Relatório & Contas 2014. BBVA IFIC, Instituição Financeira de Crédito, S.A.



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Transcrição:

Relatório & Contas 2014 BBVA IFIC, Instituição Financeira de Crédito, S.A.

Índice 1. Principais Indicadores 6 2. Órgãos Sociais 2.1 Mesa da Assembleia Geral 2.2 Conselho de Administração 2.3 Fiscal Único 10 12 12 12 3. Relatório de Gestão 3.1 Síntese da Atividade 3.2 Enquadramento Macroeconómico 3.3 Mercado Automóvel 3.4 Modelo de Negócio 3.5 Evolução do Negócio 3.6 Gestão do Risco de Crédito 3.7 Análise Financeira 3.8 Gestão de Riscos 3.9 Balanço Social 3.10 Perspetivas para 2015 3.11 Proposta de Aplicação de Resultados 3.12 Notas Finais 14 17 18 31 35 39 50 54 60 77 78 80 80 4. Demonstrações Financeiras 4.1 Demonstrações Financeiras 4.2 Anexo às Demonstrações Financeiras (em 31 de dezembro de 2014) Honorários faturados pelo Revisor Oficial de Contas Seguros 82 85 90 130 130 5. Anexos 146

Relatório & Contas 2014 BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. O Conselho de Administração da BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. no cumprimento das suas obrigações legais e estatutárias de informação, vem apresentar à Assembleia Geral, relativamente ao exercício de 2014, o seu Relatório sobre as atividades e resultados da Sociedade, bem como as contas, acompanhadas do parecer do Fiscal Único e da respetiva Certificação Legal. Lisboa, março de 2015 BBVA IFIC, Instituição Financeira de Crédito, S.A. Relatório & Contas 2014 Base de Reporte: Individual Periodicidade: Anual Data de Referência: 31 dezembro de 2014 Sede Edifício Infante Av. D. João II, nº35 F/G/H - 2º Piso Parque das Nações 1990-083 Lisboa, Portugal Tel.: +(351) 21 798 57 00 Fax: +(351) 21 798 58 91

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Principais Indicadores 7

Relatório & Contas 2014 Principais Indicadores 2013 2014 Variação % Ativo líquido 301.778 265.311-12% Crédito sobre clientes 283.106 243.658-14% Situação líquida 45.760 45.936 0,3% Capital financiado no ano 61.193 64.566 6% Produto bancário 15.829 14.201-10% Custos Operacionais 9.770 9.053-7% Resultado líquido 1.885 1.872-1% Rácio de eficiência 45,90% 51,78% - Rácio de adequação de fundos próprios de base 18,30% 21,30% - ROA 0,56% 0,66% - ROE 4,10% 4,08% - Crédito vencido com mais de 90 dias/crédito total (1) 5,42% 6,16% - Rácio de Cobertura 115% 116% - Número de efetivos 58 59 - Valores em milhares de euros (1) Crédito com incumprimento: inclui o crédito vencido a mais de 90 dias e o crédito de cobrança duvidosa abrangido pela definição da carta circular 99/03 do Banco de Portugal. 8

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Órgãos Sociais 11

Relatório & Contas 2014 Mesa da Assembleia Geral Presidente Abílio José Ruas da Silva Resende Secretário da Mesa Lia Navarro Azriel Menéres Pimentel Conselho de Administração Presidente Javier Cruz Veira Vogais Abílio José Ruas da Silva Resende Alberto Charro Pastor José Miguel Blanco Martin Susana Nereu de Oliveira Ribeiro Fiscal Único Fiscal Único Deloitte & Associados SROC, S.A. Suplente Carlos Luís Oliveira de Melo Loureiro, ROC 12

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Relatório de Gestão 3.1 Síntese da Atividade 3.2 Enquadramento Macroeconómico 3.3 Mercado Automóvel 3.4 Modelo de Negócio 3.5 Evolução do Negócio 3.6 Gestão do Risco de Crédito 3.7 Análise Financeira 3.8 Gestão de Riscos 3.9 Balanço Social 3.10 Perspetivas para 2015 3.11 Proposta de Aplicação de Resultados 3.12 Notas Finais 17 18 31 35 39 50 54 60 77 78 80 80 15

3.1 Síntese da Atividade BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. A atividade ao longo do ano de 2014 manteve-se pressionada por um enquadramento económico e de mercado adverso para o setor bancário e financeiro (com uma tendência de melhoria a partir do 2º semestre), nomeadamente na atividade de concessão de crédito a particulares e empresas. Os efeitos da ressaca da crise internacional mantiveram-se presentes durante o atual exercício. A Atividade económica, o consumo privado, o investimento privado bem como as exportações mantém-se em níveis significativamente inferiores aos verificados no pré crise (apesar dos crescimentos positivos verificados) e os riscos de crédito na economia agravaram-se (apesar dos crescimentos serem marginais) como prova a subida do rácio de incumprimento total tanto no setor particular como das empresas. Por outro lado, a implementação das medidas de contenção orçamental (choque fiscal e redução da massa salarial) em Portugal para repor o equilíbrio das contas públicas ocasionou uma redução/estabilização da procura interna e do crescimento económico. Neste contexto de adversidade, a Sociedade deu continuidade às medidas adotadas de maior disciplina na Gestão de Riscos, Gestão do Pricing, no Controlo de gastos e de Eficiência, focando-se especialmente na gestão dinâmica das suas Redes de Distribuição. As principais medidas foram as seguintes: No que refere ao pricing, foi adotado um programa de ajustamento de preços em função das condições de mercado, do risco de crédito do cliente final e do canal de distribuição; Ao nível da Gestão do Risco de Crédito, continuaram a ser adotados critérios rigorosos na concessão de crédito, em particular no segmento de empresas, uma vez que a degradação da qualidade de crédito neste segmento tem sido mais acentuada, prevendo-se a sua estabilização a prazo; Em termos da recuperação de crédito, prorrogou-se o esforço iniciado em anos anteriores, de reforço ao nível das várias plataformas de recuperação: pré-contencioso, telefónica e presencial. Na gestão da eficiência, a Sociedade continuou a implementação da sua plataforma tecnológica (PRM- plataforma de conetividade para entrada de propostas e comunicação com as redes de distribuição) que garante um maior nível de eficiência e redução do risco operacional. Relativamente à gestão comercial, a Sociedade manteve-se fiel à estratégia do modelo de gestão por segmentos de negócio, bem como do reforço dos meios tecnológicos à disposição das equipas comerciais que permite um acompanhamento das redes de distribuição ajustada às suas necessidades desempenhando assim um papel mais ativo no relacionamento com os nossos parceiros. 17

