Conceitos Financeiros Fundamentais Reginaldo Gonçalves



Documentos relacionados
CALCULADORA HP 12C 1. OPERAÇÕES BÁSICAS LIGAR E DESLIGAR Pressione ON

- RESOLUÇÕES BÁSICAS NA HP 12C

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL/MG. Projeto Institucional de Formação Continuada

MATEMÁTICA FINANCEIRA COM HP 12C E EXCEL

CURSO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA COM AUXÍLIO DA CALCULADORA HP 12-C E DA PLANILHA ELETRÔNICA DO MICROSOF EXCEL

Este é um guia prática com algumas teclas e funções da calculadora HP 12C

Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento

CÁLCULOS FINANCEIROS 1ª aula Parte 1


Análise e Resolução da prova do ISS-Cuiabá Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento

Matemática Financeira Aplicada.

Matemática Financeira - Vinícius Werneck, professor do QConcursos.com

Cálculo de Juros Simples e Composto no Excel - Parte 1

Prof. Me. João Alexandre Thomaz

- CURSO DE CALCULADORA FINANCEIRA HP 12C -

GABARITO DOS EXERCÍCIOS

CIÊNCIAS CONTÁBEIS MATEMATICA FINANCEIRA JUROS SIMPLES

04/08/2013. Custo. são os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou na comercialização. Despesa

CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Excel Planilhas Eletrônicas

Valor do dinheiro no tempo

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO FLUXO DE CAIXA

EXERCÍCIOS PROF. SÉRGIO ALTENFELDER

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Amilton Dalledone Filho Glower Lopes Kujew

Vitor Amadeu Souza

prestação. Resp. $93.750,00 e $5.625,00.

Sérgio Carvalho Matemática Financeira Simulado 02 Questões FGV

Matemática Financeira II

UNIDADE DESCENTRALIZADA NOVA IGUAÇU - RJ ENGENHARIA ECONÔMICA E FINANCEIRA

Gerenciamento de Projeto: Criando o Termo de Abertura II. Prof. Msc Ricardo Britto DIE-UFPI rbritto@ufpi.edu.br

UNIDADE Capitalização composta

INTRODUÇÃO À MATEMÁTICA FINANCEIRA

Introdução. Este arquivo compõe a coletânea Mega Cursos - -

Calcular o montante de um capital de $1.000,00, aplicado à taxa de 4 % ao mês, durante 5 meses.

CAPÍTULO 2 MATEMÁTICA FINANCEIRA

Lista de exercício nº 3* VPL, TIR e Equivalência de fluxos de caixa

Organização da Aula. Avaliação de Investimentos. Aula 2. Contextualização. Instrumentalização. Proporcionalidade de taxas. Equivalência de taxas

captação de recursos empréstimos financiamento.

ELEMENTOS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO NO PLANO DE NEGÓCIOS Prof. Ms. Marco Arbex

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA MATEMÁTICA FINANCEIRA MAT 191 PROFESSORES: ENALDO VERGASTA, GLÓRIA MÁRCIA, JODÁLIA ARLEGO

Matemática. Aula: 04/10. Prof. Pedro Souza. Visite o Portal dos Concursos Públicos

CURSO ON-LINE PROFESSOR GUILHERME NEVES

EXERCÍCIOS DIVERSOS TRABALHO 1

Universidade Comunitária da Região de Chapecó Curso de Economia 5º Período 8 AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos.

MATEMÁTICA FINANCEIRA

JUROS SIMPLES. Onde: n é o número de períodos (number of periods) ou prazo em dias; i é o índice da taxa de juros (index) anual;

Lista de Exercícios 1

Viabilidade Financeira: Calculo da TIR e VPL

ANEXO F: Conceitos Básicos de Análise Financeira

Análise e Resolução da prova de Analista do Tesouro Estadual SEFAZ/PI Disciplinas: Matemática Financeira e Raciocínio Lógico Professor: Custódio

JUROS E TAXAS INTRODUÇÃO

Profª Adriana Ferrazza 1. Fonte: BMF&Bovespa. 1. Juro simples. FV= PV.[1+(i.n)]

