ASPECTOS CONTROVERTIDOS EM RELAÇÃO À ATUAL REDAÇÃO DO ARTIGO 618 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002 E SUA APLICAÇÃO

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1 ASPECTOS CONTROVERTIDOS EM RELAÇÃO À ATUAL REDAÇÃO DO ARTIGO 618 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002 E SUA APLICAÇÃO Arthur Senra Jacob¹ Omar Narciso Goulart Júnior² RESUMO: Pretende-se discorrer acerca da revogação do artigo do Código Civil de 1916, em função da entrada em vigor do Código atual, em 2002, que passou a regular a matéria em seu art A partir da análise do parágrafo único que lhe foi acrescentado desde então, o presente estudo tem por escopo indicar as inovações da Lei Civil que indicam não ser mais possível o entendimento consubstanciado na Súmula 194 do STJ, a respeito do prazo prescricional aplicável à espécie. ABSTRACT: This paper intends to discourse about the revocation of the section from the Brazilian Civil Code, from 1916, due to the promulgation of the current Code, in 2002, which passed to regulate the subject in its section 618. From the analysis of the unique paragraph added to it since then, this study has as is goal to indicate the innovation in the Civil Law which indicate that the rule contained in the precedent 194, from STJ, about the limitation period which should be applied to the case, should not be observed anymore PALAVRAS-CHAVE: contrato de empreitada; garantia; direito de ação; responsabilidade do empreiteiro. KEYWORDS: works contract; guarantee; action right; contractor s responsibility SUMÁRIO: 1-Considerações Iniciais; 2-Da natureza do quinquênio previsto no caput do art. 618 do código civil; 3- Do prazo para a propositura de ação contra o empreiteiro; 4-Do prazo prescricional aplicável; 5- Considerações Finais; 6- Bibliografia. 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Ao dispor sobre a responsabilidade do empreiteiro pela segurança e solidez da obra entregue ao proprietário, o Código Civil de 1916 trazia em seu artigo a seguinte previsão: responderá, durante cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo, exceto, quanto a este, se, não achando firme, preveniu em tempo o dono da obra. Com a entrada em vigor do Código Reale, em 2002, a matéria passou a ser tratada no artigo 618 da nova codificação, oportunidade na qual o dispositivo teve seu texto alterado, passando a vigorar nos seguintes termos: responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito. Diante de tal alteração promovida pela edição do novo Código, controvérsias surgiram acerca da interpretação do dispositivo, seu âmbito de abrangência, bem como da intenção legislativa ao incluir em seu novo parágrafo único um prazo para a propositura de ação em face do empreiteiro com vistas ao exercício do direito assegurado ao dono da obra. 2 DA NATUREZA DO QUINQUÊNIO PREVISTO NO CAPUT DO ART. 618 DO CÓDIGO CIVIL Da leitura do caput, infere-se que o dispositivo legal em epígrafe estatuiu um quinquênio irredutível, dentro do qual fica o empreiteiro de materiais e execução responsável pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Em que pese tenham sido travadas discussões acerca de qual seria a natureza jurídica do quinquênio em questão à época, inexistem dúvidas atualmente de que se trata de simples prazo de garantia, despido de qualquer natureza prescricional ou decadencial, dentro do qual responde objetivamente o empreiteiro por quaisquer vícios relacionados à solidez e segurança da edificação. Nesse sentido, foi aprovado na 3ª Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça federal no ano de 2004, o enunciado 181, elaborado nos seguintes termos: 181 Art. 618: O prazo referido no art. 618, parágrafo único, do CC refere-se unicamente à garantia prevista no caput, sem prejuízo de poder o dono da obra, com base no mau cumprimento do contrato de empreitada, demandar perdas e danos. No tocante ao âmbito de abrangência da garantia legal em questão, deve ser prestigiado o entendimento segundo o qual devem ser excluídos de sua tutela jurídica os defeitos de menor monta para a estrutura do edifício, assim considerados aqueles insuficientes a comprometer segurança ou solidez da obra, ou da saúde e bem estar de quem a venha habitar. Nesse sentido, merecem destaque as palavras de Arnaldo Rizzardo sobre o assunto: A responsabilidade prevista no artigo 618 deve estar relacionada à segurança e solidez da edificação. Envolverá vícios de 43

