IMUNOSSUPRESSORES E NEFROTOXICIDADE. São Paulo, 16 de Abril de 2018 Layon S Campagnaro

Documentos relacionados
O papel do farmacêutico no transplante renal Alexandra Nicolau Ferreira Brígido, MD

INTRODUÇÃO LESÃO RENAL AGUDA

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

Infecções virais no rim transplantado

Caso Clínico. (abordagem de Glomerulopatias pós-transplante)

Rejeições em transplantes renais. Henrique Machado de Sousa Proença Médico Patologista

Particularidades no reconhecimento da IRA, padronização da definição e classificação.

Nefropatia crônica do alotransplante renal. Fatores co-mórbidos

Insuficiência Renal Crônica

Desfechos clínicos de transplantes renais realizados em centro único - Hospital do Rim

Controle da hepatite C no pós-transplante hepático

Anastrozol. Antineoplásico câncer da mama. Anastrozol não possui atividade progestogênica, androgênica ou estrogênica.

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

O fardo atual da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal que não recebem profilaxia farmacológica

Eficácia, tolerabilidade e segurança do uso do sirolimo após o transplante renal

NEFROTOXICIDADE MEDICAMENTOSA. Dr. Carlos Alberto Balda Professor afiliado da Disciplina de Nefrologia da EPM - UNIFESP

Artigo Original RESUMO ABSTRACT. Recebido em 03/01/07 / Aprovado em 16/02/07

ATIVAÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

Sindrome Hepatorenal(HRS) Dr Rodrigo S Kruger UFPR- CTSI

Farmácia Clínica em Oncologia: Como eu faço no TCTH?

Profa Dra Rachel Breg

CADERNOS PATOLOGIA RENAL ANNO IIII TRANSPLANTE RENAL

SÍNTESE DE EVIDÊNCIAS SE 26/2017. Belatacepte para profilaxia de rejeição de órgãos em pacientes que recebem transplante de rim

REGISTO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃO RENAL

Tacrolimus!em!baixas!doses!em!paciente!idoso! transplantado!renal!!

Lesão Renal Aguda. Revista Qualidade HC. Autores e Afiliação: Área: Objetivos: Definição / Quadro Clínico:

Transplante de pâncreas

Zita Maria Leme Britto. Análise do nível sangüíneo ideal de ciclosporina no pós-transplante renal precoce

Experiência do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga no Tratamento de Diabéticos Tipo 1 com Bombas Infusoras de Insulina

Kidney waiting list counts (in 1,000) Median waiting time (years) Year 2015 USRDS Annual Data. Figure 7.2

Departamento de Nefrologia

Farmacologia cardiovascular

ONTARGET - Telmisartan, Ramipril, or Both in Patients at High Risk for Vascular Events N Engl J Med 2008;358:

Fatores de Risco Associados à Perda do Enxerto e Óbito Após o Transplante Renal

XXIV Congresso Brasileiro de Hepatologia Recife Outubro/2017

Sistema Urinário. Patrícia Dupim

Aplicação de métodos nãoinvasivos

Protocolos de dessensibilização em transplantação renal

Introdução: O transplante renal é a melhor forma de substituição da função. renal em termos de esperança de vida e qualidade de vida.

Universidade Federal Fluminense Depto. Fisiologia e Farmacologia Disciplina de Farmacologia Básica FARMACOCINÉTICA. Profa. Elisabeth Maróstica

R1CM HC UFPR Dra. Elisa D. Gaio Prof. CM HC UFPR Dr. Mauricio Carvalho

Classificação. Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Diuréticos de Alça Furosemida Diuréticos Poupadores de Potássio Espironolactona e Amilorida

câncer de esôfago e estômago Quais os melhores esquemas?

TX com Doador Vivo -Vantagens

Terapia de indução com alentuzumabe em receptores de transplante renal

Imunossupressão no Transplante Renal

Alterações na Farmacocinética e Farmacodinâmica do Idoso

Clostridium difficile NA REALIDADE BRASILEIRA. Maria Beatriz S. Dias Hospital Sírio Libanês, HC-FMUSP

PARECER COMISSÃO FORMADA POR: Valter Duro Garcia, Roberto C. Manfro, Mário Abbud, Hélio Tedesco Silva Jr. e Lucio Moura

O Transplante de órgãos sólidos

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Resumo Abstract Lista de Abreviaturas Introdução Materiais e Métodos Perspectiva Histórica...

