Impacto em empresas automotivas de grande porte do Sistema de Produção Formalizado (SPF)



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Transcrição:

Impacto em empresas automotivas de grande porte do Sistema de Produção Formalizado (SPF) Marcelo G. Cleto Universidade Federal do Paraná mgcleto@ufpr.br RESUMO Muitas empresas de grande porte têm nos últimos anos estabelecido um conjunto formal de princípios e ferramentas para um melhor gerenciamento das operações industriais em suas plantas, chamado aqui de Sistema de Produção Formalizado (SPF). Este trabalho faz uma análise com base na bibliografia existente sobre o tema e em uma pesquisa de campo em quatro empresas de grande porte do setor automotivo a respeito da importância e impacto desta construção no alcance de resultados efetivos (produtividade e qualidade) da planta considerada. Propõese também, ao seu final, um conjunto de etapas a serem seguidas para a implantação de um SPF em uma organização industrial de grande porte. Conclui-se que os SPF s representam uma poderosa alavanca para as empresas alcançarem suas metas, uma vez que possibilitam: a) maior estruturação, uniformização, entendimento e transparência das práticas e procedimentos adotados no dia a dia; b) maior facilidade e correção na comunicação; c) possibilidade de uma gestão adequada do conhecimento existente na organização e sua ampliação; d) ampla aprendizagem organizacional e aumento das competências, com impacto direto na performance empresarial. Sumário: 1. Introdução. 2. Exemplos, conceitos e características dos SPF s. 3. O SPF em grandes empresas quatro casos. 4. Etapas para implantação de um SPF. 5. Conclusões. 1. Introdução. Em face da intensa competição a que as empresas industriais estão sujeitas, estas têm buscado implantar conceitos e técnicas da Produção Enxuta ou de outras filosofias de produção, tais como Sistema Reflexivo de Produção, Gerenciamento pelas Restrições, Sistema Dell, etc., a fim de atingir uma performance superior. No entanto, a complexidade da implantação dos conceitos e a quantidade de técnicas existentes têm dificultado a efetiva incorporação de comportamentos que garantam as mudanças necessárias. Assim, percebe-se na literatura e na prática empresarial que algumas companhias buscam organizar e formalizar o seu Sistema de Produção, seja ele fortemente baseado na Produção Enxuta ou não, de modo a garantir a efetiva implementação dos seus princípios de gestão e operação, bem como possibilitar um crescimento permanente de suas competências e do capital de conhecimento presente na empresa. A este Sistema de Produção organizado, estruturado e formalizado chama-se neste trabalho de Sistema de Produção Formalizado (SPF). O termo formalizado é utilizado com o sentido de real, instituído, em uma forma inteligível e transferível. Dentre outros significados, formalizar tem o sentido de dar forma, executar conforme as regras e assumir aparência formal. Este trabalho constitui-se em uma pesquisa exploratória, uma vez que o tema em questão ainda é pouco estudado no Brasil. Será apresentada uma busca bibliográfica e uma pesquisa de campo em quatro empresas multinacionais de grande porte do setor automotivo instaladas no Brasil e que contam com um SPF implantado ou em implantação. Objetiva-se alcançar conclusões preliminares a respeito da importância, constituição e implementação dos SPF em empresas de grande porte do setor automotivo. 2. Exemplos, conceitos e características dos SPF s. 2.1. Exemplos de SPF s. Um dos primeiros SPF s apresentados na bibliografia é o da Ford Motor Company, chamado de Ford Production System. Liker (1997) apresenta com detalhes a constituição do Ford Production System, o qual foi estabelecido com o objetivo de se alcançar uma gestão