2 fundamental importância para o prédio, e que comprometam as partes estruturais, a ponto de colocar em risco a integridade do prédio e a vida dos ocupantes. Nesta categoria, incluem-se o emprego de materiais inapropriados e de qualidade inferior, a falta de fundações profundas e que encontrem resistência no solo, a utilização de tijolos inconsistentes na estrutura, a insuficiência de ferragens nas vigas, a desproporção da medida na mistura de areia e cimento, a ausência de liga entre as paredes e de impermeabilização do teto. (...) Nos vícios do artigo 618 não estão compreendidas as imperfeições na qualidade, no aspecto externo, no acabamento, que denotam desídia, levando a entregar obra não condizente com o padrão prometido. Inconcebível que se admita um prazo tão longo para simples defeitos, como problemas de pintura, manchas nas paredes, mau funcionamento das fechaduras, vazamento nas torneiras, riscos no assoalho, instalação elétrica e hidráulica, e mesmo o emprego de certos materiais de uma qualidade inferior, desde que não se dê o comprometimento da segurança e da solidez. (ARNALDO;RI- ZZARDO;2011;p.517) Sendo assim, se por desídia do empreiteiro vier a obra a ser maculada por tais imperfeições de menor relevância, o dono da obra deverá observar os prazos decadenciais previstos no art. 26, do Código de Defesa do Consumidor, para exigir sua correção em tempo hábil, já que o referido dispositivo consumerista dispõe sobre a reclamação por vícios aparentes ou de fácil constatação. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. 1 Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. 3 Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Caso não se trate de uma relação de consumo, poderá dono da obra rejeitar a coisa, redibindo o contrato, ou reclamar abatimento proporcional em seu preço, conforme dispõem os arts. 441 e seguintes do Código Civil, onde se encontra a disciplina dos vícios redibitórios. Afirmativa em sentido contrário importaria violação à intenção do legislador, que, ao instituir garantia de tamanha extensão no caput do artigo 618, CC, tinha por objetivo proteger o dono da obra em face de vícios que, dada a sua gravidade, poderiam comprometer a estrutura da edificação e, eventualmente, causar sua ruína, podendo representar real risco á vida humana. Por tal razão, conferir a vícios de menor relevância, muitas vezes de caráter predominantemente estético, a mesma proteção jurídica, consistiria em medida contrária aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. 3 DO PRAZO PARA A PROPOSITURA DE AÇÃo CONTRA O EMPREITEIRO. Conforme se depreende do que já foi exposto no presente estudo, o caput do artigo 618, Código Civil, prevê tão somente um prazo de garantia, cuja extensão é de 05 anos, durante o qual fica o empreiteiro objetivamente responsável pelos vícios relacionados à solidez e segurança da edificação, e não por todo e qualquer vício que porventura surgir. Já o parágrafo único do mencionado artigo prevê que Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito. Diante da literalidade do dispositivo, surgem dúvidas a respeito da harmonização entre a garantia prevista no caput e o prazo decadencial previsto no parágrafo único. Entende-se por prazo de natureza decadencial aquele que se destina ao exercício de um direito potestativo pertencente á esfera jurídica de seu titular, sendo certo que, ao contrário dos prazos prescricionais, os decadenciais, em regra, são inexoráveis, o que importa dizer que não admitem suspensão, interrupção ou impedimento. No tocante á distinção entre direitos potestativos e subjetivos, Agnelo Morim leciona que: Segundo