Relatório & Contas 2014 3.2 Enquadramento Macroeconómico O enquadramento macroeconómico que se segue, visa fundamentar as previsões que são integradas também nos cenários definidos no âmbito do processo de autoavaliação da adequação do capital interno da Sociedade - exercício ICAAP. Para o efeito, foram consultadas as versões mais atualizadas das seguintes publicações do Banco de Portugal: Boletim Económico; Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito e os Indicadores de Conjuntura; o Economic Outlook, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - OCDE, o World Economic Outlook, do Fundo Monetário Internacional - FMI, e o Monthly Bulletin, do Banco Central Europeu - BCE. Importa reforçar que, dada a existência de alguma incerteza e instabilidade quanto à conjuntura económica europeia atual, com impactos a nível nacional, ditam que as previsões apresentadas no enquadramento macroeconómico poderão sofrer alterações num curto período de tempo. 18

Relatório & Contas 2014 Enquadramento Macroeconómico Internacional Em maio de 2014, Portugal concluiu o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF). Durante os três anos de vigência do PAEF, verificou-se um conjunto de importantes ajustamentos na economia portuguesa, ao nível da consolidação orçamental e da desalavancagem do setor privado não financeiro, com reflexo significativo na desalavancagem do setor bancário e na correção do desequilíbrio externo. A supervisão do sistema financeiro e a solvabilidade das instituições de crédito foram reforçadas e foram iniciadas reformas estruturais com o objetivo de reforçar o crescimento económico potencial. Apesar do progresso alcançado, permanecem vulnerabilidades na economia portuguesa que podem amplificar os efeitos inerentes à materialização de riscos sobre a estabilidade financeira. Estas vulnerabilidades requerem a prossecução e, em algumas áreas, o aprofundamento do processo de ajustamento. Entre essas vulnerabilidades destaca-se o reduzido crescimento potencial da economia portuguesa. Apesar da recente recuperação da atividade económica e da melhoria das condições do mercado de trabalho, as baixas taxas de crescimento observadas e previstas para o futuro próximo, a par de níveis reduzidos de inflação, representam um desafio para a atividade e para a rendibilidade do setor financeiro. Ao contexto de baixo crescimento económico acrescem os ainda elevados níveis de endividamento dos setores privado e público, que constituem, por sua vez, uma restrição ao crescimento económico. Garantir um processo de ajustamento que promova a desalavancagem nos vários setores da economia portuguesa e, simultaneamente, crescimento económico, assente em investimento em setores com níveis de produtividade elevados e que beneficiem de uma procura sustentável, é claramente um dos maiores desafios na atualidade. O setor bancário deverá ter um papel fundamental na reafetação de recursos aos referidos setores, condição indispensável para o sucesso do referido processo de ajustamento da economia portuguesa. A evolução dos vários setores residentes apresentou, no entanto, algumas diferenças. Nos particulares, a taxa de poupança aumentou significativamente e o endividamento reduziu-se. O ajustamento foi assinalável, tendo em conta que ocorreu num contexto de diminuição do rendimento disponível. As sociedades não financeiras tiveram uma evolução menos positiva do que os particulares. Num conjunto significativo de empresas, os níveis de endividamento permanecem excessivos. Esta situação condiciona consideravelmente o investimento necessário à promoção do crescimento potencial da economia portuguesa. No que se refere ao setor público, verificou-se, no decurso do PAEF, um ajustamento no saldo orçamental estrutural sem precedente. Porém, os elevados níveis de dívida pública não permitem o aliviar dos esforços de consolidação orçamental. A situação de liquidez e de solvabilidade do setor bancário melhorou significativamente e o ajustamento observado nos restantes setores de economia refletiu-se na desalavancagem das instituições de crédito. No entanto, permanecem fragilidades quanto à sustentabilidade da estrutura de financiamento e à recuperação da rendibilidade. Para promover o crescimento económico, torna-se fundamental prosseguir as reformas estruturais, cujo alcance terá ficado, em algumas dimensões, aquém dos objetivos inicialmente fixados. Este processo é essencial para incrementar a produtividade e a mobilidade dos fatores, para absorver os níveis ainda elevados de desemprego e para aumentar a competitividade 20

