PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL X DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
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- Brenda Veiga Castanho
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1 Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL X DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM O que o sistema processamento auditivo central se refere a uma série de operações auditivo realiza para interpretar vibrações sonoras por ele detectadas. Azevedo e Col. (1995),referem que a integridade anátomo fisiológica do sistema auditivo constitui um pré requisito para aquisição e desenvolvimento normal da linguagem. Avaliação do PAC Embora não se encontrem detalhes de como o sistema auditivo realiza o processamento auditivo, foram identificadas algumas etapas que devem ser avaliadas através de alguns testes. Atenção seletiva : é a capacidade de selecionar estímulos, é avaliado através de estímulos verbais de escrita dicótica. Detecção do som : é a capacidade de perceber, identificar a presença de um som, é avaliado através de audiometria, discriminação vocal, timpanometria e pesquisa de reflexo. Sensação sonora : é quando um estímulo é recebido pelo sentido da audição, é quando o indivíduo tem a sensação se o som é alto ou baixo, forte ou fraco,longo ou curto. Discriminação : é o processo de detectar diferenças entre os estímulos sonoros. Localização : é saber local da origem do som, é avaliado através da localização sonora em cinco direções. Reconhecimento : requer aprendizado, é avaliado através de logoaudiometria pediátrica, para o reconhecimento de frases na presença de mensagem. Compreensão : dar significado ao som escutado. 1
2 Memória : arquivar informações e recuperá-las quando houver necessidade, é avaliado através de memória seqüencial para sons verbais (pa,ta, ca) e não verbais (guizo, coco, sino, agogô) Para Pereira (1996), é fundamental realizar se o diagnóstico sobre as condições da audição de um indivíduo, principalmente para orientação do processo de reabilitação fonoaudiológica e / ou prevenção de distúrbio de comunicação. A avaliação do PAC deve ser posterior à avaliação audiológica. Fatores hereditários Etiologia do PAC Problemas no SNC massa cinzenta ( córtex ) = causa efeito direto da função auditiva; Substância branca ( tronco cerebral ) = causa interferência na transmissão sonora. Crises de OM na primeira infância Manifestações comportamentais Quanto a comunicação oral Manifestações das DPAC Problemas de produção de fala envolvendo os sons / r / e / l / principalmente; Problema de linguagem envolvendo estrutura gramatical Dificuldade em compreender em ambiente ruidoso Dificuldade de entender palavras com duplo sentido ( piada ) 2 Quanto a comunicação gráfica Inversões de letras e problemas na orientação direita e esquerda Diagrafias Dificuldade em compreender o que lê 3 Quanto ao comportamento social Distraídos 2
3 Agitados, hiperativos ou muito quietos Tendência ao isolamento 4 Quanto ao desempenho escolar Inferior em leitura,gramática, ortografia,matemática. 5 Quanto a audição Impressão de que as vezes ouve bem e as vezes não Atenção ao som prejudicada Dificuldade em ouvir em ambiente ruidoso Apresenta prejuízo de : Localização sonora Manifestações clinicas Memória auditiva para sons em seqüência Identificação de palavras decompostas acústicamente Identificação de sílabas palavras ou frases na presença de mensagem competitiva em tarefas monóticas ou dicóticas Limiares de audibilidade : Próximos ao limite superior da faixa de normalidade ( dbna ) Discreta perda auditiva de (25 30 dbna) em freqüências isoladas. PAC e Distúrbio do Aprendizado Crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem tem dificuldades em vários aspectos do processamento auditivo lingüístico e apresentam falhas cognitivas.é possível que comprometimentos lingüísticos ou cognitivos possam ser resultantes de problemas perceptuais. As crianças encaminhadas para avaliação do PAC apresentam dificuldades em 3 grandes áreas e podem ser divididas em 3 grupos: 3
4 Crianças com alteração de comportamento, de atenção e dificuldades auditivas não orgânicas. Crianças com suspeita de distúrbio de aprendizagem, cuja queixa é apresentada pelos pais ou professores. Crianças encaminhadas por apresentarem distúrbio de comportamento social. Causas dos distúrbios do aprendizado O aprendizado da leitura e da escrita está vinculado a um conjunto de fatores, sendo que os principais são: domínio da linguagem e a capacidade de simbolização. A análise das manifestações de um distúrbio deve-se as condições internas (integridade anátomo funcional) e externas (estímulos do meio) necessárias para o desenvolvimento deste aprendizado. Relacionando as condições externas e internas de aprendizagem, estas podem evidenciar desde uma simples alteração na qualidade do aprendizado da leitura e da escrita, ou regular desvios nos processos de aprendizagem, que revelariam um distúrbio no aprendizado da leitura e da escrita. Terapia fonoaudiológica Segundo Desgualdo (1996), a fonoterapia deverá realizar o treinamento auditivo verbal envolvendo as habilidades auditivas de atenção seletiva, localização, memória, fala e linguagem, desenvolvendo estratégias de seqüencialização sonora, figura-fundo auditivo, monitoração auditiva da produção de fala, amplificação do vocabulário, melhorar o conhecimento das regras da língua, discriminação auditiva, associação fonema-grafema. O objetivo de criar condições para que o indivíduo possa se reorganizar quanto aos aspectos envolvidos na comunicação no que se refere a utilização dos fonemas e regras da língua. Para Katz (1989), é importante propiciar um meio acústico que possa ser útil para o aprendizado através da terapia direta para melhorara as funções auditivas. Controle acústico e auxílio visual: Melhorar a acústica da sala de aula em nível de ruído aumentando a clareza da fala. A posição da criança em sala de aula: evitar sala com divisórias não acústicas (tipo eucatex); sentar a criança longe do corredor ; do ruído da rua; e não mais do que 3 metros do professor. 4
5 Local de estudos sem distrações auditivas e visuais. Estratégias para uma comunicação melhorada em sala de aula: Entrada visual simultânea a mensagem auditiva podem ajudar na memorização; Lista do vocabulário chave: escrever na lousa palavras-chave do novo material e as instruções (a criança com PAC necessita de anotações organizadas e lembretes); Vocabulário e mensagem controlados em termos de complexidade e extensão Monitorar a compreensão e o progresso da criança Avaliação da compreensão : perguntas relativas a matéria devem ser feitas periodicamente, avaliando sua compreensão. Preparação : preparar a criança anteriormente com novos conceitos e vocabulários que serão utilizados em sala de aula. Métodos para prender a atenção da criança. Antes de ensinar chamar a criança pelo nome ou por toques gentis Ajuda individual Fazer intervalos mais freqüentes Uso de instruções curtas Tampão monoaural com um auxílio de audição: considerando que a orelha pior não contribui para o proveito binaural e pode alterar o desempenho da orelha melhor, mantém se a orelha ruim ocluida nos momentos em que a criança necessita de maior concentração. Em terapia, estimula-se mais o lado ruim, até se chegar próximo a um equilíbrio Assistência quanto a memória, fala e linguagem valorizando as pistas de linguagem e os aspectos cognitivos Seqüencialização com sons verbais e não verbais Memória auditiva Discriminação auditiva e associação fonema grafema 5
6 Treinamento auditivo: dessensibilização da fala em presença de ruído e estimulação mono e binaural com e sem competição com ruído As DPAC quando detectadas precocemente, permite a adequada orientação aos pais e facilitam a conduta de professores no processo de aprendizado. Deste modo, reforça se a participação do fonoaudiólogo junto a equipe profissional que atua nas escolas. 6
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