FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

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1 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL TRAJETÓRIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA INDÚSTRIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: a experiência das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - ELETRONORTE. DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE ANNA CAROLINA LEMOS ROSAL Rio de Janeiro 2004

2 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO TÍTULO TRAJETÓRIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA INDÚSTRIA DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: a experiência das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - ELETRONORTE. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR: ANNA CAROLINA LEMOS ROSAL E APROVADO EM ;24 / -10 /0200Lj. PELA COMISSÃO EXAMINADORA ~~ l ~ ~.~ PAULO CÉSAR NEGREIROS DE FIGUEIREDO PH.D EM GESTÃO DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO EDUARDO MARQUES DOUTOR EM ECONOMIA INDUSTRIAL E DA TECNOLOGIA ~cl~ CLÁUDIA INÊS CHAMAS D OUTORA EM ENGENHARIA

3 AGRADECIMENTOS Esta dissertação é dedicada, primeiramente, a Deus, que sempre se manifestou presente em minha vida e me deu força e alegria para superar os obstáculos que se impuseram. De forma especial, dedico e agradeço: Aos meus pais, pelo exemplo de vida, de amor e dedicação aos seus filhos. Aos meus irmãos, Eunice e João Maurício, e à minha amiga-irmã Maria Cristina, pelo apoio incondicional. Aos meus sobrinhos, em especial ao meu afilhado João Marco, que me nutrem de alegria. Que este trabalho sirva para eles como exemplo no sentido de que façam a escolha de estudar sempre, para que possam entender melhor o mundo, as coisas e a eles próprios. Ao professor Paulo Negreiros Figueiredo, pelo apoio e dedicação contínuos na condição de orientador desta dissertação. A todos os funcionários e ex-funcionários da Eletronorte, que, direta ou indiretamente, contribuíram para o alcance do objetivo da minha pesquisa.

4 RESUMO Esta dissertação estuda as implicações dos processos de aprendizagem para acumulação de competências tecnológicas no nível de firmas. Este relacionamento foi examinado nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte, ao longo dos anos de 1990 a A empresa tem sua sede administrativa em Brasília e a sua área de atuação é caracterizada pela Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). A Eletronorte é uma empresa concessionária de geração e transmissão de energia elétrica, contudo, o presente trabalho enfocou apenas as atividades de transmissão, quer dizer, a geração está fora do escopo do estudo. A acumulação de competências tecnológicas para adaptar, modificar ou criar novas tecnologias é essencial para a sobrevivência e o desempenho competitivo das empresas. Para descrever o modo e a velocidade de acumulação de competências tecnológicas na Eletronorte, foram utilizadas estruturas analíticas existentes na literatura. Entretanto, tais estruturas foram adaptadas especificamente para a indústria de transmissão de energia elétrica. A acumulação de competências foi estudada para três funções tecnológicas: "engenharia, projetos e equipamento"; "operação e manutenção"; "processos operacionais". Os processos de aprendizagem foram examinados à luz de quatro características-chave: variedade, intensidade, funcionamento e interação. Durante o período de 1990 e 2003, a empresa construiu e acumulou diferentes níveis de competências tecnológicas nas funções estudadas. Com base nas evidências empíricas, verificou-se que a partir de 1995, quando a empresa passou a coordenar sistematicamente esforços para adquirir e converter conhecimentos do nível individual para o nível organizacional, a construção de capacitação tecnológica foi acelerada. Contudo, a partir do ano de 2000, em que foram diminuídos investimentos no setor elétrico brasileiro, o processo de capacitação tecnológica permaneceu estagnado. Assim, aliando-se a estudos anteriores realizados para outros tipos de indústria, a conclusão deste estudo sugere que o modo e a velocidade com que a firma acumulou capacitação tecnológica podem ser explicados pelos processos de aprendizagem (aquisição interna e externa, socialização e codificação do conhecimento) e pelas características-chave de como esses foram utilizados ao longo do tempo (variedade, intensidade, funcionamento e interação). Palavras-chave: Inovação; Competências Tecnológicas; Processos de Aprendizagem.

5 ABSTRACT This dissertation is concerned with the implications of the learning processes for the technological capability accumulation at the firm levei. This relationship was examined in a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte. The office of this firm is located in Brasilía -DF, but its actuation an area is the region called Amazônica Legal. This firm works with generation and transitions of electric energy, but the generation is out of the scoop of this work. The accumulation of technological capabilities is crucial for the survival and the competitive performance of the firmo An analytical frame work in the literature was used to describe the path (way and speed) of technological capability accumulation in the Eletronorte. However, the framework was adapted specifically for the transitions of energy industry. The path of technological capability accumulation in the firm is analyzed for three different technological functions: "engineering, projects and equipments"; "operation and maintenance" and "operate processes". The mechanisms were examined in the light of four key features: variety, intensity, functioning and interaction. During the years between, 1990 and 2003, the firm accumulated different leveis of technological capability in the different technological functions studied. Based in the empirical evidences was verify that, only in 1995, when the firm started to coordinate systematically the efforts to acquire and convert the knowledge from the individual to the organizational levei, that the accumulation of technological capability was accelerated. However, from the year of 2000, when degreased the investments in the energy electric the process of technologic capability stayed stili. Similarly to previous studies that investigated other types of firms, the conc1usion of this study suggests that the way and rate by which the firm accumulates technological capability can be explained by the learning process (Knowledge acquisition internai and externai, socialization and codification) and its key features over the time (variation, intensity, function and interaction). Key-word: lnovation; Technological Capability, Learning Processo

6 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 Competências tecnológicas em empresa transmissora de energia elétrica Tabela 3.2 Processos de aprendizagem em empresas em industrialização: 26 modelo ilustrativo Tabela 5.1 Fonte de dados para coleta de evidências na empresa 38 Tabela 5.2 Relação dos participantes das entrevistas 39 Tabela 5.3 Empreendimentos e projetos incluídos no estudo de caso da 40 Eletronorte Tabela 5.4 Tabela Tabela 5.6 Tabela 7.1 Tabela 7.2 Tabela 7.3 Tabela 7.4 Tabela 8.1 Tabela 8.2 Tabela 8.3 Tabela 8.4 Tabela 8.5 Tabela 8.6 Critério para avaliação da variedade de processos de aprendizagem Critérios para avaliação da intensidade dos processos de aprendizagem Critérios para avaliação da interação dos processos de aprendizagem Processo de aquisição externa de conhecimento ( ) Processo de aquisição interna de conhecimento ( ) Processo de codificação de conhecimento ( ) Processo de socialização de conhecimento ( ) Velocidade de acumulação de competências tecnológicas nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A - Eletronorte ( ) Principais processos de aprendizagem utilizados pela empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A - Eletronorte ( ) Características-chave dos processos de aprendizagem - variedade Características-chave dos processos de aprendizagem - intensidade Características-chave dos processos de aprendizagem funcionamento Características-chave dos processos de aprendizagem - interação

7 LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 Figura 4.1 Figura 6.1 Figura 6.2 Figura 6.3 Figura 7.1 Figura 8.1 Figura 8.2 Figura 8.3 Figura 8.4 Estrutura analítica da dissertação 27 Mapa das concessionárias de distribuição de energia (região Norte) 33 Organograma da Superintendência da Expansão da Transmissão, a partir 46 de 1993 Organograma da Superintendência da Expansão da Transmissão, até Mapa dos Sistemas de Transmissão da Eletronorte 57 Estrutura organizacional da Universidade Corporativa da Eletronorte 108 Acumulação de competências tecnológicas em "engenharia,projetos e 125 equipamentos" Acumulação de competências tecnológicas em "operação e manutenção" 127 Acumulação de competências tecnológicas em "processos operacionais" 128 Trajetórias de acumulação de competências tecnológicas (1990 a 2003) 130

8 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS 6 LIST A DE FIGURAS 7 INTRODUÇÃO 10 l.1 Questões 12 l.2 Método 13 l.3 Estrutura 13 2 ANTECEDENTES, RELEVÂNCIA E LOCALIZAÇÃO DO TEMA NA 15 LITERATURA 2.1 Estudos empíricos sobre Acumulação de Competências Tecnológicas e 15 Processos de Aprendizagem 3 ESTRUTURAS CONCEITUAIS E ANALÍTICAS Competências Tecnológicas Aprendizagem Tecnológica Modelo Analítico 26 4 CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S.A. E A INDÚSTRIA DE 28 ENERGIA ELÉTRICA - MERCADO DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA 4.1 O Setor Elétrico Brasileiro: breve histórico até As Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte A Atuação da Eletronorte na Região Amazônica 34 5 DESENHO E MÉTODOS DA DISSERTAÇÃO Elementos do Desenho da Dissertação Estrutura Descritiva para Competências Tecnológicas Tipos e Fontes de Dados Procedimentos de Análise das Evidências Empíricas 41 6 TRAJETÓRIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAS 44 CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S.A. 6.1 Acumulação de Competências Tecnológicas em Engenharia, Projetos e 44 Equipamentos: 1990 a Acumulação de Competências Tecnológicas em Operação e 60 Manutenção: 1990 a Acumulação de Competências Tecnológicas em Processos Operacionais: a Sumário sobre a Acumulação de Competências Tecnológicas nas 72 Centrais Elétricas do Brasil S.A a OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NAS CENTRAIS ELÉTRICAS DO 76 NORTE DO BRASIL S.A. 7.1 Processo de Aquisição de Conhecimento Processo de Conversão do Conhecimento Sumário dos Processos de Aprendizagem Utilizados nas Centrais 120 Elétricas do Norte do Brasil S.A. 8 ANÁLISE E DISCUSSÕES Trajetória de Acumulação de Competências Tecnológicas Processos de Aprendizagem nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil 133 S.A Características-Chave dos Processos de Aprendizagem Implicações dos Processos de Aprendizagem na Acumulação de

9 Competências Tecnológicas 9 CONCLUSÕES Questões da Dissertação Trajetória de Acumulação de Competências Tecnológicas Implicação dos Processos Subjacentes de Aprendizagem para a 153 Construção da Capacitação Tecnológica na Eletronorte 9.4 Outros Fatores que Contribuíram para a Acumulação de Competências 156 Tecnológicas 9.5 Contribuições e Implicações para a Gestão de Empresas de Transmissão 157 de Energia 9.6 Sugestões para Estudos Futuros 159 REFERÊNCIAS 160 APÊNDICE A 164 Tabela l-a - Principais empreendimentos realizados pela Eletronorte 164 9

10 10 1 INTRODUÇÃO o foco desta dissertação é o estudo da trajetória de acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. na prestação de serviços da transmissão de energia elétrica ao longo do período de 1990 a Esta pesquisa verifica a existência do relacionamento entre acumulação de competências e os processos subjacentes de aprendizagem. A Eletronorte é participante da indústria de energia elétrica do Brasil, e a sua escolha para o presente estudo se deu devido a sua importância para o desenvolvimento de uma nação, tanto no campo social quanto no campo industrial, visto que evitar a existência de oferta de energia escassa, cara ou inadequada ou de um consumo perdulário é fundamental para o desenvolvimento social. A opção do período abordado fundamenta-se na reestruturação que vem ocorrendo no setor de energia elétrica a partir de Desde do início dos anos de 1990, essa indústria passou por algumas medidas de desregulamentação, como também foi dado início ao processo de privatização, implicando maior competitividade entre as empresas participantes. No ano de 2001, e em parte de 2002, a sociedade brasileira foi submetida a uma crise de falta de energia. Dentro desse contexto, e levando em conta que o ritmo da acumulação de competência tecnológica e as características básicas dos processos de aprendizagem são decisivos para acelerar ou retardar a performance operacional (Figueiredo, 2003), o tema abordado é extremamente relevante. No entanto, não existem pesquisas anteriores que examinem o setor elétrico brasileiro dentro dessa perspectiva. No contexto de empresas em industrialização, a partir da década de 1990 foram desenvolvidos estudos, como os de Kim (1995, 1997), Ariffin e Bell (1999), Dutrénit (2000), Figueiredo (2001), Tacla (2002) e Ariffin e Figueiredo (2003), que enfocaram de forma ampla os processos de aprendizagem e suas influências sobre as trajetórias de acumulação de competências tecnológicas no nível das firmas. Contudo, esses estudos foram realizados em outras indústrias, que não a de energia elétrica. Na indústria de energia elétrica são encontradas pesquisas como a de Coimbra (2002) e Carmo (2003), que analisaram a adoção e o desenvolvimento do planejamento estratégico