Matemática Régis Cortes. JURO composto

MS 777 Projeto Supervisionado Professor: Laércio Luis Vendite Ieda Maria Antunes dos Santos RA:

A transformação e o custo do dinheiro ao longo do tempo *

HP 12C Conhecimentos Básicos

MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

MATEMÁTICA FINANCEIRA. Prof. Ricardo Ferro Tavares. Prof. Ricardo Ferro Tavares Site:

Podemos representar em fluxo de caixa através do seguinte diagrama: (+) (+) (+) (+) n tempo

Matemática Financeira II

Para acharmos as taxas equivalentes utilizamos a fórmula abaixo: Te = ( n Ö 1+i) 1

O Plano Financeiro no Plano de Negócios Fabiano Marques


Matemática Financeira

Introdução à Matemática Financeira

Pra que serve a Matemática Financeira? AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS MATEMÁTICA FINANCEIRA 20/01/2016. Danillo Tourinho Sancho da Silva, MSc

Primeiro, vamos explicar o fundo teórico do assunto, depois praticamos nossos conhecimentos seguindo as instruções dum pequeno tutorial.

MÓDULO VI. Mas que tal estudar o módulo VI contemplando uma vista dessas...

MATEMÁTICA FINANCEIRA AULA 02. Prof. Mário Leitão

PLANO DE MARKETING MULTI NÍVEL LSCODER

PROFESSOR: SEBASTIÃO GERALDO BARBOSA

MÉTODOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO COM A UTILIZAÇÃO PRÁTICA DA CALCULADORA HP12C E PLANILHA ELETRÔNICA

CAP. 2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CRITÉRIOS DE DECISÃO

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE TESOURO DIRETO 4ª EDIÇÃO

Modelagem Financeira Tutorial

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

GESTÃO FINANCEIRA. Conceitos. Conceitos

Lista de exercício nº 4* Fluxos de caixa não uniformes, inflação, juros reais e nominais

Para o cálculo dos juros siga corretamente este roteiro:

SIMULADO COMENTADO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Microsoft Excel. Funções Financeiras PARTE 7 SUMÁRIO

ANHANGUERA EDUCACIONAL ANHANGUERA - PÓS-GRADUAÇÃO

CALCULADORA HP 12C A calculadora HP 12C usa o chamado sistema de pilha, também designado por Notação Polonesa Reversa (RPN).

1. Introdução ao uso da calculadora

MATEMÁTICA FINANCEIRA Í N D I C E

GABARITO DOS EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS (Fator de Acumulação de Capital Pagamento Simples)

Apostila de Matemática Financeira Parte 01

Soluções integrais. Há cinco degraus para se alcançar a sabedoria: calar, ouvir, lembrar, agir, estudar. Anônimo. Soluções do Capítulo 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO DISCIPLINA: ECONOMIA DA ENGENHARIA

Por juros entende-se toda e qualquer remuneração de um capital.

Elementos de Análise Financeira Juros Compostos Profa. Patricia Maria Bortolon

Aplicações de conceitos da

Título : B2 Matemática Financeira. Conteúdo :

SEQÜÊNCIA DE DEPÓSITOS

Curso Preparatório. Matemática Financeira

Transcrição:

