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2 co$ Revista de Economia v. 5, abril 2015 Sorocaba/SP

3 EQUIPE EDITORIAL Editor responsável Manuel Antonio Munguia Payés, Universidade de Sorocaba, Brasil Avaliadores Lincoln Diogo Lima, Universidade de Sorocaba, Brasil Marcos Antonio Canhada, Universidade de Sorocaba, Brasil Rodrigo Augusto de Lima, Universidade de Sorocaba, Brasil Assessoria Editorial Vilma Franzoni, Universidade de Sorocaba, Brasil Paula Rafael Gonzalez Valelongo, Universidade de Sorocaba, Brasil Capa Luiz Fernando Almeida Santos, Universidade de Sorocaba, Brasil Secretária Talita Silva, Universidade de Sorocaba, Brasil

4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...5 Renato Vaz Garcia ARTIGOS SELEÇÃO DE CATEIRAS DE INVESTIMENTO SEGUNDO HARRY MARKOWITZ E WILLIAM SHARPE...7 Roberto Natale Perotti Junior; Manuel Antonio Munguia Payés. A HIPÓTESE DO MERCADO EFICIENTE: UM ESTUDO EMPÍRICO DOS RETORNO...33 Henrique César Pereira Pinto; Manuel Antonio Munguia Payés. A DINÂMICA DO EMPREGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SOROCABA: UMA ANÁLISE DE COINTEGRAÇÃO...57 André Corrêa Barros; Ricardo Lopes Fernandes. A ECONOMIA NO FIM DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA...73 Alessandro Valério Dantas; Ricardo Lopes Fernandes. ROTATIVIDADE POR FAIXA ETÁRIA NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL DE SOROCABA-SP...97 Silvio Luiz Ferreira da Silva; Manuel Antonio Munguia Payés.

5 A POLÍTICA ECONÔMICA ADOTADA PELO BRASIL PÓS-CRISE Fabio Henrique Machado de Almeida; Manuel Antonio Munguia Payés. IMPACTOS DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL DE 2008 NO COMÉRCIO EXTERIOR DO MUNICIPIO DE SOROCABA Imira Taira Rando; Ricardo Lopes Fernandes.

6 5 Apresentação O economista norte americano Thomas Sowell certa vez afirmou: A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o suficiente de coisa alguma para satisfazer plenamente todos que a querem. A primeira lição da política é desconsiderar a primeira lição da Economia. Esta parece ser uma citação bastante apropriada para a economia brasileira ao longo dos últimos anos, quando temos observado certo distanciamento entre a ciência econômica e a classe política do nosso país. Todavia, observa-se recentemente um considerável avanço do pensamento econômico no Brasil, com destaque para as áreas como economia da inovação, mercado financeiro, economia regional e economia institucional. Diante disso, a quinta edição da Revista CO$ apresenta um rico debate nas suas respectivas áreas, enobrecendo o trabalho de conclusão do curso de Ciências Econômicos dos novos economistas Roberto Natale Perotti Junior, Henrique César Pereira Pinto, André Corrêa Barros, Alessandro Valério Dantas, Sílvio Luiz Ferreira da Silva, Fábio Henrique Machado de Almeira e Imira Taira Rando. O primeiro artigo, intitulado Seleção de Carteiras de Investimento segundo Harry Markowitz e William Sharpe, dos autores Roberto Natale Perotti Junior e Manuel Antonio Munguia Payés, avalia a seleção de carteiras de ações capazes de apresentar retorno máximo para dado nível de risco assumido, ou risco mínimo para dado retorno desejado, com base na Teoria de Carteiras de Harry Markowitz e na Teoria do Modelo do Índice Único de William Sharpe. O segundo artigo, A Hipótese do Mercado Eficiente: um estudo empírico dos retornos, dos autores Henrique César Pereira Pinto e Manuel Antonio Munguia Payés, examina se a estratégia comprar e segurar (Buy and Hold - B&H) e/ou análise técnica pode proporcionar um lucro anormal ao investidor, por meio da seleção de três carteiras, duas da análise técnica e um da B&H. O terceiro artigo, intitulado A Dinâmica do Emprego na Região Metropolitana de Sorocaba: uma análise de cointegração, de André Corrêa Barros e Ricardo Lopes Fernandes, avalia as dinâmicas observadas no mercado de trabalho, mais precisamente as relacionadas com a questão do emprego na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), e qual a relação existente com as flutuações observadas no Estado de São Paulo e Brasil.

7 6 Por sua vez, o quarto artigo, A Economia no Fim da Transição Demográfica, de Alessandro Valério Dantas e Ricardo Lopes Fernandes, apresenta um estudo do viés econômico da transição demográfica com foco nos países que se encontram em estágios mais avançados de transição. O quinto, Rotatividade por Faixa Etária no Mercado de Trabalho Formal de Sorocaba-SP, de Silvio Luiz Ferreira da Silva e Manuel Antonio Munguia Payés, tem como objetivo avaliar as taxas de rotatividade no município de Sorocaba por faixa etária, no período de 2002 a 2012, além de apontar as causas e consequências das elevadas taxas de rotatividade. O sexto, intitulado A Política Econômica adotada pelo Brasil pós-crise 2008, dos autores Fabio Henrique Machado de Almeida e Manuel Antonio Munguia Payes, descreve as políticas econômicas adotadas pelo Brasil no combate à crise de 2008, com ênfase nas políticas monetária, creditícia, fiscal e cambial. Por fim, o sétimo artigo, intitulado Impactos da Crise Financeira Internacional de 2008 no Comércio Exterior do Município de Sorocaba-SP, de Imira Taira Rando e Ricardo Lopes Fernandes, apresenta a influência da crise financeira internacional de 2008 no comércio exterior de Sorocaba, por meio da avaliação da balança comercial do município. Excelente leitura e grande abraço, Prof. Me. Renato Vaz Garcia Curso de Ciências Econômicas Universidade de Sorocaba Uniso

8 7 SELEÇÃO DE CARTEIRAS DE INVESTIMENTO SEGUNDO HARRY MARKOWITZ E WILLIAM SHARPE 1 Roberto Natale Perotti Junior* Manuel Antonio Munguia Payés** *Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. robertoperotti@live.com **Doutor em Ciências Econômicas, Docente e Coordenador do curso de Ciências Econômicas da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. manuel.payes@prof.uniso.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: março de 2016 RESUMO: Este artigo tem por objetivo selecionar carteiras de ações capazes de apresentar retorno máximo para dado nível de risco assumido, ou risco mínimo para dado retorno desejado. Para tal, utilizou-se a Moderna Teoria de Carteiras desenvolvida por Harry Markowitz e a Teoria do Modelo do Índice Único de William Sharpe. A metodologia abordada neste artigo se caracteriza como bibliográfica, explicativa e quantitativa. Conclui-se que as carteiras de ações com mínima variância e benchmark apresentaram níveis de riscos menores e rendimentos superiores às carteiras simples e ao Ibovespa, tanto no modelo de Markowitz como no de Sharpe. Isso demonstra que as teorias são eficazes na seleção e composição das carteiras. Todavia, como esses modelos levam em consideração resultados passados, não há garantia de resultados futuros. PALAVRAS-CHAVE: Moderna teoria de carteiras. Harry Markowitz. Modelo do índice único. William Sharpe. Diversificação. Seleção de carteiras. Risco-retorno. INVESTMENT PORTFOLIO SELECTION ACCORDING TO HARRY MARKOWITZ AND WILLIAM SHARP ABSTRACT: This article aims to select stock portfolios able to provide maximum return for a given level of risk or minimum risk for a given expected return. It has been used the Modern Portfolio Theory developed by Harry Markowitz and William Sharpe s Single Index Model Theory. The methodology discussed in this article is characterized as bibliographic, explanatory and quantitative. The conclusion is that the stock portfolios with minimum variance and benchmark had lower risk levels and higher earnings to simple portfolios and the Ibovespa, both in the Markowitz and Sharpe models. This shows that the theories are effective in the selection and composition of the portfolios. However, as these models take into account past performances, there is no guarantee of future results. KEYWORDS: Modern portfolio theory. Harry Markowitz. Single index model. William Sharpe. Diversification. Portfolio selection. Risk-return. 1 INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento, tanto do mercado acionário quanto dos títulos de renda fixa em todo o mundo, em meados do século XIX, os investidores passaram a buscar medidas de risco mais objetivas e menos subjetivas. Entre os séculos XVIII e XIX, as 1 Artigo originário do Trabalho de Conclusão de Curso. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

9 8 medidas de risco eram qualitativas, pois medidas quantitativas eram praticamente inexpressivas à época, devido às dificuldades de se obter informações e à escassez de mecanismos para processá-las (DAMODARAN, 2009). As análises de investimento sob uma ótica mais técnica surgiram nos Estados Unidos, em especial, após o índice de preços da bolsa de Nova Iorque ter desvalorizado cerca de 86%, em junho de Esse fato trágico despertou os acadêmicos para a necessidade do desenvolvimento de técnicas e teorias sobre valor e as implicações com os preços das ações. Em 1934, Benjamin Graham e David Dodd publicaram Security Analysis, um trabalho de extrema importância no âmbito dos investimentos, o qual abordou técnicas de análises tanto de balanços quanto de investimentos em ações. John Burr Williams, em 1938, publicou o livro The Theory of Investment Value, no qual foi apresentada a teoria do valor intrínseco das ações, um estudo baseado nos valores presentes dos fluxos de caixa das empresas. Há outros trabalhos notáveis, entre eles, os de autoria de John Maynard Keynes, Fredrich Macaulay e T. Rowe Price, publicados em 1936, 1938 e 1939, respectivamente (TOSTA DE SÁ, 1999). Damodaran (2009) considera que, já no início do século XX, existiam coletas de dados sobre retornos e preços de alguns títulos individuais. Exemplo disso foi a publicação da Financial Review of Review no Reino Unido, em 1909, na qual foram examinadas carteiras composta por dez títulos, incluindo obrigações, ações preferenciais e ordinárias. Essa publicação demonstrou pontos favoráveis à diversificação, ao se analisar os impactos causados pela correlação dos ativos nas carteiras hipoteticamente selecionadas. Em 1900, Louis Bachelier, estudante de pós-graduação em matemática da Sorbonne, estudou o comportamento dos preços de ações e opções ao longo do tempo, os resultados desse estudo se tornaram as bases da hipótese do caminho aleatório dos preços e dos mercados eficientes. Com a crescente importância que o mercado de capitais passou a ter para o sistema econômico em geral, houve o desenvolvimento de mecanismos legais, com o intuito de tornar o mercado mais transparente e honesto. Com isso, os profissionais e acadêmicos do campo das finanças e dos investimentos passaram a se interessar pelo desenvolvimento de análises e de teorias baseadas nas informações fornecidas pelo mercado. A partir desses estudos realizados no começo do século XX, juntamente com a melhora dos acessos e da confiabilidade dos relatórios financeiros emitidos pelas empresas, as análises co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

10 9 da relação risco-retorno se tornaram mais frequentes nas tomadas de decisões dos investidores, e dada sua complexidade, tornou-se cada vez mais técnica. Os economistas Harry Markowitz e William Sharpe tentaram desenvolver teorias de seleção de carteiras de investimento capazes de proporcionar uma melhor relação entre risco-retorno aos investidores. Em 1952, Harry Markowitz publicou seu trabalho intitulado Portfolio Selection, um trabalho seminal para as análises de investimento e seleção de carteiras, a partir desse estudo que se iniciou a Moderna Teoria de Carteiras. Segundo Markowitz (1952), uma diversificação eficiente pode reduzir ou eliminar completamente os riscos não-sistêmicos de uma carteira, para isso, deve-se analisar os títulos em pares, pois, para Markowitz, as covariâncias entre eles são essenciais para diversificação e minimização dos riscos. William Sharpe, na década de 1960, desenvolveu um modelo mais simplificado para seleção de carteiras do que o proposto por Markowitz, tal modelo ficou conhecido como Modelo do Índice Único ou Modelo Diagonal. Nesse modelo, de acordo com Sharpe (1963), ao invés de analisar os títulos em pares, deve-se analisá-los em relação algum índice que represente uma média geral do mercado. Com isso, reduz-se consideravelmente o número de inputs no modelo, facilitando, assim, as análises. Destaca-se, no entanto, que os modelos apresentados neste artigo não levam em consideração as características dos ativos selecionados, neste caso ações, por isso, não se descarta a necessidade de análise prévia dos ativos a serem selecionados antes da execução, seja análise baseada nos fundamentos das empresas, ou até mesmo alguma análise mais técnica dos resultados passados dos ativos. E, é claro, deve-se sempre levar em consideração o setor de atuação da empresa e a conjuntura econômica atual para tomar as corretas decisões. Este artigo tem por objetivo verificar se existe, por meio da diversificação, a possibilidade de selecionar carteiras de investimento capazes de apresentar retorno máximo para dado nível de risco assumido, ou risco mínimo para dado nível retorno desejado. Em face disso, utilizou-se neste artigo o método de revisão bibliográfica, bem como pesquisa explicativa e quantitativa. Na tentativa de esclarecer o objetivo deste artigo, inicia-se realizando uma exposição da Teoria Geral de Carteiras desenvolvida por Harry Markowitz e, posteriormente, da simplificação realizada por William Sharpe. Logo após, discute-se os co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

11 10 procedimentos metodológicos, bem como os resultados encontrados. Por fim, apresentam-se as considerações finais. 2 TEORIAS DAS CARTEIRAS Antes da introdução das teorias, faz-se necessária a definição de dois conceitos fundamentais: risco e retorno. De acordo com Assaf Neto (2007, p. 215), a ideia de risco, de forma mais específica, está diretamente associada às probabilidades de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio. O retorno, segundo Gitman (2010, p. 204), é o ganho ou prejuízo total que se obtêm com algum investimento ao longo de um determinado período de tempo. O risco pode ser fragmentado em duas partes, sendo uma delas o risco diversificável (risco não-sistêmico) e a outra o risco não diversificável (risco sistêmico). O não-sistêmico pode ser total ou parcialmente eliminado pela diversificação, ao contrário do sistêmico, que não pode ser eliminado pela diversificação, pois está suscetível às mudanças macroeconômicas. 2.1 A Moderna Teoria de Carteiras de Harry Markowitz Harry Markowitz é considerado o pai da Moderna Teoria de Carteiras, pode-se dizer que foi pioneiro nos estudos referentes às análises de seleção de carteiras. Tal estudo lhe concedeu o prêmio Nobel de Economia em De acordo com Assaf Neto (2012, p. 275), o conceito mais moderno de diversificação é atribuído em grande parte a Markowitz. Sua teoria foi publicada pela primeira vez no Journal of Finance, artigo intitulado como Portfolio Selection. De acordo com Zanini e Figueiredo (2005, p. 41), a teoria de Markowitz se baseou nas seguintes premissas: I) Os investidores avaliariam as carteiras apenas com base no retorno esperado e no desvio padrão dos retornos sobre horizontes de tempo de um período; II) Os investidores seriam avessos ao risco. Se instados a escolher entre duas carteiras de mesmo retorno, sempre escolheriam a de menor risco; III) Os investidores estariam sempre insatisfeitos em termo de retorno. Se instados a escolher entre duas carteiras de mesmo risco, sempre escolheriam a de maior retorno; IV) Seria possível dividir continuamente os ativos, ou seja, ao investidor seria possível comprar frações de ações; V) Existiria uma taxa livre de risco, à qual o investidor tanto poderia emprestar quanto tomar co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

12 11 empréstimos; VI) Todos os impostos e custos de transações seriam considerados irrelevantes; VII) Todos investidores estariam de acordo em relação à distribuição de probabilidades das taxas de retorno dos ativos. Isso significa que somente existiria um único conjunto de carteiras eficientes. Markowitz (1952) desenvolve sua teoria levando em consideração duas características fundamentais de uma carteira: retorno esperado e variância (risco). Algebricamente, o retorno de uma carteira de investimento é, simplesmente, uma média ponderada do retorno dos ativos individuais, cuja ponderação aplicada a cada retorno é a fração da carteira investida nesse ativo (ELTON et al., 2012, p. 53). A fórmula do retorno da carteira utilizada por Markowitz é exibida abaixo: (1) Onde, RP é o retorno da carteira; Xi é o percentual investido em cada ativo; e Ri é o retorno esperado de cada ativo. O risco da carteira, conforme mencionado por Tosta de Sá (1999. p. 50), é um pouco mais complicado uma vez que é necessário considerar como se comporta o retorno de um título em relação ao outro. Segundo Damodaran (2009, p. 87), a teoria de Markowitz alterou a maneira de pensar sobre riscos ao se vincular o risco presente de uma carteira aos comovimentos entres os ativos individuais que ela compõe: Markowitz argumentou que os investidores precisam diversificar, porque se preocupam com riscos e, portanto, o risco presente em uma carteira diversificada precisa ser menor do que aquele dos títulos individuais que compõem a carteira. A ideia-chave que apresentou foi a de que a variância dos retornos de uma carteira poderia ser descrita como função, não apenas, do quanto foi investido em cada título e das variâncias dos títulos vistos individualmente, mas como também da correlação entre estes. A fórmula desenvolvida por Markowitz (1952) para mensurar a variância (risco) de uma carteira é expressa como: (2) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

13 12 Onde, σ P 2 é a variância da carteira; X j 2 o quadrado do percentual investido no ativo j; σ j 2 a variância do ativo j; X j, X k o percentual investido no ativo j e k; e σ jk a covariância entre o ativo j e k. De acordo com Vince (1999, p. 39), o modelo de Markowitz propõe que a administração de carteiras deve se basear em composição, e não em seleção individual de lotes de ações, como normalmente acontece. A teoria de Markowitz fortaleceu definitivamente a ideia de que a diversificação ingênua, ou seja, a escolha aleatória dos ativos, não reduziria o risco das carteiras. Para que o risco da carteira seja menor do que os riscos dos ativos que a compõem individualmente, é preciso selecionar ativos que possuam retornos variando em sentido contrário. Elton et al. (2012) demonstraram o comportamento da relação risco-retorno ao longo de uma curva, ao se analisar diferentes combinações envolvendo dois ativos distintos S e C (Gráfico 1). Nota-se que, ao combinar dois ativos que apresentem coeficiente de correlação perfeitamente positivo (ρ = +1), todas as carteiras possíveis de serem selecionadas são distribuídas ao longo de uma linha reta entre os dois ativos, não havendo, portanto, redução do risco. Gráfico 1 Relação risco-retorno para diferentes coeficientes de correlação Fonte: Elton et al. (2012, p. 77). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

14 13 No entanto, ao se examinar dois ativos que apresentem coeficiente de correlação perfeitamente negativo (ρ = -1), as carteiras selecionadas com diferentes combinações dos ativos S e C são distribuídas ao longo de duas retas, fato que comprova a eficiência de se diversificar utilizando ativos que possuem retornos variando em sentido contrário, pois se constata que é possível obter carteiras com risco menor que os riscos dos ativos analisados individualmente. Markowitz (1952) encontrou as carteiras mais eficientes, por meio de fórmulas matemáticas, para cada nível de risco, e o denominou de Fronteira Eficiente o conjunto de todas elas. Segundo Assaf Neto (2007, p. 253), na fronteira eficiente é possível selecionar uma carteira que apresente, para determinado retorno, o menor risco possível. Na mesma linha Bodie, Kane e Marcus (2000, p. 199) afirmam que a fronteira eficiente representa o conjunto de carteiras que oferecem a taxa de retorno esperada mais alta possível para cada nível de desvio-padrão da carteira (Gráfico 2). Nota-se abaixo que a carteira de variância mínima é a qual apresenta o menor risco possível, e as quais estão localizadas na linha da fronteira são as mais eficientes, pois apresentam máximo retorno para dado nível de risco. Gráfico 2 Fronteira Eficiente Fonte: Bodie; Kane; Marcus (2000, p. 200). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