CHIOVENDA (Instituições, 1/35 e segs.), os direitos subjetivos se dividem em duas grandes categorias: A primeira compreende aqueles direitos que têm por finalidade um bem da vida a conseguir-se mediante uma prestação, positiva ou negativa, de outrem, isto é, do sujeito passivo. Recebem eles, de CHIOVENDA, a denominação de direitos a uma prestação, e como exemplos poderíamos citar todos aqueles que compõem as duas numerosas classes dos direitos reais e pessoais. Nessas duas classes há sempre um sujeito passivo obrigado a uma prestação, seja positiva (dar ou fazer), como nos direitos de crédito, seja negativa (absterse), como nos direitos de propriedade. A segunda grande categoria é a dos denominados direitos potestativos, e compreende aqueles poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade dessas. Desenvolvendo a conceituação dos direitos potestativos, diz CHIOVENDA: Esses poderes (que não se devem confundir com as simples manifestações de capacidade jurídica, como a faculdade de testar, de contratar e semelhantes, a que não corresponde nenhuma sujeição alheia), se exercitam e atuam mediante simples declaração de vontade, mas, em alguns casos, com a necessária intervenção do Juiz. Têm todas de comum tender à produção de um efeito jurídico a favor de um sujeito e a cargo de outro, o qual nada deve fazer, mas nem por isso pode esquivar-se àquele efeito, permanecendo sujeito à sua produção. A sujeição é um estado jurídico que dispensa o concurso da vontade do sujeito, ou qualquer atitude dele. São poderes puramente ideais, criados e concebidos pela lei..., e, pois, que se apresentam como um bem, não há excluí-los de entre os direitos, como realmente não os exclui o senso comum e o uso jurídico. É mera petição de princípio afirmar que não se pode imaginar um direito a que não corresponda uma obrigação. (Instituições, trad. port., 1/41, 42). Ao estabelecer que o dono da obra decairá do direito á garantia quinquenal assegurada no caput do art. 618, CC, caso não venha a ajuizar a ação contra o empreiteiro nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento de eventual vício ou defeito na edificação, o parágrafo único daquele artigo impõe um limite temporal para o exercício de um direito potestativo por parte do dono da obra, qual seja, o de acionar a referida garantia, impondo ao empreiteiro de materiais e execução um dever de sujeição ao referido direito. Em relação ao prazo de 180 dias para propositura da ação com vistas a exercer o direito à garantia contemplada pelo caput do artigo 618, constante do parágrafo único que lhe foi acrescido, há de se elogiar, ainda, a opção do legislador que, ao fazê-lo, rendeu homenagens ao secular princípio do neminem laedere, o que, nos dizeres de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias: 44

3 ... revela uma visível preocupação com a boa- fé objetiva do dono da obra perante o empreiteiro. Pois bem, respeitando a confiança do empreiteiro, caso o empreitante descubra algum defeito dentro do prazo legal de garantia (cinco anos), terá o direito potestativo de reclamá-lo em cento e oitenta dias, contados de sua descoberta (ROSENVALD; NELSON; CHAVES DE FARIAS; CRISTIANO; 2013; p.849). Por todos os motivos já expostos, é possível afirmar com veemência a natureza decadencial do prazo em análise, já que consiste em um lapso temporal conferido ao empreitante para o exercício de um direito potestativo, qual seja, o direito de reclamar pela existência dos vícios através do exercício da ação com vistas ao acionamento da garantia quinquenal estatuída pelo caput do art. 618, in verbis: responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Nesse ponto, surge a seguinte pergunta: Qual seria o efeito prático do acionamento de tal garantia? Para responder a tal indagação, faz-se pertinente a seguinte menção á obra de Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias: É de se notar que são prazos de diferentes naturezas. O prazo de garantia (caput do art. 618 do Código Civil) é de cinco anos, contados da entrega da obra. Durante