eficiente e uniforme das mais de 160 fábricas da empresa no mundo. Com base em um sistema de auditorias anuais, verifica-se em cada planta o nível de adoção de um conjunto de dez princípios, chamados internamente de elementos, considerados peças-chave para os ganhos de performance buscados. O Ford Production System é fortemente baseado no Sistema Toyota de Produção e representa um rompimento efetivo com as práticas tradicionais baseadas no Sistema de Produção em Massa, disseminado por Henry Ford a partir do início do século XX. No entanto, incorporou outros aspectos considerados relevantes, tais como preocupação ambiental e com as condições de trabalho. Em função disto é entendido internamente como um Sistema de Negócios e não apenas como um Sistema de Produção, segundo Campos (2001). Outros exemplos de SPF s implantados ou em implantação em companhias que atuam no Brasil são o Alcoa Business System (ABS), o Eaton Business System (EBS) e o Global Manufacturing System (GMS). O ABS é um sistema mundial de gestão de negócios da Alcoa Corporation. No Brasil a implantação iniciou-se em 1997 em uma planta piloto, expandindo-se posteriormente para as outras unidades da companhia no país. Expandiu-se também para as áreas comercial e administrativa e para determinados fornecedores e clientes, envolvendo o conjunto de atores da cadeia de valor em que participa conforme Bayma (2001). Os princípios básicos do ABS são: a) Fazer para uso (atender os requisitos do cliente no tempo e quantidade exatos); b) Eliminação de desperdícios; c) As pessoas é que fazem acontecer. As ferramentas utilizadas para implantação dos princípios são as típicas da filosofia enxuta (5 S, TPM, kanban, Diagrama A3, Trabalho Padronizado, etc.) e também as 4 Regras propostas por Bowen & Spear (1999), que serão descritas a frente no item 3.4. O EBS é um sistema mundial de gestão de negócios da Eaton Corporation. Este sistema tem possibilitado a companhia unir negócios e empregados a nível mundial através de um conjunto comum de princípios e indicadores. Como parte do EBS, existe o Eaton Production System, que combina a filosofia enxuta e a Metodologia Seis Sigma para a implantação dos projetos selecionados como mais importantes. Para mais informações consultar o site da empresa (Eaton, 2004). O GMS é o nome dado pela General Motors Corporation para o conjunto de seus métodos de manufatura lean. O método para a implantação do Sistema de Manufatura Global considera: a) o Sistema de Produção como um todo, não como uma soma de partes; b) uma sequência lógica de treinamento; c) treinamento progressivo, com aumento incremental da compreensão e sofisticação da abordagem sobre os problemas e oportunidades de melhorias; d) treinamento para todos. Os oito elementos do GMS na sequência proposta pela empresa, conforme Caraccciolo (2001), são: Segurança, Crescimento do Membro do Time, Trabalho em Equipe, Organização da Área de Trabalho, Eliminação de Desperdícios, Padronização, Resolução de Problemas e Melhorias Contínuas. Nos quatro exemplos citados acima percebe-se que os SPF s foram o caminho para se estruturar a implantação e posterior gestão eficiente das práticas enxutas na organização, tendo em todos os casos apresentado resultados favoráveis em termos da gestão do sistema produtivo. 2.2. Conceitos e características dos SPF s. O SPF é uma proposta de organização dos vários princípios e ferramentas constituintes do Sistema de Produção de uma empresa, muitas vezes utilizados de uma forma dispersa. Percebe-se que, estes princípios e ferramentas ao serem organizados e estruturados, possibilitam à empresa ganhos na utilização dos seus recursos. Outro motivo que tem estimulado a instituição dos SPF s é a percepção da necessidade cada vez maior de se gerenciar o conhecimento e a aprendizagem nas empresas a partir de uma visão estratégica, conforme coloca Oliveira Jr. (2001). Tal se dá pela percepção de que as empresas caracterizam-se cada vez mais pela venda das competências adquiridas para execução das atividades relevantes para o obtenção do produto, como por ex. produção, logística, etc., do que pela venda do produto em si mesmo. O SPF é basicamente um Sistema de Informações e Conhecimento presente na empresa. No entanto, validado e utilizado pelos usuários e fornecedores deste conhecimento. Desta forma, passa a ser algo vivo, dinamicamente incrementado e atualizado. A implantação do SPF é uma ótima oportunidade para se envolver e comprometer toda a empresa com melhores