Centro Universitário Maurício de Nassau Disciplina de Bioestatística Noções Básicas de Bioestatística

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Transcrição:

Centro Universitário Maurício de Nassau Disciplina de Bioestatística Prof. Me. Allysson Haide allyssonhaide@hotmail.com 1

Segundo Shiguti e Shiguti (2006), A Estatística é uma coleção de métodos para planejar experimentos, obter dados e organizá-los, resumi-los, analisá-los, interpretá-los e deles extrair conclusões. Bioestatística Consiste na Estatística aplicada às ciências médicas e biológicas 2

Contexto histórico O primeiro levantamento estatístico remonta a 3050 a. C. no Egito recursos humanos e econômicos Na Idade Média colhiam-se informações, geralmente com finalidades tributárias A partir do séc. XVI começaram a surgir as primeiras análises de fatos sociais, como: Batizados Casamentos Funerais No séc. XVIII, dá-se a expansão de seus campos de investigações para as área de saúde pública e da biologia 3

O que nos interessa na bioestatística? Estabelecer um conjunto de métodos que possibilitem obter, organizar e analisar informações numéricas Estatística descritiva consiste em organizar os dados em tabelas e gráficos e calcular médias, porcentagens e coeficientes Estatística inferencial consiste em estabelecer hipóteses em função dos dados coletados, preceder a sua comparação e elaborar conclusões científicas 4

Como age a bioestatística nas áreas da saúde e biológicas? (pessoas, animais experimentais e fenômenos físicos e químicos) Mortalidade infantil Eficiência de medicamentos VARIÁVEIS Prevalência de doenças Causas de morte 5

Variável consiste em qualquer quantidade ou característica que pode assumir diferentes valores numéricos VARIÁVEIS Qualitativas (Categorizadas) Quantitativas (Numéricas) Nominais Ordinais Discretas Contínuas 6

Variável qualitativa nominal Quando os dados podem ser distribuídos em categorias mutuamente exclusivas Variável qualitativa Sexo Grupo sangüíneo Religião Categorias Masculino ou feminino A, B, AB ou O Católico, evangélico, espírita, outras. 7

Variável qualitativa ordinal Quando os dados podem ser distribuídos em categorias mutuamente exclusivas que têm ordenação natural Variável ordinal Escolaridade Estágios de uma doença Categorias Fundamental, médio ou superior Primário, moderado ou avançado 8

Variável quantitativa Quando os dados podem ser expressos por números que representam contagens ou mensurações Variável quantitativa discreta (contagem): resultam de um conjunto finito, enumerável de valores possíveis. Ex. nº de filhos, nº de leitos de um hospital, etc. Variável quantitativa contínua (mensuração): resultam de números infinitos de valores possíveis que podem ser associados a pontos em uma escala contínua. Ex. Peso, altura, taxa de glicose, TGI, colesterol, etc. 9

POPULAÇÃO OU UNIVERSO ESTATÍSTICO É um conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam pelo menos uma característica em comum. Ex. Estudantes dos cursos de saúde da Uninassau. As populações podem ser - Finitas - Infinitas Em alguns casos, as populações finitas muito grandes são consideradas infinitas. 10

AMOSTRA Todo subconjunto não vazio e com menor nº de elementos do que a população. Ex. Estudantes de determinado período dos cursos de saúde da Uninassau. Censo consiste na coleção de dados relativos a TODOS os elementos da população. Amostragem quando há a coleta de dados relativos a apenas PARTE da população. 11

Motivos pelos quais os pesquisadores trabalham com amostras 1. Populações infinitas só podem ser estudadas através de amostras; 2. Populações finitas muito grandes só podem ser estudadas através de amostras (Ex. cobaias); 3. O estudo cuidadoso de uma amostra tem mais valor científico do que o estudo sumário de toda população (Ex. efeito do flúor sobre a prevenção de cáries em crianças). 12

Técnicas de amostragem Consistem nos procedimentos adotados para escolher os elementos que irão compor a amostra, após a definição da população a ser estudada. ERRO DE AMOSTRAGEM: entre os resultados da amostra e os da população-alvo Duas soluções para reduzir o erro amostral: 1. Retirar de forma aleatória e um nº suficiente de sujeitos que farão parte da amostra; 2. Procurar reproduzir o mais fiel possível a população. 13

Técnicas de amostragem Amostra Casual Simples Composta por elementos retirados ao acaso da população. TODO elemento da população tem igual probabilidade de ser escolhido. 14

Técnicas de amostragem Amostra Estratificada Compostas por elementos provenientes de todos os estratos da população Devem ser obtidas amostras estratificadas SEMPRE quando a população for constituídas por diferentes estratos Ex. Prevalência da Dengue na cidade de Maceió 15

Técnicas de amostragem Amostra Sistemática Os elementos são escolhidos não por acaso, mas por um sistema Quando a população está organizada é mais fácil obter uma amostra sistemática do que uma amostra casual simples Estes tipos de amostras são bastante usadas, mas exigem especial preocupação com o sistema de seleção. 16

Técnicas de amostragem Amostra de Conveniência Formada por elementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles Esta técnica é comum na área de saúde, onde se fazem pesquisas com pacientes de uma só clínica ou de um só hospital O pesquisador precisa de muito senso crítico, pois os dados podem ser tendenciosos. 17