Do modelo neo-clássico de crescimento de Solow ao Modelo de Vantagens Competitivas Dinâmicas



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Transcrição:

Do modelo neo-clássico de crescimeno de Solow ao Modelo de Vanagens Compeiivas Dinâmicas Por Anónio Rebelo de Sousa SINOPSE O presene arigo preende explicar as conribuições posiivas, bem como as limiações, dos modelos de crescimeno de Harrod-Domar e de Solow. Uma vez expliciadas as limiações decorrenes dos pressuposos do modelo de Harrod-Domar (e depois de se analisar a inadequação dese modelo a economias em vias de desenvolvimeno), procura-se referir os aspecos caracerizadores principais da abordagem Solowiana, de acordo com a qual se procura ulrapassar, enre ouras, a limiação da consância do coeficiene capial produo. Seguidamene, conclui-se pela exisência de limiações na abordagem Solowiana, designadamene no que se refere ao raameno a conceder ao progresso ecnológico (variável exógena em relação ao modelo de Solow). Finalmene, procura-se ulrapassar as limiações dos modelos de Harrod-Domar e de Solow a parir da consrução do modelo das vanagens compeiivas dinâmicas, endogeneizando-se, ainda que parcialmene, o progresso ecnológico.

. Das limiações do modelo de Harrod-Domar. O modelo de Harrod-Domar procurou inspirar-se na análise Keynesiana para explicar o crescimeno das economias, numa perspeciva de longo prazo. Os auores pariram de alguns pressuposos simplificadores, a saber : a) ausência dos secores Esado e esrangeiro; b) pleno emprego no momeno inicial; c) coeficiene capial/produo consane; d) propensão média a poupar igual à propensão marginal a poupar. Os sobredios pressuposos conduziam a uma economia fechada, na froneira de possibilidades de produção, com ausência de progresso ecnológico (medido em ermos de produividade do facor produivo capial) e com uma propensão marginal a poupar consane. Para os devidos efeios, considerava-se, ainda: K () coeficiene capial/produo = λ = ; Y ΔC (2) propensão marginal a consumir = β = ; ΔY ΔS (3) propensão marginal a poupar = α =. ΔY Domar começou por procurar explicar o acréscimo da capacidade de produção a parir do invesimeno e do coeficiene capial produo. ΔK I () Δ Y = =, em que Y corresponderia à capacidade de λ λ produção e I ao invesimeno no momeno. A parir do efeio muliplicador, apresena-se possível concluir que o invesimeno vai induzir um aumeno da capacidade produiva e, por conseguine, um incremeno da produção efeciva, o que, por sua vez, esará na origem de um aumeno na procura. ogo eríamos: (2) Δ D + = ΔY = ΔI, em que ΔD + corresponderia ao β acréscimo da procura em +. Vide SOUSA, Anónio Rebelo de in Economia e Inerdependência, Publicações Dom Quixoe, isboa, 997. 2

Para haver um crescimeno equilibrado, o acréscimo da ofera que podemos represenar por ΔO + deve ser igual ao acréscimo da procura ( ΔD + ), pelo que eríamos: I ΔI (3) ΔO + = ΔY = = = ΔD+. λ β Da equação (3) resula: ΔI β α (4) = =. I λ λ Esa igualdade significa que, dados λ e β (e, por conseguine, α ), para haver um equilíbrio dinâmico, o invesimeno deve crescer à axa α λ, a qual poderá ser designada de axa de equilíbrio ou de axa de crescimeno em equilíbrio ou, ainda, de axa de crescimeno em pleno emprego. Se o invesimeno crescer a esa axa, não haverá ensões enre a ofera e a procura. Todavia, se o invesimeno aumenar a uma axa superior à de equilíbrio, enão a siuação será inflacionisa, dado que o acréscimo de fluxos de procura gerado pelo incremeno do invesimeno não poderia ser saisfeio pela ofera disponível, pelo que a compaibilização enre a ofera e a procura erá que ser feia aravés do mecanismo de preços. No caso inverso, se o aumeno do invesimeno se processasse a uma axa inferior à de equilíbrio, enão a ofera poencial não enconraria procura efeciva suficiene (subemprego de facores e sobreprodução), pelo que se enveredaria por uma siuação deflacionisa. Se complearmos, agora, o esquema analíico do Domar com o de Harrod, afigura-se possível fazer os seguines desenvolvimenos: ΔK α (5) Δy = = Y, viso que λ λ S=I (igualdade ex-pos ), ΔS α = e Δ S ΔY = S Y. ΔY Em boa verdade, se subsiuirmos em () I por S, eremos: Δ S S Y y = = λ λ Y. 3