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. externa da economia, propiciando um crescimento económico sustentável, baseado no aumento da capacidade produtiva e na consolidação do desempenho registado durante o PAEF nas exportações de bens e serviços. Igualmente essencial se torna a definição de uma estratégia coerente e abrangente que permita lidar com o ainda elevado endividamento de um conjunto alargado de empresas portuguesas, de forma a libertar recursos que possam impulsionar o crescimento económico. Os níveis de endividamento registados requerem uma atuação a vários níveis, acelerando os processos de reestruturação de empresas que, apesar de endividadas, se mantêm viáveis, permitindo reforçar o processo de desalavancagem num contexto de estabilidade financeira e fomentando a capitalização das empresas não financeiras. Só é possível compatibilizar investimento, crescimento económico e desalavancagem se as empresas estiverem adequadamente capitalizadas. Apesar dos sinais positivos refletidos na melhoria dos resultados que têm vindo a ser apresentados pela maioria das principais instituições de crédito parte dessa melhoria baseada num esforço de reestruturação e contenção de custos é fundamental que o processo de ajustamento da rendibilidade do setor bancário se aprofunde e consolide, ainda que condicionado pela evolução da atividade económica. Este processo deve acompanhar a correção dos desequilíbrios macroeconómicos que ainda se observam em Portugal. A recuperação da rendibilidade não pode decorrer de uma excessiva assunção de riscos nem basear-se numa excessiva concentração em determinadas atividades ou mercados. Será importante que as instituições ajustem os seus modelos de negócio a um contexto macroeconómico caraterizado, previsivelmente, por um reduzido crescimento potencial, por taxas de juro tendencialmente baixas e, no caso específico do setor bancário, por um acréscimo de concorrência decorrente da concretização da União Bancária. No enquadramento descrito, a transição para os novos requisitos regulamentares coloca também desafios importantes às instituições financeiras em termos de custo e de volume de financiamento, atendendo nomeadamente aos requisitos acrescidos em matérias relevantes como sejam a liquidez, a divulgação de informação sobre ativos onerados e a definição de um montante mínimo de passivos bail-in-able no balanço. Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa acima descritos têm sido enquadrados por um contexto internacional de crescimento moderado das principais economias e de baixas taxas de inflação. Neste quadro, as principais autoridades monetárias têm mantido políticas acomodatícias, conduzindo as taxas de juro de referência (sem risco) a níveis muito reduzidos. Este enquadramento tem levado a uma tomada de risco financeiro na medida em que alguns investidores procuram alternativas com rendibilidades mais elevadas, ainda que associadas a um maior risco (comportamento de search for yield) e, consequentemente, à compressão dos prémios de risco, o que tem favorecido os países sob pressão da área do euro. Apesar da manutenção das taxas de juro do mercado monetário em valores muito reduzidos ter contribuído para a diminuição da rendibilidade dos bancos portugueses devido ao facto de uma significativa parte da carteira de crédito estar indexada a essas taxas de juro, com baixos níveis de spread os agentes económicos internos têm acedido a financiamento em condições relativamente favoráveis. Este enquadramento tem também contribuído para a valorização das carteiras de títulos de dívida a taxa fixa, particularmente afetadas no período mais agudo da crise da dívida soberana na área do euro, e constitui uma oportunidade a ser aproveitada pelas instituições de crédito no 21

Relatório & Contas 2014 sentido de obterem financiamento não colateralizado com um custo relativo reduzido e por maturidades longas. Neste contexto, a reversão deste movimento de search for yield poderá ter consequências adversas para a estabilidade financeira. Esta reversão poderá ser desencadeada por diversos fatores. A nível internacional pode existir uma reavaliação do valor relativo dos ativos da área do euro associada à incerteza quanto à recuperação económica da região ou uma possível dissonância entre as expetativas do mercado e as indicações dos bancos centrais em termos de política monetária. A nível nacional, esses riscos poderão passar pela possibilidade de se verificar uma evolução económica mais desfavorável do que a antecipada nos atuais cenários de previsão. Conforme já referido, apesar do ajustamento que teve lugar durante a vigência do PAEF, a economia portuguesa está dependente das alterações da perceção externa sobre um conjunto de vulnerabilidades específicas que continuam a persistir. Assim, o aprofundamento do processo de ajustamento dos vários setores da economia é fundamental para manter a credibilidade externa do país e limitar a subida do custo de financiamento dos vários setores da economia. A possibilidade de perdas de valor nas carteiras das instituições financeiras afeta outras categorias de ativos, além dos títulos de dívida. A elevada exposição das instituições financeiras a ativos imobiliários representa um risco adicional, que necessita de ser monitorizado. Com efeito, a exposição dos bancos e das seguradoras ao risco imobiliário tem aumentado, quer pela utilização dos imóveis como colateral em operações de crédito (no caso dos bancos), quer pela detenção direta de imóveis ou de participações em fundos de investimento imobiliário. Apesar dos sinais de recuperação registados no mercado imobiliário e da evidência que aponta para o alinhamento dos preços dos ativos imobiliários residenciais com alguns determinantes fundamentais, não será de excluir uma possível diminuição dos preços. Esta evolução, podendo estar ela própria associada a um processo de ajustamento dos bancos que conduza a uma mais célere venda destes ativos e/ou a uma possível situação económica e financeira mais adversa, poderá ter um impacto significativo sobre o balanço dos bancos. A elevada exposição ao risco imobiliário requer, assim, uma permanente monitorização das carteiras do setor bancário, através de inspeções regulares e abrangentes, e um adequado registo de imparidades, em linha com as ações que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Banco de Portugal desde 2011 e com o exercício mais recentemente levado a cabo pelo BCE no contexto da criação do Mecanismo Único de Supervisão. Por fim, é necessário preservar a confiança dos agentes económicos, um pilar essencial da estabilidade financeira. A conduta das instituições financeiras não pode colocar em causa a confiança no sistema. A salvaguarda da estabilidade financeira e a preservação do interesse público competem a todos os agentes económicos. Neste contexto, assume particular importância a criação de um quadro de incentivos e a definição de matrizes organizacionais e de atuação, internas e externas às instituições financeiras, que favoreçam o alinhamento dos interesses individuais com os coletivos. Torna-se também importante, no atual contexto, monitorizar de perto as consequências decorrentes da súbita redução dos níveis de solvabilidade do Banco Espírito Santo que, por sua vez, determinou a aplicação da medida de resolução a esta instituição. Sendo certo que a evolução de um conjunto significativo de indicadores demonstra que o impacto sobre os mercados financeiros foi temporário, há que assegurar o acompanhamento da situação garantindo a manutenção da confiança dos agentes económicos e a estabilidade do sistema financeiro nacional. 22

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. As taxas de juro do mercado monetário do euro desceram marginalmente em dezembro. No dia 12 de janeiro, as taxas de juro Euribor situavam-se em 0,01 por cento no prazo de 1 mês, 0,07 por cento nos 3 meses, 0,17 por cento nos 6 meses e 0,32 por cento nos 12 meses, o que corresponde a uma redução de 1 ponto base (p.b.) em todas as maturidades face ao final do mês de novembro. A taxa de câmbio efetiva nominal do euro depreciou 2,3 por cento entre o final de novembro e o dia 12 de janeiro. Esta evolução refletiu depreciações de 5,4 por cento face ao dólar, 4,8 por cento em relação ao iene, 2,0 por cento face à libra esterlina e 0,1 por cento face ao franco suíço. O preço internacional do petróleo voltou a descer acentuadamente em dezembro. No dia 12 de janeiro, o preço do barril de Brent situava-se em 49,9 dólares (42,3 euros), o que representa uma redução de 32,9 por cento face ao nível verificado no final do mês de novembro (redução de 29,0 por cento em euros). De acordo com a estimativa preliminar do Eurostat, a taxa de variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) da área do euro foi de -0,2 por cento em dezembro, após 0,3 por cento em novembro. Esta evolução refletiu uma diminuição expressiva dos preços da energia (-6,3 por cento em termos homólogos, que compara com uma taxa de -2,6 por cento em novembro), ao passo que o preço dos bens alimentares e dos bens industriais não-energéticos registaram taxas de variação de 0,0 por cento (após 0,5 e -0,1 por cento, respetivamente). Por seu lado, o crescimento dos preços dos serviços manteve- se em 1,2 por cento. Excluindo os bens alimentares e os energéticos, o IHPC da área do euro subiu 0,1 pontos percentuais (p.p.) para 0,8 por cento. 23

