Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Documentos relacionados
Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 4º trimestre de 2013

Conjuntura Econômica do Brasil Agosto de 2013

Os sérios desafios da economia. Econ. Ieda Vasconcelos Reunião CIC/FIEMG Maio/2016

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Instituto de Economia - Gastão Vidigal. Boletim de Conjuntura

Conjuntura Econômica do Brasil Abril de 2013

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2013

Julho de 2013 Deterioração da conjuntura leva a nova revisão da taxa de crescimento para 2013 Gráfico 1 Componentes do IPCA,

Conjuntura Econômica do Brasil Fevereiro de 2013

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 3º trimestre de 2013

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Conjuntura. Boletim de REDUÇÃO DOS JUROS E AUMENTO DA LIQUIDEZ INDICAM PERSPECTIVAS MELHORES PARA PIB por setor de atividade, R$ Bilhões

O cenário econômico ainda repleto de incertezas

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

É o Fim do Novo Normal? Desafios para o Ambiente Econômico-Financeiro Global e as Implicações para o Brasil 2013/14

O Dilema da Política Monetária

A semana em revista. Relatório Semanal 08/06/2015

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

Informativo de Mercado Mensal

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 2º trimestre de 2013

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

Os Efeitos Econômicos da Seca

6,38 6,83-6, ,20-3,49-6,58-20,35 47,10 69,00 5,71 6, ,15-3,49-6,65-20,30-69,50 5,76

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 1º trimestre de 2014

Instituto de Economia - Gastão Vidigal. Boletim de Conjuntura

Boletim de. Recessão avança com diminuição lenta da inflação em 2015 Inflação e desemprego

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

BOLETIM ECONOMIA & TECNOLOGIA Informativo do Mês de Junho de 2011

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

TERMÔMETRO DE VENDAS - BH. Periodicidade mensal Julho/2018

-0,09 Indice de setembro 2018 Ìndice de setembro de Índice de agosto de 2018

Economia Brasileira cresce 0,8% no terceiro trimestre de 2018 com crescimento em todos setores e componentes da demanda

PIB trimestral tem crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior após 3 anos

DEPECON Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Cenário Econômico e Desempenho Mensal da Indústria

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Os Dilemas da Política Econômica

VISÃO GERAL DA ECONOMIA

Conjuntura. Boletim de PIB DO SETOR DE SERVIÇOS DEVE CRESCER 0,7% EM 2017 PUXADO POR TI E TRANSPORTES. PIB por setor de atividade, R$ Bilhões 1

Perspectivas para Economia Brasileira em 2009

A recessão avança. Econ. Ieda Vasconcelos Reunião CIC/FIEMG Novembro/2015

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008

Conjuntura econômica: Cenários e Desafios

Os desafios da economia. Economista Ieda Vasconcelos Reunião CIC/FIEMG Outubro/2014

Boletim Econômico. Edição: Maio/2017

SUMÁRIO. Empresas no Simples 14. Inadimplência 09. Síntese 03. Inflação 05 PIB 04. Crédito 10. Empreendedorismo. Juros 06. Expediente.

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

- PNAD Contínua Mensal / IBGE - Boletim FOCUS/Banco Central. - Mapeamento de Recursos Naturais / IBGE - INCC-M / FGV

186/15 02/12/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Relatório Conjuntura Econômica Brasileira 3o. Trimestre 2012

4,90 5,13 5,07 5,59 3,49 3,42 10,50 11,63 50,75 0,58 0,75-26,00 45,00 70,00 5,50

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E GERENCIAIS - ICEG DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

- Emplacamento de Veículos / FENABRAVE - Índice Nacional de Expectativa do Consumidor. - Anúncio da taxa básica de juros americana / (INEC) / CNI

EconoWeek 31/08/2015. juros e a China prevaleceram na semana.