Uma vez que S / Y = ΔS ΔY, eremos: Δ ΔS ΔY α λ y = Y = λ Y α ogo, se Δy = Y, afigura-se possível concluir que: λ (6) ΔY Y α =. λ Esa igualdade significa que, para respeiar a condição de equilíbrio, a axa de crescimeno da capacidade de produção deve ser igual a α/λ e, por conseguine, à axa de crescimeno do invesimeno. A produção efeciva, ambém, crescerá à axa de α/λ. Se a axa de crescimeno da capacidade de produção (e da produção efeciva) for superior a α/λ, enão haveria sobreprodução. Se, porvenura, a sobredia axa for inferior a α/λ, enão haverá subprodução. A esas condições de equilíbrio ambos os auores junam uma oura, a qual em que ver com o crescimeno da população. Se represenarmos a axa de crescimeno demográfico por n, enão se n se apresenar superior à axa de crescimeno de equilíbrio α/λ haverá ofera excedenária de mão-de-obra e, por conseguine, desemprego. Assim, afigura-se necessário considerar uma condição suplemenar de equilíbrio, a saber: α (7) n. λ O modelo de crescimeno equilibrado de Harrod-Domar sugere rês imporanes níveis de reflexão, quando se preende esudar a sua aplicabilidade às economias subdesenvolvidas. O primeiro em que ver com a consideração de siuações de desequilíbrio em economias em vias de desenvolvimeno, siuações essas que decorrem, muias vezes, de os cenros de decisão enderem a privilegiar o acréscimo do invesimeno, não aendendo à indispensabilidade de concomiane alargameno do mercado exerno e negligenciando as condições de equilíbrio no mercado inerno (necessidade de criação e ulerior expansão de um mercado endógeno). 4

O segundo nível de reflexão relaciona-se com a imperiosidade de se aender aos parâmeros x e α, bem como à axa de crescimeno demográfico n. Nos países subdesenvolvidos (ou mesmo de ipo inermédio ) o coeficiene capial produo ende a ser mais elevado do que nos países do cenro, enquano que a axa de invesimeno ende a apresenar-se modalmene mais baixa. Esa quesão conduz-nos ao problema da escolha do ipo de invesimeno a realizar, i.e., do ipo de combinações produivas a adopar, endo em cona as doações de facores exisenes. Por ouro lado, a propensão a poupar (e, nauralmene, a propensão a consumir) dependerão, enre ouros aspecos, da esruura de reparição do rendimeno, havendo, ainda, a sublinhar o faco de não se apresenar de aplicação fácil o modelo de Harrod-Domar em economias subdesenvolvidas com um acenuado crescimeno demográfico. O erceiro nível de análise diz-nos que o grau de probabilidades de, em economias subdesenvolvidas, se verificarem as medições de crescimeno de equilíbrio (al como concebidas no modelo de Harrod-Domar) se apresena muio reduzido, senão mesmo nulo, por diversas razões. Em primeiro lugar, porque exise uma grande inadequação da esruura da ofera inerna à da procura, para al conribuindo, de forma acrescida, o efeio demonsração-imiação, daí resulando um significaivo subemprego de facores e um elevado grau de dependência das imporações. Em segundo lugar, porque a necessidade de consrução de infraesruuras inroduz o que se convencionou designar de lag-ime (de imporância significaiva) enre o momeno da efecivação da procura adicional e o momeno em que se consaa o acréscimo da capacidade de produção (e da produção efeciva), consaando-se, ainda, que a dependência em que as economias periféricas se enconram do esrangeiro conduz à uilização de equipamenos imporados que implicam, por sua vez, a adopção de combinações produivas que êm como consequência α/λ ser inferior a n, o que, por sua vez, é gerador de mais desemprego (e mais subemprego), em ermos do facor produivo rabalho disponível. Nese capíulo, a evenual exisência de indivisibilidades ecnológicas, decorrenes à inadequação da mão-de-obra às novas ecnologias, aconselha à uilização preferencial de combinações produivas de ipo inermédio e não de combinações produivas de ipo capial-inensivo. 5

