MESTRADO GESTÃO SISTEMAS E-LEARNING 09/10



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Transcrição:

MESTRADO GESTÃO SISTEMAS E-LEARNING 09/10 [Psicologia da aprendizagem on-line] Professoras Brigitte Detry e Célia Figueira [Portefólio] Trabalho acessível em http://www.jfernandoferreira.com/mgse/paol/ [Joaquim Fernando Sousa Ferreira]

1. ÍNDICE Conteúdo 1. ÍNDICE... 2 2. INTRODUÇÃO... 3 a. Temática do curso e-learning para e-formadores... 3 b. Descrição geral do curso on-line... 3 c. Objectivos... 3 d. Competências... 4 e. Público-alvo... 6 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA... 6 a. Enquadramento... 6 b. Aprendizagem sócio construtivista... 7 c. Motivação... 7 d. Auto-regulação da aprendizagem... 8 e. Aprendizagem colaborativa... 10 4. AULA EXPERIMENTAL... 11 5. CONCLUSÃO... 12 5. BIBLIOGRAFIA... 15 6. ANEXOS... 17 c. Trabalhos realizados... 17 Página 2

2. INTRODUÇÃO a. Temática do curso e-learning para e-formadores A entrada no novo século trouxe consigo uma oferta de meios, nunca antes disponíveis, para a circulação e armazenamento de informações e para a sua comunicação. Este cenário submete a educação a uma dura obrigação que pode parecer, à primeira vista, quase contraditória. A educação deve transmitir, de facto, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro. Neste sentido é fundamental que numa lógica de aprendizagem ao longo de toda a vida, se aprenda segundo 4 pilares fundamentais: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas e finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. Delors (1996). Serve esta introdução para enquadrar a temática específica do curso que criei e-learning para e-formadores. O público-alvo deste curso são os militares formadores do Exército que habituados à lógica do ensino presencial, precisam de adquirir saberes, que vertidos em competências lhes permitam num mundo em constante mutação tecnológica, social, humana e cultural, enfrentar os desafios que se lhes colocam a nível da sua prática de ensino. Para isso, as competências a adquirir além das científicas, terão forçosamente de contemplar o trabalho em colaboração e cooperação social, e terão de se exprimir de uma forma prática, num saber-fazer real, num mundo virtual, mas de natureza praxeológica, isto é, a teoria vertida em prática. b. Descrição geral do curso on-line O projecto do curso on-line que defini é o de um curso de e-learning para e-formadores. O objectivo deste curso é o dotar os formadores habituados ao face-to-face, com novas competências pedagógicas e comunicacionais relacionadas com o processo de ensino, orientação, encaminhamento e monitorização dos alunos num ambiente de e-learning. Os e- formadores deverão também dominar as TIC no sentido de programar, gerir e orientar as acções de formação a distância num contexto on-line, interagindo colaborativamente com os formandos e criando e transmitindo actividades/conteúdos através da utilização de meios informáticos. c. Objectivos No final do curso os formandos deverão ser capazes de: Página 3

Criar e gerir cursos de formação na modalidade e-learning; Moderar e facilitar aprendizagens de formandos em ambientes on-line; Promover a interacção e a participação dos formandos; Controlar os trabalhos individuais e de grupo elaborados em ambientes on-line; Criar estratégias e instrumentos de avaliação de e-cursos. d. Competências SABERES 1. Ambientação ao ambiente E-learning; 2. Dinâmicas inerentes ao ambiente On-line; 3. Relação Pedagógica adequada; 4. Concepção e exploração de e-conteúdos; 5. Metodologias de Formação a Distância; 6. Planificação, organização e avaliação da Formação em ambiente On-line. SABERES-FAZER 1. Compreender e integrar-se no contexto técnico em que exerce a sua actividade: a população activa, o mundo do trabalho e os sistemas de formação, o domínio técnicocientífico e/ou tecnológico, objecto de formação; a família profissional da formação, o papel e o perfil do e-formador que não deixa de ser um formador com valências inerentes à modalidade e-learning; os processos de aprendizagem e a relação pedagógica; a concepção e organização de cursos ou acções de formação on-line. 2. Adaptar-se ao Sistema de Gestão da Aprendizagem (SGA) e aos diferentes contextos organizacionais e a diferentes grupos de formandos. 3. Planificar e preparar as sessões de formação em e-learning, o que envolve: Analisar o contexto específico das sessões: objectivos, programa, perfis de entrada e saída, condições de realização da acção; Conceber planos das sessões online e Guiões; Definir objectivos pedagógicos adequados ao ambiente e-learning; Analisar e estruturar os conteúdos de formação, para que se adeqúem à sua utilização na plataforma de e-learning, devidamente padronizados (com base na Norma SCORM); Seleccionar os métodos e as técnicas pedagógicas adequadas ao e-learning; Conceber e elaborar os e-conteúdos; Página 4

