica sob o art. 1.012, com o valor de 8.880 escudos. 4- Em 1998, pela apresentação nº 1, de 27 de Fevereiro, com base na escritura acima referida, a então adquirente ora recorrente-, obteve o registo definitivo de aquisição a seu favor, do prédio descrito sob o nº 71.071 (actual ficha 696, da freguesia de ), inscrito na matriz sob o art. 600. 5- Em 2005, pela apresentação nº 13, de 15 de Abril, e assente no mesmo identificado título notarial, a interessada requereu o registo de aquisição do prédio descrito sob o nº 449/, inscrito na matriz sob o art. 1.012, indicando complementarmente a sua composição 1. 6- A Srª. Conservadora recusou o pedido assim efectuado, pelas razões que a seguir se indicam, as quais, postas em causa pela recorrente, justificaram a subida dos autos. 1- Com base em declaração prestada nos termos da al. b) do nº 1 do art. 46º CRP e de cujo teor consta: Prédio rústico, destinado a cultura, com a área de 3.000 m2, sito no lugar da, freguesia de, concelho de ; confronta a norte com António, a nascente com José, a sul com estrada e a poente com Joaquim ; com valor patrimonial de 53,56 euros, inscrito na respectiva matriz sob o art. 1.012 e descrito na competente Conservatória do Registo Predial, com o nº 00449/.

2 II- A QUALIFICAÇÃO: 1- O pedido foi recusado conforme despacho de qualificação de 15 de Abril de 2005 (notificado em 14 de Julho seguinte), ao abrigo dos arts. 68º e 69º, nº 2, ambos do Código do Registo Predial, de cujo teor consta que: - não se encontra titulada na escritura a transmissão do prédio cujo acto de registo foi requerido. 2- Assim o não entendeu a recorrente que, inconformada, sustenta, na petição de recurso, que: -houve erro material de escrita por parte do Sr. Notário que realizou a escritura uma vez que começa por descrever o prédio como prédio misto, para depois o descrever na matriz urbana na verdade foram dois os prédios objecto da referida compra e venda: o prédio urbano inscrito na respectiva matriz sob o art. 600 e o prédio rústico inscrito sob o art. 1.012 e nunca um prédio misto e desde logo o Sr. Notário reparou o erro por si cometido, pois rasurou a manuscrito na mesma escritura que disseram ainda os outorgantes, e verifiquei-o no conhecimento da sisa, que o prédio está também inscrito na matriz rústica sob o art. 1012. 3- Alterando o fundamento legal da recusa que mudou para a al. b) do nº 1 do art. 69º CRP -, a Srª. Conservadora manteve-a, considerando, em resumo, que: - a escritura titula a transmissão de um prédio misto, não devidamente identificado no título; -o prédio descrito sob o nº 71.701 era uma parcela de terreno com 1.000 m2 e de forma alguma comportava a área do prédio urbano e o terreno rústico, num total de 3860 m2; -só com a intervenção de ambos os outorgantes ou de quem legalmente os represente, poderemos considerar rectificado o título translativo. III- O DIREITO: Encontrando-se cumpridos os requisitos de forma, tempestividade e legitimidade exigidos pelos arts. 36º, 39º, 140º, nºs. 1 e 2, todos do CRP, inexistem questões que obstem ao conhecimento do mérito: 1- À data da realização da escritura (7 de Agosto de 1979), regia o Código do Notariado aprovado pelo Decreto nº 47.619, de 31 de Março de 1967, a estabelecer que: -o instrumento notarial deveria conter, entre outras, a menção de todos os documentos que ficam arquivados, mediante a referência a essa circunstância, acompanhada da indicação da natureza do documento, e ainda, tratando-se do conhecimento da sisa, dos respectivos número, data e repartição emitente e a dos exibidos pela indicação da natureza, repartição emitente e data de expedição art. 62º, nº 1-e);