Enquadramento Macroeconómico Nacional BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Em dezembro de 2014, o indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial da atividade económica, calculado pelo Banco de Portugal, estabilizou face ao mês anterior. No mesmo período, o indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial do consumo privado, calculado pelo Banco de Portugal, registou uma diminuição face ao mês anterior. De acordo com os Inquéritos de Opinião da Comissão Europeia, no quarto trimestre de 2014, o indicador de sentimento económico registou um aumento relativamente ao terceiro trimestre do ano. Esta evolução refletiu melhorias nos indicadores de confiança dos consumidores e na construção, registando-se uma relativa estabilização dos indicadores de confiança nos setores da indústria transformadora, dos serviços e do comércio a retalho. Consumo Privado Relativamente ao consumo privado, no trimestre terminado em novembro de 2014, o índice de volume de negócios no comércio a retalho, divulgado pelo INE, registou uma taxa de variação homóloga de 1,0 por cento em termos reais, após o aumento de 1,4 por cento no terceiro trimestre do ano. No quarto trimestre de 2014, as vendas de veículos ligeiros de passageiros, incluindo veículos todo-o-terreno, aumentaram 33,5 por cento, em termos homólogos, após uma variação de 29,8 por cento no terceiro trimestre do ano. Comércio Relativamente à formação bruta de capital fixo, no quarto trimestre de 2014, as vendas de veículos comerciais ligeiros aumentaram 19,8 por cento, em termos homólogos (59,5 por cento no terceiro trimestre), enquanto as vendas de veículos comerciais pesados registaram um aumento de 10,7 por cento (41,9 por cento no terceiro trimestre). No mesmo período, as vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno diminuíram 7,9 por cento, em termos homólogos, após uma queda de 8,9 por cento no terceiro trimestre do ano. No trimestre terminado em novembro de 2014, as importações nominais de bens de equipamento excluindo material de transporte aumentaram 8,5 por cento, após um crescimento homólogo de 7,9 por cento no terceiro trimestre de 2014. Segundo a informação relativa ao comércio internacional de bens, divulgada pelo INE, em novembro de 2014 as exportações nominais diminuíram 0,4 por cento em termos homólogos, enquanto as importações aumentaram 2,8 por cento. No mesmo período, as exportações excluindo combustíveis diminuíram 0,1 por cento enquanto as importações cresceram 5,4 por cento. Em termos acumulados desde o início do ano, as exportações registaram um crescimento de 1,7 por cento face a igual período do ano anterior e as importações aumentaram 3,3 por cento. No mesmo período, e excluindo combustíveis, as exportações e as importações aumentaram 4,1 e 6,7 por cento, respetivamente. Relativamente ao comércio internacional de serviços, em outubro de 2014 as exportações e as importações aumentaram 8,7 e 11,0 por cento em termos homólogos, respetivamente. 25

Relatório & Contas 2014 Em termos acumulados desde o início do ano, as exportações de serviços registaram um aumento de 6,1 por cento face a igual período do ano anterior, enquanto as importações aumentaram 9,4 por cento. IPC Em dezembro de 2014, o IHPC registou uma variação homóloga de -0,3 por cento, diminuindo 0,4 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior. A taxa de variação anual diminuiu 0,1 p.p., situando-se em -0,2 por cento. A variação homóloga refletiu uma queda dos preços dos bens, que mais do que compensou o aumento dos preços dos serviços. No mesmo período, o IPC apresentou uma variação homóloga de -0,4 por cento, enquanto a taxa de variação anual diminuiu 0,1 p.p., para -0,3 por cento. 26

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Orçamento de Estado De acordo com a Síntese da Execução Orçamental da Direção Geral do Orçamento de novembro de 2014, o défice das administrações públicas em contabilidade pública até novembro ascendeu a 6420 milhões de euros, continuando a situar-se significativamente abaixo do observado no período homólogo de 2013 (9186 milhões de euros). A receita fiscal do Estado aumentou 6,2 por cento entre janeiro e novembro de 2014 face a igual período do ano anterior (6,6 por cento corrigindo do efeito base associado ao montante do perdão fiscal registado em novembro de 2013). Esta evolução representa uma desaceleração face ao crescimento verificado até outubro (6,8 por cento), em virtude da evolução da receita dos impostos diretos, que aumentou 6,4 por cento (7,9 por cento até outubro). Em igual período, o crescimento da receita de impostos indiretos foi de 6,0 por cento, um valor próximo do observado até outubro. O crescimento da coleta dos impostos diretos reflete a evolução da receita do IRS, que apresentou um crescimento de 9,0 por cento em termos homólogos nos primeiros 11 meses de 2014, enquanto a cobrança do IRC diminuiu 5,0 por cento. No que respeita aos impostos indiretos, a coleta do IVA apresentou até novembro uma taxa de crescimento elevada (7,0 por cento), mantendo-se a tendência de forte queda dos reembolsos evidenciada até outubro. Adicionalmente, a cobrança da generalidade dos restantes impostos indiretos continuou a apresentar taxas de crescimento elevadas, com destaque para os impostos sobre veículos e sobre o tabaco que aumentaram 33,7 e 7,7 por cento, respetivamente, no período em análise. De destacar que a receita do imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos apresentou um ligeiro aumento até novembro e que a contração na receita do imposto de selo neste período (-3,2 por cento) foi bastante menos expressiva do que até outubro (-6,7 por cento). Relativamente à receita das contribuições para o Regime Geral da Segurança Social observou-se uma ligeira desaceleração face ao verificado até outubro (de 3,3 para 3,1 por cento). Entre janeiro e novembro de 2014, a despesa primária das administrações públicas diminuiu 2,4 por cento face a igual período do ano anterior, intensificando a tendência de queda verificada até outubro (-0,9 por cento). De destacar, em particular, a despesa com remunerações certas e permanentes que apresentou uma redução de 2,8 por cento, invertendo o crescimento observado até ao mês anterior. Esta evolução advém, designadamente, do diferente perfil de pagamento do subsídio de férias aos trabalhadores das administrações públicas em 2013 e 2014. Relativamente à despesa com aquisição de bens e serviços e ao investimento, observaram--se, até novembro, reduções de 3,5 e 31,5 por cento, respetivamente. A despesa com pensões do Regime Geral da Segurança Social aumentou 2,8 por cento, mantendo-se a tendência de desaceleração observada nos três meses anteriores, enquanto a despesa com a generalidade das restantes prestações sociais continuou a decrescer, com destaque para a despesa com o pagamento de subsídios de desemprego e apoio ao emprego, que recuou 17,8 por cento até novembro. 27