este lapso temporal, surgindo algum vício de solidez e segurança o empreendedor responde. Já o prazo decadencial para a reclamação de defeitos de solidez e segurança na obra (Parágrafo Único do artigo 618 da Lei Civil) é de cento e oitenta dias, a contar do conhecimento do vício. Então, se o vício é constatado após quatro anos e dez meses da entrega do prédio, o empreitante disporá do prazo de cento e oitenta dias a partir de então para exercer o direito de resolução contratual, apesar de já ter sido superado o quinquênio da garantia. Ou seja, se a obra foi entregue há um ano e o defeito é descoberto, a partir desse momento fluirá o prazo decadencial de cento e oitenta dias para que se reclame o defeito, com o desfazimento do negócio jurídico (ação redibitória) ou o abatimento do preço (ação estimatória ou quanti minoris). Ultrapassado esse prazo de cento e oitenta dias, a garantia restará esvaída, não sendo possível ao dono da obra reclamar o desfazimento do contrato. Nada impedirá, de qualquer sorte, que reclame eventuais perdas e danos, no prazo prescricional comum (três anos, se o contrato de empreitada for civil, e cinco anos, em se tratando de relação consumerista). (ROSENVALD; NELSON; CHAVES DE FARIAS; CRISTIANO; 2013; p.850). De acordo com os citados autores, uma vez descoberto o defeito, inicia-se a fluência do prazo decadencial de cento e oitenta dias, dentro do qual incumbe ao dono da obra intentar ação redibitória, com vistas a desfazer o negócio jurídico, ou ação estimatória, com vista á obtenção de abatimento proporcional no preço. No entanto, tal entendimento é passível de uma pequena correção, já que, nos termos em que afirmado pelos doutrinadores, incumbiria ao autor da ação optar entre o desfazimento do negócio ou seu regular prosseguimento com o devido abatimento no preço, de acordo com o que lhe fosse mais conveniente, o que consistiria em afronta ao princípio da conservação dos contratos, segundo o qual, diante de algum defeito passível de convalidação, prefere-se seu saneamento à resolução contratual, ainda que por via judicial. Perceba-se que o prazo decadencial em debate diz respeito tão somente ao exercício do direito de ação pelo dono da obra, caso este deseje acionar a garantia irredutível de que se trata no presente estudo. Caso se esvaia o prazo de cento e oitenta dias, somente o direito à garantia será extinto, o que não impede a propositura da ação discutindo dever de reparação civil, pois esta submete-se somente ao prazo prescricional de 03 anos previsto no 3º do art. 206, Código Civil, ou, tratando-se de relação de consumo, ao prazo prescricional de 05 anos previsto no art. 27 do Código de Defesa do Consumidor. Portanto, o acionamento de tal garantia é feito sem que se discuta a existência de culpa por parte do empreiteiro em relação aos vícios apontados na edificação. Assim, caso pretenda o dono da obra, além de acionar a garantia legal em voga, obter em juízo reparação por perdas e danos oriundos da má execução contratual, tratar-se-á do exercício de pretensão à reparação civil, cuja inércia por parte do titular ensejaria, por sua vez, a ocorrência de prescrição, eis que, nos termos do artigo 189 do Código Civil de 2002 Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. De tais afirmativas, infere-se que, na hipótese sob análise, incidem de forma concomitante três prazos legais de distintas naturezas, quais sejam, uma garantia legal, de cinco anos, um prazo decadencial de cento e oitenta dias para que se proceda ao acionamento de tal garantia, o que deverá ser feito mediante ação judicial, conforme exigência do próprio dispositivo de lei, e, por fim, um prazo de natureza prescricional para o exercício de eventual pretensão reparatória, se houver, sobre o qual paira atualmente forte controvérsia, o que será abordado em tópico específico deste estudo. Em caso de esgotamento da garantia quinquenal prevista no art. 618, estabelecida em favor do dono da obra, naturalmente restará ao dono da obra apenas o direito de reparação por eventuais perdas e danos experimentados, a ser exercido dentro do prazo prescricional pertinente, cuja contagem se iniciará a partir do conhecimento do defeito. Nessa situação, não se haveria de cogitar a existência de responsabilidade objetiva do empreiteiro pela reparação civil, já que aquela contempla como regra geral a modalidade subjetiva, somente podendo ser elidida por previsão legal ou convenção em sentido contrário, a não ser que se trate de relação consumerista, onde impera a regra de responsabilidade objetiva. 