11 11 nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Entretanto, os autores não abordaram os temas capacitação tecnológica e aprendizagem organizacional. Kim (1995, 1997) desenvolveu estudos de caso retratando experiências na indústria automobilística e eletrônica da Coréia do Sul, Ariffin e Bell (1999) analisaram o papel do relacionamento e dos vínculos entre empresas transnacionais e suas subsidiárias estabelecidas na indústria eletrônica da Malásia, para a construção e acumulação de tecnologias inovadoras das subsidiárias. Dutrénit (2000) reconstruiu a trajetória de acumulação de competências tecnológicas em uma indústria de vidro do México; Figueiredo (2001) realizou estudo de caso comparativo em duas empresas de aço do Brasil; Tacla (2002) efetuou sua pesquisa a partir de uma empresa fornecedora de equipamentos e sistemas (bens de capital) para a produção de celulose; Ariffin e Figueiredo (2003) abordaram a questão da internacionalização de competências tecnológicas na indústria eletrônica brasileira. No presente estudo, o tema será examinado a partir de estudo de caso envolvendo as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Será verificada à influência dos processos de aprendizagem intra-organizacionais sobre a formação e acumulação de competências tecnológicas da empresa, observando-se, secundariamente e de forma mais superficial, a importância dos vínculos mantidos entre a Eletronorte e seus principais fornecedores de equipamentos. Para decomposição das informações quanto aos processos de aprendizagem e competências tecnológicas serão util izadas estruturas analíticas existentes na literatura. A trajetória de acumulação de competência tecnológica da empresa será examinada à luz da estrutura proposta por Figueiredo (2001), adaptada de Lall (1992) e Bell e Pavitt (1995). Os processos intra-organizacionais de aprendizagem utilizados pela Eletronorte serão examinados conforme a estrutura analítica desenvolvida em Figueiredo (2001). Essa estrutura discrimina os processos de aprendizagem em processos de aquisição e de conversão de conhecimento. O modelo permite avaliar os processos de aprendizagem a partir das suas características-chave - variedade, intensidade, funcionamento, interação - e suas implicações para a acumulação de competências tecnológicas. A acumulação de competências tecnológicas e os processos subjacentes de aprendizagem têm sido abordados em duas tradições de pesquisa (Dutrénit, 2000; Figueireido, 2001; Tacla 2002). A primeira refere-se à literatura de empresas de tecnologia de fronteira, a qual aborda organizações que atuam em economias desenvolvidas, em que as competências inovadoras já existem, necessitando, apenas, ser mantidas ou renovadas. De forma diversa, as

12 12 empresas "em industrialização" entram em novos negócios baseados em tecnologias adquiridas de outros países, necessitando construir sua própria base tecnológica (Dutrénit, 2000; Figueiredo, 2001; Tacla, 2002). Empresas de países em industrialização precisam adquirir conhecimento e convertê-lo rapidamente para a organização, a fim de se aproximarem da fronteira tecnológica de empresas dos países industrializados. O modo e a velocidade com que acumulam competências podem tomar as empresas competitivas por meio da adaptação ou do desenvolvimento de atividades de processos e organização da produção e de produtos. Para enfrentar o crescente nível de competitividade entre empresas, essas devem desenvolver esforços sistemáticos em aprendizagem organizacional, pois só assim poderão adquirir competências inovadoras em produtos, serviços e processos. (Dutrénit, 2000; Figueiredo, 200 I). Na literatura de empresas em industrialização (LE!), alguns trabalhos explicaram a trajetória de acumulação de competências tecnológicas a partir dos investimentos nos processos de aprendizagem (Kim, 1995, 1997; Ariffin; Bell, 1999; Dutrénit, 2000; Fegueiredo, 2001; Tacla, 2002; Ariffin; Figueiredo, 2003). Porém, este estudo abordará o assunto em uma indústria, na qual a relação entre os processos de aprendizagem e capacitação tecnológica ainda não foi pesquisada. Desse modo, ao examinar o relacionamento entre as competências tecnológicas e os processos de aprendizagem intra-empresa em uma indústria pouco explorada pela literatura, esta dissertação pretende explicar a trajetória de acumulação de competências no nível da firma, e ainda acumular evidências que venham a contribuir como instrumento gerencial para acelerar a velocidade de acumulação de competências na indústria de transmissão de energia. 1.1 Questões o tema da dissertação foi investigado a partir das seguintes questões: I. Como se desenvolveu a trajetória de acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., ao longo do período de 1990 a 2003? 11. Qual foi o papel dos processos subjacentes de aprendizagem intra-organizacional para explicar a trajetória de construção e acumulação de competências tecnológicas da Eletronorte?

13 Método Para melhor responder às perguntas da dissertação, o método utilizado foi estudo de caso. Cada tipo de metodologia apresenta vantagens e desvantagens próprias. Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida, oportunidade em que se colocam questões do tipo "como" e "por que" (YIN, 1994). A unidade de análise foi a trajetória de acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. A empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - subsidiária da Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás - é uma concessionária de serviços públicos de energia elétrica, com área de atuação caracterizada pela Amazônia Legal, compreendendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Essa empresa foi criada em 14 de novembro de 1972 e seu funcionamento foi autorizado a partir de 30 de julho de Estrutura A dissertação será estruturada em oito capítulos, sendo a Introdução o primeiro. O Capítulo 2 - Antecedentes na Literatura - apresenta os méritos e limitações de outros estudos relacionados ao tema da dissertação. Diferenças e/ou similaridades da dissertação em relação a estudos anteriores. O Capítulo 3 - Estruturas Conceituais e Analíticas - trata dos conceitos básicos da dissertação, esclarecendo porque esses conceitos são usados. Apresentação e discussão da estrutura analítica utilizada para os estudos de caso. No Capítulo 4 - As Centrais Elétricas do Norte do Brasil e a Indústria de Energia Elétrica - Mercado de Transmissão - é apresentado breve histórico da Eletronorte e o desenvolvimento da indústria de energia elétrica no Brasil. O Capítulo 5 - Desenho e Métodos da Dissertação - é apresentada a metodologia utilizada para a realização do presente estudo. Explica-se a lógica que liga as informações coletadas (e os procedimentos de análise dessas informações) às questões iniciais do estudo. O Capítulo 6 - Trajetória de Criação e Acumulação de Competências Tecnológicas nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - descrição da trajetória de acumulação de competências tecnológicas nas Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte. As

14 14 evidências são organizadas sistematicamente à luz da estrutura para descrição das competências tecnológicas. No Capítulo 7 - Processos de Aprendizagem nas Centrais Elétricas do Brasil S.A. - Descrição dos Processos de Aprendizagem na Eletronrote - são examinados os processos de aprendizagem utilizados na empresa, subjacentes à trajetória de acumulação de competências tecnológicas. O Capítulo 8 - Analise e Discussões - apresenta os dados e verificação da possível implicação dos processos de aprendizagem na trajetória e na taxa de acumulação de competências tecnológicas das empresas. No Capítulo 9 - Conclusões - são apresentados os resultados finais e contribuições desta pesquisa. São ainda discutidas as implicações do estudo para a gestão de empresas concessionárias de transmissão de energia elétrica.

15 15 2 ANTECEDENTES, RELEVÂNCIA E LOCALIZAÇÃO DO TEMA NA LITERATURA 2.1 Estudos Empíricos sobre Acumulação de Competências Tecnológicas e Processos de Aprendizagem Este capítulo apresenta alguns estudos referentes à acumulação de competências tecnológicas e os processos subjacentes de aprendizagem, realizados em empresas de países em industrialização. Pesquisas desenvolvidas a partir da década de 1990, como a de Kim (1995, 1997), Ariffin e Bell (1999), Dutrénit (2000), Figueiredo (2001), Tacla (2002) e Ariffin e Figueiredo (2003), buscaram abordar o assunto de forma ampla enfocando dimensões gerenciais e organizacionais. Particularmente no Brasil, a maioria das pesquisas sobre o assunto procurou explicar a trajetória de acumulação de competência a partir dos processos de aprendizagem intraorganizacionais (Rocha, 2001; Marin, 2001; Ferigotti, 2001; Figueiredo, 2001; Costa, 2001, Tacla, 2002), com exceção de Ariffin e Figueiredo, que também abordaram a importância dos processos interorganizacionais para a construção e acumulação de capacidades em empresas pertencentes à indústria eletrônica do Brasil. Dutrénit (2000) e Figueiredo (2001) apontam que dois grandes projetos formaram a base para a evolução dos estudos na literatura das empresas em industrialização. O primeiro foi o programa de pesquisa em ciência e tecnologia do IDBIECLNUNDP, que incluiu estudos em seis países da América Latina. O segundo foi o programa de pesquisa em "Aquisição de Capacitação Tecnológica" - financiado pelo Banco Mundial e dirigido por Dahlman e Westphal -, incluiu uma série de estudos realizados em empresas da Índia, Coréia do Sul, Brasil e México. Em conseqüência da gradual desregulamentação do mercado, com início na década de 1980 e do fim da política de substituição de importações, as empresas da América Latina passaram a ter de conviver com a concorrência de firmas internacionais. Diante dessa nova realidade, surgiram estudos focados na organização da produção. Todavia, esses trabalhos exploram apenas um ponto no tempo. (Figueiredo, 2001; Tacla, 2002). Foi a partir de meados da década de 1990 que surgiram novos estudos abordando os processos de aprendizagem e sua influência para a formação e acumulação de competências

16 16 tecnológicas das firmas ao longo do tempo. Os estudos de Kim (1995, 1997), Ariffin e Bell (1999), Dutrénit (2000), Figueiredo (2001), Tacla (2002) e Ariffin e Figueiredo (2003) foram realizados sob essa perspectiva. Kim (1995, 1997) desenvolveu estudos de caso, retratando experiências bem sucedidas na indústria automobilística e eletrônica da Coréia do Sul, explorando ainda o papel da liderança e a construção de crises para aquisição e disseminação do conhecimento e para a formação de competências. Kim chamou atenção, ainda, para o papel das políticas públicas para a aceleração da aprendizagem tecnológica nos países em desenvolvimento. Ariffin e Bell (1998) produziram estudos sobre o desenvolvimento das competências tecnológicas inovadoras nas subsidiárias de empresas transnacionais (ETNs) estabelecidas na indústria eletrônica da Malásia. Esses autores analisaram o papel dos vínculos de conhecimento para a construção das capacidades inovadoras nas várias empresas, apresentando diferentes padrões existentes. De forma mais genérica, Ariffin e Bell (1999) apontam que as subsidiárias das ETNs, que construíram competências inovadoras, fizeram inicialmente um nicho específico e, depois, expandiram para uma maior gama de capacidades, sugerindo, ainda, que a construção de tais competências varia em função: da iniciativa de liderança das subsidiárias; da estratégia da subsidiária; da estratégia da matriz; do tipo de produto manufaturado. Dutrénit (2000) abordou o assunto a partir de uma indústria de vidro do México, tratando, principalmente, do desenvolvimento de base de conhecimento. Essa autora concluiu que os processos de aprendizagem intrafirma exerceram papel fundamental na trajetória de construção e acumulação de competências tecnológicas na empresa. Segundo Dutrénit, os principais fatores limitantes do desenvolvimento da empresa para o alcance da fronteira tecnológica são: limitada conversão do conhecimento individual em organizacional; falta de coordenação dos processos de aprendizagem; dificuldades para integrar o conhecimento internamente a organização e instabilidade do processo de criação do conhecimento. Figueiredo (2001), por meio de estudo de caso comparativo, reconstruiu as trajetórias de acumulação de competências tecnológicas de duas empresas pertencentes à indústria de aço do Brasil, relacionando essas capacidades aos processos de aprendizagem. Sua pesquisa demonstra que as diferenças nas trajetórias de acumulação de competências tecnológicas das duas empresas estão diretamente relacionadas às características-chave dos processos de aprendizagem e que o desempenho operacional das firmas está fortemente associada à taxa de acumulação de competências.