Conceber e elaborar os instrumentos de avaliação que promovam um feedback eficaz e oportuno em ambiente e-learning. 4. Conduzir/mediar o processo de formação/aprendizagem em grupo de formação, o que envolve: Explorar os e-conteúdos de formação; Desenvolver a comunicação no grupo, com especial enfoque na comunicação assíncrona e on-line; Motivar os formandos para os conteúdos e para as tarefas, mas sobretudo para este tipo de ambiente a distância; Gerir os fenómenos de relacionamento interpessoal e de dinâmica do grupo; Gerir os tempos e os meios materiais necessários a este tipo de formação; Utilizar os métodos, técnicas, instrumentos e auxiliares didácticos. 5. Gerir a progressão na aprendizagem dos formandos, em ambiente e-learning, o que envolve: Efectuar a avaliação formativa informal, através de um feedback oportuno e eficaz; Efectuar a avaliação formativa formal; Efectuar a avaliação final ou sumativa. 6. Avaliar a eficiência e eficácia da formação, o que envolve: Avaliar o processo formativo; Participar na avaliação do impacto da formação nos desempenhos profissionais. SABERES-SER 1. Ser capaz de se relacionar com os outros e consigo próprio em ambiente online, implicando, nomeadamente, comunicação interpessoal, liderança, estabilidade emocional, tolerância, resistência à frustração, auto-confiança, auto-crítica e sentido ético pessoal e profissional. 2. Ser capaz de se relacionar com o objecto de estudo, num contexto de utilização das tecnologias, implicando, nomeadamente, criatividade, flexibilidade, espírito de iniciativa e abertura à mudança, capacidade de análise e de síntese, de planificação e organização, nomeadamente no que toca à gestão das tarefas Vs. tempo disponível para as executar e de resolução de problemas e de tomada de decisão. Página 5

e. Público-alvo Os destinatários deste curso são caracterizados pelo seu estado adulto, com a sua situação profissional relativamente estável e com uma formação de base, quer ao nível científico, quer ao nível pedagógico, muito completa. Os índices motivacionais são na generalidade elevados e o seu comprometimento com a realização das suas tarefas profissionais na área do ensino é muito sólida. São também caracterizados por uma visível manifestação de autoconfiança nas suas capacidades, de autodomínio e de adaptabilidade, fruto de um certo treino de carácter militar, o que os impulsiona a cumprir os objectivos com grande determinação, perseverança e força de vontade. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA a. Enquadramento Indiscutivelmente o cenário de ensino/aprendizagem está em constante mutação, provocada em diferentes escalas pelas mudanças sociais, económicas, culturais e tecnológicas. Esta última tem decorrido nas últimas duas décadas de uma forma vertiginosa e crescente. As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são hoje um parceiro fulcral no processo de ensino/aprendizagem. Mas qual o seu papel e a sua aplicabilidade neste processo? As TIC devem ser integradas numa perspectiva de facilitação e ajuda a este mesmo processo. As tecnologias postas ao serviço da sociedade, dos professores e dos alunos, deve tornar-se num instrumento de aprendizagem de modo a explorar novos modelos e novos recursos. Os meios tecnológicos devem ser integrados nos objectivos de aprendizagem e escolhidos pelo seu potencial educativo. O curso que é proposto visa permitir aliar à prática pedagógica, elemento vital no ensino, ao elemento tecnológico. Hoje um professor, não precisa de ser classificado de presencial ou online. Ele deve ajustar as suas práticas pedagógicas, as suas estratégias didácticas, às ferramentas tecnológicas que tem disponíveis. Neste sentido o curso e-learning para e-formadores visa responder às necessidades de um professor do século XXI: 1) Capacidade de gerir os processos de criação e aquisição de conhecimento numa situação de ensino não presencial. 2) Necessidade de saber definir, caracterizar e remediar os elementos em falta numa da área de formação. 3) Competência reconhecida para ajudar a encontrar esses elementos em falta, mediante recursos e métodos de pesquisa em rede. 4) Capacidade de dinamizar o estudo, a análise e reflexão, o trabalho colaborativo, e a gestão de uma comunidade virtual de aprendizagem. Página 6