Por ouro lado, a aplicabilidade do modelo de Harrod-Domar a economias em que não exise, em ermos de grau de desenvolvimeno, um mínimo de homogeneidade secorial e/ou regional apresena-se muio problemáica. Dese modo, o sobredio modelo não se apresena aplicável às economias periféricas, sendo, ainda, de salienar que alguns dos pressuposos, ainda, conribuem mais para que apresene pouca correspondência com a realidade. A ausência do secor Esado e do Esrangeiro consiuem imporanes simplificações analíicas e a consância do coeficiene capial-produo, ao longo de um processo de crescimeno económico (que não se apresene homoéico ou sem implicações, verdadeiramene, desenvolvimenisas), não faz qualquer senido. Daí o aparecimeno de novas conribuições eóricas explicaivas do crescimeno económico. 2. Da resposa solowiana. Para muios auores, o modelo de Solow preendeu ser uma resposa ao modelo de Harrod-Domar, pondo em causa o pressuposo da consância do rácio capial-produo (K/Y). Solow opou por uma função de produção que possibilia a conínua subsiuição enre facores, do que resularia uma variabilidade do produo marginal de cada facor (em função da combinação com o ouro facor). Poder-se-ía parir de uma função de produção com rendimenos consanes à escala do ipo: Y = F( K, ), em que ay = F( ak, a)., Admiindo-se que Y K = F,, pelo que a =, enão Diniz, Francisco in Crescimeno e Desenvolvimeno Económico, Edições Sílabo, 2006. 6

y = f (k), em que Y y = e K k =.. Teríamos, por conseguine, o rendimeno per capia função do coeficiene de inensidade capialísica (vide Fig. ). Claro esá que o monane do sock de capial dependerá sempre da evolução do invesimeno e, porano, da propensão média a poupar. Se considerarmos, agora, Y = C + I e se dividirmos ambos os membros da equação por, eremos: () y = c + i, em que C c = e Fig. I i =. Admiindo que a propensão média a poupar é dada por b, enão, C = Y S = Y by = ( b)y. Se dividirmos os membros da equação por, eremos: (2) c = y s = ( b)y Subsiuindo (2) em (), vamos ober: (3) y ( b) y + i = y by + i =. Seguindo a meodologia de Francisco DINIZ, podemos subrair y a cada membro da equação: y y = y by + i y 0 = by + i by = i i = by ogo, o invesimeno por rabalhador é igual a uma proporção do rendimeno poupado por rabalhador. Se se preender um aumeno do invesimeno, enão o sock de capial em que superar o capial depreciado, i.e., Δ K = I + δk. 7