resultados. O que, a princípio, parece uma burocratização do Sistema de Produção, ao ser bem entendido, implantado e incorporado pelos colaboradores, passa a ser uma ferramenta poderosa para o alcance de resultados pela empresa. É importante notar que tais SPF s baseiam-se, em grande parte, no Sistema Toyota de Produção. O Sistema Toyota de Produção, por ter se tornado o paradigma dominante em termos de gestão industrial nos anos 70 e 80, em face dos resultados alcançados pela Toyota Motor Company e outras empresas japonesas no cenário mundial, está vastamente descrito na literatura. Fujimoto (1999) apresenta três fases evolutivas do Sistema Toyota de Produção na Toyota Motor Company, relacionando aprendizado e aumento das competências com ganhos de performance da empresa. Verifica-se que, no período citado, a aprendizagem na empresa foi intensa. No Brasil, principalmente a partir do início da década de 80, vários foram os trabalhos descrevendo os seus fundamentos e

conceitos. No entanto, ainda hoje muitas são as dificuldades para se adotar de forma sistemática a filosofia de produção enxuta. Uma vez que esta encerra uma série de mudanças culturais e comportamentais, em muitos casos, é abandonada ou implantada parcialmente, não trazendo os benefícios esperados inicialmente. A implantação de um SPF vem de encontro a esta necessidade, ou seja, com uma melhor estruturação dos princípios, ferramentas e ações, tem-se um melhor gerenciamento das operações industriais. Esta estruturação possibilita um melhor acesso ao conhecimento necessário para se realizar um trabalho, seja ele a execução de um plano de montagem ou a realização de um procedimento de inspeção de qualidade. Representa também um conjunto de informações claras e de fácil acesso, o que facilita a comunicação dentro da fábrica ou de uma rede de fábricas, eliminando dúvidas ou procedimentos dúbios. Na medida em que hoje um grande diferencial competitivo é a evolução dos produtos, processos, práticas, etc., o que requer um grande envolvimento do pessoal, a melhoria e o aprendizado contínuos passam a ser partes de uma mesma abordagem de evolução das operações na direção de reduções de custo e aumento da qualidade. Logo, um SPF que suporte e auxilie esta evolução tem um papel estratégico relevante. Embora a implantação de um SPF não esteja vinculada exclusivamente à implantação da filosofia de Produção Enxuta, as experiências das empresas estudadas parecem mostrar que a sua constituição vem a ser um agente facilitador importante para a implantação daquela. A implantação de um SPF possibilita também a redução do risco de se desenvolverem projetos de melhoria locais que apresentem nenhum impacto ou impacto negativo sobre a produtividade geral da planta, o que, segundo o estudo de Lapré (2002), pode ocorrer em 75 % dos casos. Objetiva-se, ao implantar-se um SPF alcançaremse patamares mais elevados em termos de: a) maior transparência e disponibilidade das informações; b) maior padronização local (e posteriormente, na rede de plantas da companhia) de planos, procedimentos, instruções, etc., utilizados na operação da planta; c) maior conscientização, autonomia, motivação e comprometimento do pessoal; d) melhores resultados em termos de: qualidade, flexibilidade, produtividade e pontualidade; e) acelerar e garantir os progressos do Sistema Industrial; f) estabelecer princípios comuns, trabalho em conjunto e busca dos mesmos objetivos; g) saber-se transferir métodos e ferramentas de trabalho. O SPF torna-se real a partir de duas situações: a) a colocação dos seus princípios e elementos em documentos, procedimentos, normas, etc. internos que podem estar sob a forma escrita, na intra-net da companhia ou em outra mídia de comunicação. Esta é a parte formal ou tangível do SPF; b) a incorporação e utilização dos princípios e elementos do SPF pelos colaboradores da empresa em suas decisões e ações no dia-a-dia da empresa. É a parte informal, intangível ou tácita do SPF. Para uma análise mais aprofundada dos tipos ou formas em que o conhecimento se apresenta e a dinâmica de sua evolução (Espiral do Conhecimento) ver o trabalho