15 14 Em suma, Markowitz considera que seja possível selecionar as carteiras mais eficientes possíveis para cada nível de risco e retorno, por meio da diversificação, no entanto não diz qual das carteiras deve ser a escolhida, esta decisão deve ser feita pelos investidores de acordo com suas aversões aos riscos. Markowitz conclui que quanto menor for o nível de correlação entre os ativos, mais favorável será para reduzir os riscos das carteiras. 2.2 O Modelo do Índice Único de William Sharpe: Uma Simplificação do Modelo de Markowitz O modelo desenvolvido por William Sharpe 2 teve por objetivo facilitar o modelo de Markowitz. Como citado por Gonçalves (2009, p. 198), segundo seu professor Harry Markowitz, William Sharpe, no início da década de 1960, desenvolveu um modelo simplificado para seleção de carteiras, o qual denominou Modelo do Índice Único ou Modelo Diagonal. No modelo de Markowitz é necessário se calcular uma quantidade bem maior de covariâncias, pois é preciso calcular para todos os pares possíveis de ativos. A fórmula para estimar a quantidade de covariâncias necessárias é a seguinte: (N² - N) / 2, onde N é o número de ativos. Por exemplo, em um conjunto de 100 ações, é necessário calcular (100² - 100) / 2 = covariâncias. Todavia, no modelo de Sharpe, essa quantidade é bastante reduzida, pois, ao desenvolver sua teoria, Sharpe supõe que os ativos não estão correlacionados entre si, mas sim com um índice que represente todo o mercado. De acordo com Elton (et al 2012 p. 133), A observação casual dos preços das ações revela que, quando o mercado sobe (conforme medido por qualquer índice de bolsa de valores disponível para o público), a maioria das ações tende a aumentar de preço e, quando o mercado cai, a maioria das ações vê seu preço diminuir. Isso sugere que uma das razões pela quais os retornos dos ativos são correlacionados é o fato de que há uma resposta comum a mudanças no mercado, e uma média útil dessa correlação pode se obter relacionando o retorno de uma ação com o retorno de um índice geral do mercado acionário. De acordo com a teoria de Sharpe (1963), a fórmula para o retorno de uma ação pode ser descrita por: 2 William Sharpe também foi laureado com o prêmio Nobel de Economia em 1990, devido à criação do modelo de precificação de ativos de capital, o famoso CAPM (Capital Asset Pricing Model). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

16 15 (3) Na qual, Ri é o retorno da ação; αi o componente do retorno do ativo i que é independente do desempenho do mercado, ou seja, uma variável aleatória; βi é uma constante (beta) que mede a mudança esperada em Ri dada uma mudança em Rm Rm é a taxa de retorno médio do índice de mercado; e ei é o erro-padrão da estimativa, também considerado uma variável aleatória. Para Bodie, Kane e Marcus (2000, p. 202), essa fórmula especifica as duas fontes de risco de um título: risco de mercado ou risco sistemático (βi Rm), atribuíveis à reação do título às movimentações do mercado; e o risco específico de uma empresa (ei). Conforme Gitman (2010, p.222), o coeficiente beta consiste em uma medida relativa do risco não diversificável. É um indicador do grau de variabilidade do retorno de um ativo em resposta a uma variação do retorno do mercado. De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2000), um título pode apresentar beta negativo, o que significa que sua linha de regressão irá inclinar-se para baixo, o que permitiria dizer que para eventos macroeconômicos favoráveis, ou seja, para retornos de mercado mais altos, poder-se-ia esperar retornos mais baixos para o título e vice-versa. Sendo assim, diminuiria a sensibilidade de uma carteira, frente às mudanças macroeconômicas. No entanto, Ross, Westerfield e Jaffe (2002, p.228) afirmam que infelizmente, as evidências empíricas mostram que praticamente não existem ações com betas negativos. Conforme citado por Gonçalves (2009, p. 199), esse modelo é baseado em algumas premissas do erro randômico (erro-padrão da estimativa): I) A média de e i é igual à zero; E (e i) = 0; II) A variância de e i é constante; var (e i) = constante; III) Os e i não estão correlacionados ao retorno do índice do mercado; cov (e i, R m) = 0; IV) Os e i de um título nada têm a ver com os e i de outros títulos; cov (e i, e j) = 0 e V) Os e i não estão correlacionados serialmente no tempo; cov (e it, e it+1) = 0. Sharpe (1963), a partir dessas premissas desenvolve seu modelo. Primeiramente, ele deriva a equação do retorno esperado de cada ativo, citada anteriormente, posteriormente deriva as equações da variância do retorno e covariância entre os ativos e, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

17 16 por conseguinte, através de métodos matemáticos, desenvolve a seguinte fórmula de retorno de uma carteira: (4) Onde, RP é o retorno da carteira; Xi é percentual investido no ativo i; α i o componente independente do ativo i; β i o beta do ativo; e Rm o retorno esperado do mercado. Para finalizar, Sharpe (1963) define que o risco de uma carteira é expresso algebricamente pela seguinte fórmula: (5) Onde, 2 σ P é a variância da carteira; 2 β P o quadrado do beta da carteira; 2 σ m a variância do mercado; 2 X i o quadrado do percentual investido no ativo i; e σ 2 ei é a variância do erro-padrão (resíduo) do ativo i. Em síntese, Sharpe conseguiu desenvolver um modelo capaz de facilitar a seleção de carteiras, levando em consideração a correlação dos ativos em relação a um índice que representasse todo mercado, facilitando, portanto, o modelo desenvolvido por Markowitz, o qual necessita um número bem maior de inputs. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Seleção dos Dados co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

18 17 Na elaboração tanto do modelo de Markowitz quanto de Sharpe, foram selecionadas as 20 ações de maiores representatividades percentuais do Índice Bovespa (Ibovespa), conforme Tabela 1. Tal índice tem por objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado acionário brasileiro. Além disso, foram levados em consideração alguns fatores, tais como: I) todas as ações tinham que ter suas cotações divulgadas no site da BM&FBOVESPA, em um período, no mínimo, de 2 anos; II) selecionou-se apenas um tipo de ação de cada empresa, tendo em vista que diversas empresas possuem tanto ações preferenciais (PN) quanto ações ordinárias (ON), sendo selecionada a de maior peso. O período analisado neste artigo delimitou-se a abril de 2012 a março de Tabela 1 Ações Selecionadas Empresa Código Tipo Classificação Setorial Part. (%) ITAUUNIBANCO ITUB4 PN Financeiro 9,837 PETROBRAS PETR4 PN Petróleo, Gás e Biocombustíveis 8,087 BRADESCO BBDC4 PN Financeiro 7,459 VALE VALE5 PN Mineração 4,716 BRF S/A BRFS3 ON Alimentos Processados 3,608 ITAUSA ITSA4 PN Financeiro 3,114 CIELO CIEL3 ON Financeiro 2,628 BRASIL BBAS3 ON Financeiro 2,551 BMF&BOVESPA BVMF3 ON Financeiro 2,311 ULTRAPAR UGPA3 ON Financeiro 2,304 P.AÇUCAR-CDB PCAR4 PN Comércio e Distribuição 1,703 EMBRAER EMBR3 ON Material de Transporte 1,684 JBS JBSS3 ON Alimentos Processados 1,576 CCR S/A CCRO3 ON Construção e Transporte 1,571 CEMIG CMIG4 PN Energia Elétrica 1,257 TIM PART S/A TIMP3 ON Telecomunicações 1,096 GERDAU GGBR4 PN Siderurgia e Metalurgia 1,077 BR MALLS PAR BRML3 ON Financeiro 0,929 LOJAS RENNER LREN3 ON Comércio 0,879 CETIP CTIP3 ON Financeiro 0,795 Fonte: BM&FBOVESPA (2014) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

19 18 Para o desenvolvimento dos modelos, foi necessário calcular os retornos mensais de cada ação selecionada, bem como do Ibovespa. No cálculo do retorno levou-se em consideração tanto o preço de fechamento do último dia útil do mês a ser analisado quanto o preço de fechamento do último dia útil do mês anterior, a fim de se obter a variação mensal. Na elaboração das análises, fez-se necessário o uso do Software Excel da Microsoft. No modelo de Markowitz foram usadas as seguintes funções do Excel: I) =MÉDIA (média); II) =VAR.P (Variância); III) =DESVPADP (Desvio-Padrão); IV) =COVARIAÇÃO.P (Covariância); V) =MATRIZ.MULT (Multiplicação de matrizes) e VI) =TRANSPOR (Transposição de matrizes). Enquanto na elaboração das análises do modelo de Sharpe, utilizou-se, além das funções utilizadas no modelo de Markowitz, exclusive a função IV, análise de regressão, a fim de se encontrar os parâmetros α e β, bem como os resíduos de cada regressão. O índice utilizado nos cálculos de regressão que representasse todo o mercado foi o Ibovespa. 3.2 Seleção das Carteiras e Comparação das Rentabilidades As quantidades de carteiras possíveis de serem selecionadas são imensas, dada a infinidade de diferentes ponderações possíveis de serem atribuídas às ações selecionadas. No entanto, é possível determinar quais ponderações proporcionam as carteiras que possuem maior retorno para dado nível de risco ou, dado o nível de retorno, o menor risco. Essas carteiras, como referidas anteriormente, são as carteiras eficientes. Para seleção das carteiras eficientes foi imprescindível a utilização do Solver, uma ferramenta do Excel muito utilizada na resolução de problemas lineares, capaz de encontrar pontos ideais (máximo e mínimo). Por meio dessa ferramenta é possível maximizar ou minimizar determinada fórmula de uma célula da planilha, dada as variáveis e as restrições pertinentes a cada caso. Neste artigo, as carteiras selecionadas tiveram como objetivo a minimização do risco, no solver essa afirmação é interpretada como função objetivo. As células definidas como variáveis foram as que continham as ponderações de cada ação, já as restrições utilizadas serão expostas a seguir, juntamente com os critérios de seleção de cada carteira a ser analisada. Independente da carteira a ser selecionada, algumas restrições são comuns a todas, tais como: a participação de cada ação tem que ser maior ou igual a zero (Xi 0, i = 1, 2, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

20 19 3,..., 20) e a soma das participações individuais tem que ser igual a 100% ( X i = 100%). Em ambos os modelos foram selecionadas carteiras com ponderações iguais para todas as ações, as quais foram denominadas Carteiras Simples, pois não apresentaram nenhum critério racional de diversificação. Sendo assim, foram atribuídos 5% (100% / 20 ações) de peso a cada ação. Para tal, não se fez necessário o uso do solver, pois não houve a necessidade de maximizar ou minimizar alguma fórmula, apenas se calculou o risco e retorno normalmente. Selecionaram-se para ambos os modelos às carteiras de menor risco possível, as quais foram denominadas Carteiras Mínima Variância, tal expressão é utilizada por Markowitz em sua teoria. Com isso, a função objetivo do solver foi de minimizar o risco da carteira ao máximo possível, ou seja, de minimizar a equação (2), no caso de Markowitz e a equação (5), no caso de Sharpe, utilizando as restrições citadas anteriormente. As terceiras carteiras selecionadas, para efeito de comparação, foram carteiras que possuíssem retorno maior ou igual a algum índice que representasse o rendimento de algum título de renda fixa existente no mercado brasileiro. Em face disso, utilizou-se a variação média do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), do mesmo período de análise. Portanto, além das restrições de que Xi 0 e X i = 100%, foi utilizada também a de que o retorno da carteira teria quer ser maior ou igual a variação média do CDI (RP 0,6574%) 3, mantida a função objetivo do Solver de minimizar a equação (2), no caso de Markowitz e a equação (5), no caso de Sharpe, tais carteiras foram denominadas Carteiras Benchmark. As quartas e últimas carteiras selecionadas, para ambos os modelos, foram as carteiras denominadas Carteiras Máximo Retorno, cujas restrições foram aquelas comuns a todas. No entanto, a função objetivo do Solver passou a ser de maximizar o retorno, ou seja, de maximizar a equação (1), no caso de Markowitz, e a equação (4), no caso de Sharpe. Essas carteiras não têm relevância para estudos de diversificação, pois, como serão observadas na análise dos resultados, as carteiras de máximo retorno alocam 100% da ponderação em apenas uma ação, inviabilizando o processo de diversificação e, por conseguinte, a mitigação dos riscos. 3 As variações médias do CDI foram coletadas do site do CETIP (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

21 20 Os resultados da relação risco-retorno das quatro carteiras selecionadas foram comparados com o desempenho do Ibovespa. Houve, também, a comparação dos modelos entre si, a fim de se observar a existência de diferenças significativas entre a teoria de carteiras de ambos os autores tratados neste artigo, visto que a teoria de Sharpe foi uma simplificação da teoria de Markowitz. 3.3 Construção das Fronteiras Eficientes Inicialmente, para criação da fronteira eficiente, fez-se necessária a localização dos pontos extremos da fronteira, cujos pontos são representados pelas carteiras de mínima variância e de máximo retorno, as quais já foram selecionadas anteriormente. Entretanto, somente com as extremidades da fronteira não são suficientes para delinear a curvatura do gráfico, diante disso, para traçar o contorno curvilíneo, foi preciso selecionar diversas carteiras intermediárias às extremidades. Para tal, adotou-se o seguinte critério: foi estipulado um retorno para cada carteira intermediária, de forma que fossem preenchendo o intervalo entre o retorno da carteira de mínima variância e a de máximo retorno, a fim de se obter uma distribuição homogênea ao longo da curva. Feito isso, no solver, além de Xi 0 e X i = 100%, restringiu-se o retorno da carteira ao retorno que lhe foi estipulado. Sempre utilizando a função objetivo do Solver de localizar o ponto mínimo, ou seja, de minimizar o risco. Apenas para ilustrar nos gráficos, selecionaram-se diversas carteiras aleatórias, atribuindo-as ponderações de forma aleatórias e múltiplas de 5%, com intuito de facilitar a seleção e plotá-las no gráfico, a fim de demonstrar a infinidade de carteiras não eficientes possíveis de serem selecionadas. 4 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 Cálculos Básicos Efetuaram-se os cálculos básicos de cada ação selecionada, tais como: retorno médio, variância e Desvio-Padrão (Tabela 2). É importante frisar que, apesar dos modelos expressarem os riscos das carteiras como sendo a variância, no campo dos investimentos, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

22 21 normalmente, são utilizados os desvios-padrões para tal finalidade, que nada mais é que a raiz quadrada da variância: DP = σ 2. Tabela 2 Resultados dos cálculos básicos das ações selecionadas (médias mensais) Ações Retorno Médio Variância Desvio-Padrão ITUB4 0,47% 0,49% 7,01% PETR4-1,63% 0,90% 9,48% BBDC4-0,09% 0,49% 7,03% VALE5-1,58% 0,45% 6,71% BRFS3 0,96% 0,40% 6,29% ITSA4-0,82% 0,51% 7,15% CIEL3 0,65% 0,45% 6,73% BBAS3-0,54% 0,95% 9,73% BVMF3 0,00% 0,56% 7,51% UGPA3-0,21% 0,61% 7,80% PCAR4 0,57% 0,32% 5,69% EMBR3 1,35% 0,60% 7,74% JBSS3 0,14% 1,40% 11,85% CCRO3 0,68% 0,27% 5,21% CMIG4-4,38% 1,41% 11,86% TIMP3 0,07% 0,80% 8,95% GGBR4-0,77% 0,71% 8,43% BRML3-0,81% 0,63% 7,95% LREN3 0,10% 0,45% 6,69% CTIP3-0,40% 0,39% 6,25% Ibovespa -0,90% 0,23% 4,81% Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. Constata-se que as ações que apresentaram os maiores retornos médios mensais foram EMBR3, BRFS3 e CCRO3, as quais obtiveram variação de 1,35%, 0,96% e 0,6%, respectivamente. Já as ações com maiores riscos foram CMIG4, JBSS3 e BBAS3, as quais apresentaram 11,86%, 11,85% e 9,73%, respectivamente. 4.2 Análise do Modelo de Markowitz Verifica-se que a carteira diversificada de forma irracional, carteira simples, obteve retorno médio negativo de 0,31% e risco de 4,14%, no período analisado (Tabela 3). No entanto, mostrou-se mais eficiente que o Ibovespa, o qual também obteve retorno co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

23 22 negativo, -1,03%. Analisando-se o resultado da carteira de mínima variância, observa-se um risco 32,13% menor que em relação ao risco da carteira simples e, além disso, retorno positivo de 0,07%. A carteira benchmark obteve um nível de risco 8,54% maior que o risco da carteira de mínima variância e, em relação à carteira simples, obteve um nível de risco 26,33% menor, porém obteve retorno superior a ambas. Tabela 3 Ponderações e resultados mensais das carteiras selecionadas segundo Markowitz Carteiras Ações Mínima Máximo Simples Benchmark Variância Retorno ITUB4 5,00% PETR4 5,00% BBDC4 5,00% 4,97% - - VALE5 5,00% BRFS3 5,00% 0,06% 7,62% - ITSA4 5,00% CIEL3 5,00% 2,58% 16,07% - BBAS3 5,00% BVMF3 5,00% UGPA3 5,00% 13,10% 11,27% - PCAR4 5,00% EMBR3 5,00% 30,21% 30,58% 100,00% JBSS3 5,00% CCRO3 5,00% 8,83% 23,20% - CMIG4 5,00% 5,68% - - TIMP3 5,00% 3,77% 0,42% - GGBR4 5,00% 15,73% 9,14% - BRML3 5,00% 2,36% - - LREN3 5,00% 9,62% 1,69% - CTIP3 5,00% 3,10% - - Ibovespa Retorno Médio -0,31% 0,07% 0,66% 1,35% -1,03% Risco (Desvio-Padrão) 4,14% 2,81% 3,05% 7,74% 4,94% Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. Nota-se que a carteira de máximo retorno alocou 100% da ponderação na ação que obteve o maior retorno no período analisado, no caso a EMBR3 (Tabela 2), diferentemente da carteira de mínima variância, que não alocou toda sua ponderação a ação que obteve o menor risco no período, tendo o distribuído em 12 ações diferentes, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

24 23 com destaque também a EMBR3, que obteve 30,21% da ponderação, e a GGBR4 e UGPA3, que obtiveram 15,73% e 13,10% das ponderações, respectivamente. Em uma situação real de investimento a ponderação de 0,06% atribuída a BRFS3 na carteira mínima variância seria, obviamente, descartada, pois é praticamente irrelevante. Visualiza-se no Gráfico 3 os desempenhos das carteiras expostas anteriormente, utilizando-se como referência base 100. É visível que, ao longo de todo o período analisado, todas as carteiras obtiveram desempenhos superiores ao Ibovespa. Destaca-se a carteira de mínima variância que obteve desempenho maior que a carteira simples ao longo dos dois anos. A carteira referenciada pelo CDI, benchmark, obteve um desempenho bastante significativo no período, posicionando-se acima das demais carteiras, exceto a de máximo retorno. Gráfico 3 Comparativo dos desempenhos das carteiras selecionadas segundo Markowitz - (Base 100) Início Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dec. Jan. Fev. Mar Simples Mínima Variância Benchmark Máximo Retorno Ibovespa Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. A carteira de máximo retorno obviamente foi a qual mais se destacou, entretanto, além de ter apresentado maior volatilidade, serve mais para ilustração do que análise de fato, pois não apresenta nenhuma diversificação, sendo assim, deveria ser totalmente descartada em uma situação real de diversificação. No Gráfico 4, observa-se a fronteira eficiente do modelo de Markowitz, todas as carteiras localizadas na a linha vermelha (fronteira) são as carteiras eficientes, já as co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