Conjuntura. Boletim de FATURAMENTO, PIB E EMPREGO NO SERVIÇOS APRESENTARAM EXPANSÃO NO INÍCIO DE T.1 PIB por setor de atividade, R$ Bilhões

COMPORTAMENTO SEMANAL DE MERCADO

Sumário. Qual será o Motor do Crescimento Econômico em 2019? Análise da Conjuntura

Maiores Incertezas Externas e Internas

Nível de Atividade: Redução da Atividade Econômica no Início de 2015 e Futuro Ainda Muito Nebuloso (Especialmente Para o Setor Automobilístico)

173/15 30/10/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Crise X Oportunidades: Quais oportunidades o Brasil está tendo com a crise? Qual a previsão para o mercado de crédito, nos próximos anos?

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

Resultados de abril 2017

BOLETIM ECONOMIA & TECNOLOGIA Informativo do Mês de Julho de 2010

Varejo Continua Perdendo Fôlego

Apresentação. Aristides Leite França Diretor-presidente. Eduardo Henrique Garcia Diretor de Investimentos

PIB se mantém em queda pelo décimo primeiro trimestre consecutivo

Concessões de Crédito - Recursos Livres Variação acumulada em 12 meses. fev/15. nov/14. mai/14. mai/15. ago/14 TOTAL PF PJ

Relatório de Mercado Semanal

BOLETIM ECONÔMICO Agosto/2018

Cenário econômico ( )

Resultados de junho 2017

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

Juros sobem acompanhando mercado americano, alta do dólar e fiscal ruim no Brasil;

Tendências da Economia Brasileira. Queda do estímulo no consumo/ Retração do Crédito

A Lógica e o detalhamento das nossas premissas fundamentais

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

156/15 30/09/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas

Indústria e Investimentos recuam no 2º trimestre e Economia Brasileira mantém ritmo lento de crescimento

A atividade industrial paulista cresceu 12,1% em junho

Política Monetária CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA. Consultoria Desenvolvendo soluções, alavancando resultados!

PERÍODO DE COMPARAÇÃO PIB AGROPEC INDUS SERV FBCF CONS. FAM CONS. GOV

INDICADOR DE COMÉRCIO EXTERIOR - ICOMEX

1. Atividade Econômica

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE SÃO GABRIEL/RS

PIB brasileiro recua 3,6% em 2016, e país tem pior recessão da história

MAHLE Metal Leve divulga resultados do 3T07

Brasil, conjuntura e perspectiva

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio

Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Junho 2014 Prof.ª Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS- GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA A conjuntura de elevação da taxa de juros, diminuição dos prazos de empréstimos financeiros e menores aumentos salariais, aumentou a parcela da renda das famílias que está comprometida com encargos de dívidas, o que contribuiu para diminuir a expansão do consumo das famílias. Dados estatísticos mostram a desaceleração da renda das famílias nas seis maiores regiões metropolitanas do país, mas por outro lado outros dados mostram uma menor taxa de queda da renda devido ao aumento do salário mínimo. No primeiro trimestre de 2014, o crescimento brasileiro foi de 0,2%, registrando maior crescimento nos serviços, principalmente de bancos, seguradores, transportes e armazenagem, porém com diminuição das vendas no varejo. Os índices de confiança do comércio e os índices de otimismo de consumidores são os menores desde a crise de 2009, devido à inflação alta, juros maiores, crédito caro e inadimplência, que retira poder de compra das famílias. O cenário para os próximos meses não é animador, pois a confiança de empresários e consumidores está em níveis e os analistas revisaram para baixo as projeções de expansão do PIB para 2014, que está agora mais perto de 1,5%. Principalmente a queda dos investimentos é um dos fatores que indicam um menor crescimento da economia nos próximos trimestres.

