UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA: O CURRÍCULO EM AVALIAÇÃO RESUMO
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- Vítor Brandt Aquino
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1 UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA: O CURRÍCULO EM AVALIAÇÃO Érika Nishiiye* José Augusto Victoria Palma** RESUMO Este trabalho teve como objetivo possibilitar a reflexão nas aulas de Educação Física, por meio da discussão em grupo sobre o planejamento e execução de uma sequência de aulas, sendo que se desenvolveu dentro do projeto Integrado, no qual, os professores de Educação Física da rede municipal de Ibiporã, estão construindo e implementando seu projeto político pedagógico, abordando o ensino Infantil e fundamental I. Este grupo de docentes realizam encontros mensais para discutir sobre aspectos inerentes a ação docente e suas relações com o contexto em que atua. Desta maneira, em um desses encontros foi proposto que cada professor estrutura-se um conjunto de aulas realizadas com seus alunos, para ser apresentado e refletido em grupo. Deveriam constar os objetivos elaborados, as estratégias empregadas e seu modo de avaliação. Assim, esse relato é decorrente dessa reflexão, e por meio da exemplificação didática da nossa escolha, demonstraremos o beneficio que essa atividade proporciona ao ensino na escola, uma vez que a prática reflexiva mostra para o professor muitas possibilidades que não são detectadas apenas pela sua prática isolada. Neste intuito, escolhemos os Jogos Populares e em específico o jogo com corda, em que foi diferenciada a sua utilização enquanto conteúdo e como estratégia, apontando agrupamento por alguns critérios didáticos. Este conteúdo foi ensinado para os alunos do segundo ano do ensino fundamental I, com um total de oito aulas, desta forma, relatamos a organização e colocamos a disposição dos demais professores a possibilidade de analisar e questionar o planejamento. Verificamos diante da discussão a contribuição que o ensino tem quando os professores dialogam entre seus pares, uma vez que, a troca de experiência, por meio de sugestões sobre seu modo de atuação enriquece e o faz perceber elementos importantes para a educação. Palavras-chaves: Prática reflexiva; organização didática; jogos populares.
2 INTRODUÇÃO O objetivo da formação continuada não é de preencher as lacunas da formação inicial, mas de possibilitar ao professor atuante uma relação entre sua realidade e os conhecimentos produzidos pelas pesquisas acadêmicas. Isto constitui como elemento primordial para ação docente, sendo que os professores resignificam seus conhecimentos e modificam sua práxis. Cabe então destacar que existe uma grande divisão entre teoria educacional e prática docente, em que os professores alegam que as teorias não são construídas de acordo com a realidade, assim, como as pesquisas apontam a ação docente como um ativismo, a ação pela ação. Desta maneira, vemos a união entre as entidades educacionais, escola e universidade como fundamental para minimizar esse distanciamento. Diante desse propósito o Projeto Integrado, coordenado pelo professor José Augusto Victoria Palma, do centro de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina (UEL), proporcionando um vínculo com a Secretaria de Educação do município de Ibiporã, contemplando a formação continuada dos professores de Educação Física, com pesquisa, ensino, e extensão. Em que, um dos propósitos é a construção e implementação do currículo, e a sua avaliação. Assim, um meio de analisar a sua atuação é pela reflexão em grupo, apresentando seus planos de aulas e discutindo suas práticas. Desta forma, este trabalho é resultado de um desses encontros, em que apresentamos nossas aulas a fim refletirmos sobre os conhecimentos