5) Domínio tecnológico e operacional das TIC. b. Aprendizagem sócio construtivista O modelo da aprendizagem em referência para este curso é o construtivismo social. Tal como no modelo construtivista, o conhecimento é construído pela própria pessoa, mas as interacções sociais e culturais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo. A aprendizagem é um factor de desenvolvimento de cada indivíduo, e este sucede-se á aprendizagem. Aquilo que se pretende neste curso é potenciar a dinâmica colaborativa na aprendizagem a dois níveis: primeiro a nível sociocultural e depois a nível individual. Entendo que para este público-alvo, o desenvolvimento cognitivo não pode ser separado do contexto social. Segundo Vigotsky todo o conhecimento é social à partida. A abordagem socioconstrutivista é aquela que tem gerado mais benefícios e a que contextualiza melhor e tira proveito dos recursos das TIC para o processo de ensino/aprendizagem. A utilização de projectos de aplicação multimédia na aprendizagem permitem que o sujeito construa para si próprio a solução de um dado problema, e essa solução traduzida em conhecimento contribuí para a sua própria satisfação e auto-estima. Este modelo assenta em 3 dimensões que tem a sua materialização bem vincada quando aplicados à aprendizagem online: dimensão da construção do conhecimento, dimensão social e dimensão interactiva. A aprendizagem assenta no desenvolvimento de estruturas cognitivas, de significados através da acção do sujeito que aprende, na organização da aprendizagem, através do indivíduo, mas também através das interacções sociais (a era da Internet permite ter acesso ao conhecimento dos outros) e na interactividade entre todos os intervenientes no processo de ensino/aprendizagem. c. Motivação Um dos aspectos importantes a ter em consideração na concepção deste curso on-line é a motivação, enquanto motor da aprendizagem. O público-alvo a qual se destina este curso é já per si naturalmente motivado, tal como referido anteriormente. Esta motivação é suscitada pelo desejo de satisfazer diferentes necessidades do indivíduo (Pirâmide de Maslow), mas deve ser fomentada e cultivada enquanto elemento estruturante no processo de aprendizagem. A motivação intrínseca, caracterizada pela sua perenidade, pelas suas premissas de o que interessa aprender, o que se gosta, o que se precisa e o que dá prazer é essencial ao modelo construtivista, porquanto o sujeito constrói a sua paisagem cognitiva, em permanente evolução. Na evolução social do construtivismo, o aprendente, motivado, constrói conhecimento, através das suas experiencias, com as experiencias dos outros e sobretudo com as metodologias, estratégias e apoio do professor, que neste cenário tem um desempenho fundamental e inovador. O professor Página 7

passa a desempenhar um novo papel: o de facilitador da aprendizagem, apoiando o aluno na sua construção individual e colaborativa do conhecimento; proporcionando-lhe autonomia na aprendizagem, motivando-o e incentivando ao desenvolvimento de pensamento crítico, à capacidade de tomada de decisão e à aprendizagem de nível elevado. Carvalho (2007). Também a escola, neste curso entendida como a instituição (Exército Português) na qual ele se vai desenvolver deve ser uma produtora de motivos. (Alvarez S. e Detry B., 2010). Ela deve incorporar nos objectivos educativos a transmissão de determinadas formas de estar motivado. A inclusão neste trabalho dos objectivos e competências do curso, tem como finalidade perceber como podem estes objectivos ser compatibilizados com os dos alunos. E esta é uma estratégia de motivação. Outras há e passam por fazer compreender ao aluno a relação entre as suas acções e os resultados obtidos, estabelecer metas, desafios e dificuldades que possam ser cumpridos, sendo que neste cenário a divulgação e formulação correcta dos objectivos gerais e específicos é vital para o aluno. A prática sistemática da auto-avaliação, permite aumentar os índices de motivação. A aprendizagem on-line tem potencialidades ao nível da auto-avaliação poderosas. Deste pequenos testes de escolha múltipla, verdadeiro/falso, passando por pequenos trabalhos direccionados pelo professor, permitem ao aluno, numa lógica de avaliação formativa, perceber o seu nível de aprendizagem, a sua localização no percurso de aprendizagem, tomar consciência dos conhecimentos construídos e adquiridos e aqueles que tem dificuldades, reajustando métodos e práticas. d. Auto-regulação da aprendizagem Um dos pontos importantes na fundamentação deste curso e-learning para e-formadores é o que está relacionado com a aprendizagem auto-regulada. Alunos auto-regulados caracterizam-se como aprendizes activos e que gerem de maneira eficaz e flexível seu próprio processo de aprendizagem e a motivação (Bzuneck, 2001). Estabelecem metas para si próprios, dirigindo seus esforços para atingi-las, monitorizando sua própria motivação, em função das exigências de cada tarefa. Dispõem de um amplo arsenal de estratégias cognitivas e metacognitivas de aprendizagem, que são capazes de seleccionar para uso e pôr em prática ou mudar quando necessário. Daí se conclui que eles são a antítese do aluno mais receptivo, dependente, controlado externamente ou absolutamente sem governo algum. Os aprendizes auto-regulados são motivados, independentes e participantes activos de sua aprendizagem ( Zimmerman, 1998; 2000; Zimmerman, Bandura e Martinez-Pons, 1992). A auto-regulação das aprendizagens, coloca a tónica no aprendente e centraliza-o no processo, no seu percurso de aprendizagem, como responsável e construtor do conhecimento. Este curso, Página 8