Relatório & Contas 2014 Finalmente, a despesa com pensões e abonos da responsabilidade da Caixa Geral de Aposentações aumentou até novembro 1,5 por cento, tendo desacelerado fortemente em comparação com a execução até outubro (8,3 por cento), em virtude do efeito base associado ao pagamento de parte dos subsídios de férias aos pensionistas deste subsistema, em novembro de 2013. Mercado de Crédito Em novembro, a taxa de variação anual do crédito total ao setor privado não financeiro residente concedido por entidades residentes e não residentes manteve-se inalterada em -4,2 por cento. Esta evolução tem subjacente uma estabilização da taxa de variação anual do crédito total a sociedades não financeiras (em -3,7 por cento) e uma diminuição marginal da taxa de variação anual do crédito total a particulares (de -4,8 para -4,9 por cento). Relativamente ao crédito a sociedades não financeiras, observou-se uma estabilização da taxa de variação anual do crédito total a sociedades não financeiras privadas (em -3,1 por cento) e um aumento da taxa de variação anual do crédito total a sociedades não financeiras públicas que não consolidam nas administrações públicas (de -18,1 para -17,6 por cento). No que se refere ao crédito a particulares, observou-se uma estabilização da taxa de variação anual do crédito total para aquisição de habitação (em -3,8 por cento) e uma diminuição da taxa de variação anual do crédito total para consumo e outros fins (de -6,8 para -7,1 por cento). Em novembro, a taxa de variação anual dos empréstimos concedidos ao setor não monetário residente (excluindo administrações públicas) por bancos residentes diminuiu de -4,4 para -4,6 por cento. Esta evolução resulta de uma diminuição, quer da taxa de variação anual dos empréstimos a instituições financeiras não monetárias (de -3,6 para -5,4 por cento), quer da taxa de variação anual dos empréstimos ao setor privado não financeiro (de -4,4 para -4,6 por cento). Por seu turno, esta evolução reflete uma diminuição da taxa de variação anual dos empréstimos a sociedades não financeiras (de -5,1 para -5,6 por cento) e um aumento marginal da taxa de variação anual dos empréstimos a particulares (de -4,0 para -3,9 por cento). A taxa de variação dos empréstimos a particulares para aquisição de habitação manteve-se inalterada em -3,9 por cento, enquanto a taxa de variação anual dos empréstimos para consumo e outros fins aumentou de -4,6 para -3,9 por cento. Em novembro, a taxa de variação em termos homólogos dos depósitos bancários do setor privado não monetário em bancos diminuiu de 2,8 para 2,4 por cento. No mesmo sentido, a taxa de variação homóloga dos depósitos de particulares diminuiu de 1,0 para 0,5 por cento. Em novembro, observou-se uma diminuição da taxa de juro média sobre saldos de empréstimos a sociedades não financeiras, de 4,01 para 3,96 por cento. No que se refere aos empréstimos a particulares, observou-se uma ligeira diminuição da taxa de juro de empréstimos para aquisição de habitação (de 1,46 para 1,43 por cento) e uma estabilização virtual nos empréstimos para consumo e outros fins (de 8,18 para 8,17 por cento). No que diz respeito às operações passivas, a taxa de juro média sobre saldos de depósitos e equiparados com prazo até 2 anos diminuiu 5 p.b., para 1,61 por cento, 28

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. enquanto a taxa relativa aos depósitos com prazo superior a 2 anos diminuiu 7 p.b., para 2,67 por cento. Em novembro, a taxa de juro média sobre novas operações de empréstimos a sociedades não financeiras diminuiu face ao observado em outubro (de 4,76 para 4,63 por cento). No que diz respeito à taxa de juro média sobre novas operações de empréstimos a particulares para aquisição de habitação registou-se uma estabilização (em 3,01 por cento). Por seu turno, a taxa de juro de empréstimos a particulares para consumo e outros fins registou um aumento (de 6,90 para 7,21 por cento). Relativamente à taxa de juro sobre novos depósitos a prazo de sociedades não financeiras e particulares, observou-se um ligeiro aumento, passando de 1,02 para 1,05 por cento. Em dezembro, a taxa de rendibilidade das obrigações do Tesouro com maturidade residual de 10 anos diminuiu 16 p.b. face ao nível observado no final do mês anterior, situando-se em 2,69 por cento. No mesmo período o diferencial face à taxa de rendibilidade das obrigações alemãs de maturidade comparável permaneceu inalterada em 215 p.b.. No decurso de janeiro, a taxa de rendibilidade da dívida pública portuguesa diminuiu, situando- se em 2,60 por cento no dia 12 deste mês. O diferencial face à taxa de rendibilidade das obrigações alemãs diminuiu para 213 p.b. no mesmo período. Em dezembro, o índice PSI Geral registou, em valores de fim de período, uma desvalorização de 7,0 por cento relativamente ao mês anterior, tendo acumulado uma desvalorização de 21,2 por cento em termos homólogos. O índice Dow Jones Euro Stoxx registou uma desvalorização de 2,7 por cento face ao mês anterior, tendo acumulado uma valorização de 1,4 por cento em termos homólogos. Entre o final de dezembro e o dia 12 de janeiro, o índice bolsista português registou uma desvalorização de 1,9 por cento. 29