SECTOR EXTERIOR Em maio o Brasil registrou superávit comercial de US$ 712 milhões, mas nos quatro primeiros meses do ano houve um déficit acumulado de US$ 4.8545,56 bilhões. Em abril, segundo o Ministério de Comércio Exterior, houve uma alta 5,2% nas exportações em comparação com abril de 2013, pela média diária e as importações no mês mostraram queda de 2,2% em relação ao verificado em abril do ano passado pela média diária. A exportação de produtos básicos foi que conservou em abril os resultados da balança, quando o país exportou um valor recorde de US$ 10,6 bilhões desses bens, particularmente de soja em grãos e minério de ferro. Por sua vez, exportação de bens semimanufaturados caiu 4%, e de manufaturados, 1,8% em relação ao mesmo mês de 2013, com menores vendas de laminados planos (35,8%) e de automóveis para passageiros (31,3%). As importações foram puxadas pelas maiores aquisições no exterior de máquinas e equipamentos. Os especialistas afirmam que o patamar de câmbio foi superior ao registrado em 2013, o que ajuda as exportações, porém os efeitos desta situação acontecem com uma defasagem. No que se refere às importações, a participação de produtos estrangeiros no consumo brasileiro cresceu no primeiro trimestre deste ano e atingiu seu maior nível desde 2007. Esta alta foi liderada pelas indústrias de veículos, vestuário, têxteis e produtos de metal que sofreram o impacto da desvalorização do real. No setor de produção da indústria da transformação houve um aumentou sua participação nas importações, de 20,5% no fim de 2013 para 20,9% no primeiro trimestre deste ano, enquanto que o coeficiente de importações na indústria extrativa caiu, de 57,5% para 54,9%. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL A expansão dos gastos do governo federal no primeiro trimestre deste ano eleitoral foi muito elevada, e as despesas tiveram uma alta de 8,8% sobre os primeiros três meses de 2013, já descontada a inflação. Segundo o governo, pesaram mais nos desembolsos os programas da área social, especialmente aposentadorias, seguro-desemprego, benefícios sociais, saúde e educação. Mas os gastos também foram inflados por pagamentos que haviam sido atrasados para fechar as contas do ano passado. Com isto, a poupança que o governo federal faz para o abatimento de sua dívida, (superávit primário), caiu no trimestre ficou em R$ 13 bilhões, bem abaixo dos R$ 20 bilhões de 2013 no mesmo período. Assim, os gastos vêm crescendo em velocidade superior à das receitas, cuja expansão foi de 4,5% no trimestre. Com o fraco desempenho federal, o superávit conjunto da União, Estados e municípios foi o mais baixo para um

trimestre em quatro anos, de R$ 25,6 bilhões. Como proporção do PIB, o superávit primário caiu no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2013, de 2,72% para 2,60%. Sem um aumento do ritmo de alta das receitas, o governo será obrigado a cortar despesas para cumprir o prometido e o Tesouro usou dividendos das estatais para fechar as contas. Porem o governo espera a ajuda da declaração anual do Imposto de Renda das pessoas físicas, que se realizou em abril e maio, que permitirá um superávit. A política fiscal tem revelado um efeito significativo sobre a inflação, que ameaça neste ano estourar o teto da meta, de 6,5%. Quanto menor a economia feita pelo governo, maior o estímulo à atividade econômica e, consequentemente, ao aumento de preços. EMPLEO As estatísticas mostram que número de pessoas interessadas em trabalhar caiu no intervalo de um ano, o que explica o fato de que a taxa de desemprego ter se mantido em abril no menor patamar para o mês desde 2002. As pessoas que não procuraram trabalho aumentaram 5,7% em abril, com relação ao mesmo período do ano anterior. Correspondiam a 91% dos chamados inativos nas seis principais regiões metropolitanas do país. Os demais se referem aos que entram e saem do mercado de trabalho em momentos específicos ou os que fazem "bicos", mas não estavam empregados nem à procura de trabalho nos 30 dias anteriores à pesquisa. Estes inativos são o segundo grupo mais importante da população em idade para trabalhar (10 anos ou mais, pela pesquisa). Dessa forma, a taxa de desemprego tem ficado nos menores patamares históricos (4,9% em abril), apesar da falta de crescimento da oferta de vagas. Os dados do IBGE apontam ainda uma freada no processo de formalização, ou seja, um ritmo menor de crescimento do emprego com carteira no primeiro quadrimestre. Por outro lado, a queda dos trabalhadores sem carteira se intensificou, devido ao fato de que parte desse grupo saiu do mercado de trabalho. Na Indústria, a piora foi considerável, pois houve queda de 1,9% do emprego nos quatro primeiros meses de 2014, o que é preocupante pois o setor é importante porque demanda profissionais terceirizados e de outros ramos, como o de serviços. O evento da Copa mundial de futebol no país e também os preparativos para a eleição que se verificará em outubro, evitam maiores demissões e adiam para 2015 piora do emprego. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Nos últimos meses a alta de juros no Brasil levou o país a voltar a atrair forte ingresso de capital estrangeiro e no primeiro trimestre de 2014, os

