COMPUTERWORLD. Comunicações Unificadas e VoIP. Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD. Fevereiro 2011



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Transcrição:

COMPUTERWORLD Fevereiro 2011 Comunicações Unificadas e VoIP Constituindo uma das áreas de maior entusiasmo para o sector, há poucos anos, as plataformas de comunicações unificadas e voz sobre IP foram ultrapassadas pelos fenómenos de adopção pessoal de tecnologia, segundo alguns analistas. O desencanto terá remédio e todo o potencial da unificação das comunicações será aproveitado, usando os benefícios do modelo de cloud computing. Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD

2 Comunicações Unificadas A nuvem das comunicações unificadas As plataformas de comunicações unificadas são o maior esquema desde o de Ponzi, afirmou o analista Nick Jones, no Gartner Symposium, em Novembro passado. Para Jones, as referidas plataformas não têm uma definição clara e constituem apenas um conjunto de coisas que os fabricantes querem vender, mas as empresas não querem comprar. A Gartner considera que as comunicações unificadas não têm uma razão de negócio clara suficiente para justificar o investimento. Mas talvez mais importante é ter a sua existência minada por uma das mais fortes tendências do momento: a adopção de tecnologia determinada por opções pessoais. O Twitter, por exemplo, será uma grande ameaça, para mais quando a geração Y (nascida nos anos 80 e início dos 90) há muito adoptou o modelo da comunicação em cloud. Apesar de tudo, explorar uma solução que está completamente integrada antes da implantação na organização pode trazer grandes benefícios para as empresas de todos os tamanhos, e não só a grandes organizações com orçamentos a condizer. A unificação das comunicações baseada num ambiente de cloud pública elimina muitos fardos para o departamento de TI, oferecendo uma plataforma capaz de funcionar, independentemente da infraestrutura interna e recursos humanos da empresa. Através do modelo de cloud computing, um conjunto de serviços pode ser comprado e activado, por vezes em apenas uma hora). Além disso, pode ser igualmente activado um serviço de VoIP. A desilusão de Jones Uma das causas para a desilusão em torno da unificação das comunicações, ainda segundo o analista da Gartner, está relacionada com a própria indústria. Na sua opinião, o facto do mercado estar fragmentado, sem haver qualquer fabricante a liderar a área, está a afectar o negócio das plataformas de comunicações unificadas. Mas há outras questões. "As comunicações unificadas estão desactualizadas e vão estar sempre assim - as tendências de adopção pessoal ganham sempre. Repare-se nas coisas interessantes a acontecerem no espaço do consumidor", diz. Aludindo aos exemplos do Skype e do Twitter, Jones concorda com a ideia, já difundida, de que as comunicações unificadas estão minadas e são um falhanço. COMPUTERWORLD - Fevereiro 2011 A adopção em massa das tecnologias de informação resultou numa base e abrangência maiores das tecnologias, com a geração Y a liderar as tendências neste âmbito. "Porque quererão as empresas aprisionar os colaboradores mais jovens a comunicações dinossáuricas, quando eles já utilizam tecnologias melhores", questiona. "A maioria dos sistemas de comunicações unificadas não consegue ainda mostrar-lhes tweets e muito menos de onde estão a vir". Jones diz que a ideia de comunicações unificadas não é uma opção realista por não incluir serviços de micro-blogging, por exemplo. Além disso, considera que muitas formas de comunicação empresarial não puderam ser unificadas num todo consistente. "É inatingível", diz. "Mesmo que fosse uma boa ideia, não funciona... o SMS e o MMS não podem ser unificados, não se consegue unificar tudo de que se precisa". Esperança na cloud As comunicações unificadas, tal como as conhecemos hoje, são um falhanço, considera ainda Jones. O investimento inicial em muitas situações é demasiado elevado para o retorno proporcionado. Em parte, isso é devido ao custo de cada componente e pelo facto de serem precisos software e servidores de "gateway" para conjugar os diferentes sistemas. Mesmo assim, não há garantias de os produtos funcionarem optimamente uns com