17 17 Tacla (2002) analisou a influência dos processos subjacentes de aprendizagem para acumulação de competências tecnológicas, a partir de uma empresa fornecedora de equipamentos e sistemas (bens de capital) para a indústria de celulose do Brasil. Seu estudo aponta que o modo e a velocidade com que a firma acumulou capacitação tecnológica podem ser explicados pelos processos de aprendizagem e as características de como esses foram utilizados pela empresa ao longo do tempo. Tacla demonstrou que quando a empresa passou a coordenar sistematicamente os esforços para adquirir e converter conhecimentos do nível individual para o nível organizacional, desde meados da década de 1990, a construção da capacitação tecnológica foi acelerada. Ariffin e Figueiredo (2003) exammaram a dinâmica da capacitação tecnológica e inovação no Pólo Industrial de Manaus e suas implicações sobre as estratégias governamentais e empresariais para aumentar a competitividade internacional da indústria brasileira, particularmente, a eletrônica. Os autores verificaram o relacionamento entre o desenvolvimento das competências tecnológicas e os processos subjacentes de aprendizagem. Especificamente sobre a indústria de energia elétrica do Brasil, não são encontrados estudos referentes à acumulação de competências tecnológicas. Alketa (2000) realizou trabalho focando o setor, porém tratou do impacto da reestruturação e privatização. Palmeira (2001) também realizou estudo de caso sobre as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., porém enfocou a implantação da Manutenção da Produtividade Total - TPM na empresa. A partir da pesquisa de Palmeira (2001), foi possível verificar a importância dessa ferramenta gerencial (TPM) para o desenvolvimento da Eletronorte, como também, conhecer o processo adaptação do TPM para a indústria de energia elétrica. Pesquisa como a de Coimbra (2002) identificou e descreveu o processo e os fatores que levaram a Eletronorte a adotar o planejamento estratégico, identificando quatro ciclos de planejamento a 1984; 1985 a 1989; 1990 a 1995 e 1996 a Coimbra aponta que o planejamento estratégico na Eletronorte contribuiu para a sua adaptação ao ambiente do setor elétrico, definindo rumo e estabelecendo direcionamento para a modernização da gestão empresarial. Carmo (2003), a partir de estudo de caso simples realizado na Eletronorte, procedeu à análise da implementação do planejamento estratégico e ao levantamento dos resultados alcançados pela empresa, ao longo do período de 1996 a Foram identificadas as seguintes características para o processo, tentativa de adaptação ao novo modelo estrutural do setor elétrico brasileiro; a ruptura com o período imediatamente anterior ao início da década

18 18 de 1990; as idas e vindas do processo de reestruturação e um grande processo de aprendizagem interno. De fato, os trabalhos de Coimbra (2002) e Carmo (2003) são os que mais se aproximam desta pesquisa, visto que abordaram temas referentes ao planejamento estratégico implementado em uma empresa do setor elétrico, a qual também é objeto do presente estudo. Entretanto, esses autores não trataram diretamente da formação e acumulação de capacidades tecnológicas, como também não analisaram os fatores organizacionais relacionados a esse processo. Assim, ao estudar o relacionamento entre as competências tecnológicas e os processos de aprendizagem em uma indústria pouco explorada pela literatura, esta dissertação pretende explicar a influência dos processos de aprendizagem para a trajetória de capacitação tecnológica no nível da firma, e ainda acumular evidências que venham a contribuir como instrumento gerencial para a aceleração da velocidade de acumulação de competências nessa indústria.

19 19 3 ESTRUTURAS CONCEITUAIS E ANALÍTICAS Neste capítulo são apresentados os conceitos básicos adotados no presente estudo e as estruturas utilizadas para análise das informações sobre as empresas, adquiridas a partir de evidências empíricas. Na seção 3.1 faz-se uma abordagem sobre os principais conceitos relacionados à competência tecnológica; na 3.2 apresenta-se a estrutura analítica utilizada para descrever a trajetória de acumulação de competências da Eletronorte e na 3.3 define-se aprendizagem tecnológica. A seção 3.4 apresenta a estrutura analítica utilizada para descrição dos processos de aprendizagem intra-organizacional e, por fim, na seção 3.5 é desenhada a estrutura analítica desta dissertação. 3.1 Competências Tecnológicas A acumulação de competências tecnológicas é fator critico para o desempenho competitivo de empresas e é ainda mais relevante para empresas que operam em economias em industrialização ou "empresas em industrialização" (Figueiredo, 2001). Diferentemente das empresas que atuam em economias industrializadas, onde já existem tecnologias inovadoras, as empresas em industrialização necessitam construir e acumular suas próprias competências para se aproximar da fronteira tecnológica. Para esta dissertação o termo "competência tecnológica" é entendido como recursos necessários para gerar e gerenciar aprimoramentos tecnológicos. Esses recursos são acumulados e assimilados pelos indivíduos e incorporados nas rotinas, nos procedimentos e pelo sistema organizacional da empresa (Bell; Pavitt, 1995). Essa definição foi utilizada por ser a mais adequada às características de empresas em industrialização, e por ter sido adotada em trabalhos anteriores, como em Figueiredo (2001) e Tacla (2002). Este trabalho adota, ainda, os mesmos conceitos de "competência de rotina" e "competência inovadora" utilizados por Figueiredo (2001) e Tacla (2002). As competências de rotina são as competências tecnológicas, voltadas para a realização de atividades em determinados níveis de eficiência (habilidades, conhecimento e sistemas organizacionais para usar tecnologia). As inovadoras são as competências tecnológicas destinadas à criação ou

20 20 aprimoramento de produtos ou processos e atividades (habilidades, conhecimento e sistemas organizacionais para mudar tecnologia). Os mesmos autores ressaltaram também que empresas em industrialização, as quais iniciam suas operações em nível de competitividade abaixo do exigido no mercado internacional - "infância industrial" - necessitam acumular competências tecnológicas a fim de atingir a "maturidade industrial" e tomarem-se competitivas no mercado mundial. Cabe esclarecer que a capacitação tecnológica nas diversas funções pode variar em diferentes níveis, até se alcançar a maturidade industrial. (Lall, 1994). De fato, as empresas em industrialização são capazes de alcançar a fronteira tecnológica por meio da aceleração da taxa de acumulação de competências tecnológicas. Ariffin e Figueiredo (2003) apontam que essa taxa ou velocidade é medida pelo número de anos que a empresa levou para alcançar certo nível de capacitação, ou seja, o número de anos desde a data do início do desenvolvimento de atividades em determinado nível de competência até a data do início das atividades em nível subseqüente. Estudos como os de Dutrénit (2000), Figueiredo (2001) e Tacla (2002) demonstram que o ritmo da capacitação tecnológica pode ser acelerado (ou retardado), na proporção em que a empresa saiba como ir ajustando as características básicas dos processos de aprendizagem. De acordo com Figueiredo (2003), tais processos e suas respectivas características podem gerar "sistemas de aprendizagem" eficazes ou ineficazes. Esses "sistemas de aprendizagem" influenciam as trajetórias de acumulação de competência tecnológica e, por sua vez, a melhoria do desempenho operacional. Dessa forma, para melhor entender a trajetória de acumulação de competência da Eletronorte, esta dissertação analisou as características básicas dos processos de aprendizagem intra-organizacional e seus modos de funcionamento ao longo do tempo (conforme exposto na seção 3.4) Estrutura Analítica para descrever a trajetória de Acumulação de Competências Tecnológicas Para determinação dos níveis e tipos de capacidades tecnológicas das empresas, foi utilizados o modelo analítico formulado por Figueiredo (2001), adaptado de Lall (1992) e Bell e Pavitt (1995), tendo sido ajustado, em conjunto com engenheiros da Eletronorte, para que melhor se enquadrasse às características de uma empresa prestadora de serviços de transmissão de energia elétrica. FUNDAÇAO GETULIO VARGA~ lblloteca MARIO HENRIQUE SIMONSEN

21 21 A estrutura adaptada para esta dissertação foi baseada na desenvolvida por Figueiredo (200 I) para a indústria de aço do Brasil. O modelo é disposto em forma de matriz, que descreve a acumulação de competências tecnológicas, classificando-as por nível de dificuldade e por tipo de atividade, de rotina ou inovadora. Essa estrutura analítica pode requerer pequenas alterações para sua melhor aplicação em nações que formem modelos de atuação diferentes do utilizado na indústria de energia brasileira. De toda forma, as novas orientações de funcionamento do setor baseiam-se na garantia do livre acesso aos sistemas de transporte e de transmissão de energia. As competências tecnológicas foram divididas em três funções: ~ engenharia, projetos e equipamentos: determinam as competências que envolvem decisões sobre a evolução tecnológica dos equipamentos e a expansão da rede de transmissão; a escolha de equipamentos, sistemas e novas tecnologias a serem utilizadas e gestão de projetos; ~ operação e manutenção: determinam as competências para a operação e manutenção do sistema de transmissão, a fim de garantir os serviços com flexibilidade, confiabilidade, continuidade e livre acesso. Para a indústria de energia elétrica, essa função é essencial, pois é responsável pelo gerenciamento dos ativos de transmissão, garantindo o funcionamento do serviço de transporte de energia; ~ processos operacionais: determinam as ferramentas, técnicas e práticas de gestão que permeiam as diversas funções da empresa.

22 22 Tabela Competências tecnológicas em empresa transmissora de energia elétrica FUNÇÕES I ROTINEIRA I. Básico 2. Renovado 3. Extrabásico ENGENHARIA, PROJETOS E EQUIPAMENTOS Disponibilizar equipamen-tos (ativos) para o transporte de energia. Decisão sobre a localização das SEs e dos trechos das LTs. Terceirização dos estudos elétricos. Projeto Básico e Projeto Executivo. Contratação de empresa para construção. comissionamento e fiscalização da, obras. Sincronização dos traba-lhos de construção civil e instalações de equipamentos. Conhecimento sobre arranjo de subestações. Conhecimento de equipamentos de alta tensão (de ISkv a SOOb) Dar suporte técnico durante a construção e montagem de SE'seLTs. Coordenação e anál ise dos projetos elaborados pela, consultoras. Realização dos estudos elétricos e Projeto Básico. Especificação básica dos equipamentos (definição dos requisitos mínimos para os equipamentos). Realização de empreendimentos até 230kv (nível de tensão). Utilização de equipamentos com pouca sofisticação tecnológica (ex: banco de capacitor sllllnt e reles eletromecânicos). Sistema de transmissão isolado. Envolvimento na aqui,ição de equipamentos (analisar propostas apresentadas pelos fabricantes e analisar os documentos apresentados após a aqulslçao dos equipamentos). Garantia da tlexibilidade. confiabilidade isolados. OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO operação com continuidade e em sistemas Definição e monitoramento dos custos da operação e manutenção. Terceirização da operação e manutenção. Manutenção baseada no tempo de uso do equipamento. Manutenção pós quebra Operação em sistemas isolados. Manutenção preventiva (programada). Implantação de centros de manutenção nas unidades. INOVADORA Operação em sistemas interligados de acordo com os padrões estabelecidos pela ONS (decisões conjuntas). Manutenção por melhoria. Acompanhamento dos indicadores de desempenho dos sistemas. Elaboração de política para equipamentos reserva e peças sobressalentes (redução do estoque). Operação do sistema de transmissão até 230kv PROCESSOS OPERACIONAIS Uso de ferramentas convencionais para gestão das unidades operacionais e corporativas. Controle de qualidade de rotina. Comprovação de habilidade técnica para execução de empreendimento de transmissão de energia (ex: registro técnico no CREA). Sistemas de controle de contrato e rastreamento de documentos. Uso de ferramentas convencionais para gestão de projetos. Certificação ISO Definição e utilização de práticas de trabalho. Identificação e implementação de melhorias nos processos de suporte: pessoas, suprimento e financeiro. Integração dos programas computacionais. A vali ação sistemática de fornecedores. Criação de banco de dados para os projetos, desenhos e especificações.

23 23 Tabela continuação INOVADORA 4. Pré-intermediário Coordenação e Elaboração do Projeto Executivo de sistemas acima de 230h. Estudos sistemáticos para modernização das L r s e SEs. Promover padronização do', projetos e especificaçôes 5. Intermediário técnicas. Utilização de equipa-mentos eletrônicos para proteção, controle, comando e supervisão. Dar suporte técnico durante os ensaios de equipamentos nos fabricantes e na montagem (ensaios de tipo e especiais). Participar do comissionamento do empreendimento. Especificação do sistema de proteção, comando, controle, automação e supervisão. Interligação parcial do sistema elétrico da empresa ao sistema nacional. L Ts com alta capacidade de transporte (SIL elevado). Planejamento da expansão da rede de transmissão de acordo com o plano nacional (incorporação às incertezas de longo prazo). Executar a coordenação e a aprovação da integração dos sistemas de proteção. comando, controle, automação e dos sistemas supervisivos, junto aos fabricantes. Visualizar as interferências entre os empreendimentos. Desenvolvimento de soluçôes inovadoras para problemas específicos da área de concessão da transmissão (ex: PRE - pára-raios energizado, utilização de cabo OPGW em torre Raquel). Operação do sistema de transmissão acima de 230kv. Consolidação das atividades da manutenção com a operação. Manutenção baseada na condição do equipamento. Operação e manutenção em sistemas de transmissão de grandes blocos de energia. Estudos sistemáticos para redução do tempo de recomposição do sistema. Estudos sistemáticos para melhoria da operação (busca pela falha zero, redução das perdas de energia e redução das quebras). Utilização de sistemas eletrônicos de informação para coordenação do funcionamento da rede. A valiação periódica das práticas de trabalho. Implantação de ferramentas avançadas para gestão dos processos (TPM). Capacidade de desenvolver infraestrutura para as comunidades as quais a organização se relaciona (responsabilidade social e ética). Sistema de segurança das informaçôes (ex: informaçôes enviadas via e-lilui/). Sistema avançado para gerenciamento do processo de aquisição (SAPIR3). Sistemas avançados para gestão de projetos, integrando as unidades operacionais e corporativas. Certificação dos processos críticos na, normas ISO 900 I. Controle sistemático das práticas de gestão. Análise crítica do desempenho global utilizado, estabelecendo relação de causa e efeito entre os indicadores. Planejamento participativo com as comunidades envolvidas no empreendimento. Capacidade de participar e intluenciar o planejamento da expansão da rede de transmissão da nação (ex.: indicativo no Brasil: ser membro da CCPE).