Prevenção na progressão da Doença Renal Crônica no paciente diabético

Sobrevida do enxerto renal a longo prazo: Factores envolvidos e estratégias terapêuticas

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS. Doenças Renais Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

and transplantation in the United States, Am J Transplant 2005; 5: 843-

Protocolo de Vancocinemia

I. RESUMO TROMBOEMBOLISMO VENOSO APÓS O TRANSPLANTE PULMONAR EM ADULTOS: UM EVENTO FREQUENTE E ASSOCIADO A UMA SOBREVIDA REDUZIDA.

Profa. Dra. Cibele Isaac Saad Rodrigues Profa. Titular de Nefrologia FCMS PUC-SP Diretora do Departamento de HA - SBN

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL

Resumo. Autores Alvaro Pacheco e Silva Filho 1 Roberto Ceratti Manfro 1,2 Fabiana Loss de Carvalho Contieri 3. Universidade Federal de São Paulo.

TRATAMENTO DA COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA

TRANSPLANTAÇÃO RENAL EM PORTUGAL R U I A LV E S F I L I P E

Manejo da doença crônica do enxerto renal

ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS

Glomerulopatia do Transplante. C4d - Transplante Renal

Rua Afonso Celso, Vila Mariana - São Paulo/SP. Telefone: (11) Fax: (11)

Anatomia patológica da rejeição de transplantes

Comparação de biópsia renal guiada ou não por ultrassom em transplantados renais

GESF no Transplante. Introdução

Avaliação de DSA (anticorpo doador específico) Igen - Instituto de Imunogenética

AVALIAÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR EM CÃES OBESOS RESUMO

Tratamento farmacológico do DM tipo 2: INIBIDORES DE SGLT-2

Prof. Dr. José O Medina Pestana. Hospital do Rim e Hipertensão Disciplina de Nefrologia, Universidade Federal de São Paulo

Cirurgia da mama em casos de câncer de mama metastático: entendendo os dados atuais

Por que um curso para a área de Nefrologia? Doença Renal Crônica. Frequente e grave, mas também prevenível e tratável...

Da Administração Oral. Ao Efeito Terapêutico

HIV E DOENÇA RENAL I CONGRESSO PARANAENSE DE INFECTOLOGIA. 31 março e 01 abril de 2017 Londrina - PR

Glomerulonefrites Secundárias

Transplante Renal. Marlene Antônia dos Reis

Alterações ósseas nas doenças hepáticas. Luciana Lofêgo Gonçalves

ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRASIL LTDA.

Hidroclorotiazida. Diurético - tiazídico.

DISCIPLINA DE NEFROLOGIA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE TRATAMENTO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (NIT-DRC)

Fisiologia do Sistema Urinário

QUAL O NÍVEL DE PRESSÃO ARTERIAL IDEAL A SER ATINGIDO PELOS PACIENTES HIPERTENSOS?

REJEIÇÃO AGUDA EM TRANSPLANTAÇÃO RENAL Análise dos Factores de Risco e sua Influência na Disfunção Crónica

rio e Tratamento Hepatites Agudas

Tratamento da hepatite C em pacientes com insuficiência renal

Diagnosis and prevention of chronic kidney allograft loss

PROCESSO-CONSULTA CFM nº 36/2017 PARECER CFM nº 5/2018. Programa de doação renal pareada ou troca de doadores vivos para transplante renal

Transpondo limites com doadores falecidos: transplantes bem-sucedidos com rins de doador com creatinina sérica igual a 13,1 mg/dl

Efeito da terapia de indução em pacientes sensibilizados: análise dos riscos e benefícios

Fisiologia Renal. Mecanismos tubulares I ESQUEMAS SOBRE FISIOLOGIA RENAL. Profa. Ms Ana Maria da Silva Curado Lins Universidade Católica de Goiás

INDICADORES BIOQUÍMICOS DA FUNÇÃO RENAL EM IDOSOS

Disfunção crónica em 771 transplantes renais sob terapêutica com ciclosporina

Uso de everolimo de novo em receptores de transplante renal com doador vivo HLA idêntico

