PANORAMA SETORIAL 18 DESTAQUES POR PAÍS. Brasil. Fornecimento de Gado

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Transcrição:

PANORAMA SETORIAL 18 Barretos, 12 de março de 219 - A Minerva Foods é a líder em exportação de carne bovina na América do Sul e atua também no segmento de processados, comercializando seus produtos para mais de 1 países. A Companhia possui atualmente capacidade diária de abate de 26.38 cabeças de gado e de desossa equivalentes a 28.366 cabeças de gado por dia. Presente no Brasil, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai e na Colômbia, a Minerva opera 25 plantas de abate e desossa e três plantas de processamento. DESTAQUES POR PAÍS Fornecimento de Gado Brasil No ano de 218 foram abatidas aproximadamente 24,4 milhões de cabeças de gado no Brasil, volume 5% superior ao ano de 217. A melhora da situação econômica brasileira ao longo do ano contribuiu para um melhor desempenho das vendas no mercado doméstico, enquanto no mercado externo, a crescente demanda de países asiáticos, como China e Hong Kong, e a valorização cambial permitiu que o país atingisse seu volume recorde de exportação (~1.353 mil toneladas/ano, 11,8% acima do volume exportado em 217). Esses três fatores, combinados com a maior disponibilidade de animais prontos para o abate, refletiram diretamente no aumento do nível de utilização da capacidade da indústria brasileira. No 4T18 foram abatidas 6,2 milhões de cabeças, volume 2% superior em comparação ao mesmo período de 217 e redução de 4% ante o 3T18. Vale ressaltar que o quarto trimestre do ano, em função do efeito sazonal, é marcado pelo aumento do consumo de carne no mercado interno e pequena redução das exportações. O preço médio da arroba em 218 (indicador Boi Gordo Esalq/BM&F para o estado de São Paulo) foi 4% superior ao preço de 217 e atingiu R$ 144,9/@. O preço médio no 4T18 foi de R$ 148,3/@, 2% e 3% superior ao 3T18 e 4T17, respectivamente. Destacamos que o último trimestre reflete também o pico do período de entressafra, que é caracterizado pela escassez de animais prontos para abate. O preço médio do gado em dólar por kg em 218 no Brasil foi de US$ 2,66/kg, 8% abaixo do preço observado no ano de 217. Figuras 1, 2, 3 e 4 Abate de Bovinos e Preço Médio do Gado R$/@ e US$/kg 1. 1.5 1.1 1.15 1.2 1.25 1.3 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 1.75 1.8 1.85 1.9 1.95 2. 2.5 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3 2.35 2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3. 3.5 3.1 3.15 3.2 3.25 3.3 3.35 3.4 3.45 3.5 3.55 3.6 3.65 3.7 3.75 3.8 3.85 3.9 3.95 4. 4.5 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5 4.55 4.6 4.65 4.7 4.75 4.8 4.85 4.9 4.95 5. 5.5 5.1 5.15 5.2 5.25 5.3 5.35 5.4 5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75 5.8 5.85 5.9 5.95 6. 6.5 6.1 6.15 6.2 6.25 6.3 6.35 6.4 6.45 6.5 6.55 6.6 6.65 6.7 6.75 6.8 6.85 6.9 6.95 7. 7.5 7.1 7.15 7.2 7.25 7.3 7.35 7.4 7.45 7.5 7.55 7.6 7.65 7.7 7.75 7.8 7.85 7.9 7.95 8. 8.5 8.1 8.15 8.2 8.25 8.3 8.35 8.4 8.45 8.5 8.55 8.6 8.65 8.7 8.75 8.8 8.85 8.9 8.95 9. 9.5 9.1 9.15 9.2 9.25 9.3 9.35 9.4 9.45 9.5 1 15 2 25 3 35 4 45 5 55 6 65 7 75 8 85 9 95 R$/@ 142,3 145,5 14,8 145,2 148,3 6.31 5.937 5.914 6.423 6.16 15 14 13 26.2 12 24.2 11 22.2 1 2.2 9 18.2 8 16.2 7 14.2 6 12.2 5 1.2 4 8.2 3 6.2 2 4.2 1 2.2 2 138,8 144,9 23.17 24.434 217 218 R$/@ 12 8 4