de Nonaka (1991). Uma vez estabelecido o SPF, este passa a ser um referencial para todas as áreas e pessoal da empresa na realização de suas atividades. Em função disto, para a operacionalização e incorporação efetiva de um SPF por uma empresa é importante constituí-lo com informações relevantes para o trabalho do dia-a-dia. Isto é, informações que realmente são necessárias e por isto utilizadas. A ancoragem do SPF em checklists, procedimentos, auditorias e inspeções já existentes na empresa torna mais efetiva a sua incorporação. No entanto, também é relevante a construção de um sistema de avaliação do nível de implantação das ferramentas que fazem parte do SPF, de modo que as correções de rumo sejam facilitadas. 3. O SPF em grandes empresas quatro casos. Serão apresentados aqui os resultados de uma investigação a respeito dos SPF implantados ou em implantação em quatro empresas de grande porte do setor automotivo dos Estados do Paraná e São Paulo realizada no mês de Junho de 2003. Estas empresas não são as mesmas apresentadas no item 2.1. Foram enviados questionários a profissionais envolvidos com a implantação dos SPF s nas empresas em estudo. Em alguns casos, foi o próprio responsável pela implantação do SPF o respondente dos questionários. Em um dos casos, o questionário foi complementado com entrevista. A Tabela 1 mostra alguns dados a respeito das empresas investigadas. Optou-se por apresentar os resultados da pesquisa de campo por assunto, ao invés de por empresa, por entender-se que, desta forma, alcança-se uma melhor análise comparativa entre os casos apresentados. Muitas informações preliminares a respeito dos SPF s das empresas pesquisadas foram obtidas a partir dos trabalhos desenvolvidos nos Ciclos de Seminários: Gestão da Produção na Indústria Automotiva, nos quais foram realizadas Visitas Técnicas a mais de 20 plantas de empresas automotivas no Brasil e cujo trabalho teve a coordenação do autor deste artigo, desde o ano de 1998. Para detalhes ver Cleto (1999, 2001 e 2003).

Empresa A B C D Total de Colabor. na 3600 1690 1500 750 Unidade (*) Início das Oper. da Unidade 1978 1966 1998 1999 Início da Implant. do SPF. Produto Situação do SPF (Jun/ 2003) Localiz. 2002 1997 2001 1999 Sist. autom. Em impl. Ctba/ Pr Sist. autom. Impl. Taubaté/ SP Autom. Em Impl. São J. Pinhais /P r Sist. autom. Impl. Campo Largo/Pr Tabela 1 Amostra de Empresas Estudadas. * Inclui func. mensalistas, horistas e de terceiros. 3.1. Definição do SPF. Em cada uma das quatro empresas apresentou-se uma definição diferente do que seria o SPF. Para a empresa A, o seu SPF é um sistema que objetiva a eliminação de desperdícios e a difusão do pensamento enxuto nos processos fabris e administrativos. Para a empresa B, o seu SPF é um sistema que objetiva a implantação de conceitos e metodologias da manufatura enxuta (lean manufacturing), afim de atingir-se objetivos de custo, qualidade ou velocidade de produção. Para a empresa C, o seu SPF é uma descrição dos objetivos a atingir, dos princípios a respeitar, das regras de ação e padrões a utilizar. Desta forma, implica na participação da totalidade dos atores do sistema industrial. Para a empresa D, o seu SPF é um conjunto de conceitos e ferramentas para se alcançar a redução de desperdícios. Pode-se verificar que todos os SPF s da amostra apresentaram definições convergentes em relação aos conceitos fundamentais da Filosofia de Produção Enxuta. 3.2. Origem e vantagens do SPF. Na empresa A o SPF é oriundo de uma determinada unidade (planta) do grupo a que a empresa pertence. Em função do sucesso desta planta, a matriz localizada na Europa, determinou a implantação em outras unidades da companhia, entre as quais a empresa A. As vantagens apresentadas foram: a) aumento da produtividade; b) liberação de área; c) flexibilidade para atendimento ao cliente (quantidade e variedades); d) redução da necessidade de capital de giro, fortalecendo o fluxo de caixa; e) redução do tempo de atravessamento (lead-time). Na empresa B, a origem do SPF foi a matriz, localizada nos EUA. Na unidade brasileira o SPF foi introduzido em 1997, porém, já existia