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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Número do documento: DC-0305-20/01-P Identidade do documento: Decisão 305/2001 - Plenário Ementa: Representação formulada pela Procuradoria da República ES. Contratação irregular de empregados pela empresa Furnas Centrais Elétricas SA. Prestação de serviços sazonais e temporários pagos mediante recibo de pagamento de autônomo. Justificativas descaracterizam a contratação irregular de pessoal. Procedência parcial. Determinação. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE VII - Plenário Processo: 007.199/2000-0 Natureza: Representação Entidade: Furnas - Centrais Elétricas SA Interessados: Interessada: Procuradoria da República no Estado do Espírito Santo Dados materiais: ATA 20/2001 DOU de 01/06/2001 INDEXAÇÃO Representação; Procuradoria da República; ES; Admissão de Pessoal; Contratação; Empregado; Pagamento; FURNAS; Pagamento Contra Recibo; Sumário: Representação. Reconhecimento de vínculo empregatício pelo Tribunal Trabalhista. Prestação de serviços sazonais e temporários. Irregularidade na forma de contratação por parte da entidade. Justificativas apresentadas descaracterizam a ofensa ao art. 37, inciso II, da Constituição Federal. Conhecimento. Procedência parcial. Determinações. Ciência ao Controle Interno e ao interessado.

Relatório: Cuidam os autos de solicitação formulada pelo Exmo. Sr. Procurador da República no Estado do Espírito Santo, no sentido de que lhe sejam fornecidas informações sobre as providências adotadas pela Secretaria Técnica deste Tribunal no Rio de Janeiro quanto à verificação de contratação irregular de empregados pela empresa Furnas. 2. A Secex/RJ, ao instruir o feito, esclarece que a contratação irregular, sem concurso público e sem necessidade temporária de excepcional interesse público, a que alude a solicitação, refere-se a contratação mediante RPA (recibo de pagamento de autônomo) de seis trabalhadores para executarem serviços de limpeza de canaletas; erradicação de ervas daninhas; plantio de grama; limpeza de estradas acesso; e roçada. 3. Em um primeiro exame, a Secretaria entende que o art. 24, inciso II, da Lei nº 8.666/93 dispensa a licitação para contratação de serviços até o valor de 5% do valor estipulado em lei, sendo que esse valor à época das contratações era de R$ 1.863,13, quando as despesas alcançaram R$1.486,00. Assim, propõe que ao expediente seja conhecido como Representação para, no mérito, considerá-la improcedente, visto existir previsão legal para a contratação dos serviços em tela. 4. O Sr. Ministro Relator à época, Adhemar Paladini Ghisi, considerando que não constavam dos autos informações acerca das providências adotadas por Furnas para reverter decisão do fórum trabalhista que reconheceu o vínculo trabalhista de um dos empregados, e a necessidade de se verificar eventuais reflexos da matéria na gestão da entidade; restituiu os autos à Secex/RJ para que fosse realizadas diligências com o fito de se obter as informações necessárias ao completo saneamento da presente representação. 5. A Secex/RJ efetuou inspeção in loco, tendo em vista a necessidade de sanear também o processo concernente às contas da entidade, e relativamente ao presente processo, apurou que: - a ação trabalhista foi julgada improcedente em primeira instância, tendo a reclamante interposto recurso, o qual foi provido em 2ª instância; - Furnas resolveu não recorrer por, segundo seus advogados, a matéria envolver, preponderantemente, matéria de fato, o que inviabilizou o cabimento do Recurso de Revista para o TST;