US$/kg 1. 1.5 1.1 1.15 1.2 1.25 1.3 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 1.75 1.8 1.85 1.9 1.95 2. 2.5 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3 2.35 2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3. 3.5 3.1 3.15 3.2 3.25 3.3 3.35 3.4 3.45 3.5 3.55 3.6 3.65 3.7 3.75 3.8 3.85 3.9 3.95 4. 4.5 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5 4.55 4.6 4.65 4.7 4.75 4.8 4.85 4.9 4.95 5. 5.5 5.1 5.15 5.2 5.25 5.3 5.35 5.4 5.45 5.5 5.55 5.6 5.65 5.7 5.75 5.8 5.85 5.9 5.95 6. 6.5 6.1 6.15 6.2 6.25 6.3 6.35 6.4 6.45 6.5 6.55 6.6 6.65 6.7 6.75 6.8 6.85 6.9 6.95 7. 7.5 7.1 7.15 7.2 7.25 7.3 7.35 7.4 7.45 7.5 7.55 7.6 7.65 7.7 7.75 7.8 7.85 7.9 7.95 8. 8.5 8.1 8.15 8.2 8.25 8.3 8.35 8.4 8.45 8.5 8.55 8.6 8.65 8.7 8.75 8.8 8.85 8.9 8.95 9. 9.5 9.1 9.15 9.2 9.25 9.3 9.35 9.4 9.45 9.5 1 15 2 25 3 35 4 45 5 55 6 65 7 75 8 85 9 95 2,9 3, 2,6 2,5 2,6 6.31 5.937 5.914 6.423 6.16 1.2 12.2 14.2 16.2 18.2 2.2 22.2 24.2 2.2 4.2 6.2 8.2 2 2,9 2,7 23.17 24.434 217 218 Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, CEPEA/ESALQ Dados preliminares de abate no 4T18 Mercado Externo O ano de 218 foi positivo para as exportações brasileira de carne bovina. A grande demanda internacional, especialmente de mercados como Ásia e Oriente Médio, conjuntamente com a forte desvalorização cambial, foram os principais drivers para crescimento do volume exportado durante o ano, que totalizou aproximadamente 1.353 mil toneladas, 12% superior ao volume de 217, atingindo um volume recorde na exportação de carne bovina do Brasil. Na 4T18 o volume das exportações atingiu 393 mil toneladas, 14% superior ao 4T17 e que também se caracterizou como recorde de exportação para um quarto trimestre. A receita das exportações brasileiras totalizou US$ 5.594,6 milhões em 218, 1% superior à receita de 217. Em função da desvalorização do real ao longo do ano, vale destacar que o preço em dólar da carne bovina brasileira se tornou uma das mais competitivas na exportação. No 4T18, a receita de exportação atingiu US$ 1.534 milhões, 5% superior ao mesmo período de 217, porém 15,8% inferior a receita de exportação do 3T18. Usualmente no quarto trimestre, os cortes do traseiro (que possuem maior rentabilidade) são direcionados em sua grande maioria para o mercado local, enquanto os cortes do dianteiro são destinados para o mercado externo. Essa mudança de mix reflete diretamente no preço médio da carne bovina. Figuras 5, 6, 7 e 8 Exportação de carne in natura 344 319 215 426 393 1.5 1. 1.211 1.353 5 217 218 1.822 1.465 1.534 1.3 938 6.5 4.5 2.5 5 5.88 5.595 217 218 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Dados preliminares de exportação Em 218, o preço médio da carne bovina em dólar se manteve estável em US$ 4,2/kg, na comparação com o ano de 217. No 4T18 o preço médio da carne bovina em dólar apresentou queda de 9,3% comparado ao 3T18 e atingiu US$ 2