25 Retorno (R) 24 carteiras localizadas abaixo são as ineficientes. Nota-se que, para cada carteira aleatória, existe uma carteira mais eficiente localizada acima, ou seja, carteiras com o mesmo grau de risco, porém com diferentes retornos. Segundo a teoria de Markowitz, não é possível selecionar carteiras que apresentem riscos menores que a carteira de mínima variância (destacada no gráfico). O investidor racional deverá optar pela carteira que maximizará o retorno esperado para determinado nível de risco, sendo assim, cada investidor se baseará em seu nível de satisfação e aversão ao risco para selecionar a carteira ideal. Gráfico 4 Fronteira Eficiente 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% -0,50% -1,00% Carteira Mínima Variância -1,50% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00% 6,00% 7,00% 8,00% 9,00% Risco (Desvio Padrão) Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. 4.3 Análise do Modelo de William Sharpe Analisado-se os resultados da Tabela 4, verifica-se que a carteira simples obteve retorno negativo de -0,31% e risco de 4,06%, porém obteve melhor rendimento que o Ibovespa. A carteira de mínima variância apresentou risco de 3,05%, o qual foi 24,88% menor que em relação ao risco apresentado pela carteira simples e 38,26% menor que o risco do Ibovespa. A carteira benchmark obteve risco de 3,17%, sendo 3,93% maior que o risco da carteira de mínima variância e, em relação ao risco da carteira simples, obteve um nível co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

26 25 de risco 21,92% menor. A carteira de máximo retorno, além de possuir a maior rentabilidade, apresentou a maior volatilidade entre as carteiras, a qual apresentou risco de 7,74%, ou seja, apresentou risco 153,77% maior em relação ao risco da carteira de mínima variância. Constata-se que novamente a carteira de máximo retorno alocou 100% da ponderação em uma mesma ação, EMBR3, análogo ao modelo de Markowitz. Já a carteira de mínima variância distribuiu suas ponderações entre 15 ações diferentes, com destaque para EMBR3, CCRO3 e CIEL3, cujas ponderações foram 16,46%, 16,33% e 14,42%, respectivamente. As ações GGBR4 e BRML3 da carteira de mínima variância provavelmente seriam descartadas em uma situação real de investimento, por apresentarem ponderações praticamente irrelevantes, no entanto, por este artigo ter um caráter teórico, deve-se considerá-las. Tabela 4 Ponderações e resultados mensais das carteiras selecionadas segundo Sharpe Carteiras Ações Mínima Simples Variância Benchmark Máximo Retorno ITUB4 5,00% 1,13% 2,52% - PETR4 5,00% BBDC4 5,00% 6,58% 5,11% - VALE5 5,00% 5,60% - - BRFS3 5,00% 5,78% 10,72% - ITSA4 5,00% 0,71% - - CIEL3 5,00% 14,42% 16,12% - BBAS3 5,00% BVMF3 5,00% UGPA3 5,00% 5,00% 3,45% - PCAR4 5,00% 8,11% 11,22% - EMBR3 5,00% 16,46% 19,77% 100,00% JBSS3 5,00% CCRO3 5,00% 16,33% 20,69% - CMIG4 5,00% 5,03% - - TIMP3 5,00% 4,58% 4,17% - GGBR4 5,00% 0,29% - - BRML3 5,00% 0,01% - - LREN3 5,00% CTIP3 5,00% 10,00% 6,23% - Ibovespa Retorno Médio -0,31% 0,16% 0,66% 1,35% -1,03% Risco (Desvio- Padrão) 4,06% 3,05% 3,17% 7,74% 4,94% Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

27 26 No Gráfico 5, verifica-se os desempenhos das carteiras no acumulado ao longo dos dois anos analisados; é visível a superioridade das carteiras selecionadas em relação ao desempenho do Ibovespa. A carteira simples obteve desempenho superior ao desempenho do Ibovespa, todavia se apresentou inferior a carteira de mínima variância e a carteira referenciada pelo CDI, benchmark. Destaca-se a carteira de mínima variância que se mostrou superior ao desempenho da carteira simples, ao longo do período, apesar de ser a carteira com o menor risco não foi a com o menor retorno e, por conseguinte, não apresentou o pior desempenho. A carteira benchmark apresentou novamente superioridade às demais carteiras, exceto a de máximo retorno, obviamente. Gráfico 5 Comparativo dos desempenhos das carteiras selecionadas segundo Sharpe (Base 100) Início Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dec. Jan. Fev. Mar Simples Mínima Variância Benchmark Máximo Retorno Ibovespa Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. A fronteira eficiente (Gráfico 6) apresentou curvatura semelhante ao modelo de Markowitz. Verifica-se que é possível construir diversas carteiras com o mesmo nível de retorno, contudo, somente uma estará localizada na fronteira. Observa-se a localização do Ibovespa no gráfico, localizado bem abaixo da fronteira eficiente. A formação da fronteira eficiente independe do perfil do investidor, ela apenas destaca as carteiras eficientes, ou seja, destacam-se as que possuem máximo retorno para dado nível de risco, ou para dado nível de retorno, as carteiras de mínimo risco. Já a co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

28 Retorno (R) 27 escolha de determinada carteira depende impreterivelmente do perfil de cada investidor. E esse perfil deve levar em consideração o quão disposto a correr risco o investidor está em troca de determinado retorno. Gráfico 6 Fronteira Eficiente 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% -0,50% -1,00% Carteira Mínima Variância -1,50% 2,20% 3,20% 4,20% 5,20% 6,20% 7,20% 8,20% 9,20% Risco (Desvio Padrão) Fronteira Eficiente Carteiras Aleatórias Ibovespa Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. 4.4 Comparações: Markowitz versus Sharpe É importante, para finalizar as análises dos resultados, que se faça uma comparação entre os modelos apresentados neste artigo. Como se pode observar na Tabela 5, as carteiras simples de ambos os modelos apresentaram resultados praticamente iguais, porém a carteira simples de Markowitz apresentou nível de risco levemente superior a de Sharpe, provavelmente devido às diferentes abordagens matemáticas utilizadas pelos autores em seus modelos. Em relação às carteiras de mínima variância, o modelo de Markowitz apresentou um risco 7,87% menor que o risco da carteira do Sharpe, contudo, a de Sharpe apresentou retorno maior em relação à de Markowitz, dado seu maior risco. No entanto, mesmo com essas pequenas diferenças, as carteiras de mínima variância de ambos os modelos apresentaram resultados bastantes significativos referentes aos seus objetivos de co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

29 28 minimizarem o risco. Nota-se que no modelo de Markowitz foram utilizadas 12 ações, e no de Sharpe 15 ações para compor as carteiras de menor risco, sendo 11 delas comuns a ambos. As carteiras benchmark obtiveram resultados bem semelhantes, a de Markowitz apresentou um risco 3,79% menor que a de Sharpe. Os pesos foram distribuídos em 8 ações, no caso de Markowitz, e, em 10, no caso de Sharpe, destaque para CIEL3, EMBR3 e CCRO3, as quais juntas representaram 69,85% dos pesos na carteira de Markowitz e 56,58% na de Sharpe. Tabela 5 Ponderações e resultados mensais das carteiras selecionadas - (Markowitz versus Sharpe) Carteiras Ações Simples Mínima Variância Benchmark Máximo Retorno Markowi Markowi Markowi Markowitz Sharpe Sharpe Sharpe Sharpe tz tz tz ITUB4 5,00% 5,00% - 1,13% - 2,52% - - PETR4 5,00% 5,00% BBDC4 5,00% 5,00% 4,97% 6,58% - 5,11% - - VALE5 5,00% 5,00% - 5,60% BRFS3 5,00% 5,00% 0,06% 5,78% 7,62% 10,72 % - - ITSA4 5,00% 5,00% - 0,71% CIEL3 5,00% 5,00% 2,58% 14,42 16,12 16,07% % % - - BBAS3 5,00% 5,00% BVMF3 5,00% 5,00% UGPA3 5,00% 5,00% 13,10% 5,00% 11,27% 3,45% - - PCAR4 5,00% 5,00% - 8,11% - 11,22 % - - EMBR3 5,00% 5,00% 30,21% 16,46 19,77 100,00 30,58% 100,00% % % % JBSS3 5,00% 5,00% CCRO3 5,00% 5,00% 8,83% 16,33 20,69 23,20% % % - - CMIG4 5,00% 5,00% 5,68% 5,03% TIMP3 5,00% 5,00% 3,77% 4,58% 0,42% 4,17% - - GGBR4 5,00% 5,00% 15,73% 0,29% 9,14% BRML3 5,00% 5,00% 2,36% 0,01% LREN3 5,00% 5,00% 9,62% - 1,69% CTIP3 5,00% 5,00% 3,10% 10,00 % - 6,23% - - Retorno Médio -0,31% - 0,31% Risco (Desvio- Padrão) Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. Ibovesp a 0,07% 0,16% 0,66% 0,66% 1,35% 1,35% -1,03% 4,14% 4,06% 2,81% 3,05% 3,05% 3,17% 7,74% 7,74% 4,94% co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

30 29 Claramente, como se pode observar, tanto a carteira de máximo retorno do modelo de Markowitz quanto à do Sharpe alocaram 100% dos pesos em EMBR3, como dito anteriormente, por ter apresentado a maior rentabilidade média ao longo do período analisado. Todas as carteiras obtiveram desempenho superior ao Ibovespa, entretanto, somente as carteiras de máximo retorno que obtiveram níveis de riscos mais elevados. Visualiza-se no Gráfico 7 os comparativos dos desempenhos das carteiras de mínima variância e as referenciadas pelo CDI, de ambos os modelos. É notório que as carteiras de mesmo critério de ambos os modelos apresentaram desempenhos semelhantes ao longo dos 2 anos analisados, mesmo a teoria de Sharpe sendo uma simplificação da teoria de Markowitz, mostrou-se eficiente Início Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dec. Jan. Fev. Mar. Markowitz - Mínima Variância Markowitz - Benchmark Ibovespa Sharpe - Mínima Variância Sharpe - Benchmark CDI Fonte: BM&FBOVESPA (2014). Cálculos elaborado pelo autor. Cabe pontuar os desempenhos das carteiras benchmark em comparação ao próprio CDI acumulado no período, por apresentarem as mesmas médias de retorno mensais, no caso 0,66%, ao final do período estavam igualados, no entanto ao longo dos dois anos apresentaram momentos distintos, praticamente até 2013 o CDI vinha superando a co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

31 30 carteira benchmark, porém a partir de 2013 a carteira passou a ter um desempenho superior. As carteiras de mínima variância apresentaram resultados bastante semelhantes, apesar das divergências em relação às ponderações que lhes foram atribuídas. Importante ressaltar que o desempenho da bolsa brasileira, medido pelo Ibovespa, no período analisado, não foi satisfatório, pois se desvalorizou 21,85%. Entretanto, as carteiras referenciadas pelo CDI e as de mínima variância obtiveram desempenhos superiores ao índice, fato que diminuiria consideravelmente as perdas dos investidores, claro, considerando a comparação com o desempenho médio do mercado, no caso o Ibovespa. Gráfico 7 - Comparativo entre os desempenhos das principais carteiras selecionadas Markowitz versus Sharpe (Base 100) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Recorda-se que o presente artigo teve como objetivo analisar a seleção de carteiras de investimento no que tange à capacidade de maximizar o retorno para dado nível de risco assumido, ou minimizar o risco, para dado nível de retorno desejado, por meio da diversificação. O referencial teórico utilizado baseou-se na Moderna Teoria de Carteiras desenvolvida por Harry Markowitz e, posteriormente, na simplificação realizada por William Sharpe. Em síntese, com base nos resultados analisados, ambos os modelos mostraram-se eficientes na seleção de carteiras de investimento, com auxílio de softwares, como o Excel e sua ferramenta de extensão, o solver, ambas as teorias apresentaram soluções para o quanto demandado, sendo possível, por meio da diversificação, selecionar carteiras capazes de maximizar o retorno para dado nível de risco assumido ou, para dado nível de retorno desejado, minimizar o risco. No período analisado, todas as carteiras obtiveram desempenhos superiores ao Ibovespa. As carteiras mínima variância e benchmark apresentaram rendimentos superiores às carteiras simples e ao Ibovespa em ambos os modelos, bem como apresentaram níveis de riscos menores. Isso demostra que as teorias são eficazes na seleção e composição das carteiras, no entanto, como apresentado na introdução, esses modelos levam em consideração resultados passados e, como se sabe, não são garantias de resultados futuros. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

32 31 Destaca-se, também, a comparação dos modelos entre si, como se pode observar nos resultados, apresentaram diferenças não muito significativas, dada as diferentes abordagens matemáticas utilizadas por ambos. Isso leva a concluir que Sharpe obteve êxito na tentativa de simplificar o modelo criado por seu professor Markowitz, criando um modelo mais simplificado, porém não menos eficiente na seleção de carteiras. Para finalizar, recomenda-se analisar ambos os modelos em diferentes períodos de tempo, a fim de se comprovar suas eficiências em tempos distintos, e se possível, realizar um acompanhamento de tais resultados para verificar se ao longo do tempo os resultados favoráveis permanecem. Outra sugestão seria a inclusão de ativos livres de risco na composição das carteiras, por exemplo: títulos do tesouro. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 3. ed., São Paulo: Atlas, ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 11. ed., São Paulo: Atlas, BMF&BOVESPA. Ações selecionadas (Índice Bovespa). Disponível em: < a&idioma=pt-br>. Acesso em: 29 de ago BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, a. J. Fundamentos de investimentos. 3. ed., Porto Alegre: Bookman, CETIP. Estatísticas DI. Disponível em: < asp?str_modulo=completo&int_idioma=1&int_titulo=6&int_nivelbd=2>. Acesso em: 10 de set DAMODARAN, Aswath. Gestão estratégica do risco: uma referência para a tomada de riscos empresariais. São Paulo: Bookman, ELTON, Edwin J. et al. Moderna teoria de carteiras e análise de investimentos. Rio de Janeiro: Elsevier, GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. 12. ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, GONÇALVES, Fábio. Faça fortuna diversificando seus investimentos em bolsa de valores e renda fixa. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

33 32 MARKOWITZ, Harry. Portfolio Selection. Journal of Finance, v. 7, p mar ROSS, S.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira: corporate finance. 2. ed., São Paulo: Atlas, SHARP, William. F. A Simplified Model for Portfolio Analysis. Management Science, v. 9. n. 2, p jan TOSTA DE SÁ, Geraldo. Administração de investimentos, teoria de carteiras e gerenciamento de riscos. Rio de Janeiro: Qualitymark, VINCE, Ralph. Cálculo e análise de riscos no mercado financeiro. São Paulo: Makron Books, ZANINI, Francisco A. Mesquita; FIGUEIREDO, Antonio Carlos. As Teorias de Carteira de Markowitz e de Sharpe: Uma aplicação no Mercado Brasileiro de Ações entre julho/95 a junho/2000. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 6, n. 2, p , co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

34 33 A HIPÓTESE DO MERCADO EFICIENTE: UM ESTUDO EMPÍRICO DOS RETORNOS. 1 Henrique César Pereira Pinto * Manuel Antônio Munguia Payés ** * Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. cesarhenrique751@hotmail.com ** Dr. Em Economia, Docente e coordenador do curso de Economia da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. manuel.payes@prof.uniso.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: março de 2016 RESUMO: O artigo tem como objetivo examinar se a estratégia comprar e segurar (Buy and Hold - B&H) e/ou análise técnica pode proporcionar um lucro anormal ao investidor. Inicialmente, foram selecionadas três carteiras, duas da análise técnica e uma da B&H. As carteiras da análise técnica foram analisadas com base na teoria de Dow, cada uma em conjunto com um indicador diferente: o IFR e MACD. Foi examinada a efetividade destas estratégias em superar a hipótese do mercado eficiente. Conclui-se que a estratégia B&H e os indicadores técnicos aqui analisados proporcionaram um lucro anormal ao investidor, indicando uma anomalia no mercado durante o ano de 2012 e PALAVRAS-CHAVE: Análise técnica. Hipótese do mercado eficiente. Buy and Hold strategy. THE HYPOTHESIS OF THE EFFICIENT MARKET: A EMPIRICAL STUDY OF RETURNS. Abstract: This article aims to examine whether the buy and hold strategy (Buy and Hold - B&H) and/or the technical analysis can provide an abnormal profit to the investor. Initially, three portfolios were selected, two in the technical analysis and the B&H. The technical analysis of portfolios were analyzed based on Dow theory, each along with a different indicator: IFR and MACD. The effectiveness of these strategies in overcoming the efficient market hypothesis was examined. It is concluded that the B&H strategy and the technical indicators analyzed provided an abnormal profit to investors, indicating an anomaly in the market during 2012 and Keyword: Technical analysis. Efficient market hypothesis. Buy and Hold strategy. 1 INTRODUÇÃO Um dos pilares da teoria moderna de finanças, a hipótese do mercado eficiente (HME) tem sido objeto de diversos estudos teóricos e empíricos. Essas pesquisas tentam identificar se o mercado é eficiente ou se há alguma estratégia de investimento capaz de ter um desempenho consistentemente melhor que o mercado, ou seja, a ocorrência de uma anomalia no mercado. A HME surge da ideia de que os investidores racionais que buscam lucro agirão sobre novas informações tão rápido, que os preços quase refletirão todas as informações publicamente disponíveis. (BODIE; KANE; MARCUS, 2000, p. 437). Esta hipótese, aliás, parte desse 1 Artigo originário do trabalho de Conclusão de Curso co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

35 34 pressuposto, que todas as informações estão publicamente disponíveis e que todos os investidores têm acesso a elas. Mas se todas as informações relevantes são rapidamente refletidas no preço, as séries de variações de preços dos ativos negociados no mercado de capitais comportem-se de maneira aleatória (MARTINS, 2006, p. 17). Nesse contexto, não é possível um investidor adepto da análise técnica obter ganhos anormais, isso devido ao retorno ser inferior ao custo da transação; sendo inferior também a estratégia Buy and Hold, em que o investidor comprará e segurará a ação acreditando na eficiência do mercado no longíssimo prazo. Segundo Damodaran (2002, p. 186), uma estratégia de se minimizarem as negociações, ou seja, cria-se uma carteira e não negociar a menos que houvesse necessidade de caixa, seria superior a qualquer estratégia que exigisse negociações frequentes. Contrariando a HME, a pedra fundamental da análise técnica é acreditar que o movimento do preço é determinado pela atuação de um enorme número de investidores (PIMENTA; LIMA, 2010, p. 37). O psicológico que guia o comportamento dos investidores pode ser observado nos gráficos de preço. A premissa básica da análise técnica é que a história se repete e os padrões do passado tendem a ocorrer novamente no futuro. Os movimentos dos preços passados se repetem, porque as pessoas tendem a repetir reações, se estimuladas da mesma maneira. Com base nessa informação, os profissionais seguidores dessa análise procuram encontrar os padrões gráficos, explorando esses padrões recorrentes e previsíveis na tentativa de obter lucro anormal. Nota-se que para os analistas técnicos, os padrões dos preços passados são observáveis, ajudando a predizer o preço futuro da ação. Portanto, torna-se pouco relevante estudar se o mercado é eficiente ou não. Por conseguinte, o artigo tem como objetivo examinar se a estratégia Buy and Hold e a análise técnica podem proporcionar lucro anormal ao investidor; este último, mediante a aplicação da teoria de Dow em conjunto com dois indicadores técnicos: o Índice de Força Relativa (IFR) e o Moving Averange Convergence Divergence (MACD), testando, assim, a eficiência do mercado acionário brasileiro no ano de 2012 e 2013, a partir de três carteiras de ações. Essa pesquisa se estrutura em cinco seções: a primeira seção apresenta uma síntese sobre o tema discutido; na seção seguinte, são expostos a metodologia, os materiais utilizados e o objetivo do artigo; na terceira seção, apresentado o embasamento teórico da hipótese do mercado eficiência, estratégia Buy and Hold, e da análise técnica, aliás, deste último apresentou-se a teoria de Dow e dois indicadores técnicos diferentes. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

