APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: ESTUDO DOS FATORES DE ATRASO E DE ADIAMENTO DA ADAPTAÇÃO
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- Maria do Carmo Carreira da Cunha
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1 APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: ESTUDO DOS FATORES DE ATRASO E DE ADIAMENTO DA ADAPTAÇÃO
2 APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL: ESTUDO DOS FATORES DE ATRASO E DE ADIAMENTO DA ADAPTAÇÃO. Adele Cristina Citolino Segalav 1 Maria Cristina Alves Corazza 2 1. Aluna do Curso de Graduação de Fonoaudiologia - UNOESTE 2.Docente - UNOESTE INTRODUÇÃO O homem é um ser social, necessitando essencialmente da comunicação para que possa conseguir manter um bom relacionamento e para que haja uma comunicação efetiva necessitamos dos cinco sentidos, porém dentre estes a audição provavelmente é o mais importante para a sensibilidade do ser humano de conexão com o mundo, onde os sons fornecem a riqueza de nossas vidas. Boéchat, Russo e Almeida (2003) relataram que "a deficiência auditiva seria uma das condições mais incapacitantes" vivenciadas pelo ser humano, capaz de limitar e até mesmo de impedir que o indivíduo desempenhasse seu papel na sociedade, em virtude da importância da audição na aquisição da linguagem e na comunicação. Eles também relataram que para amenizar esses problemas seria de extrema importância que se iniciasse um processo de reabilitação auditiva ou habilitação auditiva o quanto antes, e o elemento central desse programa seria a adaptação da prótese auditiva (AASI), que ajudaria a compensar o déficit auditivo fazendo um aproveitamento da audição residual. No site foi relatado que a maioria das perdas auditivas (90%) pode ser auxiliada por AASI, contudo menos de 10% destes que poderiam ser ajudados usam AASI atualmente. JUSTIFICATIVAS: A perda auditiva é uma deficiência que acarreta diversas conseqüências à vida do indivíduo se não for devidamente diagnosticada e tratada. Dessa forma, o presente estudo propôs-se a realizar um levantamento dos principais fatores que atrapalham o processo 272
3 terapêutico nos casos de perdas auditivas, levando o indivíduo a demorar ou até mesmo a adiar a adaptação de próteses auditivas. Davis (2008) refere que em média, os deficientes auditivos que adquiriram a perda auditiva em idade adulta, esperam entre 10 e 15 anos para marcar a primeira consulta com um médico. Esse fato alerta-nos sobre a necessidade de se analisar quais são os fatores pertinentes à demora, para posteriormente sugerirmos programas de orientações que atinjam diretamente a população de deficientes auditivos, a fim de facilitar o acesso à aquisição de próteses auditivas ou aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). OBJETIVOS: Verificar quais os fatores seriam responsáveis pelo atraso ou pelo adiamento da adaptação de próteses auditivas, atrapalhando o processo terapêutico dos deficientes auditivos, MATERIAL E MÉTODO: Após aprovação dos Comitês de Ética e de Pesquisa da UNOESTE, foram avaliados 50 indivíduos, sendo 29 do sexo feminino e 21 do sexo masculino, na faixa etária entre 10 e 81 anos. A condição primordial para a participação da pesquisa era a presença de deficiência auditiva e indicação para adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual. Não foi considerada a etiologia da deficiência auditiva, configuração audiométrica e a tecnologia das próteses (analógica, digital ou híbrida). Para o presente estudo foi utilizado um questionário de auto-avaliação, aplicado a sujeitos portadores de deficiência auditiva, sempre após a assinatura ou impressão digital do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Composto por 17 perguntas, explorando a identificação da perda auditiva, indicação do AASI, tempo que demorou a adquirir o AASI, modo de aquisição do AASI, percepção do AASI, aceitação social e adaptação unilateral ou bilateral. Os indivíduos convidados a participar e que aceitaram, receberam o questionário e as instruções foram ministradas oralmente, sendo fornecido esclarecimento quando necessário. 273