3,9/kg. Conforme citado anteriormente, a queda do preço médio está ligada à mudança de mix de vendas entre os mercados interno e externo. O preço médio em reais em 218 atingiu R$ 15,3/kg, 14% superior ao ano anterior. No 4T18, o preço médio em reais atingiu R$ 14,8/kg, 13% abaixo do 3T18, porém 7% superior quando comparado ao mesmo período de 217. Figura 9 Preço médio carne in natura 18, 17, 16, 15, 14, 13, 12, 11, 1, 9, 8, 16,2 16,1 17, 15, 13,8 14,2 13,4 13,5 13,4 13,9 14,8 12,9 13,2 4,2 3,8 3,9 4,1 4,3 4,1 4,2 4,2 4,3 4,1 4,4 4,3 3,9 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 1T17 2T17 3T17 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1,, R$/Kg China e Hong Kong responderam por quase metade das exportações brasileiras no ano de 218 (47%), alta de 9 p.p. quando comparado ao ano de 217. O crescimento é um claro reflexo da maior demanda por carne bovina na região asiática. A China tem apresentado forte crescimento no consumo, traduzido pela melhora de renda da população ao longo da última década (principalmente das classes sociais mais baixas), pela mudança nos hábitos alimentares, estimulado pela maior influência ocidental (e.g. maior penetração das redes de fast foods no país) e pelo processo de urbanização de sua população. Segundo o departamento de agricultura dos Estados Unidos, o USDA (United States Department of Agriculture), estima-se que o volume de importação de carne bovina da China cresça 1% em 219, comparado ao volume registrado em 218, e atinja cerca de 1.32 mil toneladas. O terceiro principal destino das exportações brasileiras foi o Egito, que correspondeu a do total exportado, seguido pelo Chile, que aumentou em 3 bps sua participação nas exportações brasileiras, na comparação com o ano anterior. Figuras 1 e 11 Destino das Exportações (% da Receita) 217 218 27% Hong Kong 2% 27% China 27% Chile 5% Rússia Egito 1% Irã 11% China 18% Itália 3% Irã 6% Chile 8% Egito Hong Kong 2% Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior A tendência continua positiva para as exportações brasileiras nos próximos anos. Segundo dados do USDA, enquanto as exportações globais apresentarão leve crescimento de,4%, o Brasil deverá ter uma expansão de 5% sobre o volume registrado em 218 (considerando as exportações de carne e também miúdos). Ainda, no caso da América do Sul, o incremento projetado para 219 é de aproximadamente 4%, consolidando a região como principal fornecedora para 3

atender à crescente demanda mundial por carne bovina. Segue abaixo a tabela com os números referente as estimativas do USDA: Figura 12 Estimativas de Exportação Tonelada equivalente carcaça Mercado Interno Em 218, o cenário de maior estabilidade do ambiente macroeconômico brasileiro contribuiu para uma incipiente retomada do consumo de carne bovina no mercado doméstico. Em 218, a manutenção dos índices de preços gerais em patamares historicamente baixos permitiu à população brasileira recuperar parcialmente seu poder de compra, o que acabou refletindo na elevação do consumo per capita de carne bovina no Brasil conforme gráfico a seguir. Nesse cenário, foi percebido uma evolução dos preços, especialmente a partir do segundo semestre do ano, período marcado sazonalmente por um maior consumo de carne bovina, devido ao período de férias e festas de final do ano, conforme demonstrados nas figuras 14 abaixo. Espera-se que o cenário de recuperação do consumo de carne bovina continue em 219, uma vez que seguem positivas as perspectivas para a economia brasileira. Segundo dados do Banco Central do Brasil, o BACEN, a estimativa para a expansão do PIB é de 2,4%, frente a 1,1% em 218. Como o consumo de carne bovina está correlacionado com a qualidade de renda da população, a tendência para o ano é de uma boa performance para o mercado doméstico brasileiro. Figuras 13 Consumo Per Capita Kg/ano 38, 37,8 37,6 37,4 37,2 37, 36,8 36,6 36,4 36,2 37,9 37,2 37, 36,8 216 217 218 219 Fonte: USDA 4