Por unidade de rabalho, eríamos: Δk = i δk = by δk = (4) = bf ( x) δk A função de produção f(k) aumenaria a um rimo decrescene e bf(k) aumenaria, ambém, a um rimo decrescene, enquano que δk seria uma reca que passava pela origem (vide Fig. 2). A economia enderia, a longo prazo, para um rácio capial/produo k* e para um rendimeno per capia y*. Considerando a equação (4), dividindo ambos os membros por k, vamos ober: Δk bf ( k) δk Δk bf ( k) (5) = = δ k k k k k O modelo solowiano diz-nos, porano, que, a longo prazo, o rendimeno per capia deixa de crescer, embora a axa de invesimeno per capia permaneça posiiva. Por ouras palavras, o crescimeno ende a diminuir quando a economia se aproxima do esado esacionário. Se, porvenura, b aumenar, enão y* e k* serão, ambém, mais elevados, mas, ainda assim, a economia ende para um equilíbrio esacionário. Solow consideraria uma função de Cobb-Douglas, com rendimenos consanes à escala, do seguine ipo: (6) Y = AK α α Fig. 2, em que A nos dá o nível de desenvolvimeno ecnológico e α corresponde ao peso relaivo da variável K na formação do rendimeno. Se dividirmos ambos os membros da equação (6) por, vamos ober: Consideram-se como pressuposos, uma função de produção com rendimenos consanes à escala, rendimenos decrescenes em relação a cada facor e consância da propensão média a poupar e da axa de depreciação do capial. 8

(7) y = Y = AK = AK α α α α α K = A = AK = Ak α α α =, com K k =. Por ouro lado, se procurarmos deerminar as produividades marginais dos facores produivos rabalho e capial, eremos: δy δ α α α (8) = A( α ) K = A( α ) K (9) δy = AαK δk α Aαk α α = AαK α ( α ) ogo, as funções do produo marginal do capial e do rabalho são função de k, havendo uma relação enre a quoa de capial e a forma da curva da função de produção (vide Fig. 3). = Se a quoa α for superior à quoa α 2, enão a curvaura da função de produção será menor e o pono de esacionaridade (ou de equilíbrio dinâmico) será superior (K >K 2 ). Uma oura quesão que poderá ser susciada consise na deerminação do nível ópimo da poupança e de invesimeno, raduzindo-se o nível de bemesar em nível de consumo. Fig.3 A regra de acordo com a qual a manuenção do Bem-Esar de i se reconduz à MaxUi=f(ci), i.e., à maximização da uilidade de i, função do consumo de i, afigura-se discuível, uma vez ser necessário aender ao conexo geral e a uma 9

A regra de ouro da maximização do bem-esar conduz-nos ao pono de inersecção de bf(k) com δk em que o diferencial enre f(k) e δk se apresene maximizado, o que significa que, nesse pono, a inclinação de f(k) deverá ser igual a δ (i.e., a produividade marginal de k deverá ser igual a δ). Por ouro lado, se inroduzirmos o crescimeno demográfico no modelo solowiano, poderemos chegar à conclusão de que, quano maior for a axa de crescimeno populacional, menor deverá ser o produo per capia correspondene ao pono de esacionaridade. Dir-se-á que, de acordo com ese modelo, seriam, porvenura, desejáveis políicas de redução da população. Quano ao progresso ecnológico, afigura-se possível considerar algumas varianes ao modelo básico solowiano. Uma das varianes consise em afecar E (Eficiência do rabalhador) a, consruindo-se uma função de produção do seguine ipo: (0) Y F[ K, ( E) ] =, onde E seria a eficiência de cada rabalhador. O nível de capial por rabalhador efecivo de capial crescer mais depressa do que e E. ^ K = K E crescerá se o sock O invesimeno deverá superar a axa de depreciação b e o acréscimo de sock de capial que acompanha o incremeno da força de rabalho (a uma axa n). ^ K = K ( E) poderá permanecer consane se o sock de capial crescer o suficiene para ulrapassar o crescimeno do que se convencionou designar de rabalho efecivo (E) à axa. Dese modo, K e podem crescer à axa +n sem sofrerem as consequências advenienes dos rendimenos marginais decrescenes. O sock de capial por rabalhador efecivo sofrerá a seguine variação: ^ () Δ K = i ( δ + n + ' ) = bf ( k) ( δ + n + ' )K ^ análise comparaiva com os níveis de uilidade dos elemenos do universo em que se insere (Teoria da Relaividade Económica) vide SOUSA, Anónio Rebelo de in. Uma análise mais aprofundada desa problemáica levar-nos-á a admiir que a limiação decorrene de uma axa de crescimeno (n) elevada da população só faz senido a parir de ceros limiares de densidade populacional ou de rácio /K. 0