24 24 Tabela continuação INOVADORA 6. Intermediário Implantação de SEs superior totalmente desassistida (utilização de fibra ótica). Elaborar e coordenar a elaboração de especificações com tecnologia digital. Utilização de redes compactas para transmissão com cabo OPGW. Capacidade de desenvolver empreendimentos em locais com variações climáticas. com vegetação e solos diversificados. Interligação total do sistema de elétrico da empresa ao 7. Avançado baseado em pesquisa sistema elétrico nacional Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para redução do custo da transmissão. Digitalização de todo sistema de transmissão. Utilização de monitores microeletrônicos e técnicas de checagem não destrutivas para avaliação das instalações. Utilização de aparelhos de controle remoto para inspeção de redes. Substituição da comutação telefônica pela digital para a manutenção. Aproximação da operação nas atividades projetos e engenharia. Desenvolvimento de software para operação e manutenção via P&D e engenharia. Operação e manutenção em sistema totalmente digitalizado. Fonte: Adaptado de Figueiredo (200 I). SE - Subestação de Energia. ONS - Operador Nacional do Sistema. SIL - Search IlIlpedance LeveI. L T - Linha de Transmissão. CREA - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. CCPE - Comitê de Controle e Planejamento em energia. TPM - Total Prodl/til'e Maintenance. Adequação contínua dos processos às alterações do modelo do Setor Elétrico e aos padrões internacionais mais inovadores. Certificação [ P&D para sistema de gestão. Desenvolvimento de ferra-mentas e metodologias de gestão (so{th are). Desenvolvimento de novos processos via P&D. 3.2 Aprendizagem Tecnológica Para este estudo, aprendizagem é entendida como os vários processos pelos quais os indivíduos adquirem habilidades e conhecimentos e que possibilitam sua conversão para a organização (Bell, 1984). Contudo, sabe-se que aprendizagem tecnológica também pode ser relacionada à melhoria do desempenho operacional, produtividade e curvas de aprendizagem Estrutura analítica para descrição dos processos de aprendizagem intra-organizacional A análise e a avaliação dos processos de aprendizagem nas empresas foram realizadas conforme a estrutura analítica desenvolvida por Figueiredo (2001) (conforme seção 3.4), em que a aprendizagem é decomposta em dois processos distintos: aquisição e conversão de

25 25 conhecimento. Os processos de aquisição são ainda divididos em externos e internos. e os processos de conversão baseiam-se na socialização e na codificação de conhecimento. Os quatro processos de aprendizagem são definidos a seguir: I. processos externos de aquisição de conhecimento - mecanismos pelos quais os indivíduos adquirem conhecimento tácito e/ou codificado de fora da empresa. como treinamento no exterior. importação de especialistas e uso de assistência técnica; 11. processos internos de aquisição de conhecimento - mecanismos pelos quais os indivíduos adquirem conhecimento executando diferentes atividades dentro da empresa. Por exemplo. fazendo atividades de rotina ou e/ou melhorando processos e produtos existentes; III. processos de socialização de conhecimento - mecanismos pelos quais os indivíduos compartilham seus conhecimentos tácitos como modelos mentais e habilidades dentro da empresa; IV. processos de codificação do conhecimento - mecanismos pelos quais o conhecimento tácito ou parte dele toma-se explícito. Processos que tomam o conhecimento tácito articulado em conceitos explícitos. facilitando a disseminação dentro da empresa. Essa estrutura nos permite analisar os quatro processos de aprendizagem à luz das seguintes características-chave: ---j variedade - presença de diferentes processos de aprendizagem dentro da empresa; ---j intensidade - repetitibilidade ao longo do tempo na criação. atualização. uso. aprimoramento e/ou fortalecimento dos processos de aprendizagem; ---j ---j funcionamento - modo pelo qual os processos de aprendizagem operam ao longo do tempo; interação - modo pelo qual os processos de aprendizagem influenciam um ao outro. dentro de uma perspectiva sistêmica do processo de aprendizagem.

26 26 Tabela Processos de aprendizagem na empresa em industrialização: modelo ilustrativo Processos de Aprendizagem. - Aqulslçao externa de conhecimento. Variedade InexistentelExistente (Limitada/Moderada/ Ampla) A A EXlstenclallnexlstencla de processos de aquisição de conhecimento em âmbito local e/ou externo (por exemplo: importação de kno'r\"-!joh" diferenciado para a empresa). Intensidade Uma vez/ Intermitente/Contínuo o uso desse processo pode ser contínuo (treinamento anual no exterior para engenheiros e operadores), intermitente ou uma vez (treinamento esporádico no exterior). Funcionamento Ruim/Razoável/Bom/ Excelente o m<xlo como um processo é criado (critérios para enviar indivíduos para treina-mento no extclior) e o modo como ele ti.ll1ciona ao longo do tempo podem fortalecer ou mitigar a variedade e a intensidade. Timing: "aprender antes de fazer". Interação Fraca/Médiaflo'orte o modo como um processo intluencia outros processos internos ou externos de aquisição de conhecimento (treinamento no exterior "aprendendo na prática") e/ou outros processos de conversão do saber. Aquisição interna de conhecimento. Socialização de conhecimento. Codificação de conheci mento. Fonte: Figueiredo (2001 ). Existêncialinex istência de processos de aquisição de conhecimento mediante atividades internas, que podem ser operacionais, rotineiras e/ou inovadoras (desenvolvimento de produtos). Existêncialinexistência de diferentes processos pelos quais os indivíduos compartilham seu conhecimento tácito (reuniões, sol uçâo de problemas em conjunto OJT). Ex istênci ali nex istênc ia de diferentes processos e mecanismos de codificação do conhecimento tácito (documentação sistemática. seminários internos etc.). o modo como a empresa usa os diferentes processos internos de aquisição de conhecimento pode intluenciar a compreensão que os indivíduos têm dos principais envol vidos na tecnologia. A continuidade de processos como o OlT. A socialização contínua do conhecimento pode conduzir à codificação do saber. A repetição de processos tais como a padronização das operaçõe... A inexi... tência ou intermitência de codificação pode restringir a aprendizagem organizacional. o modo como um processo é criado (centros de pesquisa) e o modo como ele funciona ao longo do tempo têm consequencias práticas para a variedade e a intensidade. Timing: "aprender antes de fazer". o modo como são criados os mecanismos de socialização do conhecimento (treinamento interno) e o modo como eles funcionam ao longo do tempo têm conseqüências práticas para a variedade e a intensidade do processo de conversão do saber. O modo como é criada a codificação do conhecimento e o modo como ela funciona ao longo do tempo intluenciam todo o processo de conversão do saber. bem como sua variedade e intensidade A aquisição interna de conhecimento pode ser desencadeada pelo processo ~xtemo de aquisição de conhecimento (melhoramentos na fábrica decorrentes do treinamento no exterior). Isso pode desencadear processos de conversão do saber. Incorporação dos diferentes conhecimentos tácitos num sistema viável (estabelecimento de vínculos de saber). A socialização p<xle ser intluenciada pelos processos externos ou internos de aquisição de saber. O modo como a codificação do conhecimento é intluenciada por processos de aquisição de conhecimento (treinamento no exterior) ou por outros processos de socialização do conhecimento (formação de equipes). 3.3 Modelo Analítico As duas estruturas apresentadas nos subitens 3.2 e 3.4 são utilizadas, nesta dissertação, para examinar até que ponto os processos subjacentes de aprendizagem relacionam-se à trajetória

27 27 da construção e à acumulação de competência tecnológica das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. Processos de Aprendizagem Acumulação de Performance (B)y Competências tecnológicas Econômica - Financeira (A) (C) Y - L FOCO DA DISSERT AÇAO.J Figura Modelo analítico da dissertação Devido a falta de tempo hábil para se analisar o desempenho financeiro da empresa, este estudo limitou-se ao exame do relacionamento entre os processos de aprendizagem (A) e a acumulação de competências tecnológicas (B), ou seja, as implicações da acumulação de competências tecnológicas para a performance econômica e financeira da firma (C) está fora do escopo deste trabalho. É reconhecido, ainda, que existem outros fatores externos e internos ao ambiente da firma que influenciam na formação da variável (B) (Kim, 1995, 1997; Figueiredo, 2001). Esses fatores são, por exemplo, políticas públicas, legislação, infra-estrutura, medidas governamentais, condições climáticas e ambientais, condições de mercado e interações com universidades e institutos de pesquisa.

28 28 4 AS CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S.A. E A INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA - MERCADO DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA Este capítulo caracteriza as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S. A. - Eletronorte como empresa de economia mista, com maioria do capital pertencente ao Governo Federal, concessionária de energia elétrica na região Norte do Brasil. O capítulo está dividido em quatro seções. A seção 4.1 faz apresenta breve histórico sobre o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro até o ano de A 4.2 discone sobre a criação e a atuação da Eletronorte. A 4.3 expõe os aspectos relevantes da atuação da Eletronorte na Região Amazônica, e a seção 4.4 sumariza a importância da acumulação de competência tecnológica em uma empresa transmissora de energia como a Eletronorte, que atua em uma região com restrições sócio-ambientais. 4.1 O Setor Elétrico Brasileiro: breve histórico até 2003 A disponibilidade de energia elétrica é fator fundamental para o desenvolvimento das nações. Em um mundo altamente competitivo e submetido à globalização dos mercados, a energia passa a ser uma variável estratégica de desenvolvimento sobre a qual os planejadores podem e devem atuar no sentido de moldar o estilo de crescimento pretendido (Borenstein; Camargo, 1997). O setor de energia elétrica, no início de seu desenvolvimento no Brasil, apresentou mudanças significativas em sua estrutura organizacional. Durante a Primeira República, foi regido pela Constituição de 1891, extremamente descentralizada. Nesse período, a organização do setor elétrico nacio:1al possibilitou o surgimento de duas estruturas totalmente diversas. De um lado, empresas municipais e as privadas ligadas ao setor cafeeiro e ao setor de empreendimentos urbanos, basicamente iluminação e tração. De outro lado, possibilitou a entrada de grandes investidores estrangeiros, com a Light, concessionária de distribuição de energia do Rio de Janeiro. Até o final da década de 1940, o capital privado detinha 98% do abastecimento do serviço de energia elétrica no Brasil. O Governo Federal iniciou a sua participação em 1945, com a

29 29 criação da Companhia Hidrelétrica de São Francisco (CHESF). Em 1954, foram aprovados o Imposto Único sobre Energia Elétrica (luee) e o Fundo Federal de Eletrificação (FFE), gerido, em um primeiro momento, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). No início dos anos de o setor de energia elétrica enfrentou graves problemas de financiamento, devido a questões tarifárias e fiscais. Além disso, o BNDES não estava priorizando os investimentos em infra-estrutura. Diante desse contexto, foram criadas, em abril de 1961, as Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás. A holding Eletrobrás nasceu alicerçada por empresas como a CHESF e Furnas, e foramlhe transferidas as atribuições do BNDES, no que se refere ao financiamento do setor elétrico e à gestão do FFE. Em 1964, houve uma reorganização do Ministério das Minas e Energia - MME. À Eletrobrás foi atribuída a função de planejamento e coordenação e ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE foram dadas as atribuições inerentes ao poder concedente da União. Dando prosseguimento à refonnulação do setor, de 1967 a 1973, foram transferidos aos Estados os serviços de distribuição e subtransmissão de energia elétrica. A geração e a transmissão ficaram a cargo da Eletrobrás, por intermédio das empresas regionais da CHESF no Nordeste e Furnas no Sudeste. Estruturas similares foram criadas para as regiões Sul e Norte. No Sul do País, a geração e a transmissão passaram a serem feitas pela empresa Centrais Elétricas do Sul do Brasil - Eletrosul. Para atendimento da região Norte, foi criada a empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte (objeto do presente estudo). Coube à Eletronorte prosseguir os estudos sobre suprimento de energia elétrica nos pólos isolados de consumo (existentes ou previstos) e coordenar os programas a serem implementados a partir desses estudos. Finalizando o processo de estatização do setor elétrico brasileiro, em 1979, o Governo brasileiro adquiriu as ações da LigIa. A partir desse momento, todas as concessionárias de energia elétrica foram constituídas por 100% de capital nacional. O surgimento desse modelo de funcionamento possibilitou grandes investimentos, advindos de recursos externo, autofinanciamento e empréstimos internos. A Constituição de 1988 passou para o Poder Público a incumbência da prestação de serviços de missão de interesse geral, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão. Em