os outros. Por vezes, é necessário adicionar ou reservar no orçamento algum valor para a solução de potenciais problemas. As soluções com elementos totalmente integrados antes da implantação podem resolver muitos destes problemas. Traz vantagens para todas as organizações, mas muito em especial para as mais pequenas. As comunicações unificadas são muitas vezes compostas por sete serviços, mas a maioria das empresas normalmente utiliza apenas dois ou três deles que estão realmente envolvidos e integrados. Para os departamentos internos de TI, alcançar níveis de integração maiores pode ser um importante desa- O que é uma plataforma de comunicações unificadas? De forma simples, é uma solução com um sistema de mensagens ou correio electrónico, congrega mensagens instantâneas (Instant Messaging), soluções de indicação de presença e ainda de telefonia (geralmente na forma de VoIP) sobre a referida componente das mensagens. Deve ainda incluir serviços de arquivo, uma solução de colaboração, a integração de serviços de voz e facilidades de videoconferência pela Web.. fio, exigindo preparação, previsões para orçamentos de funcionamento, assim como uma equipa a tempo inteiro e isso pode nem sequer proporcionar metade do que as comunicações unificadas podem ser. A unificação das comunicações numa plataforma de cloud pode libertar o departamento de TI desse fardo, oferecendo um pacote capaz de funcionar de forma independente da infra-estrutura interna ou pessoal. Mas, afinal, o que é exactamente uma plataforma de comunicações unificadas? Há muitas opções, mas a maioria dos observadores da indústria concordam que no coração da solução está um sistema de mensagens ou correio electrónico. A composição de uma solução normalizada traz sistemas de mensagens instantâneas (Instant Messaging), soluções de indicação de presença e ainda de telefonia (geralmente sob a forma de VoIP) sobre a componente de mensagens. Uma plataforma de comunicações unificadas, porém, deve também incluir serviços de

Comunicações Unificadas 3 arquivo, uma solução de colaboração, a integração de serviços de voz e facilidades de videoconferência pela Web. Obviamente, os benefícios das comunicações unificadas são inúmeros as melhorias de flexibilidade, de colaboração e eficácia têm exemplos de sucesso inegáveis e bem documentados. Mas o que não é muito discutido são os benefícios da comunicação unificada num modelo de cloud computing, em comparação com uma operação interna. Importância dos custos e da deslocalização Os custos são um factor que brilha no universo das comunicações unificadas baseadas na cloud. A redução de custos é muito significativa em comparação com as operações internas, em parte devido à eliminação da necessidade de ter e gerir hardware, software e licenças. Paralelamente à redução da necessidade de hardware e de software, as despesas com pessoal podem ser mais facilmente geridas. Não é necessário ter uma grande equipa de especialistas internos para lidar com actualizações ou manutenção. É tudo tratado pelo fornecedor de serviços e está incluído no custo mensal do serviço. Aliando esse aspecto ao facto de as comunicações unificadas baseadas na cloud proporcionarem a mesma redundância expectável de um serviço na cloud (EC2 ou OpSource), até parece que as soluções internas não pertencem à mesma esfera. E isto sem contar com o factor de mobilidade e acesso a dados a partir de localizações diferenciadas. Com cada vez mais empresas a voltarem-se para diferentes sistemas de gestão de pessoal, bem como para consultores externos e freelancers situados em locais longínquos, a capacidade de se certificarem de que todos os colaboradores têm acesso a soluções de comunicação é imprescindível. Ao mesmo tempo, a redundância inerente ao modelo de cloud aumenta a confiança nestas ofertas e impede a perda de dados durante as interrupções. Os espinhos da nuvem Há, contudo, alguns aspectos a considerar antes de assumir quaisquer compromissos na selecção de soluções para comunicações unificadas assentes na cloud. Primeiro, os serviços baseados numa plataforma de cloud computing são disponibilizados geralmente como um serviço monolítico: ou se adopta tudo ou nada. Normalmente, é difícil e torna-se caro (quando é possível) trazer o actual serviço de e-mail ou o serviço de telefonia para a estrutura de um prestador de serviços de cloud. Misturar e combinar essas tecnologias com os serviços em nuvem para uma abordagem híbrida de comunicações unificadas é - ou pode ser - um problema. De certa forma, faz sentido que os fornecedores de cloud computing não tenham capacidade de integração com tecnologias pré-existentes nas empresas: geralmente, o prestador de serviços já desenvolveu um importante trabalho, difícil, criando um pacote integrado de comunicações unificadas, capaz de funcionar perfeitamente com as melhores tecnologias da indústria. Porque razão iriam colocar em risco a sua oferta só para os clientes poderem manter a sua actual solução de VoIP empresarial? A boa notícia é que a maioria dos prestadores de serviços de comunicações unificadas baseados na nuvem utiliza tecnologias normalizadas, amplamente aceites, como o Exchange ou o SharePoint. Assim, mudar para a cloud não será como mudar para uma tecnologia sem provas dadas. Em segundo, é preciso viver com as quebras de serviço. O modelo de cloud computing não é infalível, como demonstram as experiências com a plataforma da Google. Em teoria, com uma solução baseada em cloud computing, uma empresa nunca deve ficar sem comunicações, devido à separação de funções existente: se o correio electrónico não estiver a funcionar, o VoIP pode estar funcional. Em síntese, existem alternativas tecnológicas. O grande revés é se a ligação à Internet é perdida - não há nenhuma maneira de contornar isso. Outra preocupação em torno das comunicações unificadas assentes no modelo de cloud computing é a largura de banda das redes usadas. As empresas precisam de dispor de ligações de grande largura de banda para todos os serviços funcionarem ao mesmo tempo. Quanto maior a largura de banda, melhor. Esta não só ajuda, naturalmente, a acelerar a disponibilização dos serviços de comunicações unificadas como também poderá combater alguns problemas comuns associados ao VoIP - por exemplo, as vozes "metálicas". Por isso, a largura de banda é um factor crucial a ter em séria consideração quando se trata de adoptar comunicações unificadas assentes num modelo de cloud computing. Se o prestador de serviços para a Internet não é de confiança, ou tem problemas a gerir grandes volumes de dados, os clientes devem equacionar o investimento num circuito mais rápido para esse acesso à Internet, na implantação de routers com maior qualidade de serviço (QoS) ou mesmo pensar em fornecedores alternativos. Mover os serviços de e-mail, de mensagens instantâneas, de colaboração, de voz e sinalização de presença, aplicações de colaboração, de voz ou de reconhecimento de presença para a cloud, e usálos num "pacote" único, não só reduz os custos como permite aproveitar a unificação destas comunicações ao máximo. Obtém-se assim uma solução simples e optimizada para os funcionários comunicarem, eficazmente, uns com os outros ou com os clientes, através de múltiplos canais e dispositivos. O modelo de cloud computing permite ainda que os componentes de comunicação necessários estejam operacionais, devidamente integrados, e que não estão a acumular poeira numa sala de servidores, esperando por outra actualização cara ou por uma sessão de correcção de problemas. Além disso, mudar as comunicações unificadas para um plataforma de cloud computing permite que todas as empresas, independentemente do seu tamanho, aproveitem as melhorias de flexibilidade na gestão das soluções, benefícios anteriormente disponíveis apenas para empresas com sistemas e recursos de manutenção integrados nas próprias instalações. CW Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD

4 Comunicações Unificadas Vídeo no trabalho não motiva trabalhadores A maioria dos trabalhadores não tem capacidades de comunicação por vídeo a partir do seu desktop, de acordo com um relatório da Forrester. Mas também não estão interessados nisso. Apesar da popularidade da comunicação por vídeo a partir de um desktop, usando serviços como o Skype ou o FaceTime, os profissionais da América do Norte e Europa têm pouco interesse em usar a tecnologia no trabalho, de acordo com a Forrester Research. Dos mais de 5.400 utilizadores empresariais entrevistados, 72% não tem capacidades de comunicação por vídeo no desktop, segundo o estudo "Information Workers Are Not Quite Ready for Desktop Videoconferencing", da Forrester. Os restantes ou já as utiliza ou pretende fazê-lo, diz o documento. Assim, 30% das empresas já têm essa facilidade e outros 19% manifestam intenções de o vir a ter. Mas, das empresas que têm a tecnologia, apenas 15% dos trabalhadores dizem que a utilizam. "Os dados sugerem que as implantações nas empresas começam com pequenos segmentos", diz o relatório. Os executivos de alto nível - CEO, directores, presidentes e vice-presidentes - são os mais propensos à utilização de vídeo no desktop: entre 31% a 42% dos trabalhadores com esses títulos usam-na, diz a Forrester. Os três principais usos englobam as actividades de comunicação interna (51%), reuniões de executivos (41%) e aprendizagem e formação à distância (33%). Reuniões com clientes, sessões de brainstorming e reuniões com parceiros representam 30% de utilização, ainda de acordo com o estudo. Os 13% que não têm capacidades de comunicação por vídeo a partir do desktop mas a querem, afirmam que a utilizariam para rotinas de comunicação interna (61%), ensino à distância e formação (44%), brainstorming (43%) e promoção de melhores relações com trabalhadores externos (35% ). Esta melhor ligação com os colaboradores externos ou em mobilidade "pode ser mais um indicador da distribuição limitada da tecnologia e não da sua eficácia neste cenário", diz o trabalho. As barreiras à adopção de facilidades de comunicação por vídeo no desktop incluem a preocupação com a sobrecarga das redes e a necessidade de actualizações significativas. "Nós não vemos isto como sendo uma situação única", diz a Forrester, "é algo com que muitas empresas vão lidar ao defi- COMPUTERWORLD - Fevereiro 2011 nirem e colocarem em prática a sua estratégia de implantação de videoconferência". O apoio da administração e o incentivo para a utilização das referidas facilidades de vídeo são a chave para convencer os trabalhadores relutantes para a sua adopção, dizem os analistas. A regra primordial deve ser a flexibilização da introdução da tecnologia, de forma a que a infra-estrutura e os funcionários possam estar preparados. Sim em casa, não no escritório Um outro estudo, da Damovo e revelado em Dezembro passado, mostrou que quase 40% dos funcionários de escritórios receia a videoconferência, principalmente por estarem preocupados com a aparência diante das câmaras - mas 88% declarava não ter problemas em usar os serviços de vídeo com os amigos ou familiares. O trabalho da empresa de serviços de TI revelou que um em cada 10 têm vergonha de falar frente a uma videocâmara pois sente-se como se estivesse a falar em público, enquanto daqueles felizes no uso das comunicações de vídeo, 19% dizem que o seu local de trabalho (em casa ou na estrada ) não é adequado para o vídeo. No entanto, quase dois terços (63%) dos trabalhadores de escritório acreditam que são mais propensos a tomarem medidas na sequência de uma videoconferência do que após ter recebido um email contendo as mesmas instruções ou informações. Há ainda uma percepção de que qualquer vídeo, seja de conferência multi-partes ou pessoa a pessoa, no local de trabalho, deve ter lugar numa sala especial com equipamento técnico, diz Alex Donnelly, gestor do portefólio da Damovo no Reino Unido. No entanto, a videoconferência é agora possível na mesa de um trabalhador ou em casa, desde que se tenha uma câmara com um microfone e uma ligação de banda larga. O vídeo já não é tão caro quanto antes e deve ser usado como uma extensão do pacote de comunicações. Donnelly acrescenta que mais organizações devem incentivar os seus trabalhadores a usar a videoconferência e a tratá-la da mesma forma como agora pegam no telefone ou vão a pé até a mesa de alguém para conversar. No entanto, 88% dos 1000 inquiridos admitiu já ter utilizado serviços de vídeo como o Skype para falar com amigos ou familiares em casa. O estudo revelou ainda que 69% disseram que a comunicação on-line significa perder as vantagens da interação pessoal, como ser capaz de entender as expressões faciais dos interlocutores. CW