4 DO PRAZO PRESCRICIONAL APLICÁVEL No que diz respeito aoprazo prescricional para o exercício do direito à reparação civil, as opiniões dividem-se sensivelmente. Quando ainda encontrava-se em vigor o Código de 1916, o Superior Tribunal de Justiça, através da edição da súmula 194, afirmou que seria aplicável à situação em análise o prazo de vinte anos, concernente à regra geral de prescrição existente à época. STJ Súmula nº /09/ DJ Prescrição - Construtor - Indenização - Defeitos da Obra Prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização por defeitos da obra. Em decorrência da referida orientaçãohá quem permaneça sustentando o entendimento de que, mesmo após o advento do Novo Código, o prazo a ser aplicado à espécie permanece sendo a regra 45

4 geral de prescrição, que foi reduzido de vinte para dez anos com a entrada e vigor da nova codificação. Art A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. Para ilustrar o que ora se expõe, colaciona-se o seguinte o voto da lavra do Desembargador José Arthur Filho, da 9ª Câmara Cível do TJMG, relator no julgamento da Apelação Cível /001, ocasião na qual foi acompanhado na íntegra por seus pares. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO - VÍCIO DE CONSTRUÇÃO - DANOS MATERIAIS - DECADÊNCIA - PRESCRIÇÃO - APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL Aos defeitos verificados antes da entrada em vigor do Código Civil de 2002, não se aplica o prazo de decadência previsto no único do art. 618, sem correspondente no Código revogado. Na pretensão de reparação de danos por defeitos construtivos em imóvel, o prazo prescricional a ser observado é o vintenário, previsto no art. 177 do Código Civil de 1.916, ou o decenal, previsto no art. 205 do Código Civil de 2002, respeitada a regra de transição prevista no art deste último. STJ. (TJMG - Apelação Cível /001, Relator(a): Des.(a) José Arthur Filho, 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 10/03/2015, publicação da súmula em 23/03/2015) Em que pese sejam inúmeros os arestos provenientes dos tribunais pátrios a sufragar entendimento idêntico ao aqui exposto, parece-nos tratar-se de grave equívoco interpretativo, a desconsiderar as novas regras de prescrição trazidas no bojo do Código Reale. Observe-se que o Código Civil de 2002 traz inovadora previsão em relação aos prazos prescricionais, passando a dispor especificamente sobre o prazo de três anos para o exercício de pretensão à reparação civil, fenômeno que jamais havia ocorrido durante a vigência de seu antecessor: Art Prescreve: (...) 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; Desta feita, é compreensível que, ante a inexistência de regra específica de prescrição aplicável ao direito de reparação por danos oriundos da má execução do contrato de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, tenha o STJ, em 1997, chegado à conclusão de que a melhor opção seria aplicar à hipótese em estudo, residualmente, a prescrição vintenária, consistente na regra geral vigente à época. O que se mostra de impossível compreensão é o fato de que, mesmo após ter sido promulgada a nova Lei Civil, extremamente inovadora ao prever um triênio prescricional que perfeitamente se amolda ao objeto do presente estudo, seja tal previsão legal ignorada pelos tribunais pátrios para que se continue a prestigiar a já defasada súmula 194, STJ. Em defesa da aplicação do triênio prescricional nos dias atuais, contado da data do fato, assevera Nelson Rosenvald (2013): De qualquer sorte, superado o prazo