30 , foram aprovadas emendas constitucionais que possibilitaram o processo de privatização, entre elas, o fim da distinção entre empresa brasileira e empresa brasileira de capital nacional. Em meados da década de 1990, a Lei das Concessões - Lei n /1995, modificada pela Lei n , de dispôs sobre o regime de concessão e de permissão. Essa lei estabelece que toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviços adequados ao pleno atendimento dos usuários, ou seja, deve atender às condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade e cortesia nessa prestação, e modicidade das tarifas. A citada lei dispõe, também, sobre o regime de concorrência na licitação de concessões para projetos de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica. Adicionalmente, cria a figura jurídica do produtor independente de energia elétrica e estabelece regras para os consumidores livres. Em 1996, foi instituído o novo modelo do setor elétrico brasileiro, que procurava instaurar a competição na geração e na comercialização, além de garantir o livre acesso na transmissão e distribuição. Com o processo de reforma do setor elétrico, a geração, a transmissão e a distribuição foram separadas e foi criada a comercialização. Nesse novo contexto, as atribuições do Estado concentraram-se essencialmente na formulação de políticas energéticas e na regulamentação de suas atividades. Os agentes centrais desse novo modelo regulador são a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, o Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS e o Mercado Atacadista de Energia - MAE. O planejamento ficou a cargo do Comitê Coordenador da Expansão de Sistemas Elétricos - CCPE, órgão diretamente vinculado ao Ministério de Minas e Energia. Para regulamentar o setor, foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, pela Lei n. 9427/ regulamentada pelo Decreto n /1997. As funções básicas dessa agência reguladora são fiscalizar as concessões para a prestação de serviço de energia; zelar pelo equilíbrio econômico-financeiro das concessionárias e pela qualidade dos serviços prestados; supervisionar a exploração dos recursos hídricos do País; definir a estrutura tarifária e autorizar os níveis propostos pelas empresas. Um dos princípios instituídos pela ANEEL, para os contratos de concessão, foi o que obrigou as concessionárias e autorizadas do serviço público de geração, os produtores independentes, bem como as concessionárias de transmissão, a aplicar, anualmente, o montante

31 31 de, no mínimo, 1 % (um por cento) de sua Receita Operacional Líquida - ROL em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico, excluindo-se, por isenção, as empresas que geram energia, exclusivamente, a partir de instalações eólicas, solares, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O novo modelo de mercado do setor de energia elétrica no Brasil cnou um Mercado Atacadista de Energia - MAE, uma bolsa na qual os agentes podem negociar, comprando e vendendo blocos de energia elétrica. A plena operação do MAE era prevista para o final de 2001, quando os preços seriam definidos para cada meia hora do dia. Entretanto, isso não ocorreu, e até o final do ano de 2003 ainda existiam problemas associados aos procedimentos no MAE, ou seja, esse mercado não tinha se viabilizado no Brasil. O ONS, também criado na reforma do setor elétrico, é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Está estruturado sob a forma de associação civil, de que participam geradores, empresas de transmissão e distribuição, consumidores, livres comercializadores, importadores e exportadores de eletricidade. Suas atribuições são a garantia da qualidade do suprimento elétrico na rede de transmissão, a garantia de que todos os agentes do setor elétrico, de forma eqüitativa, tenham acesso aos serviços prestados pela rede de transmissão, e via otimização do despacho das centrais, a definição do preço da energia no mercado atacadista. Esse órgão concentra sua atuação sobre o Sistema Interligado Nacional - SIN. Os estudos de planejamento e programação da operação, realizados pelo ONS, permitiram definir a participação das regiões com melhores condições hidroenergéticas no atendimento dos requisitos das regiões. A transferência de energia entre regiões foi intensamente utilizada para a otimização sistêmica. Com tamanho e características que permitem considerá-lo único em âmbito mundial, o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O SIN é formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 3,4% da capacidade de produção de eletricidade do País encontram-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados, localizados principalmente na Região Amazônica, área de atuação da empresa estudada.

32 32 Mesmo após a reforma do setor elétrico brasileiro houve falta de investimento, tanto públicos quanto privados, na expansão da capacidade de geração e de transmissão. Em 2001, o país viveu uma situação critica no fornecimento de energia elétrica, quando foi dado início a um plano de racionamento de energia. O programa de racionamento foi implementado nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, e vigorou no período de 1 º de junho de 2001 a 28 de fevereiro de Na região Norte, o racionamento começou no dia 15 de agosto de 2001, para os grandes consumidores, e no dia 20 de agosto para os demais, e terminou no dia 1 º de janeiro de Esse era o contexto da indústria de energia elétrica do Brasil ao final de quando os agentes do setor se posicionavam e definiam as suas estratégias. Essas mudanças levaram as concessionárias a implementar diversas iniciativas na sua estratégia, tais como redefinição de suas estruturas, ajustes nos quadros de empregados e a reorganização de seus processos. Para o futuro, as principais oportunidades de negócios no mercado de energia elétrica nacional estão ligadas à oferta de novos empreendimentos de geração para exploração pela iniciativa privada e à construção de linhas de transmissão, bem como à privatização de ativos de sistemas de distribuição e de geração. Outro foco se concentra na universalização do atendimento às comunidades isoladas da região Norte do País e ao meio rural, que devem estar concluídos até As Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - Eletronorte A Eletronorte, com dito anteriormente, é uma empresa subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás, concessionária de serviços públicos de energia elétrica - foi criada pela Lei n , de 14 de novembro de 1972, constituída por escritura pública em 20 de junho de 1973 e autorizada a funcionar pelo Decreto n , de 30 de julho de 1973, com o objetivo de realizar estudos e projetos, construção e operação de usinas produtoras e linhas de transmissão de energia elétrica na Região Amazônica. Tendo como missão atender ao mercado de energia elétrica, integrando-se ao desenvolvimento de sua área de atuação, a Eletronorte tem coordenado e executado o desenvolvimento dos sistemas de energia elétrica na região Norte, objetivando garantir o suprimento às concessionárias estaduais e o fornecimento aos grandes consumidores da indústria

33 33 de eletrointensivos, a distribuição de Manaus e Boa Vista, por meio de suas subsidiárias integrais Manaus Energia S.A. e Boa Vista Energia S.A., além de fomentar o desenvolvimento regional. A área de atuação da Eletronorte, caracterizada pela Amazônia Legal, representa 58% do território nacional, compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nessa área atuam as seguintes concessionárias estaduais de energia elétrica: Companhia de Eletricidade do Amapá S.A. - CEA, Companhia Energética do Amazonas - CEAM, Centrais Elétricas do Pará S.A - CELPA, Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins - CELTINS, Companhia Energética do Maranhão - CEMAR, Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. - CEMAT, Companhia Energética de Roraima S.A. - CER, Centrais Elétricas de Rondônia S.A. - CERON e Companhia de Eletricidade do Acre - ELETROACRE, todas supridas pela Eletronorte. A figura a seguir indica as concessionárias de distribuição de energia dos estados do norte do Brasil: Fonte: br. Figura Mapa das concessionárias de distribuição de energia (região Norte) A Eletronorte construiu e opera quatro usinas hidrelétricas (Tucuruí, Balbina, Samuel e Coaracy Nunes), parques térmicos e sistemas de transmissão associados, suprindo de energia

34 34 elétrica 12 milhões de pessoas - cerca de 60% da população da Amazônia. Considerando que a Eletronorte tem importância significativa no setor elétrico e, em especial, na sua área de atuação, onde participou de importantes mudanças, é relevante abordar a sua atuação na Região Amazônica. 4.3 A Atuação da Eletronorte na Região Amazônica Até 1975, a Amazônia dispunha de apenas 40 megawatts instalados de energla hidrelétrica e teve sua potência multiplicada 120 vezes, contando com uma capacidade de megawatts em quatro usinas hidrelétricas e cerca de megawatts no parque termelétrico da Eletronorte (Eletronorte, 2002a). A Eletronorte assumiu efetivamente, na década de 1980, o papel de grande supridora de energia de quase todas as concessionárias e consumidores industriais eletrointensivos da Amazônia, desenvolvendo vários empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica. Além disso, a empresa deu continuidade aos estudos hidroenergéticos na região. Foram realizados estudos de inventários das Bacias dos Rios Madeira, lamari, li-paraná, Araguaia-Tocantins, Xingu, Mucajaí, Araguari e Trombetas-Erepecuru, bem como os projetos de viabilidade, objetivando a construção das usinas hidráulicas de Cachoeira Porteira, Santa Isabel, Serra Quebrada, Lajeado, Couto de Magalhães, Barra do Peixe, li-paraná e Belo Monte (Memória, 1998). A empresa estudada, devido às características dos projetos desenvolvidos e à região de sua implementação, criou e acumulou competências tecnológicas avançadas, trazendo à região, investimentos sociais que não eram diretamente relacionados a sua atividade fim. A empresa construiu estradas, pontes, aeroportos, escolas, hospitais e vilas residenciais. A maioria desses investimentos foi realizada em decorrência das carências regionais no campo da infra-estrutura básica. Ao longo de sua existência, a Eletronorte desenvolveu, apnmorou e consolidou tecnologias próprias na implantação de sistemas de geração e transmissão na Amazônia, promovendo amplo conhecimento, não só no campo da engenharia, mas também em relação aos frágeis e complexos ecossistemas da região, no que diz respeito aos aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais, bem como no trato da questão indígena.

35 35 A busca do conhecimento sobre a região não foi um objetivo precípuo da ação da empresa. Adveio como imperativo na condução de seus projetos na área, dada a insipiência das informações existentes sobre a região (Eletronorte, 2002b). Desde o início de suas atividades, essa empresa atua no planejamento da expansão das necessidades de energia elétrica da Amazônia, no âmbito do planejamento setorial. A partir de 1988, a elaboração de cenários vem sendo utilizada pela Eletronorte como importante instrumento do planejamento empresarial e como base para a avaliação das demandas futuras de energia elétrica, levando em conta as incertezas do ambiente energético. Na construção dos cenários socioenergéticos da Amazônia e de ambiente de negócios, a Eletronorte buscou, no âmbito mundial e no nacional, os condicionantes externos relevantes e imprevisíveis, que fortemente influenciam o futuro da região, tomando em consideração a relevância da região e da concessionária de serviço público de energia elétrica.

36 36 5 DESENHO E MÉTODOS DA DISSERTAÇÃO. Este capítulo expõe o desenho e o método usados no presente trabalho. A seção 5.1 apresenta os elementos do desenho do estudo, ou seja, as questões da dissertação, o método utilizado e a unidade de análise. A seção 5.2 aborda os procedimentos para a adaptação da estrutura para examinar a acumulação de competências tecnológicas; a 5.3 explicita os tipos e fontes de dados e a 5.4 o procedimento para a análise dos dados. 5.1 Elementos do Desenho da Dissertação Neste estudo busca-se responder às questões: I. Como se desenvolveu a trajetória de acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., ao longo do período de 1990 a 2003? 11. Qual foi o papel dos processos subjacentes de aprendizagem intra-organizacional para explicar a trajetória de construção e acumulação de competências tecnológicas da Eletronorte? Para responder a essas questões, foi utilizado o método Estudo de Caso Individual. As questões estão relacionadas às situações operacionais da Eletronorte. Esse tipo de método é o mais apropriado para estudos que procuram responder questões do tipo "como" e "por que" (YIN, 2001). O Estudo de Caso é apropriado para o entendimento de diversas situações, como por exemplo: testar uma teoria bem formulada. Neste trabalho, o método foi aplicado para confirmar e testar a teoria. A unidade de análise do estudo de caso são as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.

37 Estrutura Descritiva para Competências Tecnológicas A trajetória de criação e acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. foi analisada à luz da estrutura proposta por Figueiredo (2001), adaptada de Lal! (1992) e Bel! e Pavitt (1995), que faz uma distinção entre as atividades de rotina e as atividades inovadoras, para as diferentes funções tecnológicas. Essa estrutura foi adaptada para a indústria de transmissão de energia elétrica. As competências tecnológicas são distinguidas entre competências de rotina e inovadoras, para três funções estudadas - "engenharia, projetos e equipamentos", "operação e manutenção" e "processos operacionais". Para a adaptação dessa estrutura, inicialmente, entre os meses fevereiro e março de 2004, foram realizadas entrevistas-piloto com dois assessores da Diretoria da empresa estudada, com o Gerente de Planejamento da Expansão da Transmissão e com o Superintendente de Operação e Manutenção. Essas entrevistas tiveram como objetivo traçar um panorama global da empresa, coletar dados e consolidar informações sobre as atividades de transmissão da Eletronorte. Após a coleta dessas informações, os dados foram tabulados, distribuindo-os adequadamente de acordo com as três funções tecnológicas estudadas, bem como caracterizá-los como atividades de rotina e atividades inovadoras. A versão preliminar das entrevistas foi submetida à avaliação dos entrevistados, tendo havido algumas modificações a partir dos comentários desses indivíduos. A estrutura foi, então, avaliada e validada por mais dois funcionários da indústria. Um de fora da empresa, ex-funcionário do Centro de Pesquisa em Energia Elétrica - CEPEL, e por um Gerente da área de projetos da Eletronorte. Ao longo da execução da pesquisa foram necessárias, ainda, efetuar algumas alterações nessa estrutura. 5.3 Tipos e Fontes de Dados Para investigar a trajetória de acumulação de competências tecnológicas, foram necessárias informações sobre as ati vidades de engenharia, obras, elaboração e gestão de projetos, processos gerenciais e operacionais, práticas desenvolvidas pela empresa voltadas para as atividades de operação e manutenção do sistema de transmissão, além da coleta de

38 38 dados sobre as práticas para padronização de projetos e especificação de equipamentos ao longo do período em estudo. Os processos de aprendizagem foram avaliados por meio de dados e informações referentes aos mecanismos e estratégias de aprendizagem utilizadas, entre 1990 a 2003, e as suas características-chave: variedade, intensidade, funcionamento e interação. As informações e os dados utilizados para o estudo foram coletados entre os meses de junho e setembro de 2002, sendo que a coleta dos dados foi extraída de fontes múltiplas e complementares, As principais fontes de informação utilizadas estão relacionadas na Tabela 5.1. Tabela Fonte de dados para coleta de evidências na empresa Fontes de Informação e Resumo dos Métodos Utilizados (1) Entrevistas formais: -7entrevistas não estruturadas; -7entrevistas semi-estruturadas. (2) Reuniões e encontros casuais: -7reuniões não planejadas com indivíduos na empresa ou fora dela; -7encontros casuais com indivíduos na empresa ou fora dela. (3) Documentação: -7revistas da empresa (Corrente-Contínua - várias edições); -7contratos de fornecimento; -7editais de Licitação; -7projetos e especificações; -7manuais e normas internas; -7dissertações elaboradas por funcionários da Eletronorte; -7arquivo técnico (anais de congresso e seminários); -7informações de dados de desempenho da operação e manutenção; -7certificados de qualificação; -7atas de reuniões e memorandos; -7registros em arquivos; -7registros de treinamento; -7desenhos unifilares. (4) Observação direta -7observação direta dos indivíduos no trabalho e em reuniões e treinamentos ministrados por fabricantes (nas fábricas e no Centro de Treinamento da Eletonorte); -7ensaios (teste) em equipamentos nas fábricas.