empregados, e a posição pedagógica. As aulas foram realizadas em duas turmas do segundo ano, com uma sequência de oito aulas. Escolhemos o jogo popular, e em especifico o jogo com corda para demonstrar como sistematizamos as aulas a partir do que foi determinado pelo currículo, em uma pequena amostra de aulas. Diferenciamos o jogo como estratégia e conteúdo, e realizamos uma divisão didática para o ensino. Enquanto conteúdo, consideramos ser um elemento principal do ensino e requer como foco o estudo dos conceitos, as possíveis origens, as diferentes modalidades e suas derivações. Já enquanto
3 estratégia pode ser utilizada com diversos objetivos, desde verificação das habilidades motoras, na educação sobre os benefícios para saúde como atividade física. As aulas apresentadas foram refletidas em seu planejamento e execução com o relato, melhorado pelas sugestões dos demais professores, posto a ser avaliado novamente. Essa reflexão em grupo sobre o ensino possibilita a expansão do conhecimento, e a constante melhoria no processo de ensino-aprendizagem. Desenvolvimento Relato das aulas O currículo deve ser compreendido como um documento vivo, expressar de forma direta o ensino do professor. Porém, segundo (PALMA. A; OLIVEIRA; PALMA. J, 2010, p. 51), Os professores, de uma maneira geral, tem muita dificuldade em sistematizar os conteúdos. Quando ensinar, o que ensinar e para que ensinar em cada uma das séries, criando um distanciamento entre o currículo oficial (documento escrito) e o currículo real (realizado em sala de aula). Neste sentido, tentaremos neste estudo demonstrar como essa organização é possível, desde que o docente assuma seu papel ativo na construção e implementação do currículo. Começamos o estudo de modo a identificar o que os alunos entendiam sobre jogos populares (avaliação inicial), e a partir do que mencionaram fomos questionando se era de fato verdadeiro ou não esses apontamentos expressos. Posteriormente foram pedidos aos alunos que pesquisassem com os familiares o que eles alegavam ser jogo e quais jogos conheciam, para possibilitar uma análise em conjunto com os conceitos acadêmicos. Encontramos elementos em comum, porém, muitas ideias enviesadas. _ Algumas definições foram expressas, igualmente como aponta a literatura, sendo elas: Caracterizado pela utilização de materiais
4 baratos, simples, de fácil acesso; realizados em diferentes gerações; sem restrição de idade, gênero; e que proporcione sentimentos de alegria e prazer; sendo fora da escola encontrados nos momentos de lazer. Porém, pode ser esquecido devido às mudanças da sociedade com o avanço tecnológico, e o crescimento demográfico nas cidades promovendo a falta de espaço e tempo. (conceito feito em conjunto com os alunos). Em sequência fizemos uma lista de jogos populares de toda sala com todos os jogos por eles encontrados, e escolhemos apenas o (JOGOS COM CORDA) que estava previsto no currículo para aquela série. Estudamos sobre sua origem, a cultura, por que é conhecido, o que faz um jogo ser ou não popular, as regras tradicionais mencionadas nos livros, à norma local, as variações, e por fim, construímos um jogo próprio a partir dos demais. Organização Didática do Jogo com Corda como Estratégia Estruturas capacitativas e perceptiva motora: no ensino da lateralidade, velocidade; equilíbrio; força; coordenação organização e estruturação espaço temporal. Na expressão e ritmo: no movimento de saltar, correr, movimento de bater a corda. Na atividade física: preparação física, como um recurso a se utilizado para sua saúde. Organização Didática do Jogo com Corda como Conteúdo Derivados do trabalho: Puxar animais; com puxar de objetos; amarrar animais ao alto como forma de armazenar os alimentos com o ato de amarrar bexigas e vendados acertarem com um bastão.