Conceitos Financeiros Fundamentais Reginaldo Gonçalves 5.1 - Finanças e o uso da HP 12C. 5.2 - Finanças e o dinheiro no tempo. 5.3 - Valor futuro, valor presente, anuidades e o tratamento das séries mistas. 5.4 - Aplicações e técnicas especiais do uso do dinheiro no tempo. Objetivos de aprendizagem Após estudar este capítulo, você deverá estar apto a: 1) Utilizar, de forma adequada, a calculadora HP 12C em cálculos financeiros básicos e avançados, como meio de minimizar o tempo para ganho de eficiência. 2) Conhecer a funcionalidade do dinheiro no tempo e sua importância para tomada de decisões. 3) Identificar, de forma adequada, o que é o valor presente e futuro e qual a sua influência nas diversas análises. 4) Analisar de forma adequada as técnicas especiais de finanças com relação ao uso do dinheiro. 5.1 - Finanças e o Uso da HP 12C As finanças envolvem o dia a dia de todos seja na empresa,ou seja em na vida particular, tudo que fazemos envolve o recurso financeiro, chamado dinheiro. É importante salientar que sem esse mecanismo básico não é efetuada uma série de operações, como por exemplo: comprar mercadorias, prestar serviços, alimentar-se, vestir-se, praticar esportes; ou seja, viver. Para muitos estudiosos existem outras relações e muitos dizem que o dinheiro é totalmente irrelevante na vida; que outros fatores são mais importantes do que ele, que isso provoca discórdia entre os vários povos da nação, que no passado o empréstimo a troco de juros era punido pela igreja, mas de que forma viver sem esse meio facilitador de troca de mercadorias e serviços? Muitos talvez digam para voltar ao passado e praticar o escambo, isso funcionou muito bem no passado, mas seria bastante estranho, no mundo moderno, ir com um boi, ou um feixe de cana trocar por um produto chamado computador. Como investir no estudo das células tronco? Como valor tudo isso. Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 1 1

As finanças envolvem nosso dia a dia e é importante seu conhecimento por todos, não apenas aos administradores, contadores, proprietários, mas até a uma simples dona de casa que administra o lar todos os dias. As aplicações das técnicas financeiras elementares são importantes no presente e também no futuro, mas existem as partes que são tratadas de forma bastante simples e as avaliações mais complexas que definem o dia a dia de grandes corporações que empregam milhares de pessoas no mundo. Para evitar e minimizar a grande complexidade de cálculos e valores, foram criadas diversas formas de cálculo. Desde o ábaco até os meios mais modernos através de computadores de alta geração. Ábaco = tábua de cálculo antiga, diz-se que foi a mais antiga forma de cálculo utilizada, baseia-se em uma parte de madeira com bolinhas coloridas que são utilizadas de forma rudimentar para somar, subtrair, multiplicar e dividir. Diziam os antigos que inclusive servia para cálculos mais complexos. Anuidade = prestação. Escambo = moeda utilizada no passado para troca de mercadorias ou serviços, ocorria antes da existência do dinheiro ou moeda que substitui esse sistema em virtude das dificuldades geradas por essa sistemática. Juros = forma de remuneração do capital investido. As finanças modernas criaram uma mudança comportamental no mundo e seu estudo é elementar para todos, independente do que façam em seu trabalho. Os cálculos, como fora citado, vão do mais simples ao mais complexo sendo importante que para cada tipo de atividade, utilizem-se os mecanismos mais adequados. Atualmente, são utilizados, para facilitar a vida dos profissionais que atuam diretamente no mercado financeiro, além dos computadores que trazem soluções de maneira rápida e eficaz, também calculadoras financeiras de diversas marcas e modelos. A HP 12C é utilizada, no mundo, como facilitadora nos cálculos simples e complexos e é considerada uma ferramenta indispensável na área financeira. Para utilização da HP 12C, é necessário o conhecimento de recursos básicos importante, pois de nada vale utilizá-la para simples operações matemáticas, para isso existem calculadoras mais simples. Os recursos básicos da HP 12C serão discutidos, mas não ficaram somente aqui estabelecidos, mas em basicamente todo o conteúdo das matérias que se dispuseram a utilizar esse mecanismo, portanto é importante esse conhecimento. 2 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