39 Entrevistas Antes de se iniciar o processo de entrevistas, foi criado um roteiro de entrevista (Apêndice A). Devido às dificuldades inerentes ao questionamento direto sobre a trajetória de acumulação de competências tecnológicas, as perguntas aos entrevistados foram relacionadas aos empreendimentos mais relevantes, às dificuldades encontradas nos projetos e obras, às inovações em equipamentos e às ferramentas e práticas gerenciais. Foram necessárias consultas a documentos da empresa (contratos de fornecimento) e conversas iniciais. Essas conversas serviram, também, para identificar pessoas-chave a serem entrevistadas (funcionários, exfuncionários, fabricantes e representantes comerciais). Dessa maneira, foram pré-selecionadas 13 pessoas que representavam a memória da organização. A partir dessas pessoas, foram indicados outros indivíduos, que hoje trabalham para as consultoras que prestam serviços para a Eletronorte. Ao final foram entrevistadas 19 pessoas, como mostra a Tabela 5.2. Alguns funcionários passaram por uma segunda entrevista para confirmação de dados. Tabela Relação dos participantes das entrevistas Cargo ou fun ão Número de entrevistados Assessores da Diretoria 2 Assistente da Presidência Engenheiros e Técnicos 5 A partir da elaboração do roteiro, foram realizadas entrevistas não-estruturadas e semlestruturadas. Nas não estruturadas, os indivíduos narraram suas experiências na empresa, os principais projetos que participaram e os treinamentos ministrados por fabricantes, exprimindo sua opinião e pontos de vista. As entrevistas semi-estruturadas foram utilizadas para confirmar dados ou para se aprofundar nas informações sobre tecnologias específicas. Entretanto, questões abertas também foram utilizadas nessas entrevistas. Os entrevistados relatavam suas vivências sobre as atividades e empreendimentos de que participaram, expuseram as dificuldades encontradas, as restrições de atuar na região Norte do Brasil, as soluções inovadoras encontradas e a importância da participação dos fornecedores de equipamentos e sistemas para cada projeto. Essas informações permitiam a identificação do nível

40 40 de competência tecnológica da empresa para cada período de tempo. Para se colher dados sobre os processos de aprendizagem ao longo do tempo seguiu-se a mesma linha nas entrevistas. Durante as entrevistas, as informações foram gravadas com o consentimento dos entrevistados, sendo transcritas e organizadas sistematicamente a posteriori. Em muitas oportunidades, os próprios entrevistados rascunhavam desenhos de subestações e da localização dos equipamentos. Em outros momentos, mostravam o funcionamento de alguns sistemas gerenciais e apresentavam arquivos de apresentações para a diretoria. Todas as informações foram organizadas em forma de textos e encaminhadas para a validação dos entrevistados. Os empreendimentos/projetos relacionados na Tabela 5.3 foram citados ou descritos pelos entrevistados, pela sua relevância na reconstrução da trajetória de acumulação de competências da empresa ou para a descrição dos processos de aprendizagem. Tabela Empreendimentos e projetos incluídos no estudo de caso da Eletronorte Período 1995 a a a Empreendimento/Projeto Sistema Acre/Rondônia Interligação Norte-Sul 2 Sistema Tramoeste Sistema de Transmissão do Oeste do Pará (230kv - 138kv) Interligação Brasil-Venezuela (SE Boa Vista - SE Santa Elena) Lançamento do cabo OPGW em linha viva com torre compacta (Presidente Dutra à Imperatriz - 500kv) Inovação Tecnológica Utilização do PRE pára-raios energizados para deixar energia para as pequenas comunidades ao longo da linha de transmissão. Utilização de capacitor série. controlado na função principal em um sistema de 500kv. Utilização de cabo OPGW em linha de transmissão com torre compacta (Raquet) - Reprojeto da torre para utilização de 3 cabos. Utilização de torres de transmissão mais altas - Criação de um gabarito ecológico (catenária no cabo com preservação da árvore). Criação de um dispositivo na lateral da torre compacta (Raquet) para o lançamento do cabo OPGW Documentação da empresa Foram pesquisados registros em arquivos e documentos da empresa como: organograma. manuais e normas, relatórios administrativos anuais da empresa, relatórios técnicos, contratos de

41 41 fornecimento, documentos de licitação, atas de reuniões, memorandos, históricos de fornecimentos, trabalhos para apresentação interna e externa, dissertações e monografias. Foram também pesquisadas revistas internas da empresa (corrente-contínua), anais de congressos e livro histórico de 25 anos da Eletronorte, além de documentações sobre treinamentos internos e visitas às fabricas Observação direta A autora desta pesquisa trabalha como representante comercial de alguns fabricantes de equipamentos e sistemas para transmissão de energia, tendo como principal cliente a Eletronorte. Assim, à vista dessa relação comercial, o acesso à empresa foi facilitado. Com a observação direta, foram coletadas informações adicionais sobre comportamentos, tecnologias utilizadas, habilidades, dificuldades de trabalho, interação dos indivíduos e empresas, como também permitiu o levantamento de dados para o aprofundamento do trabalho. 5.4 Procedimentos de Análise das Evidências Empíricas Os dados analisados para esta pesquisa foram do tipo qualitativo e quantitativo. As evidências empíricas coletadas foram organizadas sistematicamente à luz das duas ferramentas metodológicas da dissertação: a estrutura para descrição das competências tecnológicas e a estrutura para análise dos processos de aprendizagem, apresentadas nas Tabelas 3.1 e 3.2. As evidências coletadas foram inicialmente dispostas em matrizes analíticas, cujas linhas representavam as funções tecnológicas e as colunas o período de tempo. Cada uma das células expressava o nível de competência ou as características-chave dos processos de aprendizagem. A partir da síntese dos dados, foi descrita, no Capítulo 6, a trajetória de acumulação de competências tecnológicas das Centrais Elétricas no Norte do Brasil S.A. Os processos de aprendizagem utilizados ao longo do tempo foram descritos no Capítulo 7.

42 Características-chave dos Processos de Aprendizagem Após a tabulação das informações referentes aos processos de aprendizagem, as características-chave desses processos foram analisadas no Capítulo 8, levando em conta os seguintes critérios: I. Variedade - essa característica foi avaliada em termo da presença ou ausência de um ou mais processos de aprendizagem e também pelo número de mecanismos por meio dos quais os processos foram colocados em prática na empresa, conforme Tabela 5.4. Tabela Critério para avaliação da variedade de processos de aprendizagem Número de mecanismos (n) n=o n até 4 n > 4 até n = 8 n>8 Fonte: Adaptada de Figueiredo (200 I). Ausente Limitada Moderada Diversa Variedade 11. Intensidade - foi avaliada pela distribuição do uso ou repetição dos processos e mecanismos ao longo do período de tempo analisado. O modo como a empresa utiliza cada um dos processos de aprendizagem pode ser contínua, intermitente (descontinuada) ou ocorrer uma única vez. Os critérios utilizados para a classificação são apresentados na Tabela 5.5. Tabela Critérios para avaliação da intensidade dos processos de aprendizagem Intensidade do Processo ou Mecanismo Intensidade Utilização de forma contínua ou em diversas Contínua ocasiões durante o período de tempo considerado Utilização de forma descontinuada ou intermitente Descontinuada Utilização por uma única vez Baixa 111. Funcionamento - para o exame dessa característica foram utilizadas informações qualitativas e quantitativas e levadas em conta as seguintes fontes: a) exame das evidências

43 43 IV. empíricas; b) informações, comentários e pontos de vista dos entrevistados. A classificação utilizada foi: ruim, moderado, bom. Interação - as interações dos processos foram identificadas a partir de dados empíricos coletados para este estudo. Para classificar as interações em determinado período, o número de interações observadas foi dividido pelo número total de mecanismos de aprendizagem encontrados no mesmo período. O critério utilizado para a classificação é apresentado na Tabela 5.6. Tabela Critérios para avaliação da interação dos processos de aprendizagem Número de interações no total de mecanismos utilizados no eríodo n.::;o,4 0,4 < n.::; 0,8 n > 0,8 Interação Fraca Moderada Forte

44 44 6 TRAJETÓRIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DAS CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S.A. Este capítulo descreve a trajetória de acumulação de competências tecnológicas nas Centrais Elétricas do Brasil S.A., durante o período estudado a , à luz da estrutura indicada na Tabela 3.1 deste trabalho. O capítulo está di vidido em quatro seções: a 6.1 descreve a acumulação de competências tecnológicas na função "engenharia, projetos e equipamentos"; a 6.2 descreve a trajetória de acumulação de competências tecnológicas para função "operação e manutenção"; a 6.3. discorre sobre a trajetória de acumulação de competências tecnológicas para função "processos operacionais"; a 6.4 apresenta o sumário da trajetória de acumulação de competências tecnológicas da empresa. A descrição da trajetória de criação e acumulação de competências tecnológicas das três funções acima indicadas está subdividida em três períodos de tempo. O primeiro vai de 1990 a 1994; o segundo engloba os anos de 1995 a 1999 e o terceiro tem início em 2000 e termina em Acumulação de Competências Tecnológicas em Engenharia, Projetos e Equipamentos: 1990 a 2003 Por meio das entrevistas e exames de documentos, foi verificado que em 1990 a Eletronorte coordenava projetos para sistemas de transmissão de 69kv até 500kv; participava do comissionamento dos empreendimentos, se envolvendo nas atividades relacionadas a testes dos equipamentos; utilizava equipamentos eletromecânicos para proteção, comando, controle e supervisão, além de possuir um sistema interligado (Sistema Norte-Nordeste), ficando evidenciado que no início dos anos de 1990 a empresa já havia acumulado competências tecnológicas de Nível 4 - Pré-intermediário da Tabela 3.1 para a função "engenharia, projetos e equipamentos". Esse ano foi estabelecido como o corte para o início desta pesquisa.

45 Período de 1990 a 1994 Ao final de foi verificado, à luz da Tabela 3.1, que a empresa se manteve no Nível 4 para função "engenharia, projetos e equipamentos". Contudo, se aprofundou e se especializou nas atividades correspondentes a esse Nível. Devido a decisões estratégicas da empresa, durante o período de 1990 a mesmo tendo capacidade para realizar seus próprios projetos - a alta administração da Eletronorte optou por contratar consultoria externa para a realização dos projetos de transmissão, ficando como atribuição dos engenheiros da empresa a coordenação e análise dos projetos elaborados pelas consultoras. O texto a seguir, resume entrevistas realizadas com engenheiros da área de projetos e ex-funcionários da Eletronorte - que relatam o dia-a-dia dos trabalhos de coordenação e elaboração dos projetos da empresa, o que reflete a realidade da capacitação da mão-de-obra da empresa em em 1990, a empresa possuía mão-de-obra altamente qualificada e com habilidades para desenvolver os projetos básicos e executivos para os Sistemas de Transmissão. Havia desenhistas com experiência em projetos e engenheiros com conhecimentos de equipamentos de tensão variando de 15kv a 500kv. Além disso, os engenheiros da empresa tinham plena capacidade de realizar estudos específicos para solucionar os problemas de transporte de energia na Região Amazônica (restrições socioambientais e problemas indígenas). Muitos haviam participado diretamente dos empreendimentos anteriores a 1990: ---7 a decisão de terceirizar os projetos básicos e executivos era totalmente política e administrativa. Muitas vezes, os projetos que eram encaminhados para empresa tinham de ser refeitos ou melhorados internamente. Como a Eletronorte é uma empresa de economia mista, com a maioria do capital pertencente ao Governo Federal, fica submetida a regras governamentais, tendo sua diretoria renovada a cada quatro anos, de acordo com alteração do comando maior do País. As decisões estratégicas são diretamente ligadas a cada nova diretoria.