PUB Comunicações Unificadas 5 Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD

6 Comunicações Unificadas O ABC da ado Dada a importância dos sistemas de telefonia, actualizar a sua tecnologia pode ser assustador. No entanto, para pequenas e médias empresas que consideram a implantação de um PABX para VoIP, os benefícios são claros e, com bom planeamento, a execução é pacífica. Primeiros passos Há uma série de factores a ter em conta pelas PME quando fazem a transição de um ambiente de PBX para VoIP. Antes de explorar os detalhes técnicos, é importante definir um orçamento e identificar os factores de negócio únicos que justificam a mudança. Eis algumas perguntas a fazer para confirmar a utilidade da transição face às necessidades da organização: É preciso ligar instalações distantes da sede? Que volume de comunicações internas ocorre entre e com as instalações remotas? Há um benefício para a transferência de clientes, fornecedores ou outras partes entre as várias localizações? A organização tem instalações ou clientes fora do país? Há funcionários a viajarem frequentemente entre as instalações? A empresa tem colaboradores a trabalharem à distância, em regime de teletrabalho ou em mobilidade? Existem aplicações especiais (de call center, correio de voz integrada, de comunicações unificadas) a liderar a mudança para VoIP? Os gestores de rede precisam de administrar vários PBX em localizações diferentes? A próxima questão é perceber se deve implantar uma solução fornecida por vários fabricantes ou apenas por um. Há prós e contras em cada opção. Embora a abordagem com vários fornecedores possa resultar numa experiência de utilização superior para os utilizadores, permitir escrutinar e classificar responsabilidades - no caso de existirem problemas - poderá diminuir ou anular completamente o valor da opção. Uma boa e experiente gestão de contratos podem resultar bem. A opção por ter um único fornecedor pode reduzir os custos de gestão e simplificar a resolução de eventuais problemas. Para ajudar a tomar a decisão certa, é útil criar um lista de facilidades a garantir, avaliar as capacidades de cada fornecedor para responder às necessidades das empresas, numa escala de "bom, melhor, óptimo". Esclarecer a visão pela qual a empresa está a migrar para VoIP oferece uma boa base de partida para escolher a melhor abordagem e fabricantes, capazes de atingirem os objectivos globais do projecto. COMPUTERWORLD - Fevereiro 2011 Depois de obter respostas claras às questões, torna-se necessário definir a estratégia e expectativas, incluindo um cronograma e um orçamento. Por fim, é necessário comunicar o plano não só aos parceiros tecnológicos escolhidos mas também às partes interessadas e às pessoas dentro da organização - os potenciais utilizadores da nova tecnologia. Isto irá definir o cenário para a aprovação e a adopção interna, assim como disponibilizar aos parceiros os parâmetros claros para projectar a solução certa. A tecnologia As PME que vão começar do zero com a VoIP devem fazer uma avaliação da rede para garantir que a infra-estrutura é capaz de suportar a nova tecnologia. Deve examinar a conectividade com a rede WAN, com a Internet e com a rede PSTN para determinar se a infra-estrutura é suficientemente capaz de lidar com a tecnologia VoIP. Algumas considerações importantes: Cablagem: CAT5 ou melhor, de preferência; Switches: já tem Power over Ethernet (PoE)? E Layer 3? Rede WAN: suporta tráfego de voz? É gerida ou não? PSTN: quantas linhas e que tipo de linhas tem em cada localização externa? Alimentação: os telefones VoIP precisam de energia eléctrica, ao contrário dos outros que recebem alimentação dos "gabinetes" de rede. A alimentação pode ser fornecida localmente, com injectores de energia ou por interruptores PoE. Qual a solução de alimentação que vai funcionar melhor para o ambiente de negócios? Por último, crie um pequeno grupo de funcionários, responsabilizados pela implantação da iniciativa de VoIP. Serão responsáveis pela selecção e interface com fornecedores, trabalhando com eles num plano de aplicação e no estabelecimento de um cronograma. A fim de obter a aceitação de toda a empresa, os benefícios para esta devem ser definidos e comunicados, incluindo qualquer redução de custos. Melhores práticas Estabelecido um plano de negócios e tendo a infraestrutura pronta, não falta muito. Dado que toda a