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Avaliação e Seguimento de Doadores Renais após a Doação

Ministério da Educação Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG Disciplina de Patologia Geral. Transplante Renal

Transplantação Hepática:

Transcrição:

IMUNOSSUPRESSORES E NEFROTOXICIDADE São Paulo, 16 de Abril de 2018 Layon S Campagnaro

IMUNOSSUPRESSÃO DO PASSADO ÀS PERSPECTIVAS? Surgimento de novos regimes Uso mais adequado das combinações das drogas disponíveis Sá H, Leal R, Rosa MS. Renal Transplant Immunology in the Last 20 Years: A Revolution Towards Graft and Patient Survival Improvement. International Reviews of Immunology. 2016, At: 17:29.

NEFROTOXICIDADE DOS INIBIDORES DA CALCINEURINA

MECANISMO DE AÇÃO - Inibem o sinal 1 de ativação do línfócito T. - TAC: 10-100 vezes mais potente do que a CSA. - Taxas de RA: 30,7% x 46,4% (p < 0,001). 1.Halloran PF. Immunosuppressive Drugs for Kidney Transplantation. N Engl J Med. 2004, 351: 2715-29. 2. Pirsch JD, Miller J. A comparison of tacrolimus (FK506) and cyclosporine for immunosuppression after cadaveric renal transplantation. FK506 Kidney Transplant Study Group. Transplantation. 1997, 63(7): 977-83.

EFICÁCIA Duas metanálises mais recentes: menores taxas de RA, mas sem diferença na sobrevida do enxerto. Webster A, Woodroffe RC, Taylor RS, Chapman JR, Craig JC. Tacrolimus versus cyclosporin as primary immunosuppression for kidney transplant recipients. Cochrane Database Syst Rev. 2005, Vol. 4, p. CD003961.

EFICÁCIA * * * * * * * * Ekgerg H, Tedesco-Silva H, Demirbas A, Vitko S, Nashan B, Gürkan A, et al. Reduced exposure to calcineurin inhibitors in renal transplantation. N Eng J Med. 2007, Vol. 357, 25, pp. 2562-75.

EFICÁCIA imtor + Antiproliferativo Piores desfechos. Estudos recentes evidenciaram a eficácia da combinação dos imtor com concentrações reduzidas de ICN (taxas de RACB semelhantes). Menor incidência de infecção por CMV 1. de Paula MI, Medina Pestana JO, Tedesco-Silva H et al. Long-Term Follow-Up of De Novo Use of mtor and Calcineurin Inhibitors After Kidney Transplantation. Ther Drug Monit. 2016, Vols. 38(1):22-31. 2. Tedesco-Silva H et al. Reduced Incidence of Cytomegalovirur Infection in Kidney Transplant Recipients Receiving Everolimus and Reduced Tacrolimus doses. Am J of Transp. 2015.

EFICÁCIA ICN é fundamental no esquema de manutenção. Usado em cerca de 95% dos casos. KDIGO: Sugerimos que o Tacrolimus seja o ICN de primeira escolha (2A). 1. OPTN/SRTR 2016. 2. Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Transplant Work Group. KDIGO clinical practice guideline for the care of kidney transplant recipients. Am J Transplant. 2009, Vols. ;9 Suppl 3:S1-155.

FARMACOCINÉTICA Alta variabilidade intra e interindividual Baixa correlação entre dose e concentração Estreita Faixa Terapêutica Eficácia x Toxicidade Absorção: - Variável (4-93% biodisponibilidade média 25%). - Depende: presença de alimento, ácidos biliares e motilidade. Distribuição: - Altamente difundido para o intracelular / diversos tecidos. 1. Mejia JC, Basu A, Shapiro R. Kidney Transplantation. 2013. Chapter 17: Calcineurin Inhibitors, pag 231-249. 2. Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

FARMACOCINÉTICA Metabolismo: - Metabolizadas no fígado e, em parte, trato gastrointestinal. - Isoenzimas do Citocromo P450 3A (CYP3A4 e CYP3A5) e P- glicoproteínas (MDR1 e ABCD1). - Afrodescendentes - Insuficiência hepática - Interação medicamentosa Polimorfismos CYP3A4, CYP3A5 e ABCD1. Monitorização: C0 (sangue total). 1. Mejia JC, Basu A, Shapiro R. Kidney Transplantation. 2013. Chapter 17: Calcineurin Inhibitors, pag 231-249. 2. Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

EFEITOS COLATERAIS Mejia JC, Basu A, Shapiro R. Kidney Transplantation. 2013. Chapter 17: Calcineurin Inhibitors, pag 231-249.