46 46 Foi a partir do ano 1993, com a mudança da diretoria e a necessidade de reduzir os custos da empresa, que teve início o processo de rompimento e não renovação dos contratos com as consultoras, passando a Eletronorte a fazer seus própl;os projetos básicos e executivos, como também a fazer suas própria especificação para os equipamentos de potência e de comando, controle e proteção. Mesmo antes desse período, a empresa já tinha iniciado processo de padronização dos projetos, o que foi consolidado em 1993, atividade compatível com o Nível 4 da tabela de competências tecnológicas. Essa decisão implicou alteração na estrutura da empresa e a área de engenharia e projetos passou a ser organizada conforme organograma a seguir: [ Superintendência da J Expansão da Transmissão I [ Gerência. de Projetos de IG. Proj. de Proteção, I Gerência de Projeto de I G. de Coordenação linha de Transmissão controle e Automação Subestação Técnica de Projetos Figura Organograma da Superintendência da Expansão da Transmissão a partir de 1993 Anteriormente, a Superintendência da Expansão da Transmissão seguia o organograma apresentado na Figura 6.2. Cada gerência existente coordenava os projetos elaborados pelas consultoras. Após a decisão de passar todos os trabalhos de elaboração para os engenheiros da Eletronorte, foi criada uma gerência apenas para coordenar os trabalhos das demais.

47 47 Superintendência da Expansão da Transmissão I I I I Gerência de Projetos de Unha de Gerência de Projetos de Proteção Gerência de Projetos de Transmissão e Controle Subestação Figura Organograma da Superintendência da Expansão da Transmissão até 1993 A Superintendência da Expansão da Transmissão, que é diretamente ligada à Diretoria de Planejamento e Engenharia, já existia anteriormente. Contudo, foi criada a Gerência de Coordenação Técnica dos Projetos, que ficou responsável pela coordenação e análise dos projetos realizados pelas demais gerências, que variavam de 69kv a 500kv (atividade enquadrada no nível 4 da Tabela 3.1). As outras três gerências, que antes apenas coordenavam os trabalhos das consultoras, passaram a elaborar os projetos e a criar seus próprios padrões de projetos e especificações técnicas, atividade correspondente ao Nível 4 da Tabela 3.1. A diferença importante na estrutura da empresa era que a Superintendência da Expansão da Transmissão, inicialmente, era ligada à Presidência, por meio do Coordenador da Expansão da Transmissão. A partir de 1993, esse coordenador passou a ser um assistente da Presidência, mas na mesma área, porém, não mais tinha influência no comando da Superintendência, que, conforme mencionado, passou a ser diretamente vinculada à Diretoria de Engenharia e Planejamento. Essa mudança refletiu maior autonomia e agilidade para as atividades de engenharia. Foi a partir desse momento que a Eletronorte passou a ter contato mais intenso com os fabricantes de equipamentos e bens de capital para transmissão de energia, o que favoreceu a realização de estudos sistemáticos para modernização das linhas de transmissão e subestações, atividade também enquadrada no Nível 4 da Tabela 3.1. Para a realização das atividades de especificação técnica dos equipamentos, os engenheiros da empresa passaram a interagir

48 48 constantemente com os fabricantes de equipamentos. Os fornecedores passaram a estar mais presente no dia-a-dia da empresa, apresentando novas tecnologias e conhecendo as necessidades específicas para cada empreendimento. Havia abertura para um contato informal entre os engenheiros da Eletronorte e o corpo técnico dos fabricantes. Os funcionários da empresa passaram a fazer consultas diretas aos fabricantes, ao longo das atividades de especificação, gerando capacidade de criticar os arranjos das subestações e a qualidade dos equipamentos, o que acarretou melhoria das atividades de projetos da empresa. Mesmo com essa forte interação da Eletronorte com os fabricantes, até o final de 1994 a empresa ainda utilizava equipamentos com pouca sofisticação tecnológica em suas subestações e linhas de transmissão, se mantendo no Nível 4 da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos". A proteção dos equipamentos, por exemplo, era feita por meio de reles eletromecânicos, havendo a necessidade da intervenção humana para reparação do sistema. A correção da energia reativa era realizada apenas com a utilização de banco de capacitores shunt (derivação), corrigindo apenas o ponto onde o equipamento foi instalado. Os funcionários da Eletronorte sempre estiveram envolvidos nas atividades das empreiteiras contratadas para a execução das obras. Contudo, quando os projetos passaram a ser realizados internamente, as interações se tornaram mais freqüentes. Os engenheiros passaram a atuar mais em campo, podendo verificar as dificuldades de obra, como restrições de desmatamento e problemas para acesso de equipamentos. Isso implicou melhoria dos estudos realizados pela empresa, havendo menor distorção dos dados e gerando especificação mais detalhada. Ao longo década de 1990, transcorreu um processo de renovação da mão-de-obra da empresa, pois foi nesse período que os funcionários mais antigos, que haviam participado dos primeiros empreendimentos realizados pela Eletronorte, deixaram a empresa. Esses foram substituídos por engenheiros mais novos, inclusive aqueles vindos das consultoras externas. O contato com os fornecedores foi fundamental para o aprimoramento dos trabalhos desses engenheiros e, conseqüentemente, para manter a empresa no Nível 4 em "engenharia, projetos e equipamentos" da Tabela de Competências Tecnológicas. Os subsídios vindos dos fabricantes para as atividades de especificação técnica e para os estudos de melhorias das LTs e SEs foram fundamentais neste período.

49 49 De acordo com palavras de um engenheiro da Gerência de Projetos e Equipamentos da Eletronorte, um processo de especificação de um Transformador de Corrente Linearizado com forte interação com os fornecedores do seguimento, ocorreu da seguinte forma: ~ houve desenvolvimento das duas partes envolvidas no processo (Eletronorte e fabricantes). As empresas que fabricavam esse equipamento eram a AREVA (antiga Alston), a Asea Brown Bovere (ABB) e a ARTECHE. A maior interação ocorreu com a AREVA e com a ARTECHE. Foram essas empresas que forneceram subsídios para a Eletronorte fazer as especificações técnicas. Durante todo o processo, os fabricantes forneciam ensaios de tipo e especial dos equipamentos. A Eletronorte informava o lugar onde pretendia implantar o equipamento, e os fabricantes diziam se era possível a sua aplicação no local. A Eletronorte também informava suas necessidades em campo, para que os fabricantes checassem a viabilidade de fabricação. Esse contato foi feito antes da fase de especificação, para que posteriormente a Eletronorte pudesse realizar uma contratação adequada. É importante ressaltar que, apesar de ao final desse período a empresa se enquadrar no Nível 4 da função estudada, a Eletronorte sempre demonstrou ter atuação inovadora voltada para desenvolvimento de soluções para transporte de energia em sua área de atuação. Exemplo concreto dessa filosofia de trabalho foi o desenvolvimento, pela Eletronorte, ainda na década de 1980, da torre Raquet (compacta), que representou solução importante para espaço das instalações. Essa tecnologia continua sendo utilizada pela Eletronorte e por outras empresas de transmissão de energia, como Fumas e CHESF, porém a torre Raquet não teve sua patente registrada, ficando evidente que naquele momento não havia política definida para P&D. A própria estrutura da empresa refletia essa realidade, pois não existia uma área específica para gerenciamento de tecnologias e inovações desenvolvidas pela Eletronorte. A postura inovadora estava relacionada às dificuldades de trabalho na área de concessão da empresa, onde existem problemas socioambientais muito peculiares da região e legislações específicas que restringem a folma de atuação da empresa. Esses fatores impulsionaram a empresa a procurar soluções alternativas para a realização de empreendimentos de transmissão de energia elétrica.

50 so Período de 1995 a 1999 Nesse período a empresa criou e acumulou competência de Nível 5 da Tabela 3.1 para a função "engenharia, projetos e equipamentos". O período de 1995 a 1998 foi de grande investimento do Governo brasileiro na indústria de energia elétrica, que havia estado sem crescimento nos últimos anos. Os principais projetos realizados pela Eletronorte nesse período foram a interligação Norte/Sul 02 (1997 a 1999), a interligação Brasil-Venezuela (1998), o Sistema Tramoeste (1997/1998) e o Sistema AcrelRondônia.(1996/1997). O aumento da complexidade das atividades em "engenharia, projetos e equipamentos" ficam evidenciados pelo exame desses projetos. Todos esses projetos exigiram a realização de estudos técnicos detalhados e demandou soluções inovadoras e específicas para as dificuldades encontradas na transmissão de energia em grandes trechos, característica do transporte de energia na Região Amazônica. Em 1998, para viabilizar a interligação Brasil-Venezuela, que consistia na implantação de uma linha da transmissão - que ia de Boa Vista (Brasil) a Santa Elena (Venezuela) - de 206 quilômetros de extensão, a empresa necessitou desenvolver alta capacidade de criação técnica devido a dificuldades encontradas nos trechos das linhas de transmissão. Os principais problemas de obra foram a presença de reservas indígenas, inúmeras restrições de caráter ambiental e a impossibilidade de derrubar a mata, o que impediu a chegada de material pesado nas obras. Essas dificuldades geraram restrições à metodologia de construção, e os engenheiros que participaram do empreendimento se envolveram em estudos para gerar soluções alternativas para as obras das linhas. Como resultado desses estudos, foi possível a utilização de estruturas mais altas para as torres de transmissão e a criação de um gabarito ecológico (catenária no cabo com preservação da árvore). Essa solução demonstra que a empresa tinha desenvolvido a capacidade de criar novas alternativas para transmissão de energia para enfrentar os problemas inerentes a sua área de atuação, atividade que se enquadra no Nível 5 da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos". Outro problema particular da interligação Brasil-Venezuela foi que o projeto executivo determinava que a torre a ser instalada teria sua estrutura fabricada em concreto. Contudo, não foi possível fazer acesso nos locais de instalação com brita, cantoneira, areia e cimento. Para superar essa dificuldade, foram desenvolvidas fundações metálicas que utilizavam peças mais leves, de

51 51 mais fácil transporte. Esse processo demonstra que a empresa tinha se fixado na capacidade de gerar novas soluções para transmissão de energia (Nível 05 - Intermediário da Tabela 3.1). O Gerente de Projetos de Linha da Eletronorte descreve as dificuldades para a execução do empreendimento Interligação Brasil-Venezuela e as soluções encontradas ao longo do desenvolvimento das obras. De acordo com o entrevistado, para o desenvolvimento de soluções para os problemas específicos desse empreendimento, foram realizados estudos que envolveram cálculos estruturais, projetos específicos para as torres de transmissão e fundações, simulação em computador, fabricação de protótipo e testes nos equipamentos (ensaios de tipo e especial). Durante a realização dos testes em campo, houve envolvimento da área de operação e manutenção. Essas atividades foram bastante complexas e demandou horas-extras de trabalho dos engenheiros, para que fosse possível cumprir o prazo estipulado para a energização do empreendimento. Ainda conforme palavras do Gerente, a cada estudo elaborado pela empresa, os engenheiros passavam a compreender melhor como trabalhar na Região Amazônica. Para cada empreendimento existem problemas muitos específicos, sendo necessário desenvolver habilidade criativa nos indivíduos que trabalham para a melhoria das instalações para transporte de energia. Relacionada à função "engenharia, projetos e equipamentos", o planejamento da expansão da rede de transmissão é uma atividade essencial para a coordenação do desenvolvimento do sistema elétrico da empresa. Até 1998, a Eletronorte definia seu programa de obras, planejava a rede elétrica para longo prazo, definia a seqüência dos empreendimentos e os executava na região Norte. A partir de 1998, o planejamento da expansão do sistema passou a ser realizado de acordo com o plano nacional, incorporando as incertezas de longo prazo, ou seja, as incertezas relacionadas à demanda e à geração de energia, que afetam diretamente o sistema de transmissão e suas instalações. Esse novo modelo para o planejamento da expansão representou que a Eletronorte tinha desenvolvido habilidades para executar mais uma atividade classificada no NíveIS da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos". Desde 1995, a atividade de planejamento passou a evoluir de forma a integrar-se aos estudos do meio ambiente, como, por exemplo, levando em consideração o corte seletivo e maneiras de evitar o desmatamento. Dessa forma, um dos pontos centrais do trabalho do planejamento da expansão da transmissão passou a ser a busca por novas tecnologias, a fim de evitar os impactos ambientais e também a busca por obter economia no transporte de energia

