ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA Parte 15 Profª. Lívia Bahia
Controle do câncer do colo do útero e de mama na Atenção Básica Controle do câncer da mama Exame Clínico das Mamas Métodos de imagem: ultrassonografia mamografia ressonância magnética
Exame Clínico das Mamas É o procedimento realizado para avaliar sinais e sintomas referidos por pacientes a fim de realizar o diagnóstico diferencial entre alterações suspeitas de câncer e aquelas relacionadas a condições benignas; É uma oportunidade para o profissional de saúde informar a população feminina sobre o câncer da mama, sinas de alerta, fatores de risco, detecção precoce e a composição e variabilidade da mama normal;
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial; O exame clínico das mamas deve incluir inspeção estática; inspeção dinâmica; palpação das mamas e das cadeias ganglionares axilares e supraclaviculares;
Inspeção estática: Objetivo de identificar visualmente sinais sugestivos de câncer, tais como alterações no contorno da mama, ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar. Comparar as mamas observando assimetrias, diferenças na cor da pele, textura, e padrão de circulação venosa.
Inspeção dinâmica: Solicitar que a mulher eleve e abaixe os braços lentamente, e posteriormente realize contração da musculatura peitoral, comprimindo as palmas das mãos uma contra a outra adiante do tórax;
Palpação da mama: É realizada com a paciente em decúbito dorsal, com a mão sob a cabeça. Cada área de tecido deve ser examinada aplicando-se três níveis de pressão: leve, média e profunda. Deve-se realizar movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos como se tivesse contornando as extremidades de uma moeda. A região da aréola e da papila (mamilo) deve ser palpada e não comprimida.
Palpação da axila: Para palpar as cadeias ganglionares axilares a paciente deverá estar sentada, o braço homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço do examinador. A palpação das cadeias ganglionares supraclaviculares deve ser realizada com a paciente sentada, mantendo a cabeça semifletida e com leve inclinação lateral.
Avaliação e Conduta do ECM: Pacientes com alterações no ECM que sejam sugestivas de câncer devem ser encaminhados para complementação da investigação diagnóstica em um serviço de referência para o diagnóstico do câncer de mama. A importância da investigação de lesões suspeitas com realização do ECM por profissional da atenção primária é reforçada por pesquisas que demonstram que a proporção de detecção de câncer em casos suspeitos referenciados a partir da atenção primária é de cerca de 10%, sendo portanto, muitas vezes maior do que a proporção de casos de câncer detectados nos casos com alteração no rastreamento mamográfico;
Lesões Palpáveis: Em mulheres com menos de 35 anos a ultrassonografia é o método de escolha para avaliação das lesões palpáveis; A partir dos 35 anos, recomenda-se a mamografia podendo ser complementada pela ultrassonografia;
Homens com 50 anos ou mais com massa subareolar unilateral de consistência firme com ou sem distorção de mamilo ou associada a mudanças na pele. Os principais achados no ECM que necessitam de referência urgente para investigação diagnóstica são: Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo, independente da idade; Nódulo mamário persistente por mais de um ciclo menstrual em mulheres com mais de 30 anos ou presente depois da menopausa; Nódulo mamário em mulheres com história prévia de câncer de mama; Nódulo mamário em mulheres com alto risco para câncer de mama; Alteração unilateral na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, retração cutânea ou distorções do mamilo; Descarga papilar sanguinolenta unilateral e espontânea (secreções transparentes ou rosadas também devem ser investigadas);
Sensibilidade e Especificidade do ECM Sensibilidade: varia entre 57% a 83% em mulheres entre 50 e 59 anos; em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos; Especificidade: varia entre 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos; varia entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos;
de rastreamento alterados. Métodos de Imagem Indicados em situações de rastreamento e diagnósticas. No rastreamento, os exames têm como finalidade detectar precocemente o câncer de mama, para permitir tratamento menos radical, melhorar a qualidade de vida, reduzir as taxas de mortalidade e morbidade e reduzir gastos no tratamento. Como diagnóstico, os métodos de imagem são utilizados para confirmar ou não a suspeita de câncer a partir dos sinais detectados no exame clínico, dos sintomas referidos pela paciente ou de exames
Os métodos diagnósticos que podem ser utilizados são: Mamografia; Ultrassonografia e Ressonância magnética;
Mamografia A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros); É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável;
Utilizada como método de rastreamento; Com indicação diagnóstica, a mamografia deve ser realizada nas mulheres com sinais e/ou sintomas de câncer de mama, tais como nódulo, espessamento e descarga papilar. Outras situações diagnósticas com indicação de mamografia são o controle radiológico de lesão provavelmente benigna;
Sensibilidade e Especificidade Sensibilidade: varia de 46% a 88%. Depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista; Especificidade: varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Exames de mamografia realizados por ano e região de moradia no Brasil 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 0 Sul Sudeste Centro-Oeste Norte Nordeste 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: SISMAMA - Período: Jan/2009-Abr/2015
Avaliação e conduta para os possíveis achados da mamografia Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS ) e traduzido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia; Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados do exame e prevê recomendações de conduta;
Resultados da mamografia e condutas da atenção básica no rastreamento de câncer de mama *Se o ECM for alterado (lesão palpável), continuar a investigação
Ultrassonografia As principais indicações da ultrassonografia como método diagnóstico são: o Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística; o Alterações no exame físico (lesão palpável), no caso de mamografia negativa ou inconclusiva; o Na jovem com lesão palpável o Nas alterações do exame clínico no ciclo grávido-puerperal o Na doença inflamatória e abscesso e diagnóstico de coleções;
Ressonância Magnética A ressonância magnética tem papel importante em diversas situações diagnósticas. As indicações mais comuns são: o casos não conclusivos nos métodos tradicionais; o carcinoma oculto; o planejamento terapêutico; o avaliação de resposta à quimioterapia neoadjuvante; o suspeita de recidiva e avaliação das complicações dos implantes
Ressonância Magnética A ressonância magnética tem papel importante em diversas situações diagnósticas. As indicações mais comuns são: o casos não conclusivos nos métodos tradicionais; o carcinoma oculto; o planejamento terapêutico; o avaliação de resposta à quimioterapia neoadjuvante; o suspeita de recidiva e avaliação das complicações dos implantes
Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. INCA. Consenso para o Controle do Câncer de Mama,2004. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/publicacoes/consensointegra.pdf>.