Figuras 14 Preço Rump & Loins 27, 26, 25, 24, 23, 22, 21, 2, Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 218 217 Paraguai Fornecimento de Gado Em 218 foram abatidas aproximadamente 2 milhões de cabeças no Paraguai, uma queda de 8% na comparação com o ano anterior. A retração da utilização da capacidade da indústria paraguaia é reflexo de uma menor disponibilidade de animais como efeito de seguidos anos de crescimento no abate de matrizes. No 4T18 foram abatidas 457 mil cabeças, volume 8% e 6% inferior na comparação com o trimestre anterior e com o 4T17 respectivamente. A redução do abate no trimestre foi consequência do período de chuvas, que dificulta o transporte dos animais até as unidades industriais. Nesse cenário, o preço médio do gado em 218 atingiu US$ 3,2/kg, levemente superior na comparação com 217 (1,4% YoY). No 4T18 o preço também se manteve estável quando comparado ao trimestre anterior, porém 6% inferior ao registrado no 4T17, totalizando US$ 3,1/kg. Figuras 15 e 16 Abate de Bovinos e Preço Médio do Gado 6 3,3 3,4 3,1 3,1 3,1 2.2 3,1 3,2 4 488 529 432 498 457 2.71 1.916 2 2 217 218 Fonte: SENACSA Dados preliminares do 4T18 e 218 Mercado Externo As exportações paraguaias atingiram 26 mil toneladas em 218, inferior ao volume exportado no ano anterior. Apesar da retração no volume, a receita das exportações do país atingiu US$ 1,1 bilhão no ano, 1% abaixo da receita reportada em 217. A Rússia foi o principal destino das exportações paraguaias em 218, correspondendo por 38% do total do faturamento. Um fator fundamental para essa performance foi a suspensão do Brasil ao mercado russo até novembro de 218. No quarto trimestre de 218, o Paraguai exportou aproximadamente 6 mil toneladas, 17% e 1 inferior ao volume do 3T18 e 4T17, respectivamente. No 4T18, a receita de exportação atingiu US$ 24 milhões, 1 e 26% abaixo da 5

receita do 3T18 e 4T17, respectivamente. O recuo das exportações no trimestre foi reflexo de um menor nível de abate, dado às condições climáticas do período. Depois da Rússia, o Chile foi o segundo maior destino das exportações paraguaias, e correspondeu por 31% do total, 6 p.p abaixo em comparação ao ano passado, seguido por Brasil, que respondeu por 7% das exportações, 2 bps inferiores a 217. Figuras 17, 18, 19 e 2 Exportação de carne in natura 73 59 7 71 6 286 26 217 218 323 259 33 296 24 1.223 1.98 217 218 Fonte: SENACSA Figuras 21 e 22 Destino das Exportações (% da Receita) Irã 4% Vietnã 4% Israel 5% 2% Brasil 217 Russia 21% Chile 37% Taiwan 3% Vietnã 4% Israel 6% Brasil 7% 11% 218 Chile 31% Russia 38% Uruguai Fornecimento de Gado Em 218, o volume de animais abatidos no Uruguai totalizou 2,3 milhões de cabeças, praticamente estável quando comparado a 217. No 4T18 o abate foi de 588 mil cabeças, 5% superior na comparação com 3T18, reflexo da incipiente recuperação do volume de abate, contudo ainda 4% inferior ao 4T17. Com o descompasso entre oferta e demanda, fruto do ciclo negativo de oferta de animais, o preço médio do gado em 218 foi 8% maior na comparação com o ano anterior, e totalizou US$ 3,4/kg. No 4T18, o preço médio do gado foi de US$ 3,4/kg, retração de 5% ante ao 3T18, porém 7% superior na comparação anual. 6