pretende através das suas actividades de aprendizagem, dos recursos multimédia e hipermédia, das situações de aprendizagem colaborativa, da dinâmica no seio de uma comunidade virtual, do feedback dos outros agentes envolvidos, colocar o aluno no centro do modelo cíclico da aprendizagem auto-regulada. Colocaria esquematicamente este tópico na seguinte figura: As crenças dos alunos influenciam os seus esforços para aprender. As experiencias vividas anteriormente, se bem potenciadas, podem servir para que o aluno, acredite que é capaz de adquirir determinados conhecimentos, e com facilidade, poderá esforçar-se se de modo mais persistente para atingir esses objectivos. Já durante o seu processo de aprendizagem, os alunos têm no modelo online deste curso, possibilidade através de várias actividades das plataformas de gestão de aprendizagem, vulgarmente conhecidas por LMS (Learning Management Systems), de verificar o que estão a aprender, e como estão a aprender em função do seus objectivos. Este processo de auto-monitorização vai permitir ao aluno reagir aos resultados, reflectindo sobre eles. O feedback, quer seja o da plataforma LMS, através das actividades multimédia, quer seja dos seus pares ou dos professores, como apreciação aos resultado do percurso do aluno nas suas várias actividades (participações nos fóruns, nos wikis, nos trabalhos entregues, nos glossários, na evolução dos e-portefólios, etc.), vai permitir ao aluno auto-reflectir. Permite-lhe tomar decisões, escolher novas estratégias, definir novos objectivos, voltando assim ao início do ciclo. O curso proposto no âmbito deste trabalho, decorre como já referido, numa plataforma on-line LMS. Estas plataformas em concordância com outras ferramentas TIC, constituem um campo privilegiado para a exploração da capacidade auto-regulatória. Aqui o aprendente pode exercer um controlo sobre várias dimensões, concretamente pesquisar, seleccionar, analisar, reflectir, combinar e seleccionar estratégias cognitivas num determinado contexto e responder às suas necessidades de aprendizagem, gerindo os recursos, realizando as tarefas individualizadas e colectivas, e consciencializando-o o para o seu percurso de aprendizagem através do auto- questionamento. Outra particularidade dos LMS muito importante na auto-regulação das aprendizagens, é o tracking que é possível fazer de todas as actividades do aluno. A possibilidade de registar o que se aprende, quando se aprende, com que meios e como se aprendeu, permite ao aluno ter uma visão macro da sua aprendizagem, detectando esforços e êxitos na aprendizagem, percebendo as dificuldades e lacunas na aprendizagem. Esta possibilidade, quando bem explorada pelo professor, é um raio-x completo sobre o estado de aprendizagem do aluno, evidenciado enciado o seu percurso, aquilo que o aluno fez e não fez, a sua (des) motivação, os seus progresso e resultados alcançados. É uma ferramenta útil para em tempo real, Página 9

