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1 a 15 de setembro de 2011 As principais informações da economia mundial, brasileira e baiana Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia Diretoria de Indicadores e Estatísticas Coordenação de Acompanhamento Conjuntural Introdução Diante de uma latente recessão econômica, o governo americano esboçou um plano de estímulo à criação de empregos que promete acabar com a legião de desempregados e recolocar a locomotiva americana de volta aos trilhos. No cenário europeu, é preocupante a questão da dívida grega, que, apesar dos empréstimos recebidos, ainda dá sinais de que não conseguiu se estabilizar: uma moratória grega e a saída do país da zona do euro poderiam gerar um efeito dominó a ser evitado a todo custo. No front doméstico, não obstante as constantes divulgações de dificuldades na indústria nacional, do crescente número de consumidores inadimplentes e da alta da inflação, o país ainda se encontra em situação privilegiada frente às principais economias do planeta. O superávit da balança comercial e a constante preocupação do governo brasileiro em estimular a indústria, inclusive com reversão de tendência da Selic, além de altas consecutivas do dólar comercial na primeira quinzena do mês corrente, somente observadas em janeiro de 1999, mostram que o país está atento a possíveis transmissões dos efeitos externos. A inflação foi a maior desde julho de 2005 O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o IBGE, registrou inflação de 0,37% em agosto. A taxa é superior à verificada em julho (0,16%). Em agosto de 2010, o índice havia sido de 0,04%. Mais uma vez, o IPCA, índice oficial de inflação do país, ficou acima do teto da meta do governo acertado em 6,5% para 2011. No acumulado em 12 meses, a taxa foi de 7,23%. De janeiro a agosto, o índice soma uma inflação de 4,42%, segundo o IBGE. A taxa

acumulada em 12 meses é a mais alta desde julho de 2005, quando havia sido de 6,57%. O IPCA acelerou de julho para agosto em razão das altas do grupo alimentação, que havia registrado queda de 0,34% em julho e subiu 0,72% em agosto. O grupo habitação também contribuiu para a elevação do índice em agosto (0,32%). Atividade econômica desacelera Após recuar em junho, o nível de atividade econômica voltou a crescer em julho deste ano, segundo informações divulgadas em 14 de setembro pelo Banco Central. No mês de maio, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), somou 143,59 pontos, com alta de 0,46% sobre o mês anterior (142,93 pontos). Nos sete primeiros meses deste ano, por sua vez, o crescimento da atividade econômica, segundo dados do IBC-Br, foi de 3,68%. Com isso, houve desaceleração frente ao resultado dos seis primeiros meses de 2011, quando o crescimento ficou em 3,74% - abaixo também dos 3,94% de expansão registrados até maio. De acordo com dados divulgados no dia 2 de setembro pelo IBGE, a produção da indústria brasileira, em julho de 2011, avançou 0,5% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, recuperando parte da perda de 1,2% registrada em junho. Frente a julho de 2010 a atividade fabril apontou variação negativa de 0,3%, após dois meses de resultados positivos neste tipo de comparação. Com o desempenho deste mês, o índice acumulado para os sete primeiros meses do ano mostrou crescimento de 1,4%, abaixo, portanto, da marca observada ao final do primeiro semestre (1,7%). A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde outubro do ano passado, recuou 0,8 ponto percentual na passagem de junho (3,7%) para julho (2,9%), e assinalou o resultado positivo menos intenso desde abril de 2010 (2,3%). Ocorreu aumento, na passagem de junho para julho, em oito dos 14 locais pesquisados: Amazonas (4,3%), Paraná (3,8%), Pará (3,7%), Rio Grande do Sul (2,7%), Rio de Janeiro (2,4%), Goiás (1,4%), São Paulo (1,3%) e Minas Gerais (0,1%). Já no sentido oposto, os estados que apresentaram variações negativas foram: Santa Catarina (-0,7%), Pernambuco (-0,7%), na Região Nordeste (-1,8%), no Ceará (-2,0%), no Espírito Santo (-2,0%) e na Bahia (-6,8%). O faturamento da indústria aumentou 0,6% e as horas trabalhadas na produção tiveram alta de 1,2% na comparação com junho, de acordo com dados divulgados no dia 6 de setembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento mostra que, enquanto o faturamento cresceu pelo segundo mês consecutivo, as horas trabalhadas registraram aumento após dois meses seguidos de queda. Mesmo com a expansão em julho, sobre o mês anterior, desses dois indicadores que estão mais diretamente ligados à atividade industrial, a utilização da capacidade instalada (UCI) recuou 0,3 ponto percentual no período, segundo dados dessazonalizados. Enquanto a indústria operou no mês de junho, em média, com 82,4% de UCI, a capacidade instalada foi de 82,1% em julho.