Figuras 23 e 24 Abate de Bovinos e Preço Médio do Gado 6 3,2 3,2 3,4 3,5 3,4 2.2 3,1 3,4 4 69 654 543 56 588 2.34 2.345 2 2 217 218 Fonte: INAC Mercado Externo O volume das exportações uruguaias totalizou 388 mil toneladas no ano de 218, volume 7% superior ao exportado em 217, A receita no mesmo período foi de US$ 1,7 bilhão, expansão de 1% na comparação anual. O aumento tanto no volume quanto na receita pode ser explicado principalmente pela alta demanda da China e Estados Unidos. No 4º trimestre de 218, as exportações uruguaias totalizaram 9 mil toneladas, 11% e 15% superior ao trimestre passado e ao 4T17 respectivamente. A receita atingiu US$ 388 milhões no 4T18, estável quando comparada ao mesmo período de 217. Além disso, vale destacar que em dezembro, Uruguai e Japão celebraram um acordo para a reabertura do país asiático, fechado desde 2 para a importação de carne in natura do Uruguai. Conforme tabela a seguir, o Japão é o terceiro maior importador mundial de carne bovina e o volume estimado para 219, segundo dados do USDA é de 85 mil toneladas equivalente carcaça, 2% acima do ano anterior: Figura 25 Ranking dos Maiores Importadores de Carne Bovina (mil toneladas) Países 216 217 218 219 Δ 219/218 Estados Unidos 1.366 1358 1373 146 +2% China 812 974 12 132 +1% Japão 719 817 835 85 +2% Fonte: United States Department of Agriculture (USDA) 7

Figuras 26, 27,28 e 29 Exportação de carne in natura 78 91 75 8 9 316 338 217 218 389 454 431 441 388 1.552 1.714 Fonte: INAC dados preliminares 217 218 Figuras 3 e 31 Destino das Exportações (% da Receita) 217 218 Brasil 4% 18% Alemanha 5% Israel 8% Holanda 11% Estados Unidos 15% China 3 Fonte: INAC 2% Alemanha 4% Brasil 4% Israel 5% Holanda 1% Estados Unidos 14% China 43% Argentina Fornecimento de Gado Em 218, o abate argentino totalizou 13,5 milhões de cabeças, volume 6% superior ao abate registrado em 217. A maior utilização da capacidade da indústria argentina foi resultado do melhor desempenho das exportações do país. No 4T18, o abate se manteve estável, tanto na comparação com o 3T18, quanto na comparação com o mesmo período em 217, totalizando 3,4 milhões de cabeças abatidas. A média de preço do gado na Argentina atingiu 72,6 pesos argentinos por kg em 218, 3% superior na comparação anual. No entanto, segundo dados do Banco Central Argentino, o índice de inflação ao final de 218 atingiu 47,6%, ou seja, em termos reais, o preço médio do gado registrou queda de 17,6% frente ao registrado em 217. No 4T18 a média do preço do gado atingiu 87,5 pesos argentinos/kg, um aumento de 12% em comparação com o 3T18 e 44% superior ao 4T17. Por outro lado, o preço médio do gado em dólares atingiu US$ 2,7/kg em 218, queda significativa de 21% em relação a 217. No 4T18, o preço totalizou US$ 2,4/kg, queda de 3% sobre o preço médio do 3T18 e de 32% comparado ao 8