36 35 Na quarta seção, é exposto o resultado do experimento; e, por último, na quinta seção, é realizada a conclusão. 2 METODOLOGIA Segundo Gil (2008, p. 26), para cada pesquisa é fundamental adotar um procedimento científico para solucionar o problema de pesquisa. Esta pesquisa tem caráter explicativo, experimental e bibliográfico. O nível de pesquisa é explicativo, pois tenta tornar inteligível se alguma estratégia de investimento pode proporcionar um lucro anormal ao investidor, violando a hipótese do mercado eficiente. O delineamento da pesquisa é bibliográfico e experimental devido ao fato de utilizar livros e artigos, além de comparar dois grupos de ações: um experimental e outro benchmark. Este é o desempenho do Índice Bovespa (IBOVESPA) durante o período de 2012 a O grupo experimental são três carteiras selecionadas, uma da estratégia Buy and Hold e duas da análise técnica. O investidor adepto à análise técnica fica submetido à utilização das teorias e dos indicadores técnicos para realização de suas operações. Em cada uma das carteiras da análise técnica, utilizou-se a teoria de Dow em conjunto com um indicador: o Índice de Força Relativa e MACD (Moving Averange Convergence Divergence). O investidor da estratégia Buy and Hold submete-se à condição de comprar uma ação e segurá-la, querendo receber futuramente a valorização dos ativos, além de receber proventos. O grupo benchmark e o experimental foram acompanhados através de uma simulação em um período de dois anos, com início no dia 02/01/2012 e fim no dia 31/12/2013. Durante esse período, utiliza-se para cada operação de compra ou venda a cotação fechamento do dia correspondente. Depois de encerrada a simulação, com todas as ações de ambas as carteiras vendidas, foi realizada uma comparação do resultado apurado pelas carteiras. Se a carteira da estratégia Buy and Hold e/ou análise técnica conseguisse superar consistentemente o desempenho do IBOVESPA, então, conclui-se que houve uma anomalia no mercado acionário brasileiro no ano de 2012 e Para constituição das carteiras, utilizou-se o índice Brasil 50 (IBRX-50). Houve uma classificação em ordem de ponderação das 50 ações, sendo selecionados 6 ativos de maior, menor e média ponderação, totalizando 18 companhias. Estas passaram por uma análise com base nos critérios estabelecidos em cada carteira, e posteriormente foram selecionados os 6 co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

37 36 melhores ativos que iriam compor cada uma das carteiras. Para seleção dos ativos, antes de tudo, teve uma classificação individual por critério, a qual será explanada logo adiante; a posição nesses critérios individuais foi considerada como nota para constituição do ranking final. Cada um dos ativos teve todas as suas notas somadas e, após isso, encontrada sua média simples. É importante frisar que em cada um dos rankings individuais, a companhia mais eficiente recebeu a menor nota. Com base nisso, as empresas que obtiveram a menor nota no ranking final foram as selecionadas. Os dados necessários para a análise das empresas foram extraídos dos demonstrativos financeiros do ano de 2010 e No procedimento, não fazem parte da amostra as empresas que não têm disponíveis os dados necessários para qualquer um dos indicadores e critérios adotados, no período analisado. Não foi permitido também ter mais de um ativo pertencente à mesma companhia, caso tivesse, seria selecionado o ativo com maior ponderação entre eles. Para ocupar a posição da ação descartada, foi eleito o próximo ativo na sequência do seu grupo de ponderação. Nessa pesquisa, foi considerado o custo das transações. O apêndice 1 mostra tais custos cobrados conforme o tipo de operação e montante. 2.1 Seleção de Ativos da Carteira Buy and Hold Tabela 2 - Ativos selecionados para compor a carteira da estratégia B&H, e ranking por critério. IBRX Código Var (%) do Margem Clas 50 da ação ROE Liquida Clas Índice P/L Clas P/VPA Clas D/VPA Clas Volatilidade Clas Líquidez Clas Média Clas 46 HGTX3 3,44% 02 21,97% 03 17, , ,83% 04 38,24% 10 0,63% 16 6, BBDC4-1,02% 06 12,12% 08 10, , ,54% 06 28,74% 03 2,71% 05 6, VALE5-6,09% 13 36,64% 02 5, , ,55% 05 27,17% 01 7,46% 01 7, ITUB4-1,39% 08 17,70% 05 10, , ,99% 08 31,28% 06 3,86% 04 7, BRFS3 3,77% 01 5,31% 15 23, , ,81% 09 30,66% 05 1,15% 13 7, LREN3-0,99% 05 10,40% 09 17, , ,56% 02 42,07% 12 0,92% 15 7, PETR4-1,37% 07 13,64% 07 8, , ,70% 10 28,08% 02 6,59% 02 8, CIEL3-25,77% 17 43,17% 01 14, , ,85% ,61% 18 1,08% 14 8, VIVT4-10,49% 15 14,98% 06 10, , ,24% 03 30,05% 04 1,67% 09 8, ESTC3-2,43% 10 6,11% 13 21, , ,21% 07 35,70% 08 0,09% 18 9, TIMP3-11,58% 16 7,50% 12 16, , ,50% 12 32,34% 07 4,47% 03 9, MRVE3 0,12% 03 20,33% 04 6, , ,36% 15 49,93% 17 1,35% 12 10, CYRE3-2,70% 11 8,13% 11 12, , ,76% 14 45,43% 13 1,55% 10 11, PDGR3-2,24% 09 10,29% 10 9, , ,94% 13 48,33% 15 2,45% 06 11, GGBR4-4,29% 12 5,92% 14 11, , ,96% 16 38,03% 09 2,34% 07 11, USIM5-6,20% 14 3,40% 16 40, , ,66% 17 41,95% 11 1,81% 08 12, JBSS3-0,13% 04-0,52% 17 21, , ,00% 18 45,54% 14 0,60% 17 12, GFSA3-40,89% 18-33,80% 18-1, , ,60% 11 48,46% 16 1,39% 11 15,57 18 Fontes: BM&F BOVESPA (2014a) e (2014b) Nota: Dados trabalhados pelo autor. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

38 37 Os critérios eleitos da carteira da estratégia Buy and Hold foram extraídos do ranking anual da agência estado empresas, uma parceria da Agência Estado, jornal Estadão e o software Economática. Os critérios são alguns indicadores fundamentalistas, tais como: o retorno sobre valor patrimonial (ROE), margem líquida, índice preço lucro (P/L), índice preço valor patrimonial por ação (P/VPA) e dividendo sobre valor patrimonial por ação (D/VPA). Além desses indicadores, calculou-se o risco e a liquidez dos ativos, através da volatilidade e do índice de negociabilidade respectivamente. A tabela 2 mostra o ranking final com a classificação dos 18 ativos nos critérios individuais. 2.2 Seleção de Ativos das Carteiras da Análise técnica Tabela 3 Ranking por critério e ativos selecionados para compor a carteira da análise técnica Clas. no IBRX-50 Código da ação Volatilidade Clas. Liquidez Clas. Média Clas. 05 VALE5 27,17% 01 7,46% 01 1, PETR4 28,08% 02 6,59% 02 2, BBDC4 28,74% 03 2,71% 05 4, ITUB4 31,28% 06 3,86% 04 5, TIMP3 32,34% 07 4,47% 03 5, VIVT4 30,05% 04 1,67% 09 6, GGBR4 38,03% 09 2,34% 07 8, BRFS3 30,66% 05 1,15% 13 9, USIM5 41,95% 11 1,81% 08 9, PDGR3 48,33% 15 2,45% 06 10, CYRE3 45,43% 13 1,55% 10 11, ESTC3 35,70% 08 0,09% 18 13, HGTX3 38,24% 10 0,63% 16 13, LREN3 42,07% 12 0,92% 15 13, GFSA3 48,46% 16 1,39% 11 13, MRVE3 49,93% 17 1,35% 12 14, JBSS3 45,54% 14 0,60% 17 15, CIEL3 113,61% 18 1,08% 14 16,00 18 Fontes: BM&F BOVESPA (2014a) e (2014b) Nota: Dados trabalhados pelo autor. Para selecionar os 6 ativos que irão compor a carteira da análise técnica, foram selecionados dois critérios: a baixa volatilidade e a alta liquidez dos ativos. Nessa carteira, foi necessário utilizar o Home Broker da Rico.com.vc, para fazer a análise gráfica, e o Microsoft Office Excel, para registrar as operações realizadas e calcular os custos das transações. O período de negociação (Time Frame) adotado foi o gráfico diário, as operações foram realizadas após o fechamento das negociações. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

39 38 3 EMBASAMENTO TEÓRICO 3.1 Mercado Financeiro O mercado financeiro é um mercado em que os agentes superavitários emprestam o dinheiro para os agentes deficitários, isto significa que os tomadores, quando precisam captar recurso para realizar seus investimentos consumo, recorrem aos agentes poupadores. Nesse contexto, o mercado financeiro é um intermediário financeiro, formado por um conjunto de instituições que viabilizam o fluxo financeiro entre os poupadores e os tomadores. Essas instituições financeiras, instituições não financeiras e as instituições autorizadas a funcionar formam o sistema financeiro nacional e funcionam conforme as diretrizes da comissão de valores mobiliários e/ou Banco Central (ASSAF NETO, 2012). O mercado financeiro é constituído pelos mercados cambial, de capitais, de crédito e monetário. Cada um desses mercados tem características que se diferem pelo prazo, função econômica, entre outros aspectos, mas ambos têm grande importância para com o sistema financeiro nacional. O mercado de capitais, de acordo com o site Bovespa, é um mercado onde são realizadas operações de compra e venda de ações, títulos e valores mobiliários efetuados entre pessoas físicas e jurídicas. Essas operações têm obrigatoriamente a intermediação de instituições financeiras participantes do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários. Uma empresa, quando vai emitir um título com objetivo de obter recurso, ela emite uma subscrição de capital no mercado primário, isto significa que lança para o público uma ação. No mercado secundário a (subscrição de capital) é viabilizada ao investidor a oportunidade de realizar novos negócios com títulos já emitidos no mercado primário anteriormente, o funcionamento desse mercado ocorre principalmente na bolsa de valores. Este, segundo Assaf Neto (2012, p. 223), é um conjunto [...] entidades, cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas para a realização, entre seus membros, de operações de compra e venda de títulos e de valores mobiliários. O mercado acionário brasileiro é repleto de índices que procuram representar o mercado à vista (lote-padrão), sendo utilizados pelos investidores como referência direta para analisar o comportamento individual das ações. A seguir, será exposta a composição de dois índices do mercado acionário Brasileiro. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

40 Índice Bovespa (IBOVESPA) De acordo com BM&FBovespa (2014a), o índice Bovespa é o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações Brasileiro. Os critérios para selecionar os ativos que iriam compor o Ibovespa são: 1) estar em ordem decrescente entre o conjunto dos ativos que somam 85% do Índice de Negociabilidade (IN), no período de vigência das três carteiras anteriores; 2) ter presença em 95% por cento dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores; 3) ter participação em termos de volume financeiro maior ou igual a 0,1%, no mercado a vista (lotepadrão), no período de vigência das três carteiras anteriores; e 4) não ser classificado como Penny Stock. O Ibovespa representa o desempenho médio do comportamento do mercado à vista, pois sua composição procura retratar esse mercado, podendo ser utilizado contrapondo-se com os ativos individuais para analisá-los. Após selecionar os ativos com base nos critérios a cima, a ponderação de cada ativo ocorrerá pelo valor de mercado do free float (ativos que se encontram em circulação), com limite de participação baseado na liquidez. De acordo BM&FBovespa (2014a), a representatividade de um ativo no índice, quando das reavaliações periódicas, não poderá ser superior a duas vezes a participação que o ativo teria, caso a carteira fosse ponderada pela representatividade dos INs individuais no somatório de todos os INs dos ativos integrantes da carteira. Caso isso venha a ocorrer, será realizado ajuste para adequar o peso desse ativo a esse limite, redistribuindo o excedente proporcionalmente aos demais ativos integrantes da carteira Índice Brasil 50 (IBrX 50) Segundo BM&FBovespa (2014b), o Índice Brasil 50 é o indicador do desempenho médio das cotações dos 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações Brasileiro. Os critérios para que um ativo seja elegível são: 1) estar em ordem decrescente entre os 50 primeiros ativos do Índice de Negociabilidade (IN), no período de vigência das três carteiras anteriores; 2) ter presença em 95% dos pregões no período de vigência das três carteiras anteriores; e 3) não ser classificado como Penny Stock (ações que custam menos de um real). O IBrX 50 representa o retorno médio de uma carteira teoria com as 50 ações com maior índice de negociabilidade (IN), sendo que cada ativo é ponderado pelo valor de mercado do co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

41 40 free float, isto significa que foram excluídas as ações que são propriedade do controlador. Segundo Fortuna (2014, p. 635), o peso específico de cada ação no índice poderá se alterar ao longo da vigência da carteira, [...] devido ao rebalanceamento periódico ou quando ocorrerem ajustes decorrentes de proventos/eventos concedidos pelas empresas. 3.2 Hipótese do Mercado Eficiente (HME) A evolução do que é hoje conhecida como Hipótese do Mercado Eficiente (HME), um dos principais pilares da teoria moderna de finança, procede-se de Harry Roberts (1967) e Fama (1970,1976, 1991), eles deram a ideia subjetiva ao termo HME. Essa hipótese é certamente uma das mais controversas teorias formuladas, sendo objeto de inúmeros estudos visando à sua comprovação ou rejeição, isto desde a década de 70. Nos anos 50, com o avanço tecnológico, os computadores passaram a ser utilizados com finalidade de análise econômica, procurando identificar padrões previsíveis na série de tempo econômico. De acordo com Bodie, Kane, Marcus (2000, p.249): [...] teóricos do ciclo de negócio acreditavam que, ao traçar a evolução de diversas variáveis econômicas ao longo do tempo, seria possível esclarecer e prever o progresso da economia ao longo dos períodos de crescimento rápido e de colapso. Um candidato natural para esta análise foi o comportamento no tempo dos preços do mercado acionário. Supondo que os preços de ações refletem as perspectivas da empresa, padrões recorrentes de picos e vales no desempenho econômico deveriam aparecer nestes preços. O inglês Maurice Kendall (1953) foi um dos primeiros a analisar esta proposta, ele procurou examinar o comportamento dos preços passados, querendo identificar padrões recorrentes de pico e vale das empresas. O resultado foi inexistência de padrão previsível que ajudaria a estimar o preço futuro, o que significou, em um primeiro momento, que o comportamento do mercado é aleatório, e, por conseguinte, concluiu-se que o mercado era irracional. Com passar do tempo, os economistas financeiros reinterpretaram o estudo de Kendall, concluindo que o mercado é eficiente e que os investidores são racionais. (BODIE; KANE; MARCUS, 2000, p.249). A HME surge da ideia de que todos os investidores racionais que buscam lucros agirão sobre novas informações tão rapidamente que os preços quase sempre refletirão todas as informações publicamente disponíveis (BODIE; KANE; MARCUS, 2000, p. 447). Ou seja, uma notícia nova no mercado reflete-se nos preços imediatamente, pois a expectativa de co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

42 41 elevação futura já elevaria o preço corrente da ação. O mercado é eficiente porque todas as informações importantes já estão disponíveis para todos os participantes (racionais) e eles buscam maximizar seus retornos tentando descobrir alguma notícia relevante antes do resto do mercado. Se o mercado acionário fosse ineficiente, isto indicaria que todas as informações disponíveis não estariam embutidas no preço, neste contexto, seria previsível o preço futuro. De acordo com Fama (1976 apud PENTEADO 2003, pag.6): [...] um mercado de capitais eficiente é aquele mercado que é eficiente em processar as informações. Os preços dos títulos observados em qualquer instante estão baseados na avaliação correta de toda informação disponível naquele instante. Num mercado eficiente os preços refletem plenamente as informações disponíveis. Um mercado de capitais eficiente é um importante componente do sistema capitalista. Em tal sistema, o ideal é um mercado onde os preços são sinais exatos para a alocação de capitais. Isto é, quando as empresas emitem títulos para financiar suas atividades, esperam obter preços justo, e quando os investidores fazem escolhas entre títulos que representam a propriedade das atividades das empresas, podem fazê-lo pagando justo. Em suma, se o mercado de capitais funciona sem restrições na alocação de recursos, o preço dos títulos deve ser um bom indicador de valor. Na avaliação de um investimento, em um mercado eficiente, o preço de mercado fornece a melhor estimativa de valor, e o processo de avaliação se torna o de justificar o preço de mercado (DAMODARAN, 2002, p. 183). Nesse contexto, pode-se observar que todas as informações já estão disponíveis no mercado, refletindo-se no preço das ações. Segundo Damodaran, o preço de mercado não será necessariamente igual ao seu valor real a todo o momento, ou seja, o preço pode ser maior ou menor desde que estes desvios sejam aleatórios e que os erros não sejam tendenciosos. Isto quer dizer que a ação pode ser na mesma proporção sub e superavaliada, mas que os desvios não sejam correlacionáveis com qualquer variável observável. Para Fama (1970), a HME é dividida em três níveis, de acordo como as informações disponíveis são refletidas no preço. O primeiro nível de eficiência do mercado afirma que os preços das ações já refletem todas as informações contidas no histórico de negociações passadas, não sendo possível o grafista descobrir ações desvalorizadas, isto quer dizer que os preços passados nada teriam a dizer sobre o seu comportamento futuro da ação. O segundo nível acrescenta as informações publicamente disponíveis (demonstrativos financeiros e notícias da imprensa), não sendo possível ao investidor descobrir ações desvalorizadas. Já o terceiro nível de eficiência de mercado afirma que nenhum investidor conseguirá obter um lucro anormal com base em qualquer informação relevante, inclusive as informações privilegiadas. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

43 Estratégia Buy and Hold A estratégia Buy and Hold foi desenvolvida pelo economista Benjamin Graham em O investidor dessa estratégia é mais passivo, isto significa ser mais tolerante às oscilações do mercado permanecendo com as ações mesmo durante os períodos em que a conjuntura econômica está em recessão. Neste caso, o investidor submeteu-se à condição de comprar uma ação e segurá-la, querendo receber futuramente a valorização dos ativos além de receber bonificações, dividendos e os juros sobre o capital próprio. Nessa estratégia, um investidor procura comprar as ações sólidas do mercado, acreditando no fundamento das empresas e na eficiência do mercado no longuíssimo prazo. A ideia dessa estratégia não é simplesmente comprar uma ação e segurá-la, antes de tudo, é preciso fazer uma análise da empresa, setorial e macroeconômica. O investidor, ao analisar uma empresa ou setor específico, deve considerar as informações, tanto as quantitativas como qualitativas. Nesse artigo, foram considerados apenas alguns dos indicadores fundamentalistas quantitativos, a mensuração do risco e da liquidez dos ativos Indicadores Fundamentalistas O primeiro critério, a taxa Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE - return equity), de acordo com Lagioia (2011, p. 214), é o coeficiente resultante da razão do lucro líquido sobre o patrimônio líquido. Por exemplo, em milhares de reais, a ação BRFS3 apresentou um lucro líquido de R$ e um patrimônio líquido de R$ , o resultado dessa razão é de 9,68%. Quanto maior esse indicador, melhor será a capacidade da empresa de produzir lucro a partir de seu próprio patrimônio líquido. Nesta pesquisa foi analisada a capacidade de crescimento do ROE das empresas durante o ano de 2010 para As empresas que conseguiram obter a maior variação em pontos percentuais foram as melhores classificadas no ranking individual. O segundo critério, a Margem Líquida, para o Gitman (2004, p. 53), é calculada pela divisão do lucro líquido disponível ao acionista pela receita de vendas. Por exemplo, em milhares de reais, a empresa CIEL3 apresentou um lucro líquido de R$ e uma receita de vendas de R$ , a divisão dessa razão é uma margem líquida de 43,17%. Isto significa que, para cada um real recebido pela venda de um produto, a empresa conseguiu obter um lucro líquido de R$ 0,43. O indicador mostra a eficiência da empresa em gerar lucro, ele desconta todos os custos e despesas, incluindo os juros, impostos e dividendos de ações co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