de garantia (cinco anos) estabelecido em favor do dono da obra ou de terceiro adquirente neste período -, o empreiteiro continuará respondendo pelos eventuais vícios existentes na obra, desde que provada sua culpa (responsabilidade subjetiva com culpa provada pela vítima), como consagra o sistema geral de responsabilidade civil do direito brasileiro (CC, art 927.). Nesse caso, o prazo para exercício da pretensão indenizatória será de três anos, se o negócio estiver submetido ao Código Civil, ou de cinco anos, quando o contrato estiver caracterizado como uma relação de consumo. Numa hipótese ou na outra, o termo inicial para a sua fluência é o conhecimento do fato,aplicada a tese da actio nata. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Das informações expostas no presente estudo, infere-se que a responsabilidade objetiva do empreiteiro de materiais e execução pela solidez e segurança de seu trabalho, que dá ensejo á garantia com duração de, no mínimo, cinco anos, da qual o dono da obra é beneficiário, somente poderá ser invocada em se tratando de vícios de maior monta, que, dada a sua gravidade, poderiam comprometer a estrutura da edificação e, eventualmente, atentar contra a integridade física dos ocupantes do imóvel. A referida garantia quinquenal, conforme exaustivamente afirmado ao longo do texto, é despida de qualquer natureza prescricional ou decadencial, sendo certo que consiste tão somente em prazo dentro do qual responde objetivamente o empreiteiro por quaisquer vícios relacionados à solidez e segurança da edificação, não se admitindo discussão sobre quaisquer elementos subjetivos de sua conduta por parte do dono da obra ao acioná -la, o que será feito mediante o exercício do direito de reclamação por eventuais vícios. Ademais, percebe-se que, para poder exercer seu direito á garantia supracitada, o dono da obra é obrigado, por força da previsão contida no Parágrafo Único do artigo 618, Código Civil, a intentar ação contra o empreiteiro nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito, o que significa dizer que o Código inovou ao estabelecer prazo decadencial ( e não prescricional ) para o exercício de um direito de ação específico. E, no tocante ao prazo prescricional a ser aplicado a eventual pretensão á reparação civil, formulada pelo dono da obra em face do empreiteiro, caso a invocação da garantia quinquenal prevista no caput. do art. 618 não se mostre suficiente á resolução de todos os problemas decorrentes dos vícios apontados na obra, ressalta-se através deste trabalho, a necessidade de que seja aplicado à espécie, atualmente, o triênio prescricional contemplado no artigo 206 do Código Civil de 2002 em detrimento do vintênio previsto na antiga súmula 194, STJ, por ser o único entendimento amparado pela Lei Civil atualmente em vigor. BIBLIOGRAFIA Rosenvald, Nelson; Farias, Cristiano Chaves de. Curso de Direito Civil, Teoria Geral e Contratos Em Espécie, 3ªed., Salvador: Juspodium, Agnelo Amorim Filho, Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para identificar as ações imprescritíveis. Revista de Direito Processual Civil. São Paulo, v. 3º, p , jan./jun Rizzardo, Arnaldo. Condomínio Edilício e Incorporação Imobiliária, 1ª Ed., Gen, Tartuce, Flávio. Teoria Geral dos Contratos e Contratos Em Espécie - Vol. 3, Gen, Enunciado 181 do Conselho da Justiça federal, 2004 ( Coedi/jornadas-cej/enunciados-aprovados-da-i-iii-iv-e-v-jornada-de-direito- civil/compilacaoenunciadosaprovados1-3-4jornadadircivilnum.pdf) 46

5 Repositório Oficial de Jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. (Apelação Cível /001, Relator(a): Des.(a) José Arthur Filho, 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 10/03/2015, publicação da súmula em 23/03/2015) Código Civil de 1916 Código Civil de 2002 Súmula 194, Superior Tribunal de Justiça. Notas de fim 1 Acadêmico da Escola de Direito do Centro Universitário Newton Paiva. 2 Professor da Escola de Direito do Centro Universitário Newton Paiva. 47

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