mesmo período do ano anterior. Essa redução do preço médio do gado está fortemente correlacionada com a apreciação do dólar em relação à moeda local. Desta forma, a Argentina tornou-se em 218 o país mais competitivo da América do Sul sob a ótica da precificação da matéria-prima. Figuras 32, 33, 34 e 35 Abate de Bovinos e Preço Médio do Gado Pesos Argentinos/Kg e US$/kg Pesos/Kg Pesos/Kg 1. 1.5 1.1 1.15 1.2 1.25 1.3 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 1.75 1.8 1.85 1.9 1.95 2. 2.5 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3 2.35 2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3. 3.5 3.1 3.15 3.2 3.25 3.3 3.35 3.4 3.45 3.5 3.55 3.6 3.65 3.7 3.75 3.8 3.85 3.9 3.95 4. 4.5 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5 1 15 2 25 3 35 4 45 5 55 6 65 7 75 8 85 9 95 87,5 76,4 6,8 61,5 63,1 3.395 3.318 3.213 3.476 3.397 9 8 7 14.2 6 12.2 5 1.2 4 8.2 3 6.2 4.2 2 2.2 1 2 72,6 56, 12.763 13.517 217 218 4 1. 1.5 1.1 1.15 1.2 1.25 1.3 1.35 1.4 1.45 1.5 1.55 1.6 1.65 1.7 1.75 1.8 1.85 1.9 1.95 2. 2.5 2.1 2.15 2.2 2.25 2.3 2.35 2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3. 3.5 3.1 3.15 3.2 3.25 3.3 3.35 3.4 3.45 3.5 3.55 3.6 3.65 3.7 3.75 3.8 3.85 3.9 3.95 4. 4.5 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5 1 15 2 25 3 35 4 45 5 55 6 65 7 75 8 85 9 95 3,5 3,1 2,7 2,4 2,4 3.395 3.318 3.213 3.476 3.397 2 14.2 12.2 1.2 8.2 6.2 4.2 2.2 2 3,4 2,7 12.763 13.517 217 218 Mercado Externo Fonte: SENASA Dados preliminares Em 218, as exportações argentinas alcançaram o volume de 37,1 mil toneladas, 78% superior em comparação com o volume exportado em 217. A receita no período foi de US$ 2, bilhões, 46% superior à receita apurada no ano anterior. As exportações tiveram como principais destinos China (+13 p.p yoy), Alemanha e Chile, que juntos corresponderam por 63% do volume total exportado. No 4T18 a Argentina exportou 115,2 mil toneladas, 8 acima do mesmo período do ano passado, e contabilizou uma receita de US$ 588,6 milhões, 45% superior à receita do 4T17. A desvalorização cambial na Argentina foi um dos gatilhos para o forte desempenho das exportações. Em 218, o peso argentino apresentou desvalorização de 12% sobre a cotação final de 217, e encerrou o ano de 218 com a relação de 37,67 pesos por dólar. Como a forte desvalorização da moeda argentina, as exportações tornaram-se muito mais atrativa para os produtores que possuem flexibilidade comercial para arbitrar entre os mercados doméstico e externo. 9

2-jan-18 14-jan-18 26-jan-18 7-fev-18 19-fev-18 3-mar-18 15-mar-18 27-mar-18 8-abr-18 2-abr-18 2-mai-18 14-mai-18 26-mai-18 7-jun-18 19-jun-18 1-jul-18 13-jul-18 25-jul-18 6-ago-18 18-ago-18 3-ago-18 11-set-18 23-set-18 5-out-18 17-out-18 29-out-18 1-nov-18 22-nov-18 4-dez-18 16-dez-18 28-dez-18 Figuras 36, 37, 38 e 39 Exportação de carne in natura 61 72 81 12 115 28 37 217 218 561 589 2.84 47 47 465 1.428 217 218 Fonte: IPCVA Instituto de Promoción de La Carne Vacuna Argentina Figuras 4 e 41 Destino das Exportações (% da Receita) 217 218 15% China 28% 17% China 41% Holanda Oriente Médio Israel Oriente Médio Chile 11% Alemanha 1 Holanda 7% Rússia 7% Chile Fonte: IPCVA Instituto de Promoción de La Carne Vacuna Argentina Alemanha 13% Figura 42 - Taxa Cambial (ARG/US$ - P-tax) $ 42, $ 4, $ 38, $ 36, $ 34, $ 32, $ 3, $ 28, $ 26, $ 24, $ 22, $ 2, $ 18, A Argentina possui reconhecimento mundial por sua carne bovina. Desde 215, o país passa por um período de reestruturação de sua indústria, e busca estar entre os principais países exportadores. Em novembro de 218, um importante passo foi dado para o desenvolvimento dessa meta, quando os Estados Unidos reabriram seu mercado 1