3.3 Mercado Automóvel Mercado de Veículos Ligeiros BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Mercado de Veículos Ligeiros de Passageiros O mercado de Veículos Ligeiros registou em 2014 uma melhoria significativa, com uma subida de 36,2%, comparativamente com o ano anterior, contrariando as expetativas iniciais, que apontavam para um aumento menos acentuado do setor Automóvel. Com vendas totais na ordem das 169.026 unidades de veículos ligeiros em 2014, o mercado ultrapassou as expetativas iniciais. Total do Mercado de Veículos Ligeiros (1) Total Veículos Ligeiros O mercado de Ligeiros de Passageiros encerrou o ano de 2014 com 142.827 unidades comercializadas, ou seja, mais 34,9% do que no ano anterior. Para este resultado contribuiu a melhoria da procura, motivada pela expetativa do ambiente económico vigente. Total do Mercado de Veículos Ligeiros de Passageiros (1) Total Veículos Ligeiros (2) 124.122 169.026 105.898 142.827 Variação 36,18% Variação 34,9% 2013 2014 2013 2014 (1) Fonte: ACAP - Associação Automóvel de Portugal (1) Fonte: ACAP - Associação Automóvel de Portugal (2) Inclui: Lig. Passageiros, Todo-o-Terreno e Monovolumes com + de 2.300 kg 31

Relatório & Contas 2014 Mercado de Veículos Comerciais Ligeiros O mercado de Veículos Comerciais Ligeiros também registou no ano de 2014 uma subida de 43,8% face a igual período do ano anterior, o que corresponde a um total de 26.199 unidades comercializadas no país. Total do Mercado de Veículos Comerciais Ligeiros (1) Total Veículos Comerciais Ligeiros (2) 26.199 18.224 Variação 43,8% 2013 2014 (1) Fonte: ACAP - Associação Automóvel de Portugal (2) Não Inclui: monovolumes com + de 2.300 kg A evolução do mercado Automóvel foi positiva, mas ainda num nível abaixo dos valores normais de mercado. 32

3.4 Modelo de Negócio BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. A atividade da BBVA IFIC é desenvolvida em três segmentos: Financiamento Automóvel, Financiamento de Equipamento Produtivo e Cartões de Crédito, através de parcerias estratégicas com marcas e distribuidores. A Sociedade reforçou o modelo de negócio baseado na oferta de produtos aos clientes finais, através de redes de distribuição dos nossos parceiros. Foi dada especial atenção a estratégia de segmentação dos negócios com afetação de equipas comerciais específicas a cada um dos segmentos de atividade, mantendo uma rigorosa política de seleção dos canais de distribuição. A Instituição mantém um seguimento individualizado de cada um dos canais de distribuição em todos os segmentos da atividade, de forma a assegurar uma rendibilidade e exposição relativa consideradas adequadas. A gestão dos canais de distribuição é efetuada de forma dinâmica, assegurando a abertura de novas parcerias ou o encerramento de parcerias, em qualquer caso obedecendo a critérios internos de avaliação de desempenho. Desta forma, a estratégia de risco assumida em cada canal de distribuição e em cada parceiro é periodicamente avaliada e ajustada tendo em consideração a estratégia e critérios da Sociedade. 35

Relatório & Contas 2014 Canais de Distribuição 1. Mercado automóvel O financiamento automóvel representa uma parte muito significativa da atividade, obedecendo a sua gestão ao princípio da segmentação em função da tipologia dos clientes e parceiros. A gestão comercial é também baseada na segmentação das respetivas equipas comerciais. Esse modelo de gestão do negócio, garante um adequado acompanhamento comercial dos parceiros e dos seus canais de distribuição e um adequado controlo e gestão dos diferentes riscos que cada um representa, bem como a rendibilidade associada. A estratégia implementada garante ainda que a Sociedade mantém um adequado controlo sobre a sua exposição relativa a cada um dos segmentos, tendo dessa forma uma forte capacidade de adaptação à envolvente externa, reagindo rapidamente a alterações de mercado ou dos canais de distribuição. Concessionários Oficiais Prime Segmento de negócio com a responsabilidade da gestão de parcerias com grupos de distribuição de grande dimensão a nível nacional, constituído por representantes oficiais das marcas no mercado português. Concessionários Oficiais Middle Segmento de negócio responsável pela gestão das parcerias com grupos do retalho automóvel de média e pequena dimensão com representação oficial das diversas marcas. Concessionários Usados Segmento de negócio responsável pelo gestão de parcerias com concessionários do retalho automóvel que funcionam em regime generalista sem vinculo associado às marcas. Trata-se de atividade centrada no financiamento de viaturas usadas. 2. Mercado de equipamento Como atividade complementar a Sociedade desenvolve o financiamento de equipamentos produtivos, através de acordos de parceria com marcas e importadores nacionais. A atividade está basicamente centrada no financiamento de: Equipamento de transporte terrestre de mercadorias; Tratores agrícolas; Equipamento de movimentação de terras; Equipamento de movimentação de cargas. 36

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. 3. Cartões de Crédito Esta linha de negócio tem em vista o lançamento de programas co-branded de cartões de crédito, garantindo uma diversificação do negócio. O desenvolvimento desta atividade é centrado em acordos com parceiros da grande distribuição. A Sociedade manterá neste setor uma atividade acessória com uma exposição controlada, tendo em consideração a situação de mercado e os objetivos estratégicos do plano de negócios. 4. Outros canais De forma residual a Sociedade mantém uma distribuição baseada em operação de Telemarketing, tendo como objetivo a gestão da sua base de clientes particulares em função de regras comportamentais pré-definidas, disponibilizando ofertas de crédito pessoal para financiamento de necessidades de consumo (Revolving) e de crédito para repetição do financiamento automóvel. 37