- o pagamento envolveu a quantia de R$662,45; - não há notícias de outras reclamatórias trabalhistas ajuizadas pelos demais prestadores de serviço; - dadas as características sazonais, não se justificaria a realização de concurso público para admissão de empregados na execução de serviços de curta duração; - a contratação dessas pessoas humildes como prestadores de serviço possibilita ao pessoal da comunidade local auferir algum ganho para sustento de suas famílias; - ao longo dos anos foram discutidas tentativas para modificar esse tipo de contratação, sem, no entanto, se lograr êxito; - a empresa irá rediscutir o assunto, com o objetivo de avaliar novas formas de contratação desse pessoal, por exemplo: por meio de convênios com prefeituras locais, evitando-se, assim, ajuizamento de demandas judiciais. 7. A analista, ao examinar as justificativas colhidas, observou que: - o vínculo empregatício e a contratação de empregados sem observância da norma constitucional do concurso público são matérias eminentemente de direito e não de fato como afirmaram os advogados; - a modicidade da condenação não é aceitável, pois caracteriza descaso com o dinheiro público; - o pagamento dos prestadores de serviço por RPA poderão ensejar novos litígios; - não há justificativa para a admissão de empregados para serviços de curta duração sem concurso público, pois a Constituição não criou exceção; - a finalidade de Furnas não é garantir o sustento das famílias da comunidade local; - a Lei nº 8.666/93 estabelece regras e procedimentos de licitação perfeitamente aplicáveis ao caso concreto. 8. Em conclusão propôs a audiência dos responsáveis pelos fatos apontados.

9. O Sr. Diretor após ressaltar que as contratações temporárias efetuadas foram de apenas um mês; que a continuidade do ato constitucional ora inquinado pode representar valores condenatórios maiores, se vários contratados passarem a propor ação judicial de reconhecimento de vínculo trabalhista; e que o embasamento legal argüido pela entidade inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666/93, transgride o dispositivo constitucional do concurso público; dissente da Sra. Analista e propõe: "1. Com fulcro no inc. I, art. 43 da Lei nº 8.443/92 c/c o inc. II, art. 194 do RI-TCU, determinar à entidade que: 1.1 com o fito de atender o disposto no inc. II, art. 37 da Constituição Federal e evitar a recorrência de eventos que culminaram com o Acórdão nº 6709-TRT/17ª Região, promova prontamente as devidas providências no sentido de adequar as suas necessidades temporárias de mão-de-obra ao sistema normativo vigente, observando os preceitos constitucionais, em especial do instituto do concurso públicos; legais, em particular no que tange à contratação de serviços regulamentados pela Lei nº 8.666/93; e da Instrução Normativa nº 01/97-STN, que ordena a modalidade de convênios para a execução de projetos e realização de eventos com duração certa; 1.2 adote tempestivamente os procedimentos recursais com vistas a exaurir juridicamente as ações trabalhistas recorridas; 2. a realização de inspeção para verificar a acurácia da informação contida no item 6, da fl. 96, de que não há reclamações trabalhistas ajuizadas pelos prestadores de serviços aduzidas à fl. 83, bem como, por demais prestadores temporários no âmbito de toda a Entidade, apurando, outrossim, a eventual existência de contratações e/ou pagamentos de prestadores de serviços por intermédio de RPA; 3. determinar à Diretoria de Auditoria de Programas da Área de Infra-Estrutura, da Secretaria Federal de Controle, que verifique nas próximas contas das Furnas Centrais Elétricas a existência de contratações e/ou pagamentos de prestadores de serviços por intermédio de RPA, apresentando, caso pertinente, o devido embasamento legal; 4. dar ciência da decisão preliminar que vier a ser prolatada por este Tribunal ao Sr. Procurador da República Sr. Henrique G. Herkenhoff (fls.88/9)." É o Relatório.