DIST. HIDROELETROLÍTICOS Hipercalemia: - Ganho de função da bomba NCC no TCD. - Inibição dos canais ROMK. - Inibição NaK-ATPase. - Redução da expressão dos receptores de mineralocorticoides. Acidose Metabólica: - Redução da expressão dos receptores de mineralocorticoides. Hipomagnesemia: - Redução da expressão do NKCC2 na alça de Henle. Hiperuricemia: - Inibe a secreção tubular de ácido úrico. Boa resposta aos diuréticos tiazídicos Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

NEFROTOXICIDADE Nefrotoxicidade Aguda ICN Nefrotoxicidade Crônica ICN Efeito hemodinâmico Vacuolização Tubular Microangiopatia Trombótica (MAT) Fibrose intersticial e Atrofia tubular Hialinose arteriolar Esclerose glomeular Global/Segmentar Fisiopatologia comum Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

NEFROTOXICIDADE AGUDA Vaconstritores x Vasodilatadores Estímulo RAS Disfunção endotelial Hiperplasia do aparelho Justaglomerular Redução da PGE2 e Prostaciclina Inibição COX-2 Estímulo ET 1. Hoskova L, Malek I, Koplan L. Pathophysiological Mechanisms of Calcineurin Inhibitor-Induced Nephrotoxicity and Arterial Hypertension. Physiol. Res. 2017, 66: 167-180. 2. Zununi V et al. Pharmacogenetics and drug-induced nephrotoxicity in renal transplant recipients. BioImpacts, 2015, 5(1), 45-54.

NEFROTOXICIDADE AGUDA Tubulopatia Tóxica - Isquemia x efeito direto. - Fraca correlação anatomo-clínica. - Sem relação com nefrotoxicidade crônica. - Vacuolização isométrica. - Diagnósticos diferenciais. Vacuolização tubular. Foto cedida pelo Prof. Dr. Luiz Moura. Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA 1. Hoskova L, Malek I, Koplan L. Pathophysiological Mechanisms of Calcineurin Inhibitor-Induced Nephrotoxicity and Arterial Hypertension. Physiol. Res. 2017, 66: 167-180. 2. Zununi V et al. Pharmacogenetics and drug-induced nephrotoxicity in renal transplant recipients. BioImpacts, 2015, 5(1), 45-54.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Fibrose intersticial e atrofia tubular em faixa. Foto cedida pelo Prof. Dr. Luiz Moura.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Hialinose Arteriolar. Foto cedida pelo Prof. Dr. Luiz Moura.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Hialinose Arteriolar. Foto cedida pelo Prof. Dr. Luiz Moura.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Existe mesmo nefrotoxicidade crônica pelo ICN? Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Estudo Observacional em transplantados cardíacos (1984): - 17 pacientes receberam CSA x 15 pacientes sem CSA. - Cl Creatinina em 1 ano (51ml/min x 93ml/min). - Achados histológicos: IFTA, esclerose glomerular segmentar. Estudo em transplantados hepáticos: 16% de descontinuação da CSA após 4 anos. - Taxas semelhantes de nefrotoxicidade com TAC. TMO: 67% apresentavam achados histológicos compatíveis com Nefrotoxicidade por ICN após 8 anos de uso da CSA. 1. Myers BD, Ross J, Newton L, et al. Cyclosporine-Associated Chronic Nephropathy. N Engl J Med 1984; 311:699-705. 2. Williams D, Haragsim L. Calcineurin Nephrotoxicity. Advances in Chronic Kidney Disease, Vol 13, 2006: pp 47-55.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Estudo prospectivo:120 pacientes transplantados Pâncreas-Rim (1987-2000): - 93 CSA e 27 TAC. - Biópsias renais protocolares: 1m, 3m, 6m, 1a, 3a, 5a, 10anos. - Rejeição crônica x Nefrotoxicidade por ICN - Excluídos DD. A nefrotoxicidade é ainda um problema do uso do ICN. Nankivell BJ, Borrows RJ, et al. The Natural History of Chronic Allograft Nephropathy. N Engl J Med 2003, 349: 2326-33.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA TAC x CSA: Existe diferença de Nefrotoxicidade? TAC é menos nefrotóxico do que a CSA - Menor efeito vasoconstrictor. - Menor potencial fibrogênico. - Estudos: melhor sobrevida do enxerto e melhor TFG. - SYMPHONY. Diferença de Eras? Nankivell BJ, et al. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity Through the Lens of Longitudinal Histology: Comparison of Cyclosporine and Tacrolimus Eras. Transplantation, 2016, 100: 1723-31.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Fatores de Risco As concentrações locais no enxerto renal não são diretamente relacionadas as concentrações sanguíneas. Associação com imtor Naesens M, Kuypers DRJ, Sarwal M. Calcineurin Inhibitor Nephrotoxicity. Clin J Am Nephrol. 2009, 4: 481-598.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Farmacocinética / Monitorização Introdução tardia Minimização da dose Farmacogenética Tratamento farmacológico COMO REDUZIR A NEFROTOXICIDADE DOS ICN? Esquemas sem ICN TAC liberação prolongada Conversão para esquemas sem ICN