3.5 Evolução do Negócio Carteira de Gestão BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. A carteira de gestão de contratos de financiamento registou uma redução, tendo atingido um valor total de 253.903 milhares de euros, verificando-se um decrescimento homólogo de 12,4%. Carteira sob Gestão Total por Tipo de Negócio Automóvel Equipamento 278.421 245.969 9.289 Variação -11,7% Variação -36,9% 5.861 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Revolving Cartões 1.146 917 777 990 Variação -20% Variação 27,5% 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros 39

Relatório & Contas 2014 Consumo Motos 51 37 82 129 Variação -27,2% Variação 58,2% 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Total % Automóvel 289.766 253.903 96% 97% Variação -12,4% 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Relativamente à segmentação da Carteira, assume especial significado o financiamento Automóvel que, no seu conjunto, representa 97% do total da carteira sob gestão (contra 96% do ano anterior). No que refere à evolução da carteira por Tipologia de cliente, manteve-se a tendência crescente do peso do segmento de Particulares em detrimento das Empresas e Empresários em nome individual (ENI s). Durante os últimos anos, a Sociedade adotou uma estratégia de redução da exposição no financiamento a empresas, como consequência da evolução negativa dos indicadores de crédito desse setor. Em 2014, o segmento de particulares representava, na carteira da Sociedade, 84% do total do crédito concedido (contra 82% do ano anterior). 40

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Carteira sob Gestão Total por Tipo de Cliente Empresas e ENI s Total 289.766 51.190 253.903 40.090 Variação -21,7% Variação -12,4% 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Particulares Particulares % 82% 84% 213.813 Variação -10,4% 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 41

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Nova Produção A nova produção de 2014 ascendeu a 64.566 milhares de euros, observando-se um aumento homólogo de 10,7%, devido ao crescimento da atividade económica global e em particular da sociedade. Nova Produção Total por Tipo de Negócio Automóvel Equipamento Cartões 64.003 57.783 407 332 Variação 10,8% Variação 22,4% 55 53 Variação -3,7% 2013 2014 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Revolving Total 64.566 58.348 31 Variação -88,7% 4 Variação 10,7% 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Valores em Milhares de Euros Tendo em consideração a conjuntura adversa, em 2014 manteve-se a adoção de critérios seletivos na admissão de novas operações de financiamento. 43

Relatório & Contas 2014 Nova produção Automóvel No financiamento Automóvel, a nova produção da Sociedade registou um aumento de 10,8%. Em número de contratos celebrados o crescimento foi de 9%, tendo a Sociedade formalizado 4.052 novos contratos. O valor médio do contrato celebrado foi de 15.8 mil euros, verificando-se um ligeiro aumento do montante médio por contrato (1,6%) sobre o ano anterior. Nova Produção Automóvel Nova produção Nº de Contratos Montante Médio por Contrato 64.003 57.783 3.716. 4.052 15.55. 15.80 Variação 10,8% Variação 9% Variação 1,6% 2013 2014 2013 2014 2013 2014 Valores em Milhares de Euros O financiamento Automóvel Novo (em função do estado do bem) representa 56,7% do total da nova produção Automóvel (contra 55,1% do ano anterior). A gestão do peso do financiamento Automóvel em estado novo reflete a política da Sociedade na gestão dos diferentes canais de distribuição, bem como a sua prudência na assunção de Risco numa conjuntura económica adversa. 44

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Nova Produção Automóvel Conforme Estado do Bem Novo 31.815. 36.312 Usado 25.968 27.691 Variação 14,1% Variação 6,6% 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Total Peso Novo 57.783 64.003 55,1% 56,7% Variação 10,8% 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Por tipo de produto financiado, os contratos de Locação Financeira constituíram 31,2% da nova produção Automóvel, o que compara com 32,5% relativamente ao ano anterior. 45

Relatório & Contas 2014 Nova Produção Automóvel Por Tipo de Produto Financiado Locação Crédito 44.035 18.806 19.968 38.977 2013 Variação 6,2% 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 Variação 13% 2014 Valores em Milhares de Euros Total Peso Locação 64.003 57.783 31,2% 32,5% 2013 Variação 10,8% 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 A maior concentração da carteira de crédito no segmento de Particulares conduziu a um peso relativo maior do crédito em detrimento da locação, em função do tipo de preferências dos clientes desse segmento. 46

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Quota de mercado Conforme os dados divulgados pela associação representativa do setor (ASFAC), nos segmentos relevantes para a Sociedade (financiamento de Automóvel novo e usado), o mercado registou uma subida do novo capital financiado em cerca de 28%. Esta subida de mercado aliada ao ambiente económico condicionou de forma importante o setor do crédito especializado, exigindo a todos os Players uma grande capacidade de adaptação em função do seu apetite ao Risco. Nesse sentido, assistiu-se, ao longo do ano, a um reposicionamento estratégico de alguns dos operadores como foi o caso da Sociedade. No segmento do financiamento de Automóvel (novo), o mercado registou uma evolução positiva de 39,8%. No segmento do financiamento de Automóvel (usado) verificou-se uma subida de cerca de 18,8%. Quotas de Mercado Sobre a Nova Produção do Ano Automóvel Novo QM BBVA IFIC Automóvel Usado QM BBVA IFIC 7% 6% 4,5% 3,8% 2013 2014 2013 2014 No financiamento Automóvel novo a Sociedade deteve uma quota de mercado de 6% (contra os 7% do ano anterior). No financiamento Automóvel usado, a Sociedade deteve uma quota de mercado de 3,8% (contra os 4,5% do ano anterior). A posição relativa da Sociedade em ambos os segmentos reflete a estratégia que foi definida para o negócio automóvel, baseada na seletividade dos canais de distribuição e na política de gestão de Risco, quer com os canais de distribuição, quer com os clientes finais. 47