recursos vindos do exterior do país fora investidos em renda fixa (principalmente títulos do Tesouro Nacional) e somaram US$ 11,6 bilhões, o que significa um recorde para esse período. Essa entrada de dinheiro foi fundamental para ajudar a cobrir o maior rombo nas transações correntes do país com o exterior, que somou US$ 25,2 bilhões no primeiro trimestre. Mas, tendo em vista que este fluxo de capitais não tem sido atraído por uma melhor percepção das perspectivas da economia, ele pode ser volátil e sair novamente do país, se a situação se alterar negativamente, pois os investimentos estrangeiros em ações costumam refletir as perspectivas de maior vigor econômico do país. Em maio, a taxa de aumento inflacionário diminuiu de 0,67% para 0, 46%, devido à menor pressão dos preços dos alimentos. Porem no acumulado a taxa acumulada no ano se elevou de 2,86% para 3,33% e a variação nos 12 últimos meses, de 6,28% para 6,37%, ficando muito próximo ao teto da meta do governo (6,5%) e bem acima do centro da meta (4,5%). No final de maio o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano, após uma sequência de nove aumentos consecutivos entre abril de 2013 e abril de 2014. Esta decisão do Comitê de Política Monetária foi unânime, tendo em vista a perspectiva de meses para as eleições presidenciais, em um momento de baixo crescimento da economia, desaceleração do crédito e alta da inflação. MERCADOS FINANCIEROS A conjuntura observou a redução dos juros por parte dos bancos públicos em linhas como operações de crédito rotativo do cartão de crédito, o que impactou na queda dos juros do mercado financeiro. Por outro lado, outro fator de impacto foi a desaceleração na oferta de financiamento para a compra de veículos, pelo esforço dos bancos privados para limpar suas carteiras de créditos inadimplentes. Economistas da Confederação Nacional do Comércio ressaltam que os juros das linhas para pessoas físicas com recursos livres (sem incluir financiamentos imobiliários) atingiram 41,6% em março, nível mais alto desde fevereiro de 2012, tendo em vista o a diminuição nos prazos dos empréstimos. No caso do crédito imobiliário, os juros para pessoas físicas com recursos direcionados aumentaram de 7,8% no primeiro trimestre de 2013 para 9,4% no mesmo período de 2014. Os dados mostram que os financiamentos para compra da casa própria têm se tornado cada vez mais importantes para as famílias brasileiras e de 2008 até o primeiro trimestre de 2014, a parcela do crédito imobiliário no estoque de crédito para pessoas físicas quase triplicou, saltando de 11% para 28%. As estimativas do mercado bancário são de que o crédito imobiliário continuará se expandindo, mas em ritmo mais modesto e a procura por financiamento para compra de bens duráveis deve continuar piorando, pois o custo dos empréstimos (sem incluir o crédito imobiliário)