Aqueles que não tiverem a HP 12C e tiverem outras calculadoras, apresentarse-ão algumas dificuldades para aprender os mecanismos avançado, mas para isso será disponibilizado um emulador da HP 12C que poderá ser instalado na máquina sem criar problemas. O emulador é um programa de simulação da HP 12C e possui todas as características da máquina; com certeza o aluno agregará valor a si e ao curso. Agora, é importante conhecer a máquina: Alguns alunos não gostam da sua utilização, porém essa prática facilita muito o trabalho do administrador financeiro; assim, é importante conhecer as funções básicas, abaixo discriminadas: Funções básicas da HP 12C [ON] = liga / desliga a calculadora. [f] = tecla de acionamento das funções em cor laranja. [g] = tecla de acionamento das funções em cor azul. [ENTER] = sua função é usada para iniciar a introdução dos números. [0] a [9] = números utilizados para as diversas operações. [ ] = símbolo da divisão. [x] = símbolo da multiplicação. [-] = símbolo da subtração. [+] = símbolo da adição. [%] = símbolo de porcentagem. [yx] = potenciação. [.] = símbolo separador das casas decimais. [S+] = símbolo de somatório (estatístico). [f] [FIN] = limpa o acumulador financeiro. [f] [REG] = limpa o acumulador de registro inclusive o acumulador de memória. [f] [PRGM] = limpa os programas existentes. [f] [ +] = limpa acumuladores estatísticos. Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 3 3

http://www.inep.gov.br http://www.prenhall.com/gitman_br Funções avançadas da HP 12C: [n] = número de períodos (dia, mês, ano, bimestre, semestre, biênio etc.). [i] = taxa de juros. [PV] = valor presente. [PMT] = prestação. [FV] = valor futuro. [CHS] = inversão de valores. [STO] = acumulador de entrada na memória. [RCL] = chamada de memória. [g] [CFo] = entrada inicial de valores (investimentos). [g] [CFj] = saídas de caixa (pagamentos). [g] [Nj] = número de repetições. [f] [NPV] = valor presente líquido. [f] [IRR] = taxa interna de retorno. [i] = taxa de juros. [g] [x] = média. [g] [s] = acumuladores ou somatório. [g] [BEG] = ativa a função begin, considerando as entradas ou saídas de caixa como anuidade vencida. [g] [END] = essa função quando ativa, não acusa no visor e considera as entradas e saídas de caixa como anuidade ordinária. Algumas simulações de cálculo básico para reforço e aprendizado 4 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

Observações importantes: 1. Para não limpar os valores da memória, não utilizar a tecla [f] [REG], pois essa função limpa todos os acumuladores inclusive os que estão disponibilizados na memória. Se houver o uso contínuo de informações na memória, substitua pela tecla [f] [FIN], pois a maioria das informações que são alimentadas pela HP 12C é para cálculos financeiros. 2. Para apagar todo o conteúdo da memória utiliza-se [f] [REG]. 3. Para determinar o número de casas decimais, o procedimento será o seguinte: [f] [número], sendo que o número que deverá ser digitado é de casas que se deseja ter na calculadora. O padrão é utilizar 2 (duas) casas decimais. 4. No cálculo do somatório, é importante observar que os valores acumulados poderão ser identificados através da aplicação da tecla [RCL] [2]. 5.2 - Finanças e o dinheiro no tempo A maior parte das decisões financeiras envolve os custos e benefícios distribuídos no tempo. O fator tempo envolve, além dos riscos de inadimplência, a questão de reposição (retorno) dos valores com uma margem de ganho. Sabe-se que nem todas as operações há a existência do lucro, embora muitas organizações acreditem estar no caminho correto. Com a utilização do valor no tempo, é possível comparar os vários fluxos de caixa para a tomada de decisões. Para o entendimento dessas colocações, poderá ser dado um exemplo prático voltado a qualquer tipo de mercado: - Seria melhor a empresa aplicar R$1.000,00 em uma mercadoria que desse retorno de R$ 1.100,00, no prazo de seis meses, ou em um produto que desse retorno de R$ 1.200,00, no prazo de doze meses? Resposta: tudo dependerá de um fator chamado juros. As principais ferramentas para cálculos financeiros são: - As equações: são utilizadas para facilitar os diversos cálculos financeiros. - As tabelas financeiras: tem como característica, dar suporte aos cálculos financeiros de forma manual ou com a utilização de calculadoras simples ou científicas. - As calculadoras financeiras: utilizadas para agilizar os cálculos financeiros e a tomada de decisões, minimizando erros por cálculos manuais ou com calculadoras básicas ou financeiras; - As planilhas: são utilizadas para cálculos complexos que ultrapassam a capacidade das calculadoras, servem para propósitos específicos e ajudam a expor (explicar) de forma detalhada os diversos relatórios. Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 5 5