o professor na sua postura de orientação e facilitação das aprendizagens, intervir, motivando, delineando novos percursos e estratégias de aprendizagem para o aluno. e. Aprendizagem colaborativa Os ambientes online caracterizam-se para além da separação física entre os seus intervenientes e da existência de um canal de comunicação potenciado pelas tecnologias suportadas pela Internet, pela colaboração fomentada no âmbito do contexto educativo. Esta colaboração, surge, assim, como uma forma de valorizar o trabalho em conjunto, de promover a socialização, a partilha de informação, a possibilidade de reflexão intra e interpares e, sobretudo, como uma forma de oxigenar e fortalecer a capacidade de entre-ajuda, que os alunos devem promover no sentido de contrariar a natural ausência física dos intervenientes do processo de ensino/aprendizagem e de reduzir e/ou eliminar a sensação de solidão que os ambientes online podem provocar. A colaboração e os seus modos de desenvolvimento nas comunidades de aprendizagem constituem um meio fundamental para a aprendizagem dos alunos, uma vez que através dela podem compreender questões, desenvolver argumentos e partilhar significados e conclusões (Bender, 2003). A aprendizagem colaborativa conduz a um maior envolvimento do aluno no curso e a um comprometimento com o processo de aprendizagem. Mas para que isso aconteça é importante que a estratégia de ensino/aprendizagem tenha em consideração as circunstâncias e os modos pelas quais a colaboração pode acontecer: isto porque ela não aparece espontaneamente, como que surgindo do nada (Morais, Carlos; Miranda, Luísa; Dias, Paulo. 2007). Há que criar actividades colaborativas (fóruns de discussão, wikis, glossários, webquest, etc), fomentar a interacção e considerar os estádios ou níveis de colaboração. Estes estádios envolvem a definição dos objectivos das actividades da comunidade, a criação do ambiente online, a modelação dos processos de colaboração, a gestão e acompanhamento dos processos de colaboração e de avaliação do processo (Dias, 2004; Palloff & Pratt, 2005). Este conceito está intimamente ligado ao da interacção. A colaboração implica trabalhar em conjunto com objectivos comuns. Mas para que isso aconteça, na educação online, um dos elementos fundamentais para o êxito dos alunos é a interacção que se estabelece entre os próprios alunos e entre alunos e professor (es). É este binómio colaboração/interactividade que vai inequivocamente enformar o conceito de comunidade virtual de aprendizagem. É neste cenário de aprendizagem colaborativa em ambiente online que verdadeiramente se manifestam os princípios da aprendizagem socioconstrutivista, em que o aprendente se torna o centro da Página 10

aprendizagem, tendo uma participação activa na construção do conhecimento, mas numa perspectiva de partilha e interacção social. Mas de que forma e com que técnicas se potencia a aprendizagem colaborativa? Uma das características dos ambientes online suportados em tecnologias da Internet, são as várias ferramentas que se colocam ao nível da comunicação: síncronas e assíncronas. Estas formas de comunicação congregam a utilização de variadíssimas actividades que permitem materializar o anytime and anywhere. Desde ferramentas de discussão online, onde a partilha de informação, a análise e a reflexão, proporcionam a aprendizagem e a criação de conhecimento, materializados (entre outras) através dos fóruns de discussão, ou dos wikis que permitem a construção incremental, simultânea e partilhada, passando pelos chats que permitem em tempo real, tornar a realização de actividades de aprendizagem num processo activo e dinâmico, permitindo a troca de opiniões de uma forma informal, directa e rápida, criando condições para os alunos colocaram questões, concordarem, discordarem, tirarem dúvidas, construírem novas respostas e consequentemente aprenderem uns com os outros. 4. AULA EXPERIMENTAL Perante o desafio lançado pelas docentes para elaborarmos uma aula experimental no sentido de testarmos metodologias de ensino/aprendizagem, concebemos o curso e-learning para e- Formadores centrando a sua implementação no método colaborativo. Através do curso e-learning para e-formadores pretendemos preparar os docentes para melhor enfrentarem os desafios do novo milénio, procurando assim, reduzir o gap entre alunos e professores no que concerne à utilização das tecnologias de informação, ou como classifica (Prensky, 2001) entre nativos digitais e imigrantes digitais. Considerando o novo paradigma em que o aluno passou a ser o centro da aprendizagem, deixando de ser mero receptor para se tornar um participante activo na construção do conhecimento, a utilização da Web 2.0 pelos professores apresenta vantagens por ser um sistema horizontal, heterárquico e aberto em contraposição com os sistemas anteriores que funcionavam num sistema vertical, hierárquico e fechado (Carneiro, R., Punie, Y., 2009) pelo que se revela fundamental incentivar os professores a utilizar as ferramentas que lhe estão inerentes. A nossa apresentação vai nesse sentido, uma vez que a aula experimental foi concebida através da ferramenta colaborativa VoiceThread. Esta ferramenta, para além de permitir a apresentação de informação multimédia (imagens, documentos e vídeos), possibilita, ainda, que outros Página 11

