Equipamentos Públicos 1 Como fiscalizar Conheça o método de fiscalização das obras dos Fóruns da Bahia Vistoria dos Fóruns de Itabuna e Vitória da Conquista envolve compatibilização dos projetos por meio de reuniões e auditorias periódicas entre contratantes, gerenciadora e empreiteira Por Igor Góes Batista* Edição 33 - Dezembro/2013 A expansão e descentralização do judiciário do Estado da Bahia vêm ocorrendo de maneira permanente com a criação de novas unidades, reformas em edificações existentes e ampliação de imóveis antigos. Porém, o projeto, a construção e a manutenção de edifícios são, para o judiciário, uma atividade meio, de modo que o quadro técnico de funcionários destas atividades é reduzido. Com a extensão do número de obras e intervenções na região, foi necessária a criação de um contrato de apoio à fiscalização, possibilitando o acompanhamento em tempo integral das obras de maior relevância e aporte financeiro. Este foi o caso das obras dos fóruns das comarcas de Vitória da Conquista e de Itabuna, que, assim como os de outras cidades baianas, mostravam-se subdimensionados, necessitando de ampliação e adequação às determinações da Resolução nº 114 do CNJ. A normativa dispõe sobre a referência de áreas a serem utilizadas na elaboração de novos projetos de reforma ou de construção de imóveis no Poder Judiciário.
Para essas obras, a Monte Moryah Engenharia (empresa de fiscalização, vencedora dessas licitações) vem utilizando a metodologia de gerenciamento de projetos do Project Management Institut (PMI) e as melhores práticas do mercado em gerenciamento de obras, controle de cronograma e compatibilização dos projetos por meio da realização de auditorias constantes e da emissão de relatórios para a coordenação de obras do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA). Este trabalho produz como documentos os Relatórios de Diário de Obras (RDO), Relatórios de Andamento do Projeto (RAP), Lista Mestra de Projetos (LMP), Lista de Pendências da Obra (LPO), gráfico de acompanhamento e verificação das condições climáticas e gráficos apontando os avanços físico e financeiro da obra e seus desvios, com a periodicidade prevista nos editais. O projeto dos Fóruns Em obras, o prédio do novo Fórum de Itabuna situa-se no bairro de Nossa Senhora das Graças e contemplará a execução dos serviços na fração de 2.926,40 m2, área que abriga, em seu programa funcional, gabinetes para magistrados, salas para audiências, salas para assessorias, cartório judicial e secretarias, além dos serviços e salas para os órgãos afins da justiça (OAB, Defensoria Pública e Ministério Público). Implantado em um terreno com declive acentuado, o projeto é distribuído em um edifício de seis pavimentos, sendo três subsolos, um pavimento térreo, pavimento superior e pavimento de cobertura com dois acessos - um para pedestres, visitantes e funcionários, no térreo, e outro acesso secundário de veículos no subsolo 02. Já o novo fórum da cidade de Vitória da Conquista está localizado na Avenida Luís Fernandes de Oliveira, em limite com a Avenida Edmundo Silveira Flores, no loteamento Caminho da Universidade. Conta com a fração de 2.146,41m² de área útil para efeito de cálculos de coeficiente de aproveitamento. O edifício se desenvolve em três andares, uma laje de cobertura e subsolo com área técnica, estacionamento e acesso privativo para magistrados. O acesso de funcionários e do público acontece no nível térreo, mesmo patamar onde estão os principais serviços de atendimento ao público. Nos pavimentos-tipo estão as unidades de justiça com cartórios, salas de audiência, gabinetes e atividades afins. A solução arquitetônica de ambas edificações propõe a construção em concreto armado utilizando as lajes nervuradas moldadas no local, permitindo maiores vãos e futuras