As diferenças entre os juros simples e juros compostos: - Os juros simples decorrem de operações, em que não há a incidência de juros sobre os juros. - Os juros compostos decorrem de operações, em que há a incidência de juros sobre os juros. Utilizando os mecanismos da HP 12C [f] [REG] 1000 [CHS] [PV] 5 [i] 5 [n] [FV] => 1.276,28 As diferenças entre as taxas de juros nominal e efetiva: As taxas de juros e as remunerações dependerão da forma de capitalização que existe, pois se existirem capitalizações em menor tempo, os juros serão maiores do que se a capitalização com a mesma taxa ocorresse em um tempo menor. Taxa de juros nominal: é a taxa fixada em contrato e poderá ser anual, mensal, bimestral etc. Taxa de juros efetiva: é a taxa de remuneração que há realmente. A taxa anual poderá ser igual à efetiva, dependendo do tempo de capitalização, se houver a capitalização anual, a taxa de juros nominal será igual à efetiva. Um exemplo bem simples é a caderneta de poupança que possui taxa de remuneração anual de 6%, sendo remunerada por mês a 0,5%. 6 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

- Suponha uma aplicação em caderneta de poupança com investimento inicial de R$ 2.000,00 e resgate previsto em um ano. Qual será o montante a ser resgatado? [f] [REG] 2000 [CHS] [PV] 0.5 [i] 12 [n] [FV] => R$ 2.123,36 Outros exemplos são expostos abaixo sobre a taxa nominal e efetiva: Determinada empresa faz um depósito de R$ 5.000,00 com taxa anual nominal de 12%. Identifique o montante ao final de cinco anos se a capitalização for mensal, bimestral, trimestral, semestral e anual. Observações: 1. Como foi observado, o capital que tem maior retorno é aquele cuja capitalização é mensal, pois a incidência de juros sobre juros acaba ocorrendo em menor tempo. 2. Se houvesse o mesmo investimento, mas com prazo de apenas um ano as taxas anual e efetiva seriam as mesmas; ou seja, 12%. 3. Outro fator que poderá causar estranheza em quem for operar a HP 12C é o valor negativo que aparece na máquina quando se calcula o valor montante. Como a calculadora opera como fluxo de caixa, existem regras que devem ser seguidas para facilitar o entendimento das diversas operações e o que é essa simbologia, será informada uma regra básica que servirá para todas as operações. Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 7 7

Livro: Dominando Finanças. Autor: Wharton. ISBN: 8534612463. Formato: 24 X 17. Dominando Finanças é um guia indispensável para todos aqueles que pretendem entender e aplicar seriamente os princípios, práticas e os papéis mais recentes das finanças. Da estrutura de capital até os caps e pregões, de uma visão geral ao gerenciamento de risco, este livro cobre as principais áreas de finanças. Os mercados financeiros e o gerenciamento de investimentos. Ele traz uma combinação entre o novo pensamento e a sabedoria prática, diretamente das fontes de inovação financeira. Para os gerentes, profissionais de finanças e gerentes de investimento Dominando Finanças fornece uma introdução perfeita aos fundamentos das finanças, reunindo o que há de mais recente em experiência financeira das três principais faculdades de finanças do mundo. - Quando for efetuada uma aplicação, o valor precedido deverá ser alimentado com o sinal de -, pois é uma saída da empresa ou desembolso. Nos diversos retornos que a empresa efetuar, será informado o valor sem o sinal -. Assim fica mais prático aos diversos usuários da HP, pois ocorre o sinal de negativo ou sem sinal depois de vários cálculos ou simulações. Para fixar tal procedimento, são dados os seguintes exemplos: Empréstimo de R$ 1.000,00 para pagamento em 3 meses, a taxa de juros mensais é de 1%. Qual é o capital montante? [f] [REG] 1000 [PV] 3 [n] 1 [i] [FV]=> -1.030,30 Aparece no visor da HP o valor de - 1.030,30 (o sinal negativo significa saída de caixa); Aplicação de R$ 1.000,00 para resgate em 3 meses, a taxa de juros mensais é de 1%. Qual é o capital montante? [f] [REG] 1000 [CHS] [PV] 3 [n] 1 [i] [FV] => 1.030,30 Aparece no visor da HP o valor de 1.030,30 (o sinal negativo não aparece porque foi usado o CHS indicando uma saída de caixa na aplicação e o retorno de caixa é positivo, entrada de caixa). 8 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