44 43 preferenciais. Quanto maior for a margem líquida, melhor classificada ficou a empresa no ranking individual. O terceiro critério, o Índice Preço Lucro (P/L), indica a relação entre a cotação da empresa e o lucro por ação, o cálculo é feito pela divisão do primeiro pelo segundo. Por exemplo, a empresa USIM5 teve sua cotação de fechamento no dia 29/12/2011 no valor de R$ 10,15, que, dividida pelo lucro por ação de R$ 0,25, tem um coeficiente resultante de 40,60. Isso significa que em 48 meses o investidor obterá um lucro equivalente ao capital inicial aplicado, isto, claro, se o valor permanecer constante. Segundo Assaf Neto (2012, p. 239), quanto maior for o P/L de uma ação, menores espera-se que sejam o risco e a lucratividade do investimento. Um P/L alto é resultado da expectativa do mercado sobre a companhia, pois há um otimismo que o lucro vai crescer no futuro, isso acaba provocando uma elevação na cotação do ativo. Com um aumento no numerador e um denominador constante, o índice P/L aumentará. Por isso, quanto maior o P/L, melhor colocada ficou a empresa nesse ranking individual. O quarto indicador, o preço por valor patrimonial líquido (P/VPA), indica a relação entre a cotação da empresa e VPA. Calcula-se fazendo a divisão do primeiro pelo segundo, por exemplo: a empresa CIEL3 teve sua cotação de fechamento do dia 29/12/2011 no valor de R$ 48,20 e um valor patrimonial líquido por ação de R$ 2,62, o coeficiente dessa razão é 18,41. As Empresas boas geralmente têm um P/VPA superior a um, por ser tão lucrativa, tendo seu valor de mercado superior ao seu próprio patrimônio líquido. Neste artigo, as ações eminentes no ranking individual foram as que registraram o maior P/VPA. O quinto critério, o dividendo sobre Valor Patrimonial por Ação, representa o provento recebido pelo acionista em relação ao patrimônio da empresa por ação. O cálculo é resultado da divisão de todos os dividendos e juros sobre o capital próprio de um período de tempo pelo valor patrimonial de uma companhia por ação. Por exemplo, o título da LREN3 no ano de 2011 distribuiu ao acionista provento líquido equivalente a R$ 1,84, com um VPA de R$ 9,43, sendo o coeficiente dessa razão 19,56%. Este índice mede o retorno para o investidor, quanto melhor colocada ficou no ranking individual Mensuração do Risco e da Liquidez dos Ativos A Liquidez, o sexto critério, para Correia (2008, p. 226), significa a capacidade que uma ação tem de ser convertida em dinheiro, ou seja, quanto mais rápido e em melhores condições o ativo for negociado após ser posto à venda, maior será sua liquidez. Nesse artigo, calculou-se utilizando o índice de negociabilidade dos índices da Bovespa. Para constituição do ranking co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

45 44 individual, quanto maior a liquidez, melhor a classificação da empresa. Abaixo, encontra-se a fórmula extraída do Manual de Procedimentos da BM&FBovespa (2014 3). Onde: IN é o índice de negociabilidade; na é o número de negócios com o ativo a no mercado a vista (lote-padrão); N é o número total de negócios no mercado a vista da BM&FBovespa (lote-padrão); va é o volume financeiro gerado pelos negócios com o ativo a no mercado a vista (lote-padrão); V é volume financeiro total do mercado a vista da BM&FBOVESPA (lote-padrão); e P é o número total de pregões no período. A Volatilidade, o sétimo critério, para Hoji (2007, p. 78), é uma medida de risco, portanto, quanto maior (menor) a volatilidade, maior (menor) será o risco da ação. A volatilidade de um ativo representa variabilidade de um conjunto de valores em relação a sua média. Para calcular a volatilidade de um ativo, utiliza-se o preço de fechamento dos pregões, calculando-se o retorno de um ativo através da divisão do preço do período t pelo preço do período t-1. Após isso, encontra-se o logaritmo natural da variação dos retornos e, posteriormente adaptando-se à expressão básica do desvio padrão, pela dispersão dos retornos logarítmicos dos ativos em relação ao retorno médio (ASSAF NETO, 2012, p. 115). Onde: N é a quantidade de valores da série histórica em análise; R é o retorno média do ativo; Rt = ln Pt Pt 1 co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

46 45 O resultado da fórmula acima corresponde a uma volatilidade diária. Para calcular a volatilidade mensal e anual, basta multiplicar o desvio padrão diário pela raiz quadrada do número de dias úteis do mês/ano, respectivamente. 3.4 Análise técnica Uma das ferramentas disponíveis para os investidores é a análise técnica, cujos princípios básicos são: a tendência dos preços, o preço desconta tudo, a história se repete. O primeiro ocorre, segundo Dirceu (1988, p. 19), pela identificação das tendências dos preços. Entender essa tendência de alta ou baixa é fundamental para entrar comprando no momento certo e vender quando observar uma reversão da tendência. O segundo princípio, conforme Matsura (2006, p. 2), como toda informação relevante está embutida no preço: macroeconomia, conjuntura setorial, balanço de empresas, fatores políticos [...]. O que importa mesmo é saber quando comprar e vender, sem precisar entender o motivo da alta ou da baixa, toda informação relevante está contida no preço - o preço desconta tudo. O terceiro princípio, segundo Matsura (2006, p. 4), o comportamento da massa dos investidores no mercado acompanha determinados padrões que se repetem ao longo do tempo [...]. A análise técnica existe porque a história sempre se repete, com pequenas diferenças, mas com padrões gráficos recorrentes. A análise técnica foi criada pelo japonês Munehisa Homma no início do século 18. Segundo Pimenta e Lima (2010, p. 40), ele desenvolveu e aplicou com sucesso o que é hoje conhecido como candlestick (gráficos de velas). Apesar de ser ele o criador, para muitos investidores, a história da análise técnica teve origem do trabalho de Charles Henry Dow. A seguir, serão expostos a teoria Dow e dois indicadores entre os mais utilizados pelos investidores adeptos dessa análise Teoria de Dow Segundo Martins (2006, p. 40), a origem da escola técnica remete Charles Henry Dow, fundador e editor do The Wall Street Journal. Suas matérias, escritas entre 1884 e 1903, substituem o livro jamais escrito. Essas matérias tratavam de um método de especulação com ações que formam a base da teoria Dow. Para medir o mercado, Dow construiu dois índices: Média Industrial Dow Jones (MIDJ) e Média Transporte Dow Jones (MTDJ). A MIDJ era co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

47 46 composta por 12 ações na época; já a MTDJ, composta de 20 ações de companhias ferroviárias da época. Segundo Bodie, Kane, Marcus (2000, p. 433), a média industrial é o indicador chave das tendências subjacentes, enquanto que média transporte serve normalmente como um teste para confirmar ou rejeitar este sinal. A teoria de Dow tem como objetivo identificar nos preços das ações tendência de longo prazo (tendência primária). Mas tem duas forças que afetam simultaneamente a tendência principal, são elas a tendência secundária (médio prazo) e tendência terciária (curto prazo). A teoria de Dow aplicou também a identificação do nível de suporte e da resistência. De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2000, p. 434), o suporte seria um nível de preço abaixo do qual é supostamente improvável uma ação ou índice de ações cair, já o nível de resistência é o nível de preço acima do qual é supostamente improvável que uma ação ou índice de ações possa subir. Agora, quando ocorre uma intersecção do suporte (resistência), o mesmo vira resistência (suporte), e um novo suporte (resistência) é identificado em uma área onde o nível de preço interruptamente é atingido. O gráfico 1 ilustra a resistência e o suporte de uma ação. Gráfico 1 O nível de suporte e resistência Fonte: Adaptada de Matsura (2006, p. 22 e 23). Em suma, a teoria de Dow esboça as tendências e sinaliza os impulsos dos preços, em seus movimentos de alta e baixa (DIRCEU, 1988, p. 24). A tendência de alta e baixa é dividida em três fases. A tendência de alta é composta pela acumulação, alta sensível e euforia, acabando em uma nova acumulação ou na distribuição, na qual ocorre uma tendência de baixa, cuja composição é a baixa sensível, pânico e a distribuição (MATSURA, 2006, p ). Ambas as tendências podem ser observadas no gráfico 2. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

48 47 Gráfico 2 As fases da teoria de Dow Fonte: Adaptado de Matsura (2006, p. 11) Indicador técnico IFR (Índice de Força Relativa) De acordo com Correia (2008, p. 193), o IFR foi criado por Welles Wilder em 1978 e apresenta duas linhas horizontais, uma de 30% e outra de 70 %, e um índice de força de 9 períodos, que representa uma média das forças dos compradores e vendedores. As linhas simbolizam em percentual a força dos investidores no mercado acionário. Segundo esse indicador, deve-se comprar uma ação quando o índice de força se localizar próximo da linha de 30%, pois quando o preço encontra-se próximo ou entre o número 0% e 30%, ocorre uma reversão da tendência de baixa para alta. Outrora, quando o índice de força se aproximar da linha de 70%, ou quando ficar entre 70% e 100%, há sinalização do momento de venda das ações, pelo motivo dos compradores perderem suas forças frente aos vendedores. Essa porcentagem foi o padrão estabelecido por Wilder, porém esse indicador é ajustado para cada ação, coloca-se a porcentagem máxima e mínima atingido com mais frequência como suporte e resistência do indicador. Gráfico 3 Indicador Índice de Força Relativa Fonte: Rico.com.vc (2014) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

49 48 No Home Broker da Rico.com.vc, o sinal de compra (venda) deve ocorrer quando o indicador estiver na área sobrevenda (sobrecompra), além de identificar o cruzamento do índice de força com uma média móvel de 5 períodos Indicador Técnico MACD (Moving Averange Convergence Divergence) O indicador MACD (Convergência e Divergência da Média Móvel) foi criado pelo Gerald Appel na década de Esse indicador é o resultado da diferença de duas médias móveis exponenciais Linha de MACD e Sinal. A linha MACD utilizada é a diferença entre a média móvel de 12 e 26 períodos. A primeira média é mais sensível às oscilações do preço no curto prazo, por outro lado, a segunda média, de 26 períodos, não é tão sensível às oscilações do preço no curto prazo, ajudando a suavizar o comportamento da linha MACD. Quando a linha de curto prazo supera a de longo prazo, indica que, no curto prazo, os compradores são predominantes provocando uma divergência entre essas médias. Porém, quando começa a ocorrer uma convergência, indica o oposto, os vendedores estão ganhando força, dominando o mercado. Segundo Cardoso e Lemos (2010, p. 217), a fórmula desse indicador é a seguinte: Onde; C = Preço de fechamento MM = Média Móvel MACD = MM (C.12) MM (C.26) Gráfico 4 Indicador MACD (Moving Averange Convergence Divergence) Fonte: Rico.com.vc (2014) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

50 49 A linha de sinal, segunda linha, é a média móvel exponencial de 9 períodos. Considerase ela sendo o equilíbrio entre oferta e demanda do mercado, por ser uma média de curtíssimo prazo. Essa linha é usada como base na tomada de decisão do investidor. Quando a linha MACD cruzar a linha de sinal ascendentemente, indica o momento de compra, agora, quando há um cruzamento descendentemente, indica o oposto, o momento de vender a ação. 4 EXPERIMENTO O experimento realizado com os dois grupos de ações, análise técnica e Buy and Hold, teve um capital inicial no montante de R$ ,00, o equivalente à soma das 100 ações de cada uma das companhias e do capital total disponível para investir, sendo utilizados durante os dois anos para realizar todas as operações de compra e venda. Abaixo, o gráfico 3 mostra o desempenho das carteiras e do IBOVESPA durante esse período. Nota-se que o valor mensal das carteiras refere-se ao valor líquido, isto significa que foram descontados os custos das transações em todos os meses. Gráfico 5 - Desempenho das carteiras e do IBOVESPA durante o período analisado ,00 60% ,00 40% ,00 20% ,00 0% ,00-20% ,00-40% Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez FIM Análise Técnica - IFR Análise Técnica - MACD Buy and Hold IBOVESPA Fonte: Elaboração própria Obs.: O montante de cada mês corresponde ao fechamento da carteira. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

51 50 Como se pode observar acima (gráfico 5), a carteira da estratégia Buy and Hold obteve durante os 2 anos uma desvalorização de 12,58% o equivalente a um prejuízo de R$ 3.146,58. Essa carteira, apesar de ter registrado um prejuízo, conseguiu superar o índice Bovespa considerado como índice de desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. No apêndice 3, pode-se consultar detalhadamente o preço de realização da compra e venda das ações e seus custos das transações. Já no apêndice 2, pode-se observar a pontuação do IBOVESPA no primeiro e último dia do experimento, ou seja, o desempenho do índice representativo do mercado acionário brasileiro. Recorde-se que, da análise técnica, foram examinadas as duas carteiras criadas hipoteticamente, analisando-se o desempenho delas com base na tomada de decisão do investidor. Foi utilizada a teoria de Dow em conjunto com dois indicadores, IFR e MACD, cada uma das carteiras com um indicador diferente. A carteira da análise técnica correspondente ao indicador IFR teve um lucro bruto de R$ ,43, descontando-se o custo total de R$ 5.497,91, a carteira obteve um lucro líquido de a R$ ,52 (+52,11%). É observável que o custo das transações diminuiu o lucro da carteira, porém não afetou o desempenho da mesma. Agora, considerando o indicador MACD na tomada de decisão, a carteira da análise técnica teve um lucro bruto de R$ ,01; subtraindo o custo total de R$ 5.423,22, a carteira teve um lucro líquido de R$ 4.965,79, o que corresponde a uma valorização de 30,82%. Essa carteira, apesar de ter obtido um resultado positivo, conteve um desempenho inferior à outra carteira da análise técnica. Os apêndices 4 e 5 mostram as operações com base no sinal sobrecompra e sobrevenda de cada um dos indicadores técnicos. No gráfico acima, as três carteiras têm como eixo o lado esquerdo, enquanto o desempenho do IBOVESPA tem como eixo o lado direito, deste último, aliás, analisou a variação percentual da pontuação de todos os fechamentos do IBOVESPA durante o ano de 2012 e 2013, em relação à data inicial do experimento. Como se pode observar no gráfico 3, o IBOVESPA obteve uma desvalorização de 17,65%, isto equivale a uma queda na pontuação do mercado de ,94. Em suma, a carteira da estratégia Buy and Hold e os dois indicadores da análise técnica obtiveram um resultado superior ao registrado pelo IBOVESPA no ano de 2012 e Então, conclui-se que os mesmos proporcionaram um lucro adicional superior ao mercado. Indicando uma anomalia no mercado acionário brasileiro entre os anos 2012 e co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

52 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse artigo tem como objetivo testar a hipótese do mercado eficiente no Brasil, aliás, este vem sendo objeto de diversos estudos teóricos e empíricos. Nesta pesquisa, examinaramse as estratégias de investimento Buy and Hold e a análise técnica, pois caso as mesmas conseguissem superar consistentemente o desempenho do IBOVESPA, então poderia se concluir que houve uma ineficiência do mercado acionário brasileiro no período 2012 a No experimento, os dois indicadores da análise técnica obtiveram lucro superior ao mercado e ao seu custo de transação. Já a carteira da estratégia Buy and Hold não obteve o mesmo êxito que a carteira da análise técnica, mas conseguiu obter um desempenho superior ao IBOVESPA, mesmo contendo um prejuízo durante os dois anos analisados. Em síntese, após ter estabelecido o escopo da pesquisa e realizado o experimento, pode-se concluir que a estratégia Buy and Hold e os indicadores técnicos da análise técnica proporcionaram um lucro anormal ao investidor. Esses indicadores, como podem ser observados, obtiveram um desempenho consistentemente melhor que a estratégia Buy and Hold durante todo o período. O resultado apurado deve ser analisado levando-se em consideração os critérios determinados na constituição das duas carteiras criadas e o período analisado (dois anos), o que impede a generalização dos resultados obtidos. Assim, sugere-se que, em futuros estudos, o horizonte temporal seja ampliado de modo a tornar os resultados obtidos mais verossímeis. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: Um enfoque Econômico - Financeiro, 10. Ed. São Paulo: Atlas, ; Mercado financeiro, 11. Ed. São Paulo: Atlas, BM&FBOVESPA - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SÃO PAULO. Demonstrações financeiras, Informações importantes das empresas listadas, Disponível em: Acesso em: 15 de mai BM&FBOVESPA - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SÃO PAULO. Índice Bovespa - IBOVESPA (Composição do índice), Disponível em: < &idioma=pt-br >. Acesso em: 15 de mai co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

53 52 BM&FBOVESPA - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SÃO PAULO. Índice Brasil 50 - IBRX50 (Ações selecionadas), Disponível em: < Acesso em: 15 de mai BM&FBOVESPA - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS DE SÃO PAULO. Manual de procedimentos da Bovespa, Disponível em: Acesso em: 15 de mai BOVESPA - BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. Mercado de capitais, Disponível em: Acesso em: 17 de nov BODIE, Zvi; KANE, Alex; MARCUS, Alan J. Fundamentos de investimentos, 3 Ed. Porto Alegre: Bookman, CARDOSO, Celso; LEMOS, Flávio. Análise técnica clássica: com as mais recentes estratégias da expo Trader Brasil. São Paulo: Saraiva, CORREIA, Joseilton S. Operando na bolsa de valores utilizando análise técnica: aprenda a identificar o melhor momento para comprar e vender ações, 1. Ed. São Paulo: Novatec, DAMODARAN, Aswath. Avaliação de investimento: ferramentas e técnicas para a determinação de valor de qualquer ativo, ed. 4. Rio de Janeiro: Qualitymark, DIRCEU, Miguel. Análise técnica aplicada aos mercados futuros. Rio de Janeiro: IBME/BM&F, FAMA, Eugene F. Efficient Capital Markets: a review of theory and empirical work, vol. 25. The Journal of Finance, FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços, ed. 19. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social, 6. Ed. São Paulo: Altas, HOJI, Masakazu. Os riscos e os prazeres do mercado de ações: maximize os ganhos em bolsa de valores com o Home Broker. São Paulo: Editora ProfitBooks, LAGIOIA, Umbelina C. T. Fundamentos do mercado de capitais, 3 Ed. São Paulo: Altas, MARTINS, Henrique S. Análise técnica: Estudo da confiabilidade dos principais indicadores de análise técnica, aplicados às ações mais negociadas na Bovespa no período de 1995 a f. Dissertação (Mestrado em Administração), Universidade Federal do Paraná, Paraná, MATSURA, Eduardo. Comprar ou vender: como investir na bolsa utilizando análise gráfica, 4 Ed. São Paulo: Saraiva, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

54 53 PENTEADO, Marco Antonio de B. Uma avaliação estatística da análise gráfica no mercado de ações brasileiro: à luz da teoria dos mercados eficiente e das finanças comportamentais f. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas), Universidade de São Paulo, São Paulo, PIMENTA, Taba; LIMA, Fabiano G. Aprenda a usar a análise técnica para investir em ações. Ribeirão Preto/SP: Inside Books, AE AGÊNCIA ESTADO. Ranking A.E. Empresas. Disponível em: com.br/hs/aeempresas/pag_conhecaopremio.php>. Acesso em 15 de mai RICO.COM.VC - OCTO CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS. Home Broker. Disponível em: < Acesso em: 15 de mai APÊNDICE Fonte: BM&FBOVESPA (2014) Apêndice 1: Custo das transações Corretagem Emolumento Valor Total Taxa % Taxa Fixa DAY TRADE 0,0250% R$ - 0,00% R$ 2,70 DEMAIS OPERAÇÕES 0,0350% R$ 135,08 2,00% R$ - R$ 498,63 1,50% R$ 2,49 R$ 1.514,70 1,00% R$ 10,06 Custódia R$ 3.029,39 0,50% R$ 25,21 Mensal 10,80% Fonte: Adaptado da BM&FBOVESPA (2014a) Apêndice 2: Desempenho do IBOVESPA DATA INICIAL PONTUAÇÃO INICIAL DATA FINAL PONTUAÇÃO FINAL VAR. (%) IBOVESPA 02/01/ ,10 31/12/ ,16-17,65% co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