Nese caso, Y poderá crescer mais depressa do que, udo dependendo da axa de crescimeno de E. ogo, poderá haver crescimeno económico no esado esacionário, mas, para al, a eficiência do facor produivo rabalho erá que aumenar. De qualquer forma, mesmo com as varianes mais diversas que possamos considerar, o modelo solowiano procura explicar o crescimeno económico, a médio e longo prazos, parindo da consideração de que a poupança, o crescimeno populacional e o progresso ecnológico são variáveis exógenas, não explicando, por conseguine, como é que a própria economia pode exercer influência no comporameno das sobredias variáveis. Uma oura conribuição eórica ineressane que impora assinalar é a de KADOR, o qual procurou, em cera medida, compaibilizar as hipóeses Keynesianas com uma hipóese que alguns auores consideram mais opimisa sobre a possibilidade de obenção de um equilíbrio dinâmico, baseando-se no pressuposo de que a propensão média a poupar se apresena diferene para os rendimenos de capial e para os rendimenos de rabalho. Segundo KADOR, os capialisas apresenariam uma maior propensão marginal a poupar 2. De um modo geral, afigura-se, de faco, possível afirmar que exise compaibilidade enre o modelo de Solow e as principais conclusões a que chega KADOR, muio em paricular no que concerne à relevância do progresso écnico para explicar o aumeno secular do coeficiene de inensidade capialísica (K/), bem como do rendimeno per capia e dos salários reais (W/P). Impora, odavia, como se disse, reconhecer a exisência de uma imporane limiação no modelo de Solow, a qual consise no faco de o auor considerar que o progresso ecnológico é dado exógenamene, que o mesmo é dizer, o progresso ecnológico não é explicável pelo próprio modelo, pelo que o seu efeio sobre o crescimeno enderia a ser designado de resíduo de Solow. Vide, a ese propósio, FIGUEIREDO, Anónio Manuel; PESSOA, Argenino; SIVA, Mário Rui in Crescimeno Económico, Escolar Ediora. 2 Noe-se que vários auores foram ao pono de, por uma quesão de simplificação analíica, considerarem que a propensão a consumir era igual a no Sul (aonde só haveria rendimenos de rabalho e o salário nominal seria igual ao salário de subsisência) v.g.., Ronald Findlay e que a propensão a poupar era, ambém ela, igual a para os capialisas, no secor moderno das economias duais v.g., Arhur ewis.

Em muio casos, chega-se à conclusão de que o conribuo do resíduo se apresena superior ao conribuo do coeficiene de inensidade capialísica. Um ouro aspeco a salienar em que ver com a exisência de ipos diferenciados de convergência enre as economias. Um primeiro ipo de convergência consise na exisência de uma endência para as economias mais pobres crescerem mais rapidamene do que as economias mais ricas (redução das assimerias enre DC s ess ess Developped Counries e IC s Indusrialized Counries). Um segundo ipo de convergência consise na redução da dispersão do PIB p.c. (Produo Inerno Bruo per capia ) para um conjuno de economias 2. Ese segundo ipo de análise apresena-se de paricular relevância para o esudo da Teoria Dinâmica da Inegração Económica. Convirá, agora, parir da consideração das limiações dos modelos de Harrod-Domar e de Solow para uma consrução eórica que permia, em ermos práicos, aender à dinâmica de crescimeno das economias, a parir de um conjuno de variáveis explicaivas que se apresenem inovadoras, endo em linha de cona ainda que por via indireca o progresso ecnológico. 3. Do modelo das vanagens compeiivas dinâmicas. Se admiirmos que, para além do nível de emprego e do sock de capial, considerados em ermos absoluos, devemos enrar em linha de cona com o ipo de combinações produivas adopadas (e, por conseguine, ainda que por via indireca, com o progresso ecnológico incorporado no processo produivo), enão haverá lugar a uma erceira variável explicaiva da evolução do rendimeno, a saber, o coeficiene de inensidade capialísica (K/). Dese modo, poder-se-ía recorrer a um modelo economérico adiivo simplificado ou, em alernaiva, a um modelo muliplicaivo do ipo Cobb- Douglas, havendo, ainda, a possibilidade de se procurar enveredar por um modelo muliplicaivo, com uma componene adiiva 3. Todavia, afigura-se possível considerar que exise uma correlação posiiva enre o progresso ecnológico e o coeficiene de inensidade capialísica. 2 FIGUEIREDO, Anónio Manuel; PESSOA, Argenino e SIVA, Mário Rui Ob. Ci. 3 Do ipo β α K Y = α K + a 2