menos formalizado e estruturado desde 1996. A vantagem identificada com a implantação do SPF foi a possibilidade de se incorporar a cultura do lean manufacturing, permitindo a todas as fábricas do grupo falarem a mesma língua. Na empresa C, a fusão das operações da empresa com uma companhia que detinha elevada competência em termos de gestão industrial, deu origem ao SPF atualmente adotado. As vantagens identificadas foram: a) assegurar em 100% a qualidade exigida pelos clientes internos e externos; b) reduzir o custo global; c) fabricar produtos conforme prazos e características dos pedidos; d) difundir valores de responsabilidade e respeito aos homens. Na empresa D, o SPF foi desenvolvido na própria planta, com base em alguns consultores e em conceitos e regras sobre a produção enxuta. As vantagens apresentadas com o SPF foram: a) redução dos custos de produção; b) aumento da qualidade do produto; c) melhoria da performance de entrega; d) melhoria organizacional interna, pela definição clara dos papéis. Percebe-se, portanto, que as origens dos SPF s podem ser bastante diversas. No entanto, seus objetivos e as vantagens para a sua adoção são bastante semelhantes. 3.3. Estabelecimento dos Princípios do SPF. Na empresa A, tanto os princípios quanto os elementos constituintes do SPF já existiam e eram praticados na organização há muitos anos. A implantação do SPF com uma estrutura top-down (de cima para baixo) os organizou, facilitando o seu entendimento e a sua adoção, tornando possível alcançar-se um objetivo maior. Na empresa B, os processos identificados como mais relevantes a serem incluídos no SPF foram definidos por um conjunto de profissionais lotados na matriz. Na planta pesquisada utilizavam-se princípios do paradigma fordista e da produção empurrada até o início das mudanças. Na empresa C, os princípios do SPF vieram, sem alterações significativas, da empresa a qual a empresa C se fundiu. O sistema anterior adotado na empresa era relativamente burocrático. Na empresa D, os princípios foram baseados no trabalho dos autores citados anteriormente, sendo que a planta foi projetada para ser benchmarking em lean production. 3.4. Estruturação do SPF. Na empresa A, o SPF está estruturado a partir de um

conjunto de princípios e elementos. Cada princípio possui vários elementos. Os princípios são filosofias, isto é, orientações amplas a serem seguidas, e os elementos são as ferramentas para se implantar os princípios. Os oito princípios são: a) Orientação ao processo; b) Evitar falhas; c) Princípio pull (puxar); d) Flexibilidade; e) Padronização; f) Transparência; g) Evitar desperdícios e melhoria contínua; h) Responsabilidade própria. Os elementos (ou ferramentas) são em número de 42. São exemplos de ferramentas: Kanban, TPM - Total Productive Maintenance, 5 S s, Set-up, Mapeamento do Fluxo de Valor, Workshops Kaizen, etc. Há uma tabela de integração entre princípios e elementos, que facilita e orienta a implantação do SPF. O SPF está estruturado através de um Coordenador Geral, sete coordenadores de departamentos (áreas de produção), oito coordenadores para áreas indiretas (suporte à produção) e 42 líderes de ferramentas, sendo um líder por ferramenta. Na empresa B, o SPF é composto por 10 elementos (ou processos), os quais são avaliados de 0 a 10 anualmente. Existe um champion (responsável) para cada elemento e um facilitador para cada sub-elemento. Não existem pessoas dedicadas exclusivamente à implantação do SPF. Cada champion ou facilitador dedica uma parte de seu tempo a esta atividade, conforme a Metodologia Seis Sigma. Inicialmente dois consultores externos, ex-funcionários da Toyota Motors Corporation, orientaram a empresa na implantação das ferramentas básicas. Os elementos são: a) Gerenciamento; b) Fluxo Sincronizado de Materiais; c) Materiais Industriais; d) Manutenção Produtiva; e) Engenharia de Manufatura; f) Grupos de Trabalho; g) Treinamento; h) Segurança; i) Meio Ambiente; j) Controle do Processo na Estação de Trabalho. Na empresa C, o SPF está estruturado a partir de dois eixos fundamentais: Qualidade e Produção Enxuta. Para suportar estes