55 54 Fonte: Elaboração própria Apêndice 3: Carteira da Estratégia Buy and Hold AÇÃO OPERAÇÃO DATA COT. FEC. COTA VALOR CORRETAGE CORRETAGE EMOLUMEN LUC / PRE TAXAS TOTAL M (VAR.) M (FIXO) TO LIQUIDO ITUB4 HGTX3 BBDC4 COMPRA COMPRA COMPRA 02/01/ /01/ /01/2012 R$ R$ R$ 34,03 51,09 30, R$ 3.403,00 R$ 5.109,00 R$ 3.071,00 R$ R$ R$ 17,02 25,55 15,36 R$ R$ R$ 25,21 25,21 25,21 R$ R$ R$ 1,19 1,79 1,07 R$ R$ R$ 43,42 52,54 41,64 VENDA VENDA VENDA 31/12/ /12/ /12/2013 R$ R$ R$ 31,35 44,83 29, R$ 3.135,00 R$ 4.483,00 R$ 2.909,00 R$ R$ R$ 15,68 22,42 29,09 R$ R$ R$ 25,21 25,21 10,06 R$ R$ R$ 1,10 1,57 1,02 R$ R$ R$ 41,98 49,19 40,17 -R$ 353,40 -R$ 727,74 -R$ 243,81 VALE5 BRFS3 LREN3 COMPRA 02/01/2012 R$ 11, R$ 1.139,00 R$ 17,09 R$ 2,49 R$ 0,40 R$ 19,97 VENDA 31/12/2013 R$ 8, R$ 843,00 R$ 12,65 R$ 2,49 R$ 0,30 R$ 15,43 COMPRA COMPRA 02/01/ /01/2012 R$ R$ 38,90 21, R$ 3.890,00 R$ 2.173,00 R$ R$ 19,45 21,73 R$ R$ 25,21 10,06 R$ R$ 1,36 0,76 R$ R$ 46,02 32,55 VENDA VENDA 31/12/ /12/2013 R$ R$ 32,73 17, R$ 3.273,00 R$ 1.708,00 R$ R$ 16,37 17,08 R$ R$ 25,21 10,06 R$ R$ 1,15 0,60 R$ R$ 42,72 27,74 -R$ 705,74 -R$ 525,29 -R$ 331,40 CAPITAL EM AÇÕES R$ ,00 CAPITAL EM AÇÕES R$ ,00 COSTÓDIA DOS 2 ANOS CAPITAL DISPONÍVEL R$ 6.215,00 CAPITAL DISPONÍVEL R$ 5.978,86 R$ 10,80 x 24 R$ 259,20 TAXAS TRANSAÇÃO (-) R$ 236,14 TAXAS TRANSIÇÃO (-) R$ 217,23 LUCRO / PREJUÍZO CAP. DIS. LIQUIDO R$ 5.978,86 CAP. DIS. LIQUIDO R$ 5.761,62 CARTEIRA INICIAL R$ ,00 CARTEIRA FINAL R$ ,42 -R$ 3.146,58 co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

56 55 Apêndice 4 - Carteira da análise técnica, indicador índice de força relativa (IFR). AÇÃO COMPRA CORRETAGEM LUCRO / COMPRA CORRETAGEM LUCRO / DATA COTAÇÃO COTA VALOR TOTAL EMOLUMENTO TAXAS AÇÃO DATA COTAÇÃO COTA VALOR TOTAL EMOLUMENTO TAXAS OU VENDA VAR. (%) FIXO PREJUÍZO OU VENDA VAR. (%) FIXO PREJUÍZO COMPRA 27/02/2012 R$ 35, R$ 3.561,00 R$ 17,81 R$ 25,21 R$ 1,25 R$ 44,26 COMPRA 02/01/2012 R$ 38, R$ 3.890,00 R$ 19,45 R$ 25,21 R$ 1,36 R$ 46,02 R$ 208,88 VENDA 16/03/2012 R$ 38, R$ 3.860,00 R$ 19,30 R$ 25,21 R$ 1,35 R$ 45,86 VENDA 07/02/2012 R$ 43, R$ 4.397,00 R$ 21,99 R$ 25,21 R$ 1,54 R$ 48,73 COMPRA 18/05/2012 R$ 27, R$ 2.719,00 R$ 27,19 R$ 10,06 R$ 0,95 R$ 38,20 COMPRA 12/03/2012 R$ 39, R$ 3.947,00 R$ 19,74 R$ 25,21 R$ 1,38 R$ 46,33 R$ 206,64 VENDA 20/06/2012 R$ 30, R$ 3.005,00 R$ 30,05 R$ 10,06 R$ 1,05 R$ 41,16 VENDA 19/04/2012 R$ 42, R$ 4.207,00 R$ 21,04 R$ 25,21 R$ 1,47 R$ 47,72 COMPRA 28/06/2012 R$ 27, R$ 2.725,00 R$ 27,25 R$ 10,06 R$ 0,95 R$ 38,26 COMPRA 17/05/2012 R$ 34, R$ 3.478,00 R$ 17,39 R$ 25,21 R$ 1,22 R$ 43,82 R$ 658,98 VENDA 17/08/2012 R$ 34, R$ 3.466,00 R$ 17,33 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,75 VENDA 20/06/2012 R$ 39, R$ 3.985,00 R$ 19,93 R$ 25,21 R$ 1,39 R$ 46,53 COMPRA 05/09/2012 R$ 31, R$ 3.150,00 R$ 15,75 R$ 25,21 R$ 1,10 R$ 42,06 COMPRA 26/07/2012 R$ 35, R$ 3.539,00 R$ 17,70 R$ 25,21 R$ 1,24 R$ 44,14 R$ 214,27 VENDA 17/09/2012 R$ 34, R$ 3.450,00 R$ 17,25 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,67 VENDA 13/08/2012 R$ 37, R$ 3.766,00 R$ 18,83 R$ 25,21 R$ 1,32 R$ 45,36 COMPRA 23/10/2012 R$ 28, R$ 2.842,00 R$ 28,42 R$ 10,06 R$ 0,99 R$ 39,47 COMPRA 30/08/2012 R$ 32, R$ 3.232,00 R$ 16,16 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,50 ITUB4 R$ 693,95 VENDA 22/01/2013 R$ 36, R$ 3.620,00 R$ 18,10 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,58 VENDA 19/09/2012 R$ 37, R$ 3.783,00 R$ 18,92 R$ 25,21 R$ 1,32 R$ 45,45 R$ 412,24 R$ 165,96 R$ 416,65 R$ 137,50 R$ 463,05 COMPRA 04/02/2013 R$ 33, R$ 3.335,00 R$ 16,68 R$ 25,21 R$ 1,17 R$ 43,05 COMPRA 04/10/2012 R$ 35, R$ 3.502,00 R$ 17,51 R$ 25,21 R$ 1,23 R$ 43,95 R$ 247,10 VALE5 VENDA 11/03/2013 R$ 36, R$ 3.670,00 R$ 18,35 R$ 25,21 R$ 1,28 R$ 44,84 VENDA 18/10/2012 R$ 36, R$ 3.615,00 R$ 18,08 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,55 R$ 24,50 COMPRA 29/04/2013 R$ 32, R$ 3.280,00 R$ 16,40 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,76 COMPRA 19/11/2012 R$ 35, R$ 3.507,00 R$ 17,54 R$ 25,21 R$ 1,23 R$ 43,97 -R$ 67,61 VENDA 23/05/2013 R$ 32, R$ 3.298,00 R$ 16,49 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,85 VENDA 19/12/2012 R$ 40, R$ 4.051,00 R$ 20,26 R$ 25,21 R$ 1,42 R$ 46,88 R$ 453,14 COMPRA 26/06/2013 R$ 27, R$ 2.785,00 R$ 27,85 R$ 10,06 R$ 0,97 R$ 38,88 COMPRA 25/02/2013 R$ 34, R$ 3.428,00 R$ 17,14 R$ 25,21 R$ 1,20 R$ 43,55 R$ 125,11 -R$ 199,50 VENDA 02/08/2013 R$ 29, R$ 2.990,00 R$ 29,90 R$ 10,06 R$ 1,05 R$ 41,01 VENDA 09/05/2013 R$ 33, R$ 3.315,00 R$ 16,58 R$ 25,21 R$ 1,16 R$ 42,95 COMPRA 29/08/2013 R$ 28, R$ 2.845,00 R$ 28,45 R$ 10,06 R$ 1,00 R$ 39,51 COMPRA 08/07/2013 R$ 26, R$ 2.608,00 R$ 26,08 R$ 10,06 R$ 0,91 R$ 37,05 R$ 303,00 VENDA 19/09/2013 R$ 32, R$ 3.230,00 R$ 16,15 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,49 VENDA 26/07/2013 R$ 29, R$ 2.925,00 R$ 29,25 R$ 10,06 R$ 1,02 R$ 40,33 COMPRA 10/02/2012 R$ 9, R$ 939,00 R$ 14,09 R$ 2,49 R$ 0,33 R$ 16,90 COMPRA 06/08/2013 R$ 28, R$ 2.835,00 R$ 28,35 R$ 10,06 R$ 0,99 R$ 39,40 R$ 188,72 VENDA 04/04/2012 R$ 11, R$ 1.165,00 R$ 17,48 R$ 2,49 R$ 0,41 R$ 20,37 VENDA 19/08/2013 R$ 32, R$ 3.235,00 R$ 16,18 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,52 COMPRA 25/05/2012 R$ 9, R$ 966,00 R$ 14,49 R$ 2,49 R$ 0,34 R$ 17,32 COMPRA 10/10/2013 R$ 30, R$ 3.056,00 R$ 15,28 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,56 R$ 81,55 VENDA 19/06/2012 R$ 10, R$ 1.084,00 R$ 16,26 R$ 2,49 R$ 0,38 R$ 19,13 VENDA 06/11/2013 R$ 34, R$ 3.444,00 R$ 17,22 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,64 COMPRA 26/06/2012 R$ 10, R$ 1.041,00 R$ 15,62 R$ 2,49 R$ 0,36 R$ 18,47 COMPRA 02/01/2012 R$ 21, R$ 2.173,00 R$ 21,73 R$ 10,06 R$ 0,76 R$ 32,55 R$ 39,86 VENDA 05/07/2012 R$ 11, R$ 1.119,00 R$ 16,79 R$ 2,49 R$ 0,39 R$ 19,67 VENDA 24/01/2012 R$ 25, R$ 2.540,00 R$ 25,40 R$ 10,06 R$ 0,89 R$ 36,35 R$ 239,61 R$ 318,08 R$ 302,81 R$ 298,10 COMPRA 23/07/2012 R$ 8, R$ 832,00 R$ 12,48 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,26 COMPRA 15/02/2012 R$ 23, R$ 2.310,00 R$ 23,10 R$ 10,06 R$ 0,81 R$ 33,97 -R$ 32,49 VENDA 17/09/2012 R$ 8, R$ 830,00 R$ 12,45 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,23 VENDA 05/03/2012 R$ 24, R$ 2.459,00 R$ 24,59 R$ 10,06 R$ 0,86 R$ 35,51 R$ 79,52 COMPRA 26/10/2012 R$ 6, R$ 689,00 R$ 10,34 R$ 2,49 R$ 0,24 R$ 13,07 COMPRA 11/04/2012 R$ 21, R$ 2.135,00 R$ 21,35 R$ 10,06 R$ 0,75 R$ 32,16 R$ 85,13 -R$ 270,16 VENDA 14/11/2012 R$ 8, R$ 802,00 R$ 12,03 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,80 VENDA 21/06/2012 R$ 19, R$ 1.927,00 R$ 19,27 R$ 10,06 R$ 0,67 R$ 30,00 COMPRA 12/12/2012 R$ 7, R$ 710,00 R$ 10,65 R$ 2,49 R$ 0,25 R$ 13,39 COMPRA 28/06/2012 R$ 17, R$ 1.770,00 R$ 17,70 R$ 10,06 R$ 0,62 R$ 28,38 R$ 66,76 VENDA 02/01/2013 R$ 8, R$ 805,00 R$ 12,08 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,85 VENDA 20/08/2012 R$ 21, R$ 2.158,00 R$ 21,58 R$ 10,06 R$ 0,76 R$ 32,40 COMPRA 21/02/2013 R$ 7, R$ 792,00 R$ 11,88 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,65 COMPRA 05/09/2012 R$ 20, R$ 2.059,00 R$ 20,59 R$ 10,06 R$ 0,72 R$ 31,37 TIMP3 R$ 57,35 VENDA 11/03/2013 R$ 8, R$ 880,00 R$ 13,20 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 16,00 VENDA 18/09/2012 R$ 23, R$ 2.320,00 R$ 23,20 R$ 10,06 R$ 0,81 R$ 34,07 R$ 327,23 R$ 195,56 COMPRA 20/03/2013 R$ 8, R$ 829,00 R$ 12,44 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,22 COMPRA 10/10/2012 R$ 22, R$ 2.212,00 R$ 22,12 R$ 10,06 R$ 0,77 R$ 32,95 R$ 16,83 R$ 1,39 VENDA 01/04/2013 R$ 8, R$ 877,00 R$ 13,16 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 15,95 VENDA 15/10/2012 R$ 22, R$ 2.280,00 R$ 22,80 R$ 10,06 R$ 0,80 R$ 33,66 PETR4 COMPRA 09/05/2013 R$ 8, R$ 820,00 R$ 12,30 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,08 COMPRA 22/11/2012 R$ 18, R$ 1.865,00 R$ 18,65 R$ 10,06 R$ 0,65 R$ 29,36 -R$ 0,61 R$ 143,16 VENDA 24/05/2013 R$ 8, R$ 850,00 R$ 12,75 R$ 2,49 R$ 0,30 R$ 15,54 VENDA 21/12/2012 R$ 20, R$ 2.069,00 R$ 20,69 R$ 10,06 R$ 0,72 R$ 31,47 COMPRA 12/06/2013 R$ 8, R$ 800,00 R$ 12,00 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,77 COMPRA 14/02/2013 R$ 17, R$ 1.767,00 R$ 17,67 R$ 10,06 R$ 0,62 R$ 28,35 -R$ 16,74 VENDA 19/06/2013 R$ 8, R$ 813,00 R$ 12,20 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,97 VENDA 15/03/2013 R$ 19, R$ 1.909,00 R$ 19,09 R$ 10,06 R$ 0,67 R$ 29,82 R$ 83,83 COMPRA 25/06/2013 R$ 7, R$ 791,00 R$ 11,87 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,63 COMPRA 08/04/2013 R$ 17, R$ 1.741,00 R$ 17,41 R$ 10,06 R$ 0,61 R$ 28,08 R$ 33,75 VENDA 23/07/2013 R$ 8, R$ 855,00 R$ 12,83 R$ 2,49 R$ 0,30 R$ 15,61 VENDA 07/05/2013 R$ 20, R$ 2.062,00 R$ 20,62 R$ 10,06 R$ 0,72 R$ 31,40 COMPRA 29/08/2013 R$ 8, R$ 895,00 R$ 13,43 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 16,23 COMPRA 03/07/2013 R$ 15, R$ 1.590,00 R$ 15,90 R$ 10,06 R$ 0,56 R$ 26,52 R$ 259,98 VENDA 14/10/2013 R$ 11, R$ 1.192,00 R$ 17,88 R$ 2,49 R$ 0,42 R$ 20,79 VENDA 26/08/2013 R$ 18, R$ 1.819,00 R$ 18,19 R$ 10,06 R$ 0,64 R$ 28,89 COMPRA 08/11/2013 R$ 10, R$ 1.063,00 R$ 15,95 R$ 2,49 R$ 0,37 R$ 18,81 COMPRA 04/09/2013 R$ 16, R$ 1.685,00 R$ 16,85 R$ 10,06 R$ 0,59 R$ 27,50 R$ 76,61 VENDA 10/12/2013 R$ 11, R$ 1.179,00 R$ 17,69 R$ 2,49 R$ 0,41 R$ 20,59 VENDA 23/09/2013 R$ 19, R$ 1.912,00 R$ 19,12 R$ 10,06 R$ 0,67 R$ 29,85 COMPRA 06/02/2012 R$ 47, R$ 4.779,00 R$ 23,90 R$ 25,21 R$ 1,67 R$ 50,78 COMPRA 14/10/2013 R$ 18, R$ 1.827,00 R$ 18,27 R$ 10,06 R$ 0,64 R$ 28,97 R$ 640,45 VENDA 14/03/2012 R$ 55, R$ 5.525,00 R$ 27,63 R$ 25,21 R$ 1,93 R$ 54,77 VENDA 06/11/2013 R$ 20, R$ 2.041,00 R$ 20,41 R$ 10,06 R$ 0,71 R$ 31,18 COMPRA 26/04/2012 R$ 53, R$ 5.325,00 R$ 26,63 R$ 25,21 R$ 1,86 R$ 53,70 COMPRA 27/02/2012 R$ 30, R$ 3.006,00 R$ 30,06 R$ 10,06 R$ 1,05 R$ 41,17 R$ 67,66 VENDA 07/05/2012 R$ 55, R$ 5.501,00 R$ 27,51 R$ 25,21 R$ 1,93 R$ 54,64 VENDA 16/03/2012 R$ 33, R$ 3.310,00 R$ 16,55 R$ 25,21 R$ 1,16 R$ 42,92 R$ 261,52 R$ 173,60 R$ 169,65 R$ 153,85 R$ 219,91 COMPRA 08/06/2012 R$ 47, R$ 4.739,00 R$ 23,70 R$ 25,21 R$ 1,66 R$ 50,56 COMPRA 10/04/2012 R$ 30, R$ 3.049,00 R$ 15,25 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,52 R$ 317,62 -R$ VENDA 10/07/2012 R$ 51, R$ 5.160,00 R$ 25,80 R$ 25,21 R$ 1,81 R$ 52,82 VENDA 24/04/2012 R$ 30, R$ 3.064,00 R$ 15,32 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,60 68,12 COMPRA 25/07/2012 R$ 45, R$ 4.550,00 R$ 22,75 R$ 25,21 R$ 1,59 R$ 49,55 COMPRA 18/05/2012 R$ 27, R$ 2.705,00 R$ 27,05 R$ 10,06 R$ 0,95 R$ 38,06 R$ 335,56 VENDA 13/08/2012 R$ 49, R$ 4.987,00 R$ 24,94 R$ 25,21 R$ 1,75 R$ 51,89 VENDA 18/06/2012 R$ 31, R$ 3.115,00 R$ 15,58 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,88 R$ 330,07 COMPRA 31/08/2012 R$ 44, R$ 4.400,00 R$ 22,00 R$ 25,21 R$ 1,54 R$ 48,75 COMPRA 28/06/2012 R$ 29, R$ 2.933,00 R$ 29,33 R$ 10,06 R$ 1,03 R$ 40,42 R$ 8,93 VENDA 18/10/2012 R$ 45, R$ 4.507,00 R$ 22,54 R$ 25,21 R$ 1,58 R$ 49,32 VENDA 06/07/2012 R$ 30, R$ 3.070,00 R$ 15,35 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,63 R$ 54,95 COMPRA 26/10/2012 R$ 43, R$ 4.390,00 R$ 21,95 R$ 25,21 R$ 1,54 R$ 48,70 COMPRA 26/07/2012 R$ 29, R$ 2.965,00 R$ 29,65 R$ 10,06 R$ 1,04 R$ 40,75 R$ 404,91 VENDA 23/11/2012 R$ 48, R$ 4.895,00 R$ 24,48 R$ 25,21 R$ 1,71 R$ 51,40 VENDA 20/08/2012 R$ 34, R$ 3.467,00 R$ 17,34 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,76 COMPRA 12/12/2012 R$ 45, R$ 4.565,00 R$ 22,83 R$ 25,21 R$ 1,60 R$ 49,63 COMPRA 05/09/2012 R$ 33, R$ 3.330,00 R$ 16,65 R$ 25,21 R$ 1,17 R$ 43,03 VIVT4 R$ 507,47 VENDA 18/01/2013 R$ 51, R$ 5.175,00 R$ 25,88 R$ 25,21 R$ 1,81 R$ 52,90 VENDA 17/09/2012 R$ 35, R$ 3.585,00 R$ 17,93 R$ 25,21 R$ 1,25 R$ 44,39 COMPRA 21/02/2013 R$ 48, R$ 4.830,00 R$ 24,15 R$ 25,21 R$ 1,69 R$ 51,05 COMPRA 10/10/2012 R$ 31, R$ 3.102,00 R$ 15,51 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,81 R$ 435,01 BBDC4 VENDA 12/03/2013 R$ 53, R$ 5.370,00 R$ 26,85 R$ 25,21 R$ 1,88 R$ 53,94 VENDA 26/11/2012 R$ 34, R$ 3.462,00 R$ 17,31 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,73 COMPRA 08/04/2013 R$ 51, R$ 5.170,00 R$ 25,85 R$ 25,21 R$ 1,81 R$ 52,87 COMPRA 07/02/2013 R$ 34, R$ 3.490,00 R$ 17,45 R$ 25,21 R$ 1,22 R$ 43,88 R$ 211,55 VENDA 28/05/2013 R$ 54, R$ 5.489,00 R$ 27,45 R$ 25,21 R$ 1,92 R$ 54,58 VENDA 12/03/2013 R$ 36, R$ 3.679,00 R$ 18,40 R$ 25,21 R$ 1,29 R$ 44,89 R$ 417,49 R$ 167,58 R$ 274,46 R$ 100,23 COMPRA 25/06/2013 R$ 48, R$ 4.897,00 R$ 24,49 R$ 25,21 R$ 1,71 R$ 51,41 COMPRA 25/03/2013 R$ 35, R$ 3.540,00 R$ 17,70 R$ 25,21 R$ 1,24 R$ 44,15 -R$ 79,94 -R$ 181,80 VENDA 14/08/2013 R$ 49, R$ 4.920,00 R$ 24,60 R$ 25,21 R$ 1,72 R$ 51,53 VENDA 11/04/2013 R$ 34, R$ 3.446,00 R$ 17,23 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,65 COMPRA 29/08/2013 R$ 46, R$ 4.628,00 R$ 23,14 R$ 25,21 R$ 1,62 R$ 49,97 COMPRA 29/04/2013 R$ 31, R$ 3.190,00 R$ 15,95 R$ 25,21 R$ 1,12 R$ 42,28 R$ 258,13 VENDA 12/09/2013 R$ 49, R$ 4.988,00 R$ 24,94 R$ 25,21 R$ 1,75 R$ 51,90 VENDA 22/05/2013 R$ 35, R$ 3.506,00 R$ 17,53 R$ 25,21 R$ 1,23 R$ 43,97 R$ 229,76 COMPRA 08/10/2013 R$ 46, R$ 4.660,00 R$ 23,30 R$ 25,21 R$ 1,63 R$ 50,14 COMPRA 25/06/2013 R$ 28, R$ 2.800,00 R$ 28,00 R$ 10,06 R$ 0,98 R$ 39,04 R$ 213,03 -R$ VENDA 24/10/2013 R$ 49, R$ 4.975,00 R$ 24,88 R$ 25,21 R$ 1,74 R$ 51,83 VENDA 25/07/2013 R$ 28, R$ 2.829,00 R$ 28,29 R$ 10,06 R$ 0,99 R$ 39,34 49,38 COMPRA 13/12/2013 R$ 41, R$ 4.166,00 R$ 20,83 R$ 25,21 R$ 1,46 R$ 47,50 COMPRA 07/08/2013 R$ 27, R$ 2.714,00 R$ 27,14 R$ 10,06 R$ 0,95 R$ 38,15 R$ 220,31 VENDA 30/12/2013 R$ 44, R$ 4.483,00 R$ 22,42 R$ 25,21 R$ 1,57 R$ 49,19 VENDA 14/08/2013 R$ 29, R$ 2.915,00 R$ 29,15 R$ 10,06 R$ 1,02 R$ 40,23 CARTEIRA INICIAL R$ ,00 TAXAS TRANSAÇÃO R$ 5.238,71 COSTÓDIA 2 ANOS R$ 259,20 COMPRA 29/08/2013 R$ 27, R$ 2.715,00 R$ 27,15 R$ 10,06 R$ 0,95 R$ 38,16 TAXAS TRANSAÇÃO R$ 78,57 CAPITAL DISPONÍVEL R$ ,43 LUCRO OU PREJUÍZO VENDA 18/09/2013 R$ 31, R$ 3.124,00 R$ 15,62 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,92 R$ 122,62 R$ 328,92 CAP. DIS. LIQUIDO R$ ,43 CARTEIRA FINAL R$ ,52 R$ ,52 Fonte: Elaboração própria co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