readequações, conforme as necessidades do sistema de prestação jurisdicional. Optou-se em deixar toda a estrutura aparente, inclusive as lajes nervuradas, inserindo forros somente nas áreas molhadas e de circulação. Foram premissas dos projetos potencializar a utilização de luz natural, captação e aproveitamento das águas pluviais e realizar o tratamento adequado das águas servidas por uma pequena estação de tratamento de efluentes (ETE). Ambos os projetos foram desenvolvidos pelo escritório baiano Dendê Arquitetura Ltda, vencedora da licitação para este fim. Para garantir o desempenho esperado de prazo e qualidade, são realizadas reuniões entre a empresa Monte Moryah, responsável pelo apoio à fiscalização, as construtoras responsáveis pela construção - Caaba Engenharia e CSG Engenharia -, e a diretoria de engenharia e arquitetura do TJBA. A tabela em destaque, intitulada de "Documentos da fiscalização", apresenta os documentos de gerenciamento e planejamento elaborados com periodicidade de entrega. Os cronogramas de acompanhamento das obras desenvolvidos no MS Project, juntamente dos dados obtidos em campo, são analisados e expostos pela Monte Moryah Engenharia em reuniões mensais com os engenheiros das construtoras, dos Fóruns de Itabuna e Vitória da Conquista, bem como com a diretoria de engenharia do Tribunal de Justiça da Bahia. Equipamentos Públicos Como fiscalizar Conheça o método de fiscalização das obras dos Fóruns da Bahia Vistoria dos Fóruns de Itabuna e Vitória da Conquista envolve compatibilização dos projetos por meio de reuniões e auditorias periódicas entre contratantes, gerenciadora e empreiteira Por Igor Góes Batista* Edição 33 - Dezembro/2013
Nos relatórios diários de obra são apresentados o desenvolvimento e observações importantes ocorridas durante a semana no projeto, as condições atmosféricas, registros fotográficos, além do efetivo da obra e seus equipamentos utilizados no canteiro. De posse desse relatório e com o cronograma de curto prazo gerado de acordo com o cronograma macro da obra, o TJBA e a construtora têm uma visão contínua do empreendimento.
No relatório de período quinzenal (RAP) são analisadas a qualidade dos serviços e as questões legais de segurança, saúde e meio ambiente da obra. São apontados, também, todos os aspectos da obra em uma análise sobre o seu avanço físico e financeiro em médio prazo, sendo que depois da aprovação da medição do período - feita pela construtora e pelo fiscal do Tribunal de Justiça da Bahia, responsável pela obra -, é realizada uma análise em função do cronograma macro, de longo prazo da obra. Depois da compatibilização e coordenação dos projetos, realizadas pela Monte Moryah Engenharia, são registradas todas as alterações que se façam necessárias na construção para otimização ou aprimoramento no processo construtivo e para o produto final requerido para a obra. A lista mestra de projetos, subdividida nas disciplinas de projetos, tais como: arquitetura, instalações hidrossanitárias, instalações eletromecânicas, telefônicas, de lógica, fundações, estrutural, dentre outras, permite um melhor gerenciamento dos projetos de forma a não prejudicar o desenvolvimento da obra. Método acelerado Objetivando atender à crescente demanda com viabilização das construções dentro do rígido cronograma a que se propõe, a diretoria de engenharia e arquitetura do TJBA vem adotando a metodologia de gestão fasttrack, na qual as etapas são iniciadas antes do término de suas predecessoras, utilizando uma rota rápida por meio da compactação das fases. Contudo, esse processo exige uma maior capacidade de gestão das interfaces. O fasttrack utiliza como método a
atualização dos projetos de detalhamento durante a execução da obra, seja para incorporar modificações do escopo ou para o aprimoramento do processo construtivo. Nesta estratégia, a obra não é interrompida para as atualizações e alguns serviços de engenharia que não são diretamente interdependentes são executados em paralelo. Esse processo é realizado com a participação e parceria da empresa empreiteira. O maior benefício do "método acelerado" é a redução de prazos. Neste sentido, a contratação da empresa de apoio à fiscalização é fundamental para controlar o planejamento previsto, identificar em tempo hábil possíveis desvios e minimizar a ocorrência de retrabalhos, visto que no método proposto algumas fases são realizadas antes das suas predecessoras. *Igor Góes Batista, arquiteto e diretor da Diretoria de Engenharia e Arquitetura do Tribunal de Justiça da Bahia