utilizadores deixem comentários de cinco formas diferentes: usando a voz (com um microfone ou telefone), texto, ficheiro de áudio ou vídeo (através de uma webcam). Apresentação disponível em http://voicethread.com/share/1146981/ 5. CONCLUSÃO Defino o presente e-portefólio, como uma forma de compilar e registar o meu percurso de aprendizagem, como forma de recolher e organizar os materiais de aprendizagem relacionando evidências para atingir determinados objectivos. Muito do que foi a minha visão do trabalho realizado, na formulação do curso online, foi abordado na fundamentação teórico-prática. Tentando não ser redundante deixo apenas algumas ideias complementares ao já referido. O objectivo do curso formulado é a formação de professores para o uso e a prática do ensino/aprendizagem online. Este modelo de ensino deve ser baseado na teoria socioconstrutivista da aprendizagem, onde problemas e tarefas são apresentados pelo professor num ambiente de aprendizagem partilhado por professores e alunos, numa plataforma de gestão da aprendizagem (LMS), onde estes, ajudados e orientados pelos professores, constroem, criam e partilham novos saberes. As teorias construtivistas sociais permitem uma nova interactividade entre professor e aluno e aluno-aluno, uma aprendizagem colaborativa num ambiente de partilha no seio de um grupo virtual, promovendo a reflexão, a análise, fomentando a capacidade de argumentação e de síntese. De referir a propósito do uso dos LMS, que no ensino online, as tecnologias não se devem sobrepor ao processo de aprendizagem. Elas devem sim, permitir recorrer a pedagogias activas centradas no aprendente e a uma nova atitude relacional, onde professore e aluno agem activamente e interactivamente, envolvendo-se em estratégias de aprendizagem pessoais e de grupo, gerindo e criando motivações. Outro conceito importante na criação deste curso online está relacionado com a auto-regulação da aprendizagem. (Rosário, P. 2001) refere que para que os alunos possam ser identificados como auto-regulados, a sua aprendizagem deve envolver o uso de estratégias específicas para alcançar os objectivos académicos construídos com base nas suas percepções de auto-eficácia. Esta definição subentende três aspectos importantes: as estratégias de auto-regulação da aprendizagem dos alunos, as suas percepções de auto-eficácia e o seu envolvimento nos objectivos educativos. O aprender a ter autonomia é extremamente importante, num modelo em Página 12

que o controlo externo do professor tem de ser substituído por processos de auto-controlo. O uso de determinadas estratégias é vital para o sucesso da aprendizagem. Um resumo das estratégias de auto-regulação da aprendizagem (Zimmerman & Martinez-Pons, 1986), engloba a autoavaliação ( muito fácil de conseguir no ensino on-line com o uso de ferramentas embebidas nos próprios LMS), estabelecimento de objectivos e planeamento; procura de informação (hoje mais do que nunca, ao alcance de um simples clique no mundo imensurável de informação disponível na Web), procura de ajuda social (curioso que passado 24 anos depois da formulação desta estratégia ela não podia estar mais actual no ensino online, onde a aprendizagem colaborativa, inter-pares, a orientação e ajuda dos professores quase em real-time é uma realidade) e a revisão de dados (o uso de ferramentas de tracking na plataforma para ver o percurso de aprendizagem). A motivação é também um dos aspectos fundamentais nesta aula experimental. Tal como referido por Bzuneck J.A., a motivação mesma não pode ser ensinada, nem treinada, como se fosse uma habilidade ou um conhecimento. Ela pode, sim, ser objecto de socialização. Existem estratégias de ensino que têm como efeito incrementar, orientar, consolidar a motivação do aluno, em oposição a outras estratégias que a prejudicam. Assim, a motivação não apenas influencia os resultados de aprendizagem, mas ela própria é resultado de certos processos de interacção social em classe. Uns dos factores que compõem os mecanismos psicológicos da motivação dos alunos são as crenças de auto-eficácia. Estas crenças são julgamentos das próprias capacidades de executar curso de acção exigidos para se atingir certos graus de performance (Shunk, 1991). Estes julgamentos de auto-eficácia têm uma relação de proporcionalidade directa com a motivação na medida em que é em função desses julgamentos que essa pessoa tem um incentivo para agir e imprime uma determinada direcção a suas acções pelo fato de antecipar mentalmente o que pode realizar para obter resultados. No contexto académico, um aluno motiva-se a envolver-se nas actividades de aprendizagem caso acredite que, com seus conhecimentos, talentos e habilidades, poderá adquirir novos conhecimentos, dominar um conteúdo, melhorar suas habilidades, etc. (Bzuneck, 2001). Algumas estratégias de motivação podem ser empregues em ambientes de aprendizagem on-line, incrementando as crenças de auto-eficácia aos alunos, através da acção do professor que orienta os alunos a trabalharem com tarefas que representem objectivos ou metas a serem cumpridas. Consequentemente essas tarefas ou metas terão efeito motivacional se possuírem três características: devem ser próximas (tarefas que possam ser cumpridas num curto espaço de tempo, com fim à vista), específicas (bem definidas em seus detalhes de execução, não podendo ser genéricas ou vagas) e de nível adequado de dificuldade (tarefas que tenham um grau adequado de dificuldade). Página 13