5.3 - Valor futuro, valor presente, anuidades e o tratamento das séries mistas O valor futuro é o montante que será acumulado através dos investimentos ou financiamentos, durante um determinado tempo. Por exemplo: foi investido R$ 1.000,00 para resgatar em seis meses a taxa de juros de 2% ao mês, qual é o montante? Fórmula [f] [REG] 1000 [CHS] [PV] 2 [i] 6 [n] [FV] => 1.126,16 O valor presente é o valor futuro, na data de hoje, sendo efetuado um desconto para identificar o valor do investimento inicial. Com a utilização dos dados acima será identificado o valor inicial; ou seja, o Valor Presente [PV]. Fórmula [f] [REG] 1126.16 [FV] 2 [i] 6 [n] [PV] => 1.000,00 Linhas de tempo = são utilizadas para facilitar e ilustrar as relações entre valor presente e valor futuro. Valor futuro = composição ou crescimento com o passar do tempo. Valor presente = desconto ao valor de hoje. As anuidades são fluxos de caixa periódicos e iguais e são classificados em ordinário e vencido. Os fluxos de caixa são periódicos em virtude do intervalo de tempo (mês, semestre, ano etc.) e iguais no sentido de que em todos os períodos haverá entradas ou saídas no mesmo valor. Os fluxos de caixa ordinário ocorrem quando os valores das entradas ou saídas ocorrem no final de um período e nos fluxos de caixa vencido, ocorrem quando as entradas ou saídas de caixa ocorrem no início de um período. Exemplo: a empresa Omega contraiu um empréstimo, cuja amortização ocorrerá no período de cinco meses à taxa de 2,5% ao mês, no valor de R$ 250,00. Qual é o valor do empréstimo? Fórmula [f] [REG] 250 [CHS] [PMT] 2.5 [i] 5 [n] [PV] => 1.161,46 A indústria de brinquedos Marafon pretende investir em um imóvel, nas seguintes condições: valor a vista de R$ 150.000,00, taxa de 2% ao mês e prazo de quinze anos. Qual é o valor da prestação, sabendo que todas são iguais? Fórmula [f] [REG] 150000 [PV] 2 [i] 180 [n] [PMT] => - 3.087,41 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 9 9

As séries mistas ocorrem quando não existe um valor de entradas ou saídas iguais, tornando-se obrigatórios outros procedimentos para identificação dos valores de entrada e saída, pois não eram iguais e sim todos diferentes ou alguns diferentes. O processo de cálculo é mais trabalhoso, mas reflete dentro das limitações os diversos valores diferentes que poderão fazer parte do fluxo de caixa. Na seqüência, é apresentado um exemplo do fluxo de caixa com investimento inicial de R$ 10.000,00 e retorno de caixa durante os cinco anos totalmente distintos; ou seja, 3.000,00; 5.000,00; 4.000,00; 3.000,00 e 2.000,00. Essa análise e a determinação da taxa de retorno são muito importantes para a tomada de decisões de investimentos ou financiamentos. As fórmulas de cálculo serão vistas no próximo item por se tratarem de tópicos especiais. 5.4 Aplicações e técnicas especiais do uso do dinheiro no tempo No uso do dinheiro no tempo é de conhecimento de todos que nem sempre as operações ocorrem da forma planejada e há desvios de rota, que fazem com que a empresa tenha de tomar rápidas medidas para atingir os objetivos planejados. Com relação aos cálculos financeiros mais avançados, as técnicas mais utilizadas são as seguintes: - VPL = Valor Presente Líquido: calculado a partir das várias entradas ou saídas de caixa, com uma taxa de juros específica, identificando se o projeto vale ou não a pena. - TIR = Taxa Interna de Retorno: calculada a partir das várias entradas ou saídas de caixa, sem haver necessidade da identificação da taxa para efeito de cálculo. - Payback = Tempo de Retorno do Investimento. 10 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