3 -se o instrumento notarial se referisse a prédio situado em concelho onde não vigorasse o regime da obrigatoriedade do registo, deveria mencionar o número da descrição na conservatória ou a declaração da sua omissão, comprovada pela exibição de certidão passada pela conservatória competente, com antecedência não superior a 30 dias- art. 72º; -a violação dos requisitos fixados nos arts. 62º, nº 1-e) e 72º, ambos do Código do Notariado referido, não acarretava a nulidade do acto, por vício de forma (art. 84º CN), e a sua omissão, devida a mero lapso, constituía irregularidade rectificável a todo o tempo, por meio de averbamento, a pedido dos interessados (art. 142º, nº 4 CN). 2- Para salvaguarda da segurança do comércio jurídico ou, o que vale o mesmo, da protecção de terceiros, a identificação dos prédios, quer nos títulos, quer no registo, deve ser feita com rigor e precisão por forma a não deixar dúvidas sobre a identidade predial que, efectivamente, serve de suporte aos direitos reais constituídos ou publicitados 2. Daí que o Código do Registo Predial obrigue a que dos actos notariais que contenham factos sujeitos a registo deva constar o número da descrição dos prédios ou as menções necessárias à sua descrição (art. 44º, nº 1 CRP). 3- Se os títulos forem deficientes quanto aos elementos que integram a descrição, o Código do Registo Predial admite que sejam complementados por declarações complementares [(art. 46º, 1-b)]. 4- Mas se o que neles estiver em causa for a própria identificação do prédio, a forma de rectificação, depende da circunstância de os mesmos já haverem servido de base -ou ainda não -, ao registo dos factos que titulam. Assim: -ou através do processo previsto nos arts. 120º e segs. CRP, porque, efectuados os registos, as inexactidões que estes apresentem, designadamente aquelas que decorrem de deficiência dos títulos, só no processo próprio são rectificáveis, por força do disposto no art. 18º, nº 2 3, todos do CRP, no primeiro caso; - ou por declaração de todos os interessados intervenientes no acto ou dos respectivos herdeiros, devidamente habilitados (art. 46º, nº 2 CRP), no segundo caso. 5- A falta das declarações previstas no art. 46º CRP constitui deficiência que, não sendo motivo de recusa, fundamenta a dúvida relativa à completa identificação do prédio (art. 69º, 1 e 2 a contrario e 70º, ambos CRP). 6- Embora deficientemente identificado o objecto mediato do contrato, os termos da escritura em apreço são susceptíveis de indiciarem a transmissão do direito de propriedade, a favor da recorrente, sobre duas realidades prediais, inscritas, uma, sob o art. 600/urbano e outra, sob o art. 1.012/rústico, e a omissão das menções relativas à descrição e as divergências patenteadas 4, devem ser supridas de modo a 2- Cfr. Conclusão III-Pº nº RP 82/99 DSJ-CT, in BRN 11/99, II, pág. 23. 3-Cfr. Pº 1/118 RP 96 DSJ-CT e Pº 27/87 RP 4, naquele referido in BRN nº 8/97-II, pág. 28. 4-Na escritura é referido um prédio misto, constituído por casa de habitação e terreno de logradouro e quintal e suas pertenças, situado no referido lugar da, a confinar do nascente com a estrada, do

4 obviar um resultado menos preciso e rigoroso que não é, como é sabido, a finalidade intrínseca do instituto da publicidade sobre os imóveis. 7- Haverá então, parece-nos, que garantir o rigor da identificação predial, por forma a afastar dúvidas sobre o objecto da compra e venda e eleger a forma adequada à sanação do erro ocorrido no respectivo título translativo da propriedade. 8- E é por força da existência do registo de aquisição do artigo urbano 5 (cujo pedido, interpretado numa óptica que não presume violada a regra da unidade da inscrição, foi formulado em termos que permitem concluir pela sua redução ao artigo urbano), e do conteúdo das afirmações constantes da petição de recurso 6, que importará agora proceder ao registo de aquisição do artigo rústico, instruindose o respectivo processo de registo com a declaração complementar que supra a falta da menção do número da descrição na conservatória (ou a declaração da sua omissão) e contenha todos os demais elementos relativos à identificação física, económica e fiscal do prédio e/ou ao esclarecimento de todas as divergências (46º CRP). Nestes termos e face ao exposto, afigura-se-nos que o presente recurso deverá ser considerado parcialmente procedente, concluindo-se que: I- Quando os títulos forem deficientes, a menção dos elementos que integram a descrição pode ser efectuada por declaração complementar (art. 46º, 1-b) CRP ; II- As deficiências sobre os elementos de identificação dos prédios, de que os títulos enfermem, são rectificadas através do processo previsto nos arts. 120º e segs. CRP, se os mesmos já tiverem servido de base ao registo dos factos que titulam ou, em caso contrário, por declaração dos intervenientes no acto, conforme a previsão do nº 2, do art. 46º CRP; III- A falta das declarações anteriormente referidas, constitui deficiência que, não sendo motivo de recusa, fundamenta a dúvida relativa à ausência de rigorosa identificação do prédio (arts, 69º, nºs 1 e 2 e 70º CRP). Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Director-Geral em 27.02.2007. poente com António, do norte com Amadeu e do sul com Manuel, inscrito na matriz urbana sob o art. 600, com o valor de 181.440 escudos, descrito sob o nº 71.701, a fls. 32, verso, do Livro B-184 e nesta descrição (actual 696/ ) identifica-se um prédio urbano sito na, casa de rés-do-chão e cave, para habitação, com a área coberta de 160 m2 e descoberta de 700 m2, a confrontar a nascente com caminho público, poente e norte com José e sul com Maria. Artigo 600. VP 261.817 escudos. 5-Pela apresentação nº 1, de 27 de Fevereiro de 1998, foi pedido o registo de aquisição do prédio nº 71.701, a favor da recorrente que declarou que o prédio é actualmente composto por casa de habitação, com a área coberta de160 m2 e logradouro de 700 m2 actualmente inscrito na matriz sob o art. 600 e que a diferença de áreas entre a matriz e a constante da descrição predial deve-se ao facto de ter sido cedida área para alargamento do caminho que constitui a sua confrontação nasce. 6- A insistirem na circunstância de terem sido dois, os prédios efectivamente transmitidos.

5