57 56 Apêndice 5 - Carteira da análise técnica, indicador Moving Averange Convergence Divergence (MACD) AÇÃO ITUB4 TIMP3 VIVT4 COMPRA CORRETAGEM LUCRO / COMPRA CORRETAGEM LUCRO / DATA COTAÇÃO COTA VALOR TOTAL EMOLUMENTO TAXAS AÇÃO DATA COTAÇÃO COTA VALOR TOTAL EMOLUMENTO TAXAS OU VENDA VAR. (%) FIXO PREJUÍZO OU VENDA VAR. (%) FIXO PREJUÍZO COMPRA 02/01/2012 R$ 34, R$ 3.403,00 R$ 17,02 R$ 25,21 R$ 1,19 R$ 43,42 COMPRA 02/01/2012 R$ 38, R$ 3.890,00 R$ 19,45 R$ 25,21 R$ 1,36 R$ 46,02 R$ 148,90 R$ 353,56 VENDA 23/01/2012 R$ 36, R$ 3.640,00 R$ 18,20 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,68 VENDA 09/02/2012 R$ 43, R$ 4.338,00 R$ 21,69 R$ 25,21 R$ 1,52 R$ 48,42 COMPRA 01/03/2012 R$ 37, R$ 3.720,00 R$ 18,60 R$ 25,21 R$ 1,30 R$ 45,11 COMPRA 20/03/2012 R$ 41, R$ 4.160,00 R$ 20,80 R$ 25,21 R$ 1,46 R$ 47,47 -R$ 18,61 -R$ 77,03 VENDA 20/03/2012 R$ 37, R$ 3.792,00 R$ 18,96 R$ 25,21 R$ 1,33 R$ 45,50 VENDA 26/04/2012 R$ 41, R$ 4.178,00 R$ 20,89 R$ 25,21 R$ 1,46 R$ 47,56 COMPRA 10/05/2012 R$ 28, R$ 2.863,00 R$ 28,63 R$ 10,06 R$ 1,00 R$ 39,69 COMPRA 30/05/2012 R$ 36, R$ 3.645,00 R$ 18,23 R$ 25,21 R$ 1,28 R$ 44,71 -R$ 55,63 R$ 162,22 VENDA 21/06/2012 R$ 28, R$ 2.887,00 R$ 28,87 R$ 10,06 R$ 1,01 R$ 39,94 VENDA 10/07/2012 R$ 38, R$ 3.898,00 R$ 19,49 R$ 25,21 R$ 1,36 R$ 46,06 COMPRA 02/07/2012 R$ 28, R$ 2.838,00 R$ 28,38 R$ 10,06 R$ 0,99 R$ 39,43 COMPRA 06/08/2012 R$ 36, R$ 3.690,00 R$ 18,45 R$ 25,21 R$ 1,29 R$ 44,95 R$ 494,09 -R$ 155,55 VENDA 21/08/2012 R$ 34, R$ 3.415,00 R$ 17,08 R$ 25,21 R$ 1,20 R$ 43,48 VENDA 14/08/2012 R$ 36, R$ 3.624,00 R$ 18,12 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,60 COMPRA 12/09/2012 R$ 33, R$ 3.381,00 R$ 16,91 R$ 25,21 R$ 1,18 R$ 43,30 COMPRA 05/09/2012 R$ 32, R$ 3.256,00 R$ 16,28 R$ 25,21 R$ 1,14 R$ 42,63 -R$ 122,40 R$ 241,98 VENDA 20/09/2012 R$ 33, R$ 3.345,00 R$ 16,73 R$ 25,21 R$ 1,17 R$ 43,11 VENDA 27/09/2012 R$ 35, R$ 3.585,00 R$ 17,93 R$ 25,21 R$ 1,25 R$ 44,39 VALE5 COMPRA 24/10/2012 R$ 29, R$ 2.958,00 R$ 29,58 R$ 10,06 R$ 1,04 R$ 40,68 COMPRA 08/10/2012 R$ 36, R$ 3.601,00 R$ 18,01 R$ 25,21 R$ 1,26 R$ 44,48 R$ 576,75 -R$ 9,38 VENDA 22/01/2013 R$ 36, R$ 3.620,00 R$ 18,10 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,58 VENDA 07/11/2012 R$ 36, R$ 3.681,00 R$ 18,41 R$ 25,21 R$ 1,29 R$ 44,90 COMPRA 14/02/2013 R$ 33, R$ 3.362,00 R$ 16,81 R$ 25,21 R$ 1,18 R$ 43,20 COMPRA 29/11/2012 R$ 36, R$ 3.660,00 R$ 18,30 R$ 25,21 R$ 1,28 R$ 44,79 R$ 153,32 R$ 364,97 VENDA 18/03/2013 R$ 36, R$ 3.603,00 R$ 18,02 R$ 25,21 R$ 1,26 R$ 44,49 VENDA 04/01/2013 R$ 41, R$ 4.117,00 R$ 20,59 R$ 25,21 R$ 1,44 R$ 47,24 COMPRA 30/04/2013 R$ 33, R$ 3.364,00 R$ 16,82 R$ 25,21 R$ 1,18 R$ 43,21 COMPRA 06/03/2014 R$ 31, R$ 3.118,00 R$ 15,59 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,89 -R$ 164,99 R$ 47,51 VENDA 28/05/2013 R$ 32, R$ 3.285,00 R$ 16,43 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,78 VENDA 10/05/2013 R$ 32, R$ 3.250,00 R$ 16,25 R$ 25,21 R$ 1,14 R$ 42,60 COMPRA 10/07/2013 R$ 26, R$ 2.699,00 R$ 26,99 R$ 10,06 R$ 0,94 R$ 37,99 COMPRA 10/07/2013 R$ 26, R$ 2.644,00 R$ 26,44 R$ 10,06 R$ 0,93 R$ 37,43 R$ 203,09 R$ 496,14 VENDA 15/08/2013 R$ 29, R$ 2.981,00 R$ 29,81 R$ 10,06 R$ 1,04 R$ 40,91 VENDA 26/08/2013 R$ 32, R$ 3.220,00 R$ 16,10 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,44 COMPRA 04/09/2013 R$ 29, R$ 2.908,00 R$ 29,08 R$ 10,06 R$ 1,02 R$ 40,16 COMPRA 11/10/2013 R$ 31, R$ 3.102,00 R$ 15,51 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,81 R$ 459,17 R$ 99,40 VENDA 04/11/2013 R$ 34, R$ 3.451,00 R$ 17,26 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,67 VENDA 08/11/2013 R$ 32, R$ 3.286,00 R$ 16,43 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,79 COMPRA 15/02/2012 R$ 9, R$ 958,00 R$ 14,37 R$ 2,49 R$ 0,34 R$ 17,20 COMPRA 02/01/2012 R$ 21, R$ 2.173,00 R$ 21,73 R$ 10,06 R$ 0,76 R$ 32,55 R$ 194,05 R$ 212,00 VENDA 05/04/2012 R$ 11, R$ 1.190,00 R$ 17,85 R$ 2,49 R$ 0,42 R$ 20,76 VENDA 01/02/2012 R$ 24, R$ 2.453,00 R$ 24,53 R$ 10,06 R$ 0,86 R$ 35,45 COMPRA 31/05/2012 R$ 9, R$ 975,00 R$ 14,63 R$ 2,49 R$ 0,34 R$ 17,46 COMPRA 30/04/2012 R$ 21, R$ 2.129,00 R$ 21,29 R$ 10,06 R$ 0,75 R$ 32,10 R$ 86,20 -R$ 144,35 VENDA 10/07/2012 R$ 10, R$ 1.098,00 R$ 16,47 R$ 2,49 R$ 0,38 R$ 19,34 VENDA 04/05/2012 R$ 20, R$ 2.048,00 R$ 20,48 R$ 10,06 R$ 0,72 R$ 31,26 COMPRA 02/08/2012 R$ 9, R$ 900,00 R$ 13,50 R$ 2,49 R$ 0,32 R$ 16,31 COMPRA 18/05/2012 R$ 19, R$ 1.907,00 R$ 19,07 R$ 10,06 R$ 0,67 R$ 29,80 -R$ 108,43 -R$ 185,28 VENDA 21/08/2012 R$ 8, R$ 823,00 R$ 12,35 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,12 VENDA 25/06/2012 R$ 17, R$ 1.780,00 R$ 17,80 R$ 10,06 R$ 0,62 R$ 28,48 COMPRA 30/08/2012 R$ 7, R$ 768,00 R$ 11,52 R$ 2,49 R$ 0,27 R$ 14,28 COMPRA 02/07/2014 R$ 18, R$ 1.836,00 R$ 18,36 R$ 10,06 R$ 0,64 R$ 29,06 -R$ 1,97 R$ 251,64 VENDA 26/09/2012 R$ 7, R$ 795,00 R$ 11,93 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,69 VENDA 22/08/2012 R$ 21, R$ 2.149,00 R$ 21,49 R$ 10,06 R$ 0,75 R$ 32,30 COMPRA 29/10/2012 R$ 7, R$ 702,00 R$ 10,53 R$ 2,49 R$ 0,25 R$ 13,27 COMPRA 11/09/2012 R$ 21, R$ 2.172,00 R$ 21,72 R$ 10,06 R$ 0,76 R$ 32,54 R$ 43,38 R$ 57,64 VENDA 19/11/2012 R$ 7, R$ 773,00 R$ 11,60 R$ 2,49 R$ 0,27 R$ 14,36 VENDA 24/09/2012 R$ 22, R$ 2.296,00 R$ 22,96 R$ 10,06 R$ 0,80 R$ 33,82 COMPRA 13/12/2012 R$ 7, R$ 727,00 R$ 10,91 R$ 2,49 R$ 0,25 R$ 13,65 COMPRA 30/11/2012 R$ 18, R$ 1.866,00 R$ 18,66 R$ 10,06 R$ 0,65 R$ 29,37 R$ 118,43 PETR4 R$ 79,80 VENDA 05/02/2013 R$ 8, R$ 875,00 R$ 13,13 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 15,92 VENDA 26/12/2012 R$ 20, R$ 2.006,00 R$ 20,06 R$ 10,06 R$ 0,70 R$ 30,82 COMPRA 25/02/2013 R$ 8, R$ 846,00 R$ 12,69 R$ 2,49 R$ 0,30 R$ 15,48 COMPRA 05/03/2013 R$ 16, R$ 1.656,00 R$ 16,56 R$ 10,06 R$ 0,58 R$ 27,20 R$ 2,53 R$ 150,46 VENDA 11/03/2013 R$ 8, R$ 880,00 R$ 13,20 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 16,00 VENDA 25/03/2013 R$ 18, R$ 1.863,00 R$ 18,63 R$ 10,06 R$ 0,65 R$ 29,34 COMPRA 22/03/2013 R$ 8, R$ 850,00 R$ 12,75 R$ 2,49 R$ 0,30 R$ 15,54 COMPRA 18/04/2013 R$ 17, R$ 1.782,00 R$ 17,82 R$ 10,06 R$ 0,62 R$ 28,50 -R$ 4,49 R$ 153,79 VENDA 01/04/2013 R$ 8, R$ 877,00 R$ 13,16 R$ 2,49 R$ 0,31 R$ 15,95 VENDA 10/05/2013 R$ 19, R$ 1.995,00 R$ 19,95 R$ 10,06 R$ 0,70 R$ 30,71 COMPRA 10/05/2013 R$ 8, R$ 834,00 R$ 12,51 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,29 COMPRA 11/07/2013 R$ 15, R$ 1.580,00 R$ 15,80 R$ 10,06 R$ 0,55 R$ 26,41 -R$ 26,65 R$ 110,47 VENDA 28/05/2013 R$ 8, R$ 838,00 R$ 12,57 R$ 2,49 R$ 0,29 R$ 15,35 VENDA 27/08/2013 R$ 17, R$ 1.745,00 R$ 17,45 R$ 10,06 R$ 0,61 R$ 28,12 COMPRA 27/06/2013 R$ 7, R$ 798,00 R$ 11,97 R$ 2,49 R$ 0,28 R$ 14,74 COMPRA 05/09/2013 R$ 17, R$ 1.754,00 R$ 17,54 R$ 10,06 R$ 0,61 R$ 28,21 R$ 90,65 R$ 65,30 VENDA 21/08/2013 R$ 9, R$ 920,00 R$ 13,80 R$ 2,49 R$ 0,32 R$ 16,61 VENDA 24/09/2013 R$ 18, R$ 1.877,00 R$ 18,77 R$ 10,06 R$ 0,66 R$ 29,49 COMPRA 03/09/2013 R$ 9, R$ 930,00 R$ 13,95 R$ 2,49 R$ 0,33 R$ 16,77 COMPRA 25/10/2013 R$ 18, R$ 1.849,00 R$ 18,49 R$ 10,06 R$ 0,65 R$ 29,20 R$ 24,56 R$ 157,35 VENDA 16/09/2013 R$ 9, R$ 989,00 R$ 14,84 R$ 2,49 R$ 0,35 R$ 17,67 VENDA 22/11/2013 R$ 20, R$ 2.067,00 R$ 20,67 R$ 10,06 R$ 0,72 R$ 31,45 COMPRA 23/09/2012 R$ 10, R$ 1.011,00 R$ 15,17 R$ 2,49 R$ 0,35 R$ 18,01 COMPRA 02/01/2012 R$ 30, R$ 3.071,00 R$ 15,36 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,64 R$ 132,36 R$ 86,81 VENDA 18/10/2013 R$ 11, R$ 1.182,00 R$ 17,73 R$ 2,49 R$ 0,41 R$ 20,63 VENDA 30/01/2012 R$ 32, R$ 3.242,00 R$ 16,21 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,55 COMPRA 28/11/2013 R$ 11, R$ 1.106,00 R$ 16,59 R$ 2,49 R$ 0,39 R$ 19,47 COMPRA 28/02/2012 R$ 30, R$ 3.071,00 R$ 15,36 R$ 25,21 R$ 1,07 R$ 41,64 R$ 86,12 R$ 142,51 VENDA 30/12/2013 R$ 12, R$ 1.233,00 R$ 18,50 R$ 2,49 R$ 0,43 R$ 21,42 VENDA 27/03/2012 R$ 32, R$ 3.298,00 R$ 16,49 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,85 COMPRA 14/02/2012 R$ 48, R$ 4.839,00 R$ 24,20 R$ 25,21 R$ 1,69 R$ 51,10 COMPRA 22/05/2012 R$ 28, R$ 2.895,00 R$ 28,95 R$ 10,06 R$ 1,01 R$ 40,02 R$ 713,42 R$ 48,61 VENDA 27/03/2012 R$ 56, R$ 5.659,00 R$ 28,30 R$ 25,21 R$ 1,98 R$ 55,49 VENDA 22/06/2012 R$ 30, R$ 3.025,00 R$ 30,25 R$ 10,06 R$ 1,06 R$ 41,37 COMPRA 11/06/2012 R$ 48, R$ 4.895,00 R$ 24,48 R$ 25,21 R$ 1,71 R$ 51,40 COMPRA 26/07/2012 R$ 29, R$ 2.965,00 R$ 29,65 R$ 10,06 R$ 1,04 R$ 40,75 R$ 63,31 R$ 410,53 VENDA 11/07/2012 R$ 50, R$ 5.062,00 R$ 25,31 R$ 25,21 R$ 1,77 R$ 52,29 VENDA 22/08/2012 R$ 34, R$ 3.460,00 R$ 17,30 R$ 25,21 R$ 1,21 R$ 43,72 COMPRA 30/07/2012 R$ 48, R$ 4.803,00 R$ 24,02 R$ 25,21 R$ 1,68 R$ 50,91 COMPRA 12/09/2012 R$ 34, R$ 3.435,00 R$ 17,18 R$ 25,21 R$ 1,20 R$ 43,59 R$ 44,40 R$ 37,16 VENDA 17/08/2012 R$ 49, R$ 4.950,00 R$ 24,75 R$ 25,21 R$ 1,73 R$ 51,69 VENDA 21/09/2012 R$ 35, R$ 3.560,00 R$ 17,80 R$ 25,21 R$ 1,25 R$ 44,26 COMPRA 10/09/2012 R$ 45, R$ 4.559,00 R$ 22,80 R$ 25,21 R$ 1,60 R$ 49,60 COMPRA 24/10/2012 R$ 31, R$ 3.165,00 R$ 15,83 R$ 25,21 R$ 1,11 R$ 42,14 -R$ 220,55 R$ 308,60 VENDA 22/10/2012 R$ 44, R$ 4.437,00 R$ 22,19 R$ 25,21 R$ 1,55 R$ 48,95 VENDA 26/12/2013 R$ 35, R$ 3.560,00 R$ 17,80 R$ 25,21 R$ 1,25 R$ 44,26 COMPRA 29/10/2012 R$ 44, R$ 4.420,00 R$ 22,10 R$ 25,21 R$ 1,55 R$ 48,86 COMPRA 02/01/2013 R$ 36, R$ 3.602,00 R$ 18,01 R$ 25,21 R$ 1,26 R$ 44,48 R$ 121,11 BBDC4 R$ 96,04 VENDA 26/11/2012 R$ 46, R$ 4.640,00 R$ 23,20 R$ 25,21 R$ 1,62 R$ 50,03 VENDA 14/01/2013 R$ 37, R$ 3.788,00 R$ 18,94 R$ 25,21 R$ 1,33 R$ 45,48 COMPRA 17/12/2012 R$ 46, R$ 4.680,00 R$ 23,40 R$ 25,21 R$ 1,64 R$ 50,25 COMPRA 28/02/2013 R$ 35, R$ 3.532,00 R$ 17,66 R$ 25,21 R$ 1,24 R$ 44,11 R$ 281,45 R$ 17,22 VENDA 23/01/2013 R$ 50, R$ 5.064,00 R$ 25,32 R$ 25,21 R$ 1,77 R$ 52,30 VENDA 18/03/2013 R$ 36, R$ 3.638,00 R$ 18,19 R$ 25,21 R$ 1,27 R$ 44,67 COMPRA 25/02/2013 R$ 50, R$ 5.005,00 R$ 25,03 R$ 25,21 R$ 1,75 R$ 51,99 COMPRA 27/03/2013 R$ 33, R$ 3.333,00 R$ 16,67 R$ 25,21 R$ 1,17 R$ 43,04 R$ 209,34 -R$ 40,33 VENDA 13/03/2013 R$ 53, R$ 5.320,00 R$ 26,60 R$ 25,21 R$ 1,86 R$ 53,67 VENDA 16/04/2014 R$ 33, R$ 3.379,00 R$ 16,90 R$ 25,21 R$ 1,18 R$ 43,29 COMPRA 17/04/2013 R$ 52, R$ 5.207,00 R$ 26,04 R$ 25,21 R$ 1,82 R$ 53,07 -R$ 73,31 COMPRA 02/05/2013 R$ 32, R$ 3.278,00 R$ 16,39 R$ 25,21 R$ 1,15 R$ 42,75 R$ 77,63 VENDA 07/05/2013 R$ 52, R$ 5.240,00 R$ 26,20 R$ 25,21 R$ 1,83 R$ 53,24 VENDA 28/05/2013 R$ 34, R$ 3.442,00 R$ 17,21 R$ 25,21 R$ 1,20 R$ 43,62 COMPRA 15/07/2013 R$ 47, R$ 4.755,00 R$ 23,78 R$ 25,21 R$ 1,66 R$ 50,65 COMPRA 10/07/2013 R$ 26, R$ 2.607,00 R$ 26,07 R$ 10,06 R$ 0,91 R$ 37,04 R$ 42,93 R$ 161,45 VENDA 15/08/2013 R$ 49, R$ 4.900,00 R$ 24,50 R$ 25,21 R$ 1,72 R$ 51,43 VENDA 19/08/2013 R$ 28, R$ 2.845,00 R$ 28,45 R$ 10,06 R$ 1,00 R$ 39,51 COMPRA 03/09/2013 R$ 46, R$ 4.620,00 R$ 23,10 R$ 25,21 R$ 1,62 R$ 49,93 COMPRA 04/09/2013 R$ 27, R$ 2.779,00 R$ 27,79 R$ 10,06 R$ 0,97 R$ 38,82 R$ 347,74 R$ 310,01 VENDA 26/09/2013 R$ 50, R$ 5.070,00 R$ 25,35 R$ 25,21 R$ 1,77 R$ 52,33 VENDA 27/09/2013 R$ 31, R$ 3.170,00 R$ 15,85 R$ 25,21 R$ 1,11 R$ 42,17 COMPRA 18/10/2013 R$ 47, R$ 4.786,00 R$ 23,93 R$ 25,21 R$ 1,68 R$ 50,82 COMPRA 09/10/2013 R$ 31, R$ 3.122,00 R$ 15,61 R$ 25,21 R$ 1,09 R$ 41,91 -R$ 127,49 R$ 33,54 VENDA 04/11/2013 R$ 47, R$ 4.760,00 R$ 23,80 R$ 25,21 R$ 1,67 R$ 50,68 VENDA 23/10/2013 R$ 32, R$ 3.240,00 R$ 16,20 R$ 25,21 R$ 1,13 R$ 42,54 COMPRA 17/12/2013 R$ 42, R$ 4.258,00 R$ 21,29 R$ 25,21 R$ 1,49 R$ 47,99 CARTEIRA INICIAL R$ ,00 TAXAS TRANSAÇÃO R$ 5.000,39 COSTÓDIA 2 ANOS R$ 259,20 R$ 127,82 VENDA 30/12/2013 R$ 44, R$ 4.483,00 R$ 22,42 R$ 25,21 R$ 1,57 R$ 49,19 TAXAS TRANSAÇÃO R$ 163,63 CAPITAL DISPONÍVEL R$ ,37 LUCRO OU PREJUÍZO CAP. DIS. LIQUIDO R$ ,37 CARTEIRA FINAL R$ ,78 R$ 7.703,78 Fonte: Elaboração própria co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