As vendas do comércio varejista proporcionaram um crescimento de 1,4% em julho, na comparação livre de influências sazonais com junho, quando haviam registrado expansão de 0,3%. Os dados foram divulgados pelo IBGE no dia 13 de setembro. Já no confronto com julho de 2010 houve alta de 7,1%, repetindo o desempenho contabilizado em junho, na mesma base de comparação. Nos sete primeiros meses do ano, o varejo acumulou expansão de 7,3%. Já no indicador dos últimos 12 meses, a taxa ficou positiva em 8,5%. A despeito do crescimento mais forte no mês de julho, a tendência da atividade continua sendo de desaceleração. Estimativa de safra recorde em 2011 para cereais, leguminosas e oleaginosas A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá atingir 159 milhões de toneladas em 2011. O resultado da oitava estimativa, divulgada no dia 9 de agosto pelo IBGE, superou em 6,3% a safra recorde de 2010, que totalizou 149,6 milhões de toneladas. Além disso, foi 0,1% maior do que a prevista em julho. De acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a área a ser colhida em 2011, de 48,8 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 4,9% em relação à de 2010. Aumento nos postos de trabalho mesmo com queda do emprego industrial O Brasil registrou a criação de 190.446 mil vagas com carteira assinada em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego no dia 14 de setembro. Esse resultado é 36,3% menor do que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 299.415 postos de trabalho, no entanto, é maior do que o verificado em julho deste ano, quando foram geradas 157 mil vagas (dado revisado). O resultado é decorrente da contratação de 1,830 milhão de pessoas e da demissão de 1,639 milhão de trabalhadores. Entre janeiro e agosto foram geradas 1,825 milhão de vagas de trabalho, número 16,8% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, quando o Brasil abriu 2,195 milhões de vagas. Os principais setores responsáveis pelo desempenho foram o de serviços (94.398), comércio (44.336), indústria de transformação (35.914) e construção civil (31.613). Já o setor agrícola foi o único que apresentou saldo negativo. Ao todo, foram perdidos 19.498 postos de trabalho. Na Bahia foram gerados 7.143 postos de trabalho.

O número de vagas criadas na indústria recuou 0,1% em julho em relação a junho, segundo a PIMES (Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário), divulgada no dia 9 de agosto pelo IBGE. Este é o segundo recuo consecutivo, mesmo com índices praticamente estáveis. Na comparação com julho de 2010, o emprego industrial caiu 0,4%, enquanto no acumulado do ano (de janeiro a julho) houve crescimento de 1,7%. O índice de média móvel trimestral do emprego industrial repetiu em julho o patamar do mês anterior, após apresentar estabilidade em maio. Aumento na taxa de juros e na inadimplência do consumidor A taxa média no cheque especial registrou alta em setembro, passando de 9,56% ao mês para 9,57%, de acordo com a pesquisa da Fundação Procon-SP, divulgada no dia 9 de setembro. A elevação se deveu ao aumento em apenas um dos sete bancos pesquisados (Bradesco), no qual a taxa passou de 8,91% para 8,95% nesse período. No empréstimo pessoal, a taxa média fez o caminho inverso e recuou de 5,87% para 5,86% ao mês. A única alta verificada no levantamento foi no Bradesco, na qual passou de 6,34% para 6,37%. Já no banco Safra, única instituição financeira onde houve diminuição da taxa, houve redução de 5,50% para 5,40%. Taxa de juros ao mês em setembro Instituição Cheque especial Empréstimo pessoal Banco do Brasil 5,39% 8,49% Bradesco 6,37% 8,95% Caixa Econômica Federal 5,45% 8,27% HSBC 5,99% 9,95% Itaú 6,45% 9,03% Safra 5,40% 12,30% Santander 5,99% 9,99% Fonte: Fundação Procon-SP. A inadimplência do consumidor registrou alta de 3,0% em agosto ante julho, segundo indicador divulgado pela Serasa Experian. Na comparação com o mesmo mês de 2010, a alta foi de 29,2%. No acumulado dos oito primeiros meses de 2011, em comparação com o mesmo período do ano anterior, o índice subiu 23,4%. Segundo os economistas da Serasa Experian, os juros elevados para o crédito foram um dos principais fatores que impactaram a inadimplência do consumidor em agosto, com isso, o aumento nos registros de dívidas não honradas junto aos bancos elevou o índice.