4 As respostas às perguntas fechadas deveriam ser assinaladas com um x e as perguntas abertas deveriam ser dissertadas por escrito ou se necessário a avaliadora escreveria o que lhe estava sendo falado (não alfabetização). As respostas foram analisadas mediante estatística simples de porcentagem. RESULTADOS: Os resultados foram dispostos em gráficos e tabelas. Pode ser observado que 98% dos indivíduos apresentaram como principal queixa o custo alto para a aquisição do AASI, notou-se também que 40% dos indivíduos relataram ser muito caro para manter o AASI em funcionamento e apenas 2% dos indivíduos apresentaram queixas quanto à minimização da necessidade e a falta de confiança no profissional. Em relação a percepção dos usuários de AASI como causa de atraso ou adiamento da adaptação, foi observado que 72% dos indivíduos apresentaram como principal queixa a falta de compreensão quando estão entre muitas pessoas, notou-se também que 52% dos indivíduos relataram não poder usar em locais úmido e apenas 2% dos indivíduos relataram não conseguir manusear o AASI. DISCUSSÃO: Estes resultados concordam com os achados do estudo de Kochkin (2007), que trazem como principal fator do atraso e do adiamento da adaptação de aparelhos auditivos o alto custo, onde dois terços (64%) dos adultos com perdas auditivas mais importantes acham o custo dos aparelhos auditivos o maior motivo para não tratar sua deficiência. Em Presidente Prudente onde a média da renda salarial é de R$500,00 (quinhentos reais) de acordo com o estudo de Melazzo, Ferreira e Miyazaki (2003), a compra de um aparelho auditivo tornar-se-ia inviável, pois a reportagem de Davoine (2008) nos trás que o valor unitário do aparelho auditivo em empresas particulares, estaria entre dois e sete mil reais. Os resultados encontrados quanto à dificuldade de compreensão de fala em ambientes com ruído competitivo, concordam com os dados relatados no site e com os estudos de Bess e Humes (1998) que relataram que a perda 274
5 auditiva começaria, geralmente, por volta dos 50 anos, levando a uma diminuição da sensibilidade auditiva e a problemas associados à compreensão da fala, pois neste estudo 68% dos indivíduos eram adultos com mais de 50 anos apresentando perda auditiva bilateral, porém o tipo de perda auditiva não foi considerado. Os pacientes usuários de aparelho auditivo deste estudo demonstraram ter uma imagem ruim sobre o desempenho do aparelho auditivo, eles avaliaram que não há grande melhora da compreensão de fala com ruídos competitivos (72%), não podem usar o aparelho em locais úmidos (52%), não funciona em locais ruidosos (40%), não compreende ao telefone (34%), etc, assim como os achados do estudo de Kochkin (2007), onde os usuários de aparelhos auditivos demonstraram as mesmas reclamações. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados encontrados nesse trabalho podemos concluir que os principais motivo para o atraso ou adiamento da adaptação de aparelho de amplificação sonora individual são: 1. O fator financeiro, onde o custo para a aquisição do aparelho auditivo é citado por 98% dos indivíduos e o custo para a manutenção do aparelho auditivo por 40% dos indivíduos. 2. A imagem ruim que os indivíduos possuem sobre o uso de aparelho auditivo, onde 72% dos indivíduos apresentaram como principal queixa a falta de compreensão quando estão entre muitas pessoas, 52% dos indivíduos relataram não poder usar em locais úmido, 34% relataram não compreender ao telefone, 28% relataram que a audição não fica normal, etc. Essa impressão ruim que os usuários de aparelho auditivo passam de boca em boca amedrontam e fazem com que os indivíduos que ainda não adaptaram um aparelho auditivo desistam de procurar uma solução para sua perda auditiva, já que essa possível solução lhes trarão muitos incômodos. 275
OBJETIVO. Palavras-chave: Saúde pública, perda auditiva e linguagem
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