eixos, existem cinco pilares do sistema, que são: Organização, Gerenciamento, Destreza, Desdobramento de Objetivos e Gerenciamento Visual. Ainda são colocados como fundamentais também o Kaizen e o TPM Total Productive Maintenance. O foco do SPF é o Posto de Trabalho, local tratado como onde efetivamente se agrega o valor ao produto. O supervisor ou aqueles próximos aos operadores são os responsáveis pela construção do engajamento dos operadores. Há uma grande ênfase na padronização do posto de trabalho. O papel das funções suporte é auxiliar o operador a produzir bens com melhor ergonomia, qualidade e economia. A implantação inicial se fez através de um instrutor senior formado na matriz durante 10 semanas e 15 instrutores senior formados no Brasil com a missão de formar supervisores, operadores senior, suportes, etc. Na empresa D, o SPF é baseado na busca da eliminação dos sete desperdícios propostos por Shingo (1996), que são: a) Superprodução; b) Espera; c) Transporte; d) Processamento; e) Estoque; f) Desperdício nos movimentos; g) Desperdício na elaboração (fabricação) de produtos defeituosos. E também nas quatro regras propostas por Bowen & Spear (1999), as quais são: a) todo trabalho deve ser especificado em termos de conteúdo, sequência, tempo e resultados; b) cada conexão cliente-fornecedor deve ser direta e deve haver um caminho sem ambiguidades baseado no sim ou não para enviar solicitações e receber respostas; c) o caminho para cada produto ou serviço deve ser simples e direto; d) qualquer melhoria deve ser feita de acordo com o método científico, sob a orientação de um professor ou tutor e ao nível organizacional mais baixo possível na empresa. Sob orientação externa foi criado um departamento encarregado do SPF na empresa, composto de um gerente, um coordenador e dois técnicos para auxiliar na implementação das ferramentas e treinamento dos funcionários. Em todas as plantas da amostra percebe-se que a estruturação do SPF visa: uma melhor gestão das operações, a eliminação da perda de conhecimento técnico e gerencial e a consolidação dos avanços conquistados a partir das práticas enxutas. 3.5. Avaliação do SPF. O SPF na empresa A está em fase de implantação. Por isto, o seu Modelo de Maturidade, onde se observa o nível de adoção dos princípios, ainda não está em uso. Na empresa B a avaliação do SPF é realizada por um staff (conjunto de pessoas) internacional da companhia. Cada planta é avaliada anualmente em termos da efetiva implantação dos dez processos identificados anteriormente como relevantes, recebendo estes uma nota de 0 a 10. Cada planta é, então, classificada pela menor nota entre os processos avaliados. Desta forma, todos devem ser tratados com a mesma prioridade. Na empresa C as avaliações são realizadas por auditorias padronizadas praticadas por instrutores seniors da matriz e locais. Na empresa D a avaliação é feita diretamente pelas lideranças através de check-list diário e semanal. 3.6. Implantação do SPF. Na empresa A foram apresentadas as seguintes etapas para implantação do SPF: a) Definição da estrutura de implantação; b) Comprometimento e treinamento; c) Mapeamento do fluxo de valor e definição do estado futuro; d) Implementação das ferramentas do SPF de acordo com as necessidades indicadas no mapeamento. A duração das etapas de implantação foi de 06 a 12 meses após a definição do Mapa do Estado Futuro. Comentou-se que até agora nenhuma mudança organizacional foi necessária para a

implantação do SPF, mas acredita-se na necessidade de se desenvolver grupos semi-autônomos para a manutenção do SPF na empresa. Coloca-se que o SPF foi efetivamente incorporado e é utilizado pela empresa. As maiores dificuldades citadas para se implantar o SPF foram: a) mudança no jeito tradicional de se fazer as coisas; b) nivelamento das informações e conhecimentos; c) conciliar a implantação do SPF com outras prioridades (conflito de recursos). Na empresa B não existiram etapas formais, apenas os dez processos mencionados no ítem 3.4. No entanto, a implementação do SPF nesta empresa foi planejada para ser realizada em plantas piloto e em cinco fases distintas, em