Em qualquer um deses casos, poderíamos começar por considerar que as variáveis explicaivas inham que ver com valores absoluos e não com variações ou com axas de crescimeno, não se aendendo, num cero senido, à componene dinâmica da expansão do rendimeno. Consideremos, odavia, que, mais relevane do que os valores absoluos de sock de capial (K), de ofera de mão-de-obra () e de coeficiene de inensidade capialísica (K/) para a explicação da evolução do rendimeno (Y), impora considerar as variações relaivas de sock de capial ( K/K), de ofera de mão-de-obra ( /) e de coeficiene de inensidade capialísica [ ( K ) ] ( K ) Δ. A adopção desa nova meodologia significa que se passava a aribuir uma paricular imporância à dinâmica de variação dos facores explicaivos do crescimeno. Por ouras palavras, de acordo com esa nova perspeciva, ineressaria mais, a longo prazo, para uma esraégia consisene de crescimeno com axas de variação significaivas, que os rimos de expansão do sock de capial ou do coeficiene de inensidade capialísica de uma economia paricular se apresenassem susenadamene elevados do que a mera consaação de acréscimos significaivos, em ermos absoluos, ao nível das supramencionadas variáveis explicaivas. Por ouras palavras, se considerássemos uma economia A com um elevado grau de sock de capial de parida, com um elevado nível de ofera de rabalho e bem assim com um significaivo coeficiene de inensidade capialísica, por um lado, e uma oura economia B com um sock de capial mais baixo e com níveis de ofera de rabalho e de coeficiene de inensidade capialísica menos significaivos, por ouro lado, seria naural que se concluísse pela ineviabilidade de A ser mais desenvolvido do que B. Conudo, se os rimos de crescimeno de K, e K/ fossem, manifesamene, superiores em B, enão, de acordo com uma perspeciva dinâmica, B poderia ulrapassar, a prazo, A, desde que B apresenasse um paamar mínimo de sock de capial, de mão-de-obra disponível e de progresso ecnológico. Traa-se do que designo de ei dos Mínimos Absoluos, i.e., da ei segundo a qual o criério da axa de variação só é válido a parir de um mínimo de valor de parida. Melhor dizendo, só fará senido, a íulo de exemplo, comparar a axa 3