Comunicações Unificadas 7 pção da VoIP exemplo, exclua a época da declaração de impostos para os contabilistas ou a época de férias para os retalhistas. Pensar com tempo evita problemas imprevistos. - vá devagar: não tente implementar todos os aspectos de VoIP em simultâneo. Muitas vezes, é melhor assumir uma abordagem gradual para a implantação de melhorias, recursos e funções na comunidade de utilizadores finais. É importante identificar áreas-chave e começar lá primeiro. - testar, testar, testar: efectuar testes e estabelecer prioridades na rede para descobrir com que largura de banda deve servir os utilizadores. Isso deverá garantir que a qualidade do serviço da sua solução VoIP cumpre as expectativas. Em seguida, ao implantar o sistema, certifique-se de testar todas as localizações antes de as colocar em produção. Por último, documente a rede e as configurações do sistema cuidadosamente, para facilitar futuras implantações ou solução de problemas. - comunique com os utilizadores finais: estabelecer uma comunicação pró-activa com funcionários antes e depois da implantação. Isso prepara-os para a mudança e incentiva-os a aceitar a VoIP como um benefício seu mas também para a empresa. É importante igualmente dar formação e apoio suficientes para responder a perguntas e preocupações em relação à iniciativa. Uma formação adequada levará a uma melhor aceitação por parte do utilizador final e envolve menos custos de suporte a longo prazo No final, a mudança é boa e inevitável. Com um bom planeamento, análise e uma abordagem conduzida por factores de negócio, a mudança para a VoIP poupa dinheiro em chamadas locais e internacionais, bem como nos custos de cablagem em edifícios novos. Além disso, a mudança para VoIP pode ser feita com a mesma equipa usada para a manutenção da rede, dos dados e da manutenção da configuração dos telefones, poupando tempo e algumas dores de cabeça. CW preparação é pouca, segue-se a explicação de algumas armadilhas vulgares e melhores práticas para adoptar na sua abordagem: - prepare-se para as actualizações: embora possam haver menos sistemas para gerir, o ritmo com que surgem actualizações de software e de hardware para VoIP aumentam de frequência face à tecnologia time-division multiplexing (TDM). Isso é algo que as organizações devem planear e contornar, para assegurar elevados tempos de funcionamento. - planeie com antecedência: sem o planeamento e uma execução adequadas, a adopção por parte dos utilizadores pode ser afectada. Descubra a época do ano em que será mais propícia a migração, para uma implantação bem-sucedida. Por COMPUTERWORLD PROPRIEDADE RUA GENERAL FIRMINO MIGUEL, Nº 3 TORRE 2-3º PISO 1600-100 LISBOA DIRECTOR EDITORIAL: PEDRO FONSECA pfonseca@computerworld.workmedia.pt EDITOR: JOÃO PAULO NÓBREGA jnobrega@computerworld.workmedia.pt DIRECTOR COMERCIAL E DE PUBLICIDADE: PAULO FERNANDES pfernandes@computerworld.workmedia.pt TELEF. 210 410 329 FAX 210 410 303 PAGINAÇÃO: PAULO COELHO pcoelho@workmedia.pt TODOS OS DIREITOS SÃO RESERVADOS. A IDG (International Data Group) é o líder mundial em media, estudos de mercado e eventos na área das tecnologias de informação (TI). Fundada em 1964, a IDG possui mais de 12.000 funcionários em todo o mundo. As marcas IDG CIO, Computerworld, CFO World, CSO, Channel World, GamePro, InforWorld, Macworld, PC World e TechWorld atingem uma audiência de 270 milhões de consumidores de tecnologia em mais de 90 países, os quais representam 95% dos gastos mundiais em TI. A rede global de media da IDG inclui mais de 460 websites e 200 publicações impressas, nos segmentos das tecnologias de negócio, de consumo, entretenimento digital e videojogos. Anualmente, a IDG produz mais de 700 eventos e conferências sobre as mais diversas áreas tecnológicas. Pode encontrar mais informações do grupo IDG em www.idg.com Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD

8 Comunicações Unificadas Como fazer hacking de voz e vídeo IP em tempo real Uma ferramenta disponibilizada em freeware permite monitorizar transmissões em tempo real. As videoconferências empresariais podem ser facilmente interceptadas usando uma ferramenta freeware, capaz de permitir que atacantes monitorizem chamadas em tempo real e as gravem em ficheiros, adequados para posterior publicação em sites de vídeo como o Youtube. A forma de explorar a vulnerabilidade foi demonstrada há alguns meses em conferências de segurança mas a maioria das redes corporativas ainda estão vulneráveis, assegura Jason Ostrom, directora do laboratório Viper da Sipera, fabricante de tecnologia VoIP que realiza testes de penetração em redes VoIP dos seus clientes. Ostrom diz que apenas 5% dessas redes estão devidamente configuradas para bloquear este tipo de ataque, capaz de produzir ficheiros de áudio e de vídeo de conversas inteiras. Isto porque "quase nunca se usam técnicas de cifra", alerta. Ostrom demonstrou o potencial do ataque no Forrester Security Forum, em Boston, usando um switch cisco, dois videofones polycom e um computador portátil equipado com uma ferramenta de hacking denominada UCSniff, resultante da conjugação de várias ferramentas de código aberto. Para ouvir as chamadas, alguém com acesso a uma tomada de telefone VoIP como a do átrio da empresa pode ali ligar um portátil, onde tem instalada a ferramenta de hacking. Usando técnicas para ludibriar o protocolo de resolução de endereços (Address-Resolution Protocol ou ARP), o dispositivo recolhe o directório voip da empresa, dando ao hacker a possibilidade de vigiar a actividade em qualquer telefone e interceptar as comunicações. Uma outra ferramenta, dentro do UCSniff e chamada Ace, simplifica essa recolha do directório. Depois de interceptadas, as gravações de áudio e vídeo passam para o portátil, onde podem ser acedidas à medida que são gravadas em ficheiros separados, explica Ostrom. Cifra é a melhor solução A melhor protecção para este tipo de ataques é activar as tecnologias de encriptação tanto para a sinalização na rede como para os conteúdos, recomenda a responsável da Sipera. O problema não é com a rede, com a tecnologia VoIP ou com o equipamento de vídeo em si, mas com a forma como eles são configurados na rede. Ostrom concorda que ferramentas de monitorização de Layer 2 conseguem detectar este ataque mas ressalva que, muitas vezes, elas não são usadas. Além disso, nos testes de penetração, descobriu que 70% das redes são vulneráveis a ataques para fraudes, os quais usam as redes empresariais como proxies para efectuar chamadas telefónicas de longa distância. O CSO da AT&T, Edward Amoroso, revelou que esta operadora de telecomunicações norte-americana planta vulnerabilidades com o propósito de atrair os atacantes para honeypots, espaços controlados e afastados da rede. Depois, trabalha com as autoridades para identificar e processar os hackers. "os dispositivos induzem alguma incerteza ao atacante", diz Amoroso. E, assim, ficam mais relutantes em atacar vulnerabilidades que detectam nestas redes. CW Número de utilizadores deverá aumentar Na Europa, o número de utilizadores móveis de VoIP deverá subir para o patamar dos 100 milhões nos próximos dois anos. Um acréscimo semelhante deverá igualmente ocorrer nos estados unidos. A Juniper Research afirma que um número considerável dos utilizadores previstos vão contornar as barreiras das redes móveis existentes, usando as redes Wi-Fi. A consultora estima que, devido a estas acções, os operadores móveis deverão perder 5000 milhões de dólares em receitas até 2015. Alguns operadores móveis reagiram à emergência do VoIP móvel ao bloquearem serviços como o Skype. Um estudo desta consultora Mobile voice strategies: MVoIP Opportunities & Business Models, 2010-2015 sugere que os operadores móveis devem trabalhar com os parceiros industriais para manter a sua posição no mercado. "Até 2012, prevemos níveis de adopção significativos de voip nas suas várias propostas", disse Anthony Cox, analista sénior da Juniper Research. "por essa altura, o VoIP estará disponível sobre redes 3G e Wi-Fi. Também prevemos que vários operadores mais tradicionais se vão juntar à 3UK e à Verizon nos Estados Unidos e desenvolver relações com agentes do VoIP móvel como o Skype", acrescenta. CW COMPUTERWORLD - Fevereiro 2011

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