virtude da necessidade da sua compatibilização com o andamento das operações produtivas nas plantas. São elas: a) Estabilidade; b) Fluxo Contínuo; c) Produção Sincronizada; d) Sistema Pull (Puxar); e) Produção Nivelada. A empresa colocou que não existiram etapas formais de implantação do SPF. A estrutura atual com os 10 processos foi introduzida em 1999, mas o SPF existe desde 1997, embora não fosse tão estruturado e formalizado como é hoje. A empresa informou que nenhuma mudança organizacional foi necessária para a implantação do SPF. E que o SPF foi efetivamente incorporado e é utilizado pela empresa. As maiores dificuldades para se implantar o SPF citadas foi a resistência das pessoas em alterar a sua rotina de trabalho, principalmente em incorporar novas atividades. Na empresa C as etapas de implementação apresentadas foram: a) Estágio preliminar; b) Estágio de multiplicação; c) Estágio de aplicação das ferramentas; d) Estágio de difusão no posto de trabalho. A mudança organizacional foi realizada no sentido de se valorizar o operador e o posto de trabalho. Entende-se que o supervisor constrói o engajamento do operador pela proximidade com que passam a trabalhar. Coloca-se que o SPF foi efetivamente incorporado e é utilizado pela empresa. O cronograma previsto da implantação do SPF é, a partir do início em 2001, ter-se o seu término em 2005/2006. Na empresa D as etapas apresentadas foram: a) Infra-estrutura; b) Padronização; c) Estabilização; d) JIT. Em termos de mudança organizacional esta não existiu porque a empresa já foi desenhada para trabalhar com base nos princípios do SPF (greenfield). Coloca-se que o SPF foi efetivamente incorporado e é utilizado pela empresa. No entanto, menciona-se que ainda há diversos pontos de melhoria. A maior dificuldade citada para se implantar o SPF foi a mudança da cultura das pessoas provenientes de outras empresas com pontos-de-vista baseados na forma de gestão tradicional. Todas as empresas da amostra informaram que os resultados obtidos com a implantação do SPF são favoráveis, mesmo quando estas ainda sejam parciais. No entanto, enfatizaram a necessidade de uma liderança forte e comprometida com o projeto e um tempo para a sua maturação. 4. Etapas para a implantação de um SPF. A construção de um SPF em uma empresa de grande porte é composta por duas fases: Projeto e Implantação. Com base nas pesquisas bibliográfica e de campo realizadas sugerem-se as seguintes etapas para cada uma destas fases. Fase de Projeto: a) estabelecimento de um grupo de implantação do SPF, sob a liderança de um gerente, e de um grupo de validação dos trabalhos (composto pela diretoria e gerência); b) apresentação por um consultor externo ou interno à organização dos SPF s existentes (sua constituição, estrutura, etc.) aos participantes do grupo de implantação; realização pelo grupo de implantação de atividades de benchmarking; c) identificação das características do Sistema de Produção Atual da empresa através de uma pesquisa interna ampla das operações industriais; d) análise do material coletado interna e externamente e proposta do SPF: princípios, ferramentas, objetivos, forma de avaliação, orçamento, estrutura e inserção organizacional, evolução no tempo; e) validação pela diretoria do SPF proposto; f) indicação dos nomes do Coordenador do SPF e dos especialistas responsáveis pelas ferramentas da produção enxuta na empresa como um todo e nas áreas. Fase de Implantação; a) divulgação e esclarecimentos a respeito do SPF aos públicos diretamente afetados através dos canais de comunicação da empresa e de palestras; b) definição do plano de ação e avaliação preliminar das ferramentas do SPF; c) treinamento intensivo dos especialistas nas ferramentas enxutas (Kanban, Trabalho Padronizado, 5 S, Poka-yoke, Kaizen, etc) e em gestão de projetos, com base na Metodologia Seis Sigma, para solução de problemas e melhorias no chão de fábrica; d) desenvolvimento de um Sistema de Informações que irá suportar o SPF; e) implantação efetiva no chão de fábrica dos projetos identificados na fase de treinamento; f) acompanhamento e correções da implantação.