vem subindo quase no mesmo ritmo do aumento mais modesto da massa salarial. Os segmentos produtivos que mais sofrerão são do comércio, principalmente os mais dependentes de crédito, como móveis, eletroeletrônicos e artigos de informática são os que mais sofrerão. TIPO DE CAMBIO Na conjuntura de abril, houve um alívio sobre a cotação do dólar, pois a moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, recuou 0,38% no período. Também o dólar comercial, usado no comércio exterior, caiu e o Banco Central deu continuidade às suas intervenções diárias no câmbio, por meio de um leilão de contratos de swaps cambiais (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 198,3 milhões. A autoridade monetária também promoveu um novo leilão para rolar 5.000 swaps que venceriam em 2 de junho, pelo total de US$ 247,3 milhões. Por sua vez, na Bolsa brasileira, a divulgação de balanços de empresas no primeiro trimestre ajudou o principal índice do mercado de ações, o Ibovespa, a fechar sua terceira semana seguida no azul. A proximidade das eleições presidenciais e para governadores de estados tem causado impactos nos mercado financeiros. As estatísticas mostram que o Ibovespa sobre reflexos dos resultados das pesquisas eleitorais. Segundo os especialistas, as pesquisas eleitorais estão fomentando incertezas e podem neutralizar decisões empresariais, o que pode impactar desfavoravelmente ainda mais no fluxo cambial, indo até o extremo de afastar eventual atratividade que exista por parte dos capitais especulativos pela rentabilidade ofertada pelo país, pois este tipo de investimento não convive bem com ambiente de incertezas.

2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS As expectativas para a inflação até o final do ano, por parte dos economistas do Banco Central é de queda da inflação, apesar das incertezas sobre os preços administrados e dos alimentos. A previsão na conjuntura é que o IPCA, índice oficial de inflação, fique em 6,39%, ou seja, abaixo do limite da meta superior prevista pelo governo, de 6,5% mas acima do centro da meta de 4,5%. Para a produção econômica as perspectivas são de que o evento da Copa mundial de futebol deve manter em baixa produção das indústrias, registrou queda de 0,8% na produção industrial de máquinas, veículos, elétricos e móveis em relação ao quarto trimestre de 2013. O evento mundial tem dois efeitos negativos, pois de um lado, feriados e paralisações reduzem a produção e de outro, as famílias desviam sua renda para consumir outros itens. Por outro, lado os equipamentos de informática e farmacêuticos foram destaques positivos, além das extrativas, o que traz previsões positivas para o segundo semestre, após as eleições. Os analistas estão preocupados com os vários tipos de pressões que podem ocorrer nos próximos meses, como possível reajuste da energia elétrica e da gasolina, com impactos do racionamento de energia e de água sobre a produção de hortifrutigranjeiros, elevando os preços agrícolas; menor liquidez com a retirada dos estímulos pelo Fed dos Estados Unidos, e aumento das tensões na Ucrânia gerando volatilidade nos mercados, afetando o câmbio, e gerando possíveis repasses para a inflação. Também a ocorrência de outros choques agrícolas, decorrentes de problemas climáticos e preços dos serviços ainda altos, com o mercado de trabalho aquecido e os reajustes salariais acima da produtividade. Neste cenário cauteloso, ao fim deste ano estamos prevendo o IPCA próximo a 6,2% e os IGPs mais próximos a 6,1%.

3. SITUACIÓN POLÍTICA A disputa presidencial voltou a determinar o rumo do mercado financeiro, através da Bolsa de Valores, que desempenha esse papel. Desde que começaram a ser divulgadas pesquisas apontando perda de espaço da presidente em exercício na disputa eleitoral para presidente em março, o mercado de ações nacional, que caía e acentuava a queda iniciada no ano anterior (de 15,5%), mudou de tendência. Grande parte dos analistas, porém acreditam que independente de quem vencer as eleições, os objetivos políticos do nono governo será colocar reforma em prática em 2015, para fortalecer a economia e retomar o crescimento, além de transformações no sistema político-eleitoral e reformas nos sistemas judicial e legislativo. É esperado para o novo governo uma maior rigidez fiscal, com aperto na política fiscal e monetária, para aumentar a confiança no novo governo. O complexo sistema fiscal do país tende a ser flexibilizado para permitir uma alta nos investimentos e mudança de prioridades para a ampliação da infraestrutura como base para os fluxos econômicos.