E ese ipo de raciocínio apresenar-se-ía, ainda, mais válido se o país A esivesse nas proximidades do sock máximo de capial (e, por conseguine, da froneira de possibilidades de produção) e B não. Se preendermos procurar esar a validade dese ipo de análise, devemos, necessariamene, recorrer a modelos economéricos em que as variáveis explicaivas da evolução do rendimeno passem a ser a axa de variação do coeficiene de inensidade capialísica Δ e a axa de variação da ofera de mão- variação de sock de capial ( K K ) de-obra ( Δ ). Δ K K, a axa de Podemos começar por considerar dois modelos adiivos e dois muliplicaivos (endo, inclusive, um deles uma componene adiiva), a saber : (a) Y = a + a ΔK K + a / ; 0 / 2Δ (b) Y a + a ΔK K + a Δ / + a ( K )/( K ) 0 / 2 3Δ = ; β δ (c) Y = ( ΔK K ) ( Δ ) + aδ( K )/( K ) (d) Y = α ( ΔK K ) β ( Δ ) δ [ Δ( K )/( K )] φ α ; Se esarmos os sobredios modelos para o conjuno de países indusrializados 2 e para as décadas de 80 e de 90, chegamos à conclusão de que o que se apresenou mais consisene foi o (b). É, aliás, sabido que, de um modo geral, os modelos adiivos se apresenam mais robusos do que os muliplicaivos quando as variáveis explicaivas correspondem a rácios. Uma vez seleccionado o modelo (b) (endo por base, como se disse, os países indusrializados) afigura-se possível generalizar a sua aplicação a quaro grupos diferenciados de países, classificados em função do nível de rendimeno, a saber: os DC s ess ess Developed Counries, os DC s ess Developed Counries, os PVD s Países em Vias de Desenvolvimeno de crescimeno do PIB em Porugal com a axa de crescimeno do PIB em Espanha se se considerar que esamos perane duas economias com siuações de parida que não se apresenem, radicalmene, diferenes. Não fará senido comparar a axa de crescimeno de Porugal com a de Moçambique, uma vez que esamos confronados com graus de desenvolvimeno e, por conseguine, com siuações de parida, radicalmene, disinas. Vide, a ese propósio, SOUSA, Anónio Rebelo de in Da Teoria da Relaividade Económica Aplicada à Economia Inernacional e às Políicas de Cooperação, Universidade usíada Ediora, 2004, págs. 365 a 386. 2 Vide SOUSA, Anónio Rebelo de in Ob. Ci., pág. 366 e seges. 4

que já não são idos como DC s ou DC s e os IC s Indusrialized Counries (Países Desenvolvidos). Nos primeiros esudos realizados, procedeu-se à aplicação dos criérios do World Developmen Repor 2000/200, apresenando-se desejável proceder a uma acualização dos limies de PIB (Produo Inerno Bruo) per capia correspondene às diferenes caegorias de países. Assim, se é verdade que, ainda presenemene, faz senido considerar que o conjuno de DC s é composo pelos países com um PIB pc inferior a 365 US dólares (ano), já no que se refere aos DC s o limiar superior deverá siuarse nos 000 US dólares e, no ainene aos PVD s, fará senido considerar-se o inervalo compreendido enre os 000 e os 4000 US dólares. Se se admiir que nos PVD s esão inegrados os Inermediae Counries (Países com Grau de Desenvolvimeno Inermédio), enão o limiar superior deveria passar para os 0 000 US dólares, pelo que os Indusrialized Counries seriam odos aqueles com um PIB pc superior aos referidos 0 000 US dólares. A aplicação do modelo dinâmico (b) aos quaro grupos de países mosrou que o mesmo permiiria explicar a evolução do rendimeno, endo sido obidos coeficienes de correlação (r 2 ajusados) muio razoáveis. Noe-se que, para muios países, se orna, evenualmene, necessário subsiuir o sock de capial (K) pela Formação Brua de Capial Fixo.(em virude de não exisirem dados esaísicos acualizados para K). O mesmo modelo (b), com adapações, foi uilizado num esudo diferene para se procurar explicar a evolução da economia poruguesa 2. Em boa verdade e no que respeia à economia poruguesa (pequena economia abera) o modelo dinâmico considerado mais adequado foi o seguine: ( K ) ( K ) + fδexp Exp + g M M ΔR / R = a + Δ + eδ Δ / R - PIB, a preços de 995, no período ; - População Aciva, no período ;, em que: SOUSA, Anónio Rebelo de in Ob. Ci., anexos I e II. 2 Vide, a ese propósio, SOUSA, Anónio Rebelo de in de um Novo Conceio de Desenvolvimeno no Quadro da Economia Inernacional, ISCSP, 2008, págs. 200 a 2003 e SOUSA, Anónio Rebelo de; QUINTINO, Anónio Manuel in Das Variáveis Explicaivas do Crescimeno na Economia Poruguesa, Ver. Economia & Empresa, II Série, nº 6, Uiniv. usíada, 2006, págs. a 26. 5