5. Conclusões. Com base no material exposto pode-se concluir que: a) os SPF s são importantes meios para se efetivar a gestão do conhecimento (criação, absorção, padronização, retenção, desenvolvimento e disseminação) na empresa e de se ampliar as competências dos seus colaboradores; b) há uma convergência dos SPF s citados em direção aos fundamentos do Sistema de Produção Enxuta. O que muda em cada empresa é a forma como tais fundamentos serão incorporados à cultura organizacional existente, ou seja, como será o conduzido o trabalho de negociação ou mediação para a mudança comportamental que se objetiva; c) há uma relação positiva entre a performance industrial alcançada pela empresa e o comportamento dos indicadores que medem o nível de implantação das ferramentas do SPF na fábrica, embora isto não tenha sido avaliado diretamente neste trabalho; d) os SPF s possibilitam melhores bases para a gestão das fábricas por possibilitarem a incorporação da padronização flexível, com base nos ciclos de melhoria; e) a redução da complexidade da gestão de empresas de grande porte será alcançada com uma abordagem que integre o aprendizado organizacional e a liderança na busca de resultados. Os SPF s parecem possibilitar as condições necessárias e suficientes para que tal seja realizado. em 29/03/04; FUJIMOTO, T. The evolution of a manufacturing system at Toyota. Oxford University Press, 1999. LAPRÉ, M. A.; WASSENHOVE, L. N. V. Learning Across Lines: The Secret to More Efficient Factories. Best Practice, Harvard Business Review, October, 2002. LIKER, J. K. Becoming lean: inside stories of U.S. manufacturers. Productivity Press, Portland OR, 1997; NONAKA, I. The Knowledge-Creating Company. Harvard Business Review, November-December, 1991. OLIVEIRA JR, M.M. Competências Essenciais e Conhecimento na Empresa. Em: FLEURY,M.T.L.; OLIVEIRA JR, M.M (organiz.).gestão Estratégica do Conhecimento; Integrando Aprendizagem, Conhecimento e Competências - São Paulo: Atlas, 2001. SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção do pontode-vista da Engenharia de Produção. - trad. Eduardo Schaan. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. C:\Artigo SAE 2004 SPF Versão Normal.doc REFERÊNCIAS: BAYMA, J. Alcoa Business System: Alcoa Latin America. Apresentação realizada no Lean Summit 2001, 16 a 18/Set, Curitiba, Pr. Para detalhes sobre o ABS ver www.alcoa.com.br; BOWEN, H. B. ; SPEAR, S. Decoding the DNA of the Toyota Production System. Harvard Business Review, September-October, 1999; CAMPOS, N.T.; FERNANDES, M.G.; ILLI, S.; DAFFRÉ, S. Implementação do Modelo de Gestão de Negócios na Ford Motor Company da América do Sul. SAE Technical Paper Series, X Congresso e Exposição Internacionais da Tecnologia da Mobilidade, São Paulo, Brasil, 19 a 22 de Nov de 2001; CARACCIOLO, S.; SCHRANDT, C. Em busca do Lean no Brownfield. Apresentação realizada no Lean Summit 2001, 16 a 18/Set, Curitiba, Pr; CLETO, M. G. Relatórios do I, II e III Ciclos de Seminários: Gestão da Produção na Indústria Automotiva. Universidade Federal do Paraná. Depto. de Eng. Mecânica. 1999, 2001 e 2003. EATON Extraído do site www.aerospace.eaton.com