Relatório & Contas 2014 3.6 Gestão do Risco de Crédito Ao longo dos últimos anos, a gestão do Risco de Crédito tem sido, de forma consistente, pautada pelo rigor na seleção dos Canais de Distribuição, pela prudência na admissão do Risco, pela antecipação às alterações de mercado e uma segregação funcional entre as Direções Comercias e a Direção de Risco. A este respeito, destaca-se: Uma orientação e enfoque no negócio core da Sociedade (financiamento Automóvel); Uma maior exigência ao nível dos dados para análise da solvabilidade do Cliente final e das garantias contratadas; Um circuito de validação e confirmação prévia dos dados das propostas e Prevenção de fraudes; Uma redução da exposição média por Cliente, com focalização do negócio no financiamento a Particulares; Existência limitada (quase nula) de exposição a produtos de financiamento de tesouraria, nomeadamente financiamento de stocks e adiantamentos à produção. Em resultado de uma gestão rigorosa da Carteira de Crédito, manteve-se: Uma gestão criteriosa na constituição e antecipação de provisões para cobertura de Riscos de delinquência da carteira, totalmente suportado pela margem de exploração da Sociedade; Uma antecipação de mora e saneamentos nos Clientes de maior Risco; Uma ampla cobertura da Carteira com provisões e colaterais; Rácios de incumprimento nos vários segmentos de negócio que comparam de forma favorável com o mercado. 50

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Evolução do número de propostas Em 2014, registou-se um forte abrandamento do número de novas propostas entradas, em resultado do maior rigor na seleção dos canais de distribuição dentro do negócio core da Sociedade. Evolução das Novas Propostas Entradas por Tipo de Negócio Automóvel 11.091 Variação 0,8% Valores em Unidades 11.176 2013 2014 Equipamento 66 Variação -13,6% Valores em Unidades 57 2013 2014 Cartões 10.380 Variação -74,4% 2.660 2013 2014 Valores em Unidades Total 21.537 Variação -35,5% Valores em Unidades 13.893 2013 2014 Globalmente, a Sociedade registou uma redução de 35,5% nas novas propostas entradas. Essa redução foi contudo, seletiva. Enquanto no negócio de Cartões verificou-se uma redução de 74,4% no número de propostas e no negócio de Revolving não foram efetuadas novas ofertas aos clientes, no negócio Automóvel o número de propostas sofreu uma ligeira redução de 0,8%. 51

Relatório & Contas 2014 Evolução das taxas de aprovação No que refere à Taxa de Aprovação sobre as novas propostas entradas, a Sociedade manteve uma gestão prudente e disciplinada. Evolução das Taxas de Aprovação por Tipo de Negócio Automóvel Equipamento 58,4% 60,9% 58,4% 39,6% Variação 4,3% 2013 2014 Valores em Percentagem Variação 47,6% 2013 2014 Valores em Percentagem Cartões Consolidado 59,0% 58,6% 52,3% 50,5% Variação -0,6% 2013 2014 Valores em Percentagem Variação -3,5% 2013 2014 Valores em Percentagem No negócio Automóvel a taxa de aprovação foi de 60,9% (contra os 58,4% do ano anterior). No negócio de Equipamento, em consequência de uma Política rigorosa no sentido da redução da concentração da exposição por Cliente, a taxa de aprovação foi de 58,4%. No negócio de Cartões (ainda marginal no balanço da Sociedade) a taxa de aprovação sobre as propostas entradas foi de 58,6%. 52

Relatório & Contas 2014 3.7 Análise Financeira Resultados As Demonstrações Financeiras foram elaboradas no pressuposto da continuidade das Operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº1/2005, de 21 de fevereiro e das instruções nº9/2005 e nº23/2004, emitidos pelo Banco de Portugal, na sequência da competência que lhe é conferida pelo nº 3 do artigo 115 do Regime Geral das Instituições de Crédito e das Sociedades Financeiras, aprovada pelo Decreto - Lei nº298/92, de 31 de dezembro. O Resultado Líquido da Sociedade cifrou-se em 1,872 milhões de euros em 2014, face aos 1,885 milhões de euros apurados no período homólogo de 2013. A margem financeira totalizou 8,49 milhões de euros em 2014, comparando com 9,15 milhões de euros apurados no período homólogo de 2013. O comportamento da margem financeira foi determinado fundamentalmente pelo abrandamento da atividade comercial que se traduziu na redução do Crédito concedido. A taxa de margem financeira situou-se em 3,2% em dezembro 2014, comparando com 3,03% em dezembro 2013. Margem Financeira Resultado Líquido 9.147 8.489 Variação -0,7% Variação -7,2% 1.885 1.872 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Valores em Milhares de Euros A Margem de Serviços situou-se em 5,7 milhões de euros em 2014, comparando com 6,7 milhões de euros relevados em igual período de 2013 (-14,5%). O comportamento da margem de serviços foi condicionado essencialmente pela diminuição dos rendimentos de serviços e comissões. 54

BBVA Instituição Financeira de Crédito, S.A. Rendimentos de serviços e comissões Encargos com serviços e comissões Resultados na alienação de outros ativos Variação -48,3% Variação -14,8% Variação -65,9% 732 379 (848) (722) (317) (108) 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Outros resultados de exploração Total 7.115 6.164 6.682 5.713 Variação -13,4% Variação -14,5% 2013 2014 Valores em Milhares de Euros 2013 2014 Valores em Milhares de Euros Os Custos Operacionais, que agregam os custos com pessoal, os gastos administrativos e as amortizações do exercício, decresceram 7,3% face ao período homólogo, situando-se em 9,053 milhões de euros em 2014 (9,770 milhões de euros em igual período de 2013). Este decréscimo deveu-se, essencialmente, à variação negativa de 11,3% dos Gastos Gerais de Administrativos. Em 2014 esta rúbrica ascendeu a 6,002 milhões de euros, enquanto no período homólogo de 2013 totalizou 6,766 milhões de euros. Os Custos com Pessoal totalizaram 2,860 milhões de euros em 2014, registando uma ligeira subida de 1,06% face aos 2,830 milhões de euros contabilizados em 2013. As amortizações do exercício cifraram-se em 191 mil euros em 2014, verificando-se um acréscimo de 9,6% face aos 174 mil euros contabilizados no período homólogo de 2013. Esta evolução reflete o maior volume de investimentos em imobilizações corpóreas e incorpóreas efetuadas pela Sociedade durante o exercício de 2014. 55