Captação da poupança: depósitos superam saques Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 2,2 bilhões em agosto, segundo dados do Banco Central, divulgados no dia 6 de setembro. Trata-se do terceiro mês consecutivo de resultados positivos na captação da poupança. O saldo é menor que os R$ 6,1 bilhões verificados no mês anterior, mas supera o R$ 1,8 bilhão de agosto de 2010. No ano, a captação de novos recursos pela poupança somou R$ 5,3 bilhões, ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano passado. No último dia 31, o saldo da caderneta de poupança ultrapassou, pela primeira vez, a marca de R$ 400 bilhões. Em janeiro deste ano, acumulava R$ 300 bilhões. O crescimento nesse período inclui a captação (diferença entre depósitos e saques) e também o rendimento da aplicação. Balança comercial: saldo acumulado supera 78,6% do registrado em 2010 De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no dia 12 de agosto, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,003 bilhão na segunda semana de setembro, elevando o saldo no acumulado do ano a US$ 21,279 bilhões, atingindo a marca de 78,6% acima do registrado no mesmo período de 2010 (US$ 11,914 bilhões). Com o resultado, o total alcançado nos noves meses incompletos deste ano é superior ao resultado total de 2010, de US$ 20,3 bilhões. Na segunda semana deste mês, as exportações somaram US$ 4,718 bilhões, com média diária de US$ 1,179 bilhão. Já as importações totalizaram US$ 3,715 bilhões e diariamente foram comprados US$ 928 milhões. Nas duas primeiras semanas do mês corrente, o superávit alcançado foi de US$ 1,319 bilhão, sendo US$ 6,832 bilhões em exportações e US$ 5,513 bilhões em importações. Crise no mundo: zona do Euro e EUA A economia da Grécia vem mostrando indícios de que ainda precisa de atenção para conseguir superar os problemas com sua dívida interna. O governo grego deveria ter acesso, neste mês, a uma das parcelas do pacote de ajuda coordenado pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo FMI, chamada de troika. O acordo foi fechado em maio deste ano. Como a Grécia não cumpriu uma série de requisitos, como baixar o déficit fiscal nas últimas semanas, muitos analistas já dão como certo que os gregos não terão acesso ao dinheiro e, consequentemente, não terão como honrar seus compromissos. Um relatório da troika será publicado nas próximas semanas e deverá dizer se os gregos terão acesso à parcela do pacote

ou não, porém a instabilidade nas bolsas seria uma mostra de que o mercado já está absorvendo o provável calote grego. De acordo com a professora do Insper, Vitória Saddi, ainda que se diga que será um calote anunciado, vai ser um baque para o sistema financeiro. Ainda segundo Saddi, o impacto será diferente das moratórias latino-americanas do passado, pois, no caso da Argentina, eles anunciaram o calote e só resolveram renegociar mais de um ano depois. No caso da Grécia, haverá renegociação. Já nos Estados Unidos, Obama apresentou, no dia 8 de setembro, ao Congresso, o aguardado plano de geração de empregos e estímulo ao crescimento econômico. Detalhes divulgados pela Casa Branca mostraram que o pacote custará US$ 447 bilhões aos cofres públicos. O presidente apresentou no discurso detalhes de seu plano para acelerar a retomada do crescimento da economia americana, que ainda patina após a crise, com a atual taxa de desemprego em 9,1%. Obama, cujo plano de reeleição em 2012 depende de sua habilidade de reduzir a taxa de desemprego, propôs estender o seguro-desemprego a um custo de US$ 49 bilhões, modernizar escolas com gasto de US$ 30 bilhões e investir mais US$ 50 bilhões em infraestrutura de transporte. Mas a maior parte do plano consiste