Por último os ambientes de aprendizagem virtual ou como eu prefiro chamar, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA),, porque enferma a primeira de uma imprecisão na aprendizagem que não se quer virtual mas real, numa comunidade, ela sim virtual. Nesta conclusão, refiro algumas das características que considero importantes num AVA. Espaço interactivo facilitador de troca de experiências Formas de abordagem diferentes gerando discussões sócio-cognitivas Incentivam a partilha e discussão do conhecimento O uso de computadores que permitem ambientes interactivos e são suporte da utilização de conteúdos Modelo conversacional assente em 4 processos Fácil acesso à informação e ao conhecimento áudio vídeo script dinâmica hipermédia Permite o debate Permite a interacção Permite a reflexão Permite a adaptação Em forma de corolário desta conclusão, servem estes ambientes, através de variadíssimas actividades como fóruns de discussão, dos chats, dos wikis, entre outros, para encorajar e motivar, controlar os progressos obtidos, fornecer informação e comentários, dinamizar e incentivar críticas, debater ideias, esclarecer dúvidas, facilitar interacção de modo a criar um ambiente de cooperação, colaboração a partilha. Página 14

5. BIBLIOGRAFIA Alvarez, S. e Detry, B. (2010). Motivação e Aprendizagem, Seminário: Psicologia da aprendizagem on-line. Acedido a 15 Março 2010 em http://www.fcshelearning.edu.pt/acient/mod/resource/view.php?id=836 Bender, T. (2003). Discussion-based online teaching to enhance student learning: Theory, practice and assessment. Virginia: Stylus Publishing. Bzuneck (2001). As Crenças de Auto-Eficácia e o seu Papel na Motivação do Aluno in Boruchovitch E.& Bzuneck J.A. (Org.) A Motivação do Aluno: Contribuições da Psicologia Contemporânea. Petrópolis: Editora Vozes; 116-133. Acedido a 05 Maio de 2010 em http://des.emory.edu/mfp/bzuneck2.pdf Bzuneck, José Aloyseo; Motivar seus alunos, sempre um desafio possível. Consultado a 12 Maio 2010 em http://www6.ufrgs.br/psicoeduc/comunidade/action/file/download?file_guid=53 Carvalho, Ana Amélia Amorim (2007). Rentabilizar a Internet no Ensino Básico e Secundário: dos Recursos e Ferramentas Online aos LMS. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 03, pp. 25-40. Consultado a 26 Abril de 2010 em http://sisifo.fpce.ul.pt/pdfs/s8_ptg_manuelaesteves.pdf Dias, P. (2004). Desenvolvimento de objectos de aprendizagem para plataformas colaborativas. In X. Barrientos, V. Zúñiga, J. Ortiz, L. Isaías, S. Guerra, R. Garza, M. Cantú & S. Hinojosa (Org.), Actas dovii Congreso Iberoamericano de Informática Educativa. Monterrey: Universidad de Monterrey, (pp. 3-12). Acedido a 10 Maio 2010 em http://www.niee.ufrgs.br/eventos/ribie/2004/plenaria/plen3-12.pdf Palloff, R. & Pratt, K. (2005). Collaborating online: Learning together in community. San Francisco: Jossey-Bass. Acedido a 10 Maio 2010 em http://www.uwex.edu/disted/conference/resource_library/proceedings/04_1127.pdf Rosário, P. (2001). Diferenças processuais na aprendizagem: avaliação alternativa das estratégias de auto-regulação da aprendizagem. Psicologia, Educação e Cultura, V(1), 87-102. Acedido a 10 Maio de 2010 em http://guiapsiedu.com/publicacoes/documentos/2001_diferencas_processuais_aprendizagem.pdf Rosário, P. S., Trigo, J., & Guimarães, C. (2003). Estórias para estudar, histórias sobre o estudar:narrativas auto-regulatórias na sala de aula. Revista Portuguesa de Educação, 16(2), 117-133. Consultado a 10 Maio de 2101 em: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/374/37416206.pdf Schunk, D.H. Self-Efficacy and Academic Motivation. Educational Psychologist, v. 26, n. 3 & 4, p. 207-31, 1991. Acedido a 12 Maio 2010 em http://des.emory.edu/mfp/schunkpajares2001.pdf Zimmerman, B.J. Academic studying amd the development of personal skill: a self-regulatory perspective. Educational Psychologist, v. 33, n. 2/3, p. 73-86, 1998. Acedido a 09 Maio 2010 em http://www2.sunysuffolk.edu/benharm/ed%20psych/web%20articles/academic%20studying% 20a%20self%20regulatory%20perspective%20full%20article.pdf Página 15