52 52 (maximização de transporte e mlolmlzação da faixa). Esses trabalhos também demandavam constantes contatos com fabricantes e grupos de pesquisa em energia elétrica. Os trabalhos do planejamento da expansão da transmissão passaram a ser direcionados para alcançar soluções para o aumento da capacidade de transporte das linhas, ou seja, elevação do SIL (Serch Impedance LeveI), atividade enquadrada no Nível 5 da Tabela 3.1. Isso ocorreu não só pela necessidade de otimização da transmissão, como também devido à elevação do custo dos terrenos que dificultavam a criação de novas linhas de transmissão. Nesse sentido, é clara a importância de utilização de tecnologias cada vez mais modernas. Por isso, desde meados de 1995, a EIetronorte vem intensificando sua participação em programas de pesquisas, como também elevou o número de convênios com universidades, como a UnBlUniversidade de Brasília, a Universidade de São PaulolUSP, Universidade de Itajubá e todas as universidades da região Norte. Além disso, a empresa utiliza tecnologias desenvolvidas pelo Centro de Pesquisa em Energia Elétrica - CEPEL e também executa estudos em conjunto com esse Centro. De entrevista realizada com um engenheiro da área de projeto e planejamento - que trabalhou diretamente nas especificações e na implantação do banco série controlado utilizado na Interligação Norte-Sul 2-500kv - e de consulta ao livro "25 Anos da Eletronorte", depreende-se que: ~ esse empreendimento correspondeu à implantação de mais de mil quilômetros de linhas de transmissão de 500kv e fez a ligação do sistema da Eletronorte - Norte (SE Imperatriz, no Maranhão) ao sistema de Fumas - Sudeste (SE Samambaia, no Distrito Federal); ~ nesse sistema foram instalados novos equipamentos de compensação série na SE Marabá e Presidente Dutra, localizadas fora da interligação Norte-Sul para assegurar desempenho adequado do sistema já existente Norte-Nordeste; ~ a Eletronorte foi responsável pela realização dos projetos básicos e executivos, especificação e aquisição dos equipamentos, e ainda coordenou os contratos de obras e fornecimentos; ~ com a instalação do banco série controlado (equipamento para compensação reativa), a Eletronorte conseguiu reduzir a energia reativa, minimizando substancialmente as perdas de

53 53 energia ao longo das linhas de transmissão, ou seja, houve maior aproveitamento no transporte de energia. o grande desafio desse empreendimento foi o tempo para sua realização e a utilização banco série controlado na função principal, especificado pelos engenheiros da Eletronorte e fornecido pela Asea BroH'n Boveri - ABB, um dos principais fabricantes de bens de capital e equipamentos para a indústria de energia. Essa foi a primeira vez que, em nível mundial, seria utilizado um banco série controlado na função principal, não existindo nenhuma especificação semelhante. Assim sendo, a única fonte de informações existentes eram relatórios de estudos. Os engenheiros que trabalharam no projeto fizeram a leitura desses relatórios, extraíram, condensaram e avaliaram as informações mais relevantes. A empresa desempenhou atividades de criação e adaptação de novas tecnologias, visto que foram os próprios engenheiros da Eletronorte que criaram as especificações para um banco série controlado para linhas de transmissão em 500kv. Essas evidências demonstram que a empresa já tinha se aprofundado em atividades que a levavam a criar soluções inovadoras para o transporte de energia, e esse tipo de trabalho caracterizou que a Eletronorte já havia se fixado no Nível 5 da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos". Essa especificação tem sido utilizada em outros empreendimentos posteriores à interligação Norte/Sul 2, como, por exemplo, no Sistema de Transmissão Norte/Nordeste 03 e 04, e, mais recentemente, no sistema Mato Grosso - 230kv. A utilização desse equipamento permite menores perdas de energia e melhora o aproveitamento da transmissão, elevando a capacidade de transporte, mais uma vez apontando que nesse período a empresa se enquadrava no Nível 5 da Tabela 3.1, para a função estudada. Além das especificações para esse empreendimento, os engenheiros da empresa elaboraram os projetos básico e executivo, acompanharam a obra, o comissionamento (dando suporte aos fornecedores) e colocaram em operação os equipamentos e linhas de transmissão em 500kv. Outra evidência que comprova que a empresa já possuía competências tecnológicas de Nível 5 da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos" foi o desenvolvimento e utilização, em 1995, de PRE - pára-raios energizado para distribuição de energia em pequenas comunidades.

54 54 Desde o início da sua criação, a Eletronorte enfrentou dificuldades quanto à distribuição de energia em pequenas comunidades instaladas ao longo da linha de transmissão. Esse é um problema muito característico da região Norte, onde existem grandes vazios populacionais e pequenos grupos instalados em locais distantes dos maiores centros. Muitas dessas comunidades localizam-se perto de usinas ou subestações de energia ou situam-se logo abaixo das linhas de transmissão. Porém, não recebem energia das concessionárias de distribuição de energia ou da Eletronorte. As soluções até então existentes para deixar energia nesses locais eram economicamente inviáveis. O custo de uma SE e L T de distribuição é extremamente elevado para justificar o investimento para um reduzido número de pessoas. Em 1993, após a avaliação de diversas soluções, definiu-se pela a utilização do PRE e, em 1995, foi concretizado o 1 º projeto utilizando essa tecnologia. Preliminarmente, foram feitos os estudos exploratórios, para verificar a viabilidade da aplicação, momento em que um engenheiro da Eletronorte (hoje funcionário da ONS) fez uma viagem para a África com o objetivo de conhecer a utilização do PRE, único lugar do mundo em que havia sido utilizada essa tecnologia (tecnologia desenvolvida por um Professor da Universidade de Roma). Segundo palavras de um ex-engenheiro da área de projetos da Eletronorte - que liderou a implantação do PRE na Eletronorte - o processo de implantação dos PRE - pára-raios energizado, utilizados para deixar energia nas pequenas comunidades situadas ao longo das linhas de transmissão, enfrentou dificuldades em sua reaplicação no sistema da Eletronorte, pois essa tecnologia só havia sido aplicada na África em uma linha de transmissão de 138kv e a Eletronorte pretendia utilizá-la em 230kv. Além disso, no Brasil, essa solução visava a atender uma comunidade com demanda de carga 10 vezes superior à demanda existente no projeto africano. Voltando ao Brasil, esse engenheiro formou um grupo de trabalho dentro da empresa para estudar a viabilidade da aplicação do PRE em uma LT de 230kv. A equipe trabalhou para obter maiores detalhes técnicos e econômicos. Essas análises envolveram também especialistas das empresas distribuidoras da região (Companhia Energética de Rondônia - CERON, Companhia Energética do Mato Grosso - CEMA T e Companhia Energética do Pará - CELPA). Os engenheiros da Eletronorte realizaram estudos específicos para a utilização dessa tecnologia, como estudos de modelagem do sistema, simulação por computador e estudos em campo, levantamento e planejamento das comunidades, e estudos específicos para cada

55 55 comunidade. Todos esses estudos são relacionados a atividades de busca por soluções inovadoras para os problemas específicos da transmissão. Após a realização desses estudos, a Eletronorte executou - totalmente por engenheiros da própria empresa -, aprimoramento tecnológico do pára-raios energizado para a sua correta aplicação em um sistema de 230kv. A implementação do projeto ocorreu pela primeira vez em 1995, na linha de transmissão J arú - Ariquemes e posteriormente, em 1997, a tecnologia foi também aplicada na linha de transmissão Jamari (ltapoã do Oeste) - Samuel. Essas evidências sugerem que à luz da tabela 3.1 a empresa já vinha acumulando, desde 1995, competências tecnológicas de Nível 5 - Intermediário, para função "engenharia, projetos e equipamentos". Existem duas preocupações fundamentais para a utilização da tecnologia do PRE: a interferência no sistema de comunicação de dados da empresa, prejudicando a operação do sistema; a corrente que passa pelo solo, podendo comprometer a segurança da população. Para esses dois fatores, medições muito cuidadosas foram realizadas. Nas medições iniciais, foram constatadas tensões de passe e toque atuando no solo, sendo corrigidas por meio da melhora do aterramento (aprimoramento na segurança). Nesse momento, o corpo técnico da empresa foi capaz de visualizar também a interferência entre os sistemas de transmissão, atividade que à luz da Tabela 3.1 enquadra-se no Nível 5 em "engenharia, projetos e equipamentos". A solução PRE - pára-raios energizado ficou conhecida como "a cura da malária do setor elétrico", e hoje pode ser utilizada em novos empreendimentos com custos mais baixos do que os inicialmente praticados. Estudos posteriores demonstraram que podem ser usados equipamentos mais baratos dos que os usados nos dois projetos iniciais. Nos anos de 1997 e 1998, a Eletronorte trabalhou na implantação do Sistema TRAMOESTE, sistema de transmissão do oeste do Pará, com 660 quilômetros de linhas em 230kv e 138kv. Nesse empreendimento, a empresa utilizou e instalou pela primeira vez o cabo OPGW em linha de transmissão, com utilização da torre Raquet (torre compacta desenvolvida pela Eletronorte nos anos de 1980), apontando mais uma vez que a empresa era capaz de desenvolver soluções especificas e inovadoras para executar empreendimentos complexos para o transporte de energia. O Gerente da Área de Linhas da Eletronorte, em entrevista concedida a esta pesquisadora, informou que o processo de adaptação do cabo OPGW às torres compactas - feito pela primeira vez no Sistema Tramoeste - encontrou sua maior dificuldade quando do lançamento do cabo

56 56 OPGW, que exige uma curvatura mínima, sendo necessária a utilização de uma roldana de dimensão superior à que é utilizada em cabos convencionais, para não comprometer a fibra óptica do cabo. Entretanto, verificou que essa roldana não cabia na torre Raquel. Diante desse problema, os engenheiros envolvidos na construção das linhas de transmissão iniciaram um trabalho de reprojeto da estrutura das torres (envolvimento da engenharia e projetos), visando ao desenvolvimento de novo dispositivo para a passagem que permitia lançar o cabo sem dobrá-lo. Para a utilização desse dispositivo foi preciso fazer adaptações nas ferragens do cabo e verificar o cálculo estrutural da torre. O estudo, a construção e a montagem das linhas de transmissão do Sistema TRAMOESTE, demandaram base de conhecimento para criação de soluções inovadoras para problemas específicos encontrados no desenvolvimento do empreendimento. Para esse empreendimento foi criada uma nova metodologia para a utilização do cabo OPGW, reafirmando que a empresa se enquadrava no NíveiS da Tabela 3.1 para função estudada, porém dava passos para atingir o Nível 6 da Tabela 3.1, utilizando cabo OPGW em linha compactas de transmissão. Em 1999, a EIetronorte introduziu mais uma inovação relacionada ao uso do cabo OPGW em linha de transmissão com torre Raquet (compacta). A empresa, pela primeira vez, na linha de transmissão Presidente Dutra/Imperatriz (500 kv), fez lançamento do cabo OPGW em linha viva (sem desligamento), energizada em 500 kv. A maior dificuldade foi que, por utilizar uma torre compacta (Raquet) a distância entre as fases é bem reduzida, não havendo espaço suficiente para o lançamento do cabo OPGW. A solução encontrada pela Eletronorte foi a criação de um dispositivo para lançar o cabo OPGW na lateral da torre Raquet, deixando os outros dois cabos no local inicialmente previsto. Ao acrescentar um cabo a mais haveria o problema de aumento de peso, por essa razão tornou-se necessário recalcular toda a estrutura da torre. Os estudos específicos para verificação do comportamento de uma linha de transmissão de 500kv com três cabos pára-raios envolveram cálculo estrutural e projeto de dispositivo especial, simulação em computado, fabricação do protótipo, testes na estação de treinamento de Tucuruí e colocação em campo - LT 500kv energizada. A realização desse projeto, as soluções encontradas e novamente a utilização do cabo OPGW em linhas compactas caracterizam que a empresa, em 1999, tinha definitivamente criado e acumulado competências tecnológicas de Nível

57 57 5 da Tabela 3.1 para função "engenharia, projetos e equipamentos". Entretanto, a empresa já executava atividades correspondentes ao Nível 6 da Tabela 3.1. Ao final de 1999, o Sistema Elétrico da Eletronorte era composto por cinco sistemas de transmissão: o Sistema Norte-Nordeste, Sistema Mato Grosso, Sistema Acre-Rondônia, Sistema Amapá; e Sistema Roraima. Os três últimos sistemas são isolados do Sistema Integrado Nacional, e o Sistema Acre-Rondônia são interligados entre si. O mapa a seguir representa o sistema de transmissão da Eletronorte. - MInai, Sist I Manau - - Fonte: Eletronorte ( Figura Mapa dos Sistemas de Transmjssão da Eletronorte O Subsistema Manaus (isolado) fazia parte do sistema elétrico da Eletronorte. Contudo, a partir da criação da empresa Manaus Energia S.A., subsidiária integral da Eletronorte, criada em dezembro de 1997, passou a fazer parte dessa empresa. Quanto ao subsistema Roraima, também isolado, apenas a linha de transmissão procedente da Venezuela e a Subestação Boa Vista 230/691l3,8kv, em Boa Vista, RR, integram os sistemas da empresa, ficando sob a responsabilidade de outra subsidiária integral da Eletronorte, também criada em 1997, Boa Vista Energia S.A. A trajetória de acumulação de competências tecnológicas dessas duas empresas não faz parte deste trabalho.

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