INTRODUÇÃO TARDIA - 177 pacientes. - CSA D0 ou D6. - ISS: CSA + MMF + Pred. 80 60 Função renal: - Alto risco de DGF. (DF, idosos e TIF ~ 20h). 40 20 D0 D6 DGF: 26,8% x 23,0% 0 3 meses 6 meses 12 meses Kamar N, Garrigue V, Karras A, Mourad G, et al. Impact of early or delayed cyclosporine on delayed graft function in renal transplant recipients: a randomized, multicenter study. Am J Transplant. 2006, Vols. 6(5 Pt 1):1042-8.

INTRODUÇÃO TARDIA - Multicêntrico. N: 255. - TAC D0 ou D7. - ISS: TAC + MMF + Pred. - Alto risco de DGF. (DF, idosos e TIF 14h). DGF FR independente para RA. Andrés A, Budde K, Clavien PA, et al. SENIOR Study. A randomized trial comparing renal function in older kidney transplant patients following delayed versus immediate tacrolimus administration. Transplantation. 2009, Vols. 88(9):1101-8.

DOSE REDUZIDA Nefrotoxicidade Qual a melhor dose do ICN? IFTA Rejeição Crônica CTS Newsletter 1:2014 01/02/2014

DOSE REDUZIDA DSA de novo associado a menor sobrevida do enxerto renal. - Análise retrospectiva 536 pacientes de único centro norte-americano. - Excluídos pacientes com DSA pré-transplante. - ISS: TAC+ MMF + Pred ou TAC + imtor + Pred (< 10% casos). Davis S, Gralla J, et al. Lower tacrolimus exposure and time in therapeutic range increase the risk of de novo donor-specific antibodies in the first year of kidney transplantation. Am J Transplant. 2018;18:907 915.

MONITORIZAÇÃO Davis S, Gralla J, et al. Lower tacrolimus exposure and time in therapeutic range increase the risk of de novo donor-specific antibodies in the first year of kidney transplantation. Am J Transplant. 2018;18:907 915.

DOSE REDUZIDA 703 biópsias de 2 estudos prospectivos. * * * Einecke G, Reeve J, Halloran PF. A molecular biopsy test based on arteriolar under-hyalinosis reflects increased probability of rejection related to under-immunosuppression. Am J Transplant. 2018;18:821 831.

100 INIBIDOR CALCINEURINA ESQUEMAS SEM ICN imtor + MMF + Prednisona Inferioridade estudos prévios. RFG (ml/min/1,73 m 2 ) 80 60 40 20 Estudos de conversão: ICN imtor. 69,9 67,8 61,9 58 57,7 59 icn imtor 46 48 0 precoce(1) precoce(2) tardia(3) tardia(4) (1)Matthew R. Weir et al, Kidney International (2011) 79, 897 907; (2) H. T. Silva Jr et al, American Journal of Transplantation 2013; 13: 3155 3163; (3) Francesco P. Schena et al, Transplantation 2009;87: 233 242; (4) Holdaas H et al, Transplantation. 2011 Aug 27;92(4):410-8.