em uma renúncia fiscal de US$ 240 bilhões, com a redução à metade de impostos sobre a contratação para empregadores no próximo ano e redução de impostos para empregados. Bolsas de valores e câmbio: turbulências e incertezas Os mercados financeiros ainda enxergam com olhos pessimistas a situação do mercado internacional. Em meio a especulações sobre um possível calote da Grécia, investidores e analistas se questionam sobre o impacto desse evento na economia mundial. Aliado a isso ainda são recorrentes as notícias negativas oriundas dos Estados Unidos, o que aumenta a incerteza dos investidores que, devido aos números apresentados ultimamente, temem o risco de uma recessão global. Diante desse ambiente incerto, as bolsas europeias apresentaram significativas perdas. No front doméstico, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, retrocedeu e acompanhou o cenário internacional. Os índices americanos seguem na mesma trajetória, apresentando recorrentes perdas durante esse mês. Apesar do fato de que a deterioração do cenário internacional pressiona as cotações das bolsas de valores, economistas lembram que o banco central americano já sinalizou que poderá inundar novamente o setor financeiro com bilhões de dólares para estimular a economia, visando conter a tendência de baixa ao redor do mundo. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada em 8 de setembro, apontou três motivos para justificar a redução da taxa de juros de 12,5% ao ano para 12,0%: a crise internacional, a política de corte de gastos pelo governo e um conjunto de medidas do próprio Banco Central para desestimular os empréstimos. Neste sentido, segundo a ata, esse cenário alternativo levaria a uma desaceleração da atividade econômica doméstica e apesar de ocorrer depreciação da taxa de câmbio e de haver redução da taxa

básica de juros, a taxa de inflação se posiciona em patamar inferior ao que seria observado caso não fosse considerado [...] o efeito da crise internacional. Os analistas do mercado acreditam, com base na ata, que o Banco Central irá cortar 0,5 ponto percentual em cada reunião que irá acontecer ainda este ano. Em 14 de setembro, o dólar comercial completou o décimo dia consecutivo de alta, fato não observado desde o início do regime de câmbio flutuante, em janeiro de 1999. A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 1,72, maior valor desde o fim de novembro de 2010. O menor valor do dólar no ano foi registrado em 26 de julho a R$ 1,54, menor preço desde janeiro de 1999, até o dia 13. Nos dez dias seguidos de valorização o preço do dólar comercial subiu 7,66%. O aumento do dólar dá-se em função desse novo aspecto da crise financeira iniciada em 2008. Boletim Focus: expectativas do mercado De acordo com a pesquisa feita pelo Banco Central e divulgada através do boletim Focus, no dia 12 de agosto, o mercado elevou a previsão para a inflação oficial (IPCA) para este ano e 2012 e reduziu as estimativas do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e da taxa básica de juros, a Selic. Seguem as expectativas do mercado: Expectativas do Mercado 2011 2012 Mediana Agregada 12 ago. 09 set. Comportamento 12 ago. 09 set. Comportamento IPCA (%) 6,26 6,45 5,23 5,40 IGP-M (%) 5,50 5,80 5,01 5,04 = Taxa de Câmbio média do período (R$/US$) 1,60 1,61 = 1,63 1,63 = Meta Taxa Selic fim do período (%a.a.) 12,50 11,00 12,50 11,00 PIB (% do crescimento) 3,93 3,56 4,00 3,80 Produção Industrial (% do crescimento) 3,00 2,60 4,30 4,30 = Conta Corrente (US$ bilhões) -57,97-57,87-68,25-68,63 Balança Comercial (US$ bilhões) 22,00 23,80 10,85 15,30 Invest. Estrangeiro Direto (US$ bilhões) 55,00 55,00 = 50,00 50,00 = Fonte: Boletim Focus Banco Central 09/09/2011.