5 Número de participantes: Individual; salto simples de frente, de costa, cruzando; Dupla com um batendo e o outro na frente ou atrás, lado a lado; ou Grupo; vários alunos saltando ao mesmo tempo. Quanto a sua utilização de cantigas e movimentos: Com cantiga e com salto: Um homem bateu em minha porta, Suco gelado, Salada saladinha, Chocolate, Com quantos anos, Toc-toc. Com salto e Sem cantiga: Cobrinha (vertical e horizontal), Aumenta-aumenta, Reloginho, Barquinho (canoinha). Sem salto e sem cantiga: Cabo de guerra, Abaixa-abaixa, Balanço, Falsa baiana, Vai e vem, Zerinho. Construção da sala: mudanças de regras quanto ao número de participantes, realização de novas cantigas, organização com cantigas já existentes, por exemplo, a Galinha da vizinha. Com o aumento de cordas em algumas formas: (barquinho, cobrinha, etc). Avaliação O princípio avaliativo deste estudo não se fundamenta na reprodução do conhecimento, no êxito da ação, como produto final do ensino. Mas, pelo entendimento que esse processo deva ser articulado de forma intrínseca ao ensinar. Apoiamos nos estudos de Hoffamn (1994), em propor a prática avaliativa como mediadora, na qual, compreende o ato de analisar o ensino, a aprendizagem e o conteúdo estudado. Esse ato requer do professor a mobilização de vários esquemas, se caracterizando como uma ação de alta complexidade, e verificar o que essa intervenção promove no aluno muitas vezes se tornam inviável. A aprendizagem dos alunos ganha formas fora das escola, o conhecimento é móvel, por essa razão que um dos mitos que Hoffmamn (2010,
6 p.47) aponta, é compreender os instrumentos da avaliação como medida exata da aprendizagem, fazendo uma crítica, em que O teste é entendido como instrumento de constatação e mensuração e não de investigação. Desta maneira, o objetivo da nossa avaliação era sempre de analisar o processo de ensino-aprendizagem, em que verificávamos a melhor forma de ensinar, e se isso tinha uma boa compreensão dos alunos, ou seja, se estavam aprendendo. Assim, se configurou em cada momento da aula, com uso de várias estratégias: por meio da problematização em grupo, com respostas verbais, de forma mais individualizada com dois alunos como ajudantes a fim de poder observar com maior precisão, e perguntas no caderno, e pela prova individualizada. Todas corrigidas e feitas uma devolutiva para os alunos, com a correção e resolução de duvidas sobre os erros e os acertos. Considerações finais A formação continuada dos professores pela da reflexão da sua prática pedagógica promove aos professores já atuantes verificar no seu contexto de aulas as necessidades vigentes a serem estudadas, investigadas, para sempre proporcionar uma educação com qualidade. Essa etapa da carreira do professor é constituída por muitas experiências, porém, de forma solitária. A reflexão com seus pares, possibilita ao docente ampliar seus conhecimentos, assim como, discutir sobre o seu ensinamento, na prática pedagógica. Diante disso, compreendemos que seja imprescindível na construção e implementação de um currículo municipal, a participação de todos os professores. Que eles investiguem, analisem, avalie constantemente seus planejamentos. A realização dessa apresentação foi parte de exercício, em que cada professor pode demonstrar aos demais professores como estão ministrando as aulas a partir da elaboração inicial do plano de ensino, e podemos verificar que houve um consenso nas discussões de que a
7 organização possibilitou uma sistematização do ensino, assim, como a correlações do conteúdo. Assim, concluímos também quanto à sistematização dos conteúdos, favorece ao docente o planejamento de suas aulas, o adiantamento dos problemas, e dos objetivos empregados ao ministrar suas aulas, e demonstra para o aluno que a uma coerência e sequência dos conteúdos a serem aprendidos. BIBLIOGRAFIA CARDOSO, S. R. Memória e jogos Tradicionais Infantis: lembrar e brincar é só começar. Londrina: Eduel, GHEDIN, E.; Almeida, M. I.; LEITE, Y. U. F. Formação de professores: caminhos e descaminhos da prática. Brasília: Líber, HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da préescola à universidade. Educação realidade, 1994., Avaliação: Mito e desafio uma perspectiva construtivista. Mediação, KISHIMOTO, T. M. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis: Vozes, PALMA, A. P. T. V; OLIVEIRA, A. A. B.; PALMA, J. A. V. Educação Física e a organização curricular: educação infantil, Ensino fundamental e Ensino Médio. Londrina: Eduel, PALMA, José. A. V. Projeto Integrado. Formação inicial e desenvolvimento profissional contínuo de professores: integrando possibilidades de pesquisa, ensino e extensão. Universidade Estadual de Londrina. PIMENTA, S. G. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, * Docente de Educação Física na rede municipal da cidade de Arapongas Discente do mestrado em Educação - pesquisadora do LaPEF-UEL. ** Docente nos cursos de Licenciatura em Educação Física e Mestrado em Educação UEL; pesquisador do LaPEF-UEL - angpalma@sercomtel.com.br
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