ESQUEMAS SEM ICN 127 pacientes de 2 ensaios clínicos de conversão CSA EVR em 3-4,5 m: Conversão ICN imtor: sem benefício na função renal, com risco aumentado de formação de dndsa e RA. 23,0% casos Mediana: 551 dias 10,8% casos Mediana: 991 dias Donor-Specific HLA Antibodies in a Cohort Comparing Everolimus With Cyclosporine After Kidney Transplantation. Am J Transplant. 2012; 12: 1192 1198.

ESQUEMAS SEM ICN BELATACEPT - Melhor TFG (45 x 70 ml/min e 35 x 54 ml/min). - Menor taxa de dndsa (1,4/3,1% x 11,6%). - Maior aderência. - Melhor controle pressórico. - Melhor perfil lipídico. - Maior taxa de RA no BENEFIT (24,0% x 11,4%). - Sem diferença em sobrevida do paciente e do enxerto. - Maior incidência PTLD. - Maior incidência de TB latente. - Sem comparação com TAC. - Custo. - Administração endovenosa. Malvezzi P, Jouve T, Rostaing L. Costimulation Blockade in Kidney Transplantation: An Update. Transplantation. 2016, 11: 2315-23.

TTO FARMACOLÓGICO Outras: Anti-TGF-ß, Estatinas, Suplementação de magnésio.

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Farmacocinética / Monitorização Redução da dose Introdução tardia Farmacogenética Tratamento farmacológico COMO REDUZIR A NEFROTOXICIDADE DOS ICN? Esquemas sem ICN TAC liberação prolongada Conversão para esquemas sem ICN

NEFROTOXICIDADE CRÔNICA Farmacocinética / Monitorização Redução da dose Introdução tardia??? Farmacogenética Tratamento farmacológico COMO REDUZIR A NEFROTOXICIDADE DOS ICN???? Esquemas sem ICN??? TAC liberação prolongada Conversão para esquemas sem ICN

OBRIGADO

IMUNOSSUPRESSÃO ESQUEMA PADRÃO SRL CSA/MMF: OR: 1,16 (1,09-1,24) SRL/MMF: OR: 1,53 (1,33-1,75)

IMUNOSSUPRESSÃO ESQUEMA PADRÃO

IMUNOSSUPRESSÃO DO PASSADO ÀS PERSPECTIVAS

ESQUEMAS SEM ICN imtor + MMF + Prednisona Inferioridade estudos prévios. Estudos de conversão: ICN imtor. - 2011: Multicêntrico, 346 pacientes randomizados após 6 meses de Tx: 1) Controle 2) ICN minimização 3) ICN conversão. - Sem diferença na TFG após 2 anos de seguimento - Maior descontinuação nos grupos intervenção (4,1% x 16,7% x 28,3%). - 2014: Multicêntrico, 96 pacientes randomizados. - Grupo controle x Conversão da 2ªsemana até a 8ªsemana. - Desfecho primário: TFG em 1 ano: 67,1 x 65,1 ml/min/1,73m 2. - Maiores taxas de RACB e tendência a piora desfecho composto.

ESQUEMAS SEM ICN BELATACEPT Sinal 2 Sinal 1 Menor incidência de infecção por CMV

ESQUEMAS SEM ICN BELATACEPT

DOSE REDUZIDA Desfechos em 12 meses anti-il2r (TAC/MPA) 50% TAC 4 meses N=87 anti-il2r (TAC/MPA) N=99 [TAC] ng/ml 5,6±2,0 7,4±2,1 RFG, 56±17,5 56±22,1 ml/min/1,73 m 2 RACB (%) 11 3 Escore i > 0 (%) 21,4 8,8 Escore t > 0 (%) 19,6 8,7 DSA (n) 6 0 Minimização da dose mais DSA e RA, igual TFG e pior sobrevida Gatault P et al., Reduction of Extended-Release Tacrolimus Dose in Low-Immunological-Risk Kidney Transplant Recipients Increases Risk of Rejection and Appearance of Donor-Specific Antibodies: A Randomized Study. Am J Transplant. 2016.