Embora essas informações sejam detalhadas em outro módulo, é importante para o conhecimento dos alunos, em geral, saber como funciona essa técnica e efetuarem o fechamento das séries mistas. Um exemplo prático: A organização tem a possibilidade de escolher um dos dois projetos de investimentos, cada um apresentando seu fluxo de caixa. Algumas premissas são colocadas na execução dos projetos, como por exemplo: a taxa oferecida pelo sistema financeiro como remuneração é de 12% ao ano e o investidor somente aceita projetos que, no máximo, retornem em dois anos. Para identificar essas situações e ofertar as informações necessárias à tomada de decisão, será desenvolvida a solução. Fórmula para cálculo: - Projeto A: [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [Cfo] 2000 [g] [CFj] 2500 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 5000 [g] [CFj] 12 [i] [f] [NPV] => 1.293,25 (Cálculo do VPL) [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [Cfo] 2000 [g] [CFj] 2500 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 5000 [g] [CFj] [f] [IRR] => 16,34 (Cálculo do TIR) 11 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 11

Para o cálculo do payback não há uma fórmula específica na HP 12C, basicamente a apuração é manual. Do investimento inicial abate-se o retorno até conseguir o retorno do valor aplicado. Exemplo: 10000-2000=8000 (1 o ano); 8000-2500=5500 (2 o ano); 5500-3000=2500 (3 o ano); 2500-4000=(1500) (4 o ano). Houve um estouro no investimento, retornou em quase quatro anos, mas qual é o índice de retorno? Para achar a parte fracionária, é efetuado o seguinte cálculo: O valor no quarto ano que retornou foi de 4000, mas houve necessidade de apenas 2500. Divide-se o valor identificado pelo valor retornado (2500/4000)=0,63; adiciona-se os anos em que houve o aproveitamento do retorno total -3 anos- e o índice atinge 3,63. Se houver necessidade de maior precisão, converte-se o índice 0,63 para tempo, multiplicando-se por doze (de meses) 0,63*12=7,50. Esse retorno ocorreu em três anos e sete meses e meio. - Projeto B: [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [Cfo] 5000 [g] [CFj] 1000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 3500 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 12 [i] [f] [NPV] => 2.035,19 (Cálculo do VPL). [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [Cfo] 5000 [g] [CFj] 1000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 3500 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] [f] [IRR] => 20,33% (Cálculo do TIR). No cálculo do TIR(IRR), se já tivesse sido apurado o VPL(NPV), não haveria a necessidade de digitar novamente toda a fórmula,poderia haver um reaproveitamento, mas, para isso não poderia haver a limpeza do acumulador financeiro e nem de registros. A fórmula de apuração seria a mesma, mas haveria somente a inclusão do [f] [IRR], no cálculo no VPL(NPV). Se o valor do VPL(NPV) for negativo, significa que o retorno é menor do que a taxa ofertada pela instituição financeira. Para identificar um valor inicial VPL (NPV) em fluxos de caixa diferentes, basta informar o investimento inicial como 0 (zero). Com relação à análise dos dois projetos, todos eles têm uma remuneração acima de 12%, sendo que para a organização não teria problemas de optar por um ou por outro, mas observando o retorno, a melhor alternativa seria B em virtude de maior taxa. Como a solicitação foi por um projeto que tivesse retorno em pelo menos dois anos, fica descartada a hipótese de algum deles serem aceito. 12 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi

BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKY, Louis C. & EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2001. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10 a Edição. São Paulo: Addison Wesley, 2004. GITMAN, Lawrence J. & MADURA, Jeff. Administração Financeira. São Paulo: Addison Wesley, 2003. 13 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi 13

14 Conceitos Financeiros Fundamentais / Anhembi Morumbi