Zimmerman, B.J. Self-efficacy: an essential motive to learn. Contemporary Educational Psychology, v. 25, n. 1, p. 82-91, 2000. Acedido a 09 Maio 2010 em http://www.unco.edu/cebs/psychology/kevinpugh/motivation_project/resources/zimmerman00.p df Zimmerman, B.J., Bandura, A., Martinez-Pons, M. Self-motivation for academic attainment: the role of self-efficacy beliefs and personal goal setting. American Educational Research Journal, v. 29, n. 3, p. 663-76, 1992. Acedido a 09 Maio 2010 em http://www.des.emory.edu/mfp/bandura1992aerj.pdf Zimmerman, B. J. & Martinez-Pons, M. (1986). Development of a structured interview for assessing student use of self learning strategies. American Educational Research Journal, 23, 614-628. Acedido a 11 Maio de 2010 em http://www.sfu.ca/~sbratt/srl/construct%20validation%20of%20a%20strategy%20model%20 of%20student%20self-regulated%20learning.pdf Página 16

6. ANEXOS a. Conceito e-portfólio b. Análise Aula Hebraico c. Ficha de Leitura I Abstract d. Ficha de Leitura I - EndNote e. Ficha de Leitura II Abstract f. Ficha de Leitura II EndNote g. Aula Experimental Página 17

Psicologia da aprendizagem on-line [Fernando Ferreira] [MESTRADO GESTÃO SISTEMAS E-LEARNING]

e-portfólio de Fernando Ferreira em http://prezi.com/wi0q74mupq0z/ [Em more colocar fullscreen e navegar com setas direita/esquerda] e-porfólio Definição 1: Usa tecnologias electrónicas como base, permitindo que estudantes e professores recolham e organizem materiais de diversos tipos de suporte (áudio, vídeo, gráfico e texto); usando hyperlinks para organizar o material, relacionando evidências para atingir resultados, objectivos ou critérios (Barrett, 2005, p.5) Definição 2: An electronic portfolio is a collection of authentic and diverse evidence, drawn from a larger archive representing what a person or organization has learned over time on which the person or organization has reflected, and designed for presentation to one or more audiences for a particular rhetorical purpose. National Learning Infrastructure Initiative (NLII, 2003) citado em : Barrett, H. and Wilkerson, J. (2004) Conflicting Paradigms in Electronic Portfolio Approaches [Retrieved January 21, 2005 from: http://electronicportfolios.org/systems/paradigms.html Definição 3: 2

A portfolio is a collection of work that a learner has collected, selected, organized, reflected upon, and presented to show understanding and growth over time. Additionally, a critical component of a portfolio is the combination of a learner's reflection on the individual pieces of work (often called artifacts), as well as an overall reflection on the story that the portfolio tells. http://electronicportfolios.com/portfolios/connectednewsletter-final.pdf (Using Electronic Portfolios for Classroom Assessment.) Definição 4: An eportfolio is a personal digital collection of information describing and illustrating a person's learning, career, experience and achievements. eportfolios are privately owned and the owner has complete control over who has access to what and when. eportfolios contents and services can be shared with others in order to support Prior Learning Accreditation and Recognition (PLAR), complete or replace exams, reflect on one's learning or career, support continuing professional development, plan learning or search a job. European Institute for E-Learning http://www.europortfolio.org/ 3