K - F.B.C.F. (Formação Brua de Capial Fixo), a preços de 995, no período ; K / - Coeficiene de Inensidade Capialísica, no período ; M - Imporações, a preços de 995, no período ; Exp - Exporações, a preços de 995, no período. O sobredio modelo apresena um r 2 de 0,789 (e um r 2 ajusado de 0,745), sendo as variáveis explicaivas axas de variação, as quais apresenam uma fore consisência. Por ouras palavras, a parir dese novo modelo dinâmico, faz, plenamene, senido afirmar-se que a evolução do PIB, para a economia poruguesa, pode ser explicada a parir das axas de variação do coeficiene de inensidade capialísica, das imporações (que não são, propriamene, uma variável explicaiva, mas anes uma variável associada), das exporações (o que nos permie concluir esarmos, em muios aspecos, perane um expor led growh model ) e da Ofera de Mão-de-Obra, por esa ordem. Do que se disse resula que a uilização do coeficiene de inensidade capialísica e bem assim de rácios, correspondenes a axas de variação, permie explicar, porvenura, melhor e de forma, por isso mesmo, mais consenânea com a realidade a evolução do nível de acividade económica e do rendimeno de uma comunidade. Traa-se de adopar uma abordagem dinâmica que nos poderá permiir concluir que a economia A poderá ser, no fuuro, ulrapassada pela economia B, aendendo às endências de variação manifesadas ao nível das variáveis explicaivas (vide Fig. 4) 6

Subsise o problema de o progresso ecnológico ser dado exogenamene ou, se se preferir, de K/ (o coeficiene de inensidade capialísica) ser dado exogenamene. Não será, oalmene, assim É verdade que al como sucede para a generalidade dos modelos a ofera de mão-de-obra ( ) é dada exogenamene. Mas, K (ou a FBCF, em ) poderá ser explicada a parir do modelo, se a considerarmos função do rendimeno. Dese modo, K / (que consideramos esar, ambém, associado ao progresso ecnológico) é, em pare, explicado pelo próprio modelo. Pressupõe-se, isso sim, que o progresso ecnológico é função de K /, i.e.: ( ) Fig. 4 PT = f K, com f ' 0, em que PT corresponderia ao progresso ecnológico. Traa-se, enfim, de uma nova abordagem, diferene das de Harrod- Domar e de Solow, que se apresena inovadora e que permie explicar a dinâmica de crescimeno das economias endogeneizando, ainda que parcial e indirecamene, o progresso ecnológico. Bibliografia - DINIZ, Francisco Crescimeno e Desenvolvimeno Económico, Edições Silabo, 2000. - FIGUEIREDO, Anónio Manuel; PESSOA, Argenino; SIVA, Mário Rui Crescimeno Económico, Escolar Ediora, 2005. - BARRO, Rober J.; SAA-I-MARTIN, Xavier Economic Growh, McGraw-Hill, Nova Iorque, 995. - SOUSA, Anónio Rebelo de Economia e Inerdependência, Publicações D. Quixoe, 997. - SOUSA, Anónio Rebelo de Da Teoria da Relaividade Económica Aplicada à Economia Inernacional e às Políicas de Cooperação, Univ. usíada Ediora, 2004. 7

- SOUSA, Anónio Rebelo de De um Novo Conceio de Desenvolvimeno no Quadro da Economia Inernacional, ISCSP, 2008. - QUINTINO, Anónio Manuel; SOUSA, Anónio Rebelo de Das Variáveis Explicaivas do Crescimeno da Economia Poruguesa, Revisa de Economia & Empresa, II Série, nº 6, 2006, págs. a 26. 8