Voto: Preliminarmente, conheço a presente representação por preencher os requisitos de admissibilidade. 2. Quanto ao mérito da contratação ora questionada, verifico que objetivaram a realização de serviços de capina, plantio de grama, roçada - serviços braçal e sazonal, como demonstram os recibos de pagamentos, os quais se referem a período de um mês. 3. Nesses termos, entendo plausível a afirmação da empresa no sentido de que não compensaria para Furnas a realização de concurso público para a admissão de pessoal para a execução de tarefas espaçadas, sem continuidade. Assim, parece-me evidente que não houve a intenção de "admitir" empregados, e sim contratar a execução de serviços de conservação e limpeza. 4. A forma pela qual a empresa contratou esses serviços é que foi questionada no fórum trabalhista. O Recurso Extraordinário, ao qual foi dado provimento parcial, no mérito entendeu que ",,, a invalidade do ato, contudo, tem de ser relativa e mitigada, quanto aos seus efeitos, sob pena de frustar-se, com formalismo odioso, a valoração constitucional do trabalho e o espírito tuitivo do direito laboral. Assim, mantém-se a condenação nas verbas resilitórias contratuais, como deferidas. Assim, configurado o vínculo empregatício pelo espaço de trinta dias, dou provimento parcial, para declará-lo, e condenar o Reclamado a anotá-lo na CTPS, e pagar ao recorrente o aviso prévio, as férias proporcionais e o 13º salário proporcionais e FGTS com multa de 40%." (grifo nosso) 5. No que toca a esse Acórdão, assiste razão à Sra. Analista quando afirma que caberia recurso da referida decisão, considerando, principalmente, a jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho, no sentido de que não cabe o reconhecimento de vínculo trabalhista com órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional, após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Contudo, os advogados entenderam por bem encerrar a demanda. 6. Nesse ponto, entendo que compete aos administradores avaliar sua estratégia jurídica, a partir da materialidade da demanda e da probabilidade de sucesso, de modo que o custo de um recurso não seja superior ao valor da própria condenação. Mas, ainda mais importante, no meu entender, é que os administradores adotem providências para evitar que tais casos voltem a ocorrer, revisando, urgentemente, sua forma de contratação. Não se pode aceitar é que a empresa sofra várias

condenações na justiça trabalhista, quando já sabe, de antemão, dessa possibilidade. Desse modo, sugiro determinação nesse sentido, e deixo de acolher a proposta do Sr. Diretor de se determinar a Furnas que exaura juridicamente as ações trabalhistas recorridas. 7. Considerando que as contratações foram temporárias, para execução de serviços sazonais; que a empresa não pretende, nem pretendia, admitir pessoal para desempenhar essas funções; que a intenção foi a de contratar a prestação de serviços; e que o espaço temporal envolvido nessas contratações restringiu-se a trinta dias, penso que, administrativamente, não restou caracterizada a admissão de pessoal sem concurso público, mas irregularidade quanto à forma de contratar esses serviços. As sugestões contidas na proposta do Sr. Diretor devem subsidiar o órgão jurisdicionado a evitar que o Tribunal do Trabalho volte a considerar tais contratações como admissão irregular de pessoal. 8. Por derradeiro, ressalto que deixo de acompanhar a proposta do Sr. Diretor de realização de inspeção, uma vez que já consta da proposta determinação ao Controle Interno para que verifique, por ocasião do exame das contas da entidade, a existência de tais ocorrências, evitando-se, assim, uma duplicidade de esforços. Ante o exposto, acompanho, em parte, as propostas alvitradas pelo Sr. Diretor, e VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto ao E. Colegiado. T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 23 de maio de 2001. UBIRATAN AGUIAR Ministro-Relator Assunto: VII - Representação Relator: UBIRATAN AGUIAR Unidade técnica: SECEX-RJ

Quórum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (Presidente), Valmir Campelo, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Ubiratan Aguiar (Relator) e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalhães da Rocha e Benjamin Zymler. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 23 de maio de 2001 Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 8.1. com fulcro nos arts. 68 e 69, inciso I, da Resolução/TCU nº 136/2000, conhecer da presente representação para, no mérito, dar-lhe provimento parcial, e determinar à Furnas Centrais Elétricas SA que se abstenha de firmar contratos de prestação de serviços que possam vir a ser reconhecidos como contratos de trabalho, por gerar demandas nos tribunais trabalhistas; 8.2. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que informe, no prazo de 90 (noventa) dias, acerca da existência de contratações e/ou pagamentos de prestadores de serviços por intermédio de RPA (recibo de pagamento de autônomo), encaminhando-lhe cópia do Relatório, do Voto, e da Decisão ora proferida; e 8.3. dar ciência da presente deliberação ao Sr. Procurador da República Henrique G. Herkenhoff.