para a importação de carne bovina in natura da Argentina, através de uma cota de 2. toneladas/ano isenta de tarifas. Embora a quota apresente pequena representatividade sobre o volume total exportado (cerca de 6% do volume exportado em 218), esta reabertura deverá contribuir para que o país conquiste acesso a outros mercados importadores que seguem altos padrões de exigência sanitária, tais como México, Canadá e Japão (3º maior importador mundial de carne bovina). Dessa forma, pode-se afirmar que a tendência para o desempenho das exportações da Argentina segue positiva para o ano de 219. Mercado Interno Durante o ano de 218, o mercado doméstico argentino sofreu com sua crise econômica, ilustrada principalmente pela disparada nos níveis da inflação e compressão do poder de compra da população. Com uma economia essencialmente dolarizada, a população perde poder de compra sempre que ocorre uma desvalorização cambial e consequente encarecimento da cadeia de consumo. Neste ambiente, a população deixa de consumir produtos de maior valor agregado como cortes do assado, e passa ao consumo de proteínas substitutas como frango, suíno e alimentos processados. Um dos indícios da redução do consumo de carne bovina foi a queda no consumo per capita de carne, de 57,4Kg em 217 para 56,1Kg em 218, segundo a Cámara de la Industria y el Comercio de Carnes y Derivados de la República Argentina (CICCRA). Oferta e Demanda no Mercado Global Nos últimos anos, o desequilíbrio entre o fornecimento e a demanda mundial por carne bovina tem se tornado cada vez mais crescente. Do lado da oferta, um dos principais players mundiais, a Austrália, tem sofrido com problemas climáticos que impactaram diretamente no desenvolvimento do rebanho do país. Anteriormente, o rebanho foi prejudicado pela grande seca que o país enfrentou, e que o levou a atingir um dos menores patamares históricos, conforme demonstrado na figura abaixo. Somado a essa dificuldade, no início de 219, enchentes reduziram em cerca de 5 mil cabeças o rebanho australiano, segundo o Cattle Council of Australia, organização do país para os produtores de gado e carne bovina. Dessa perda, grande parte eram fêmeas, o que deverá dificultar ainda mais o processo de recomposição. O USDA estima que a Austrália fechará 219 com aproximadamente 25,2 milhões de cabeça, praticamente o mesmo patamar de 217 (menor patamar dos últimos anos), e esses números ainda não consideram o impacto climático do início de 219. Figura 43 Projeção do rebanho australiano (milhões de cabeças) 3, 29, 28, 27, 26, 25, 24, 23, 22, 25, 25,2 29 21 211 212 213 214 215 216 217E 218E 219E Fonte: USDA United States Department of Agriculture. 11

Além do problema de oferta de gado da Austrália, outro evento que deve contribuir com maior demanda por carne bovina, é o surto da Febre Suína Africana (African Swine Fever) na China, com impacto na redução do tamanho do rebanho de suínos e consequentemente no consumo dessa proteína. A Febre Suína Africana é uma doença viral severa que afeta animais (suínos) domésticos e selvagens, causando sérios problemas de produção dado que o rebanho precisa ser imediatamente sacrificado. O impacto de um menor consumo da principal proteína na dieta alimentar das famílias chinesas, pode criar oportunidades para a elevação da demanda por outras proteínas, especialmente a carne bovina. Os casos de febre suína seguem sendo notificados na China, e estima-se que um grande número de suínos já tenha sido sacrificados desde o início do surto em meados de 218. Figura 43 Evolução dos casos notificados de febre suína na China Fonte: OIE - Word Organisation for Animal Health (World Animal Health Information and Analysis Department) Como resultado, estes efeitos deverão trazer ainda mais oportunidades comerciais para outras regiões produtoras, com destaque inequívoco para a América do Sul 12