58 57 A DINÂMICA DO EMPREGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SOROCABA: UMA ANÁLISE DE COINTEGRAÇÃO André Corrêa Barros* Ricardo Lopes Fernandes** *Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP. Brasil. anndrecorreab@gmail.com **Mestre em Economia, professor do curso de Economia da Uniso, Sorocaba, SP. Brasil. ricardo.sepol@uol.com.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: Março de 2016 RESUMO: Este estudo analisa as dinâmicas observadas no mercado de trabalho, mais precisamente as relacionadas com a questão do emprego na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), e qual a relação existente com as flutuações observadas no Estado de São Paulo e Brasil. A hipótese presumida é de que exista semelhança nos movimentos observados. O objetivo é testar a hipótese da existência de uma relação de longo prazo entre o emprego nacional, estadual e regional. Para verificar esta hipótese, foi estimado um modelo econométrico por meio da análise de séries temporais de cointegração, proposto por ENGLE- GRANGER. Os resultados validam tal hipótese, porém, também foi observada a existência de diferentes relações entre as séries analisadas. PALAVRAS-CHAVE: Mercado de Trabalho. Emprego. Cointegração. Região Metropolitana de Sorocaba. EMPLOYMENT DYNAMICS IN THE METROPOLITAN REGION OF SOROCABA: A COINTEGRATION ANALYSIS. ABSTRACT: This study analyzes the dynamics observed in the labor market, specifically those related to employment in the metropolitan region of Sorocaba (RMS) and the relation with the fluctuations observed in the State of São Paulo and Brazil. The presumed hypothesis is that there is similarity in the observed movements. The goal is to test the hypothesis of a long-term relation between national, state and regional employment. To verify this hypothesis it was estimated an econometric model through the analysis of time series cointegration proposed by ENGLE - GRANGER. The results validate this hypothesis, however, it has also been observed different relations among the analyzed series. Keywords: Labour Market / Employment / Cointegration / metropolitan region of Sorocaba 1 INTRODUÇÃO Recentemente foi sancionada a Lei Complementar Estadual nº 1.241/2014, que estabeleceu a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), composta por 26 municípios, contendo aproximadamente 1,7 milhão de habitantes e representando a 5ª Região Metropolitana do Estado de São Paulo 1. A partir deste fato, torna-se premente que sejam 1 Á saber, as quatro Regiões Metropolitanas já existentes são: Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS); Região Metropolitana de Campinas (RMC); Região Metropolitana de São Paulo (RMSP); Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

59 58 realizados estudos que aprofundem o conhecimento relativo às características socioeconômicas desse espaço geográfico. O presente estudo pretende analisar questões relativas ao comportamento do mercado de trabalho existente na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), mais precisamente se há uma relação de longo prazo entre o emprego nacional, estadual e regional. A justificativa é que tal temática é de extrema relevância para se compreender o desenvolvimento econômico regional, além de não haver uma vasta literatura sobre a análise do emprego e desemprego de maneira mais regionalizada para pequenas regiões metropolitanas. É importante destacar que a dinâmica do comportamento do mercado de trabalho de regiões metropolitanas e das não metropolitanas estão intimamente ligadas ao comportamento da economia nacional, ou seja, as mudanças observadas no cenário macroeconômico podem (e na maioria das vezes o fazem) refletir na dinâmica regional do emprego; esta influência pode ser notada em diferentes níveis, afetando em maior ou menor grau, dependendo da região como mencionada na teoria do desenvolvimento regional e compensatória. Particularmente, espera-se estimar uma equação que represente os movimentos observados no emprego regional, estadual e nacional. A hipótese presumida para este estudo é que existe relação entre o comportamento nacional e o comportamento regional. A verificação desta hipótese será realizada por meio da utilização dos dados da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego MTE, dados estes que foram analisados por meio da metodologia de cointegração a fim de estimar uma equação do emprego da RMS. A estrutura do estudo, além desta introdução, apresenta na segunda seção uma revisão bibliográfica sobre o tema; na terceira seção, descreve-se a metodologia utilizada; na quarta, analisam-se os resultados obtidos para a região em destaque, e, por último, as considerações finais. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Estudo realizado por Blanchard e Katz (1992 apud Albuquerque Oliveira e Carneiro, 2000) chamou a atenção para fatores que poderiam influenciar a dinâmica do desemprego nos Estados Unidos no período do pós-guerra até a década de 1990, porém co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

60 59 com uma ressalva, essas determinantes poderiam variar entre as regiões. Os autores analisaram então a existência de permanentes diferenças entre as taxas observadas em diferentes regiões. Chapman (1991) e Byers (1990) realizaram estudos semelhantes no Reino Unido. Em seu estudo, Chapman (1991) procurou reconhecer uma relação do desemprego regional com os efeitos observados nacionalmente no Reino Unido entre os anos de 1974 a Por meio da aplicação de técnicas de cointegração e causalidade, foi possível identificar que os níveis de desemprego entre as regiões são diferentes devido aos desequilíbrios na demanda, sendo explicada pelas diferenças estruturais e a composição industrial observada em cada região. Assim, concluiu que o comportamento do desemprego regional não possuía uma grande aproximação ao comportamento observado nacionalmente. Chapman (ibidem) seguiu duas vertentes, uma considerando que o comportamento do desemprego regional é comparável à do nacional, porém, o quesito regional se relaciona à demanda nacional, à dinâmica industrial e a questões intrínsecas a cada região. A outra vertente considera os fatos casuais de cada região, ou seja, o mercado de trabalho de uma determinada região pode determinar a dinâmica de outra. Em síntese os diferentes níveis de desemprego entre as regiões são criados pelos desequilíbrios na demanda que surgem devido às diferentes estruturas regionais, o que faz com que o principal fator de explicação das diferenças nas taxas de desemprego regional seja a composição de cada uma. Nesta mesma linha de pensamento, Byers (1991 apud Corseuil, 1996) utilizou-se da análise de cointegração afim de verificar a existência de componentes similares nas séries de desemprego das regiões também no Reino Unido no curto e no longo prazo. A conclusão desta análise indicou a presença dos dois tipos de componentes comuns nas séries de desemprego no Reino Unido. No âmbito nacional, Corseuill et al (1999) foram um dos pioneiros neste assunto, eles realizaram um estudo sobre as taxas de desemprego regionais, utilizando dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), porém o estudo só abordou regiões metropolitanas. O autor concluiu que os resultados indicam que tanto fatores agregados como os fatores estruturais exercem forte influência sobre o comportamento do desemprego regional no curto e longo prazos. O componente relativo ao tempo é superior e indica que os choques agregados afetam o desemprego das regiões mais do que o componente estrutural, porém co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

61 60 necessita-se levar em consideração a teoria compensatória 2, pois os choques estruturais podem estar sendo subestimados devido à sua rápida propagação entre as regiões. Albuquerque Oliveira e Carneiro (2001) analisaram as flutuações do emprego nos estados brasileiros em relação ao emprego nacional, a fim de verificar a possibilidade de uma relação estabelecida de longo prazo entre o emprego estadual e nacional. A conclusão foi de que os resultados obtidos indicam a existência de uma relação estável entre os empregos regional e nacional, mas com diferenciais entre as unidades federativas. Kretzmann e Cunha (2009) realizaram estudo sobre as flutuações no mercado de trabalho de regiões metropolitanas e não metropolitanas, no período de 1996 a A conclusão do estudo foi de que não havia evidência de equilíbrio de longo prazo entre os saldos de emprego de grande parte das regiões do Brasil, tanto nas metropolitanas quanto nas não metropolitanas. Ainda segundo o estudo, as flutuações de emprego dos estados analisadas individualmente corroboram com a hipótese de que ocorrem mudanças no mercado de trabalho formal nas diferentes regiões, sendo as não metropolitanas as mais dinâmicas. Uma abordagem mais próxima ao que este estudo se propõe a realizar foi desenvolvida por Albuquerque Oliveira e Cruz (2000), que analisaram as desigualdades regionais e elasticidade de longo prazo do emprego nos estados do Nordeste em relação ao emprego nacional. Neste trabalho, foi utilizada a metodologia apresentada por Pesaran et al (Albuquerque Oliveira e Cruz. 2000, p ), que se baseia em análise de estabilidade entre duas variáveis por meio de uma equação de correção de erros irrestrita. A conclusão dos autores foi de que o comportamento dos estados da região Nordeste segue trajetória comum a do país, existindo assim integração das economias estaduais que reflete sobre a economia nacional. 3 ASPÉCTOS METODOLÓGICOS SOBRE COINTEGRAÇÃO DOS MERCADOS DE TRABALHO A metodologia proposta para a estimação da relação do emprego regional sorocabano com emprego no Estado e no Brasil é o modelo para análises de séries 2 Segundo Corseuil et al (1999), a teoria compensatória é uma teoria de oferta de trabalho baseada no argumento que existe um equilíbrio entre salário, atratividade e desemprego de uma determinada região, equilíbrio este que seria determinado pela característica da região, por exemplo: quanto maior o salário, ou mais atrativa for a região em relação as demais, mais trabalhadores serão atraídos para ela. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

62 61 temporais de cointegração proposto por ENGLE-GRANGER. Esse método já foi utilizado em estudos semelhantes realizados por outros autores para diferentes regiões, dentre eles os citados no tópico acima. Este tópico estima um modelo econométrico que resulta em uma equação que representa as dinâmicas do emprego da RMS e do emprego nacional. Para isso, estão descritas as ferramentas de análise, tais como raiz unitária e cointegração. 3.1 Estacionariedade das Variáveis Ao se desenvolver modelos de séries de tempo, procura-se saber se o processo estocástico (aleatório) subjacente que gerou a série não varia de acordo com o tempo. Se as características do processo estocástico (aleatório) mudam (processo não estacionário), existe uma dificuldade de representar a série temporal em intervalos de tempo passado e futuro por um modelo simples. Porém, se o processo estocástico (aleatório) é fixo no tempo (estacionário) pode-se modelar equação com coeficientes fixos que podem ser estimados a partir de dados passados (PINDYCK e RUBINFELD, 2004, p. 567). A definição de uma série como estacionária ou não estacionária está condicionada ao valor apresentado pela variável no teste de raiz unitária, sendo aquelas que contêm raiz unitária consideradas séries não estacionárias, e as que não apresentam raiz unitária consideradas séries estacionárias. A combinação de duas séries Não Estacionárias pode resultar em uma falsa impressão de que as variáveis possuem uma relação estável no longo prazo. Existem sete diferentes formas de avaliar a existência (ou não) de cointegração em séries de tempo através da verificação da existência de Raiz Unitária, no entanto, este trabalho optou pelos testes DICKEY e FULLER (DF) e DICKEY e FULLER AUMENTADO (ADF). 3.2 Cointegração O objetivo da análise de cointegração é confirmar a existência de uma relação de longo prazo entre as variáveis, condição esta que só é aceita se as variáveis em análise são integradas de primeira ordem I (1) e suas combinações lineares necessariamente resultarem numa série integrada de ordem inferior I (0), ou seja, estacionária. Uma série temporal é um conjunto de observações dos valores obtidos por determinada variável em diferentes momentos, dados estes que podem ser coletados em co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

63 62 intervalos regulares de tempo (mensal, trimestral, anual, etc.) (GUJARATI, 2000, p. 11). A análise de cointegração de séries de tempo pode ser considerada como a contrapartida empírica da teoria econômica que propõem relação de equilíbrio de longo prazo entre variáveis, isto é, os desequilíbrios são transitórios e, portanto, estacionários. Assim, a cointegração procura analisar a existência dessas relações de longo prazo e como estas relações validam as proposições da teoria (AGURTO PLATA, 2001). De acordo com Granger e Newbold (1974, p , apud Agurto Plata, 2001), a análise de cointegração permite identificar e solucionar o problema de tendências das variáveis evitando resultados espúrios 3, de modo a incorporar informações de longo prazo em modelos dinâmicos de curto prazo usando Modelos de Correção de Erros (MCE). Para esse tipo de análise necessita-se também considerarmos o conceito da não estacionariedade das variáveis, fazendo-se necessário uma breve explanação sobre o conceito e também sobre o Teste de Raiz Unitária. A fim de exemplificar o modelo de cointegração, Murray (1994) descreve o comportamento de uma variável utilizando o conceito estatístico random walk (passeio aleatório) 4, conceito este também conhecido como o passo do bêbado. O autor conclui que embora exista a inferência de um termo aleatório responsável por desvios na trajetória das variáveis no curto prazo, existe um mecanismo que permite que elas voltem a caminhar juntas ao longo do tempo. 4 ANÁLISE DA COINTEGRAÇÃO DOS MERCADOS DE TRABALHO Para a análise do emprego proposta por este artigo, foram utilizadas informações obtidas junto ao Ministério do Trabalho e Emprego MTE, através do banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais RAIS, que demonstra o estoque de trabalhadores nos referentes períodos da análise, estoque este que considerou os tipos de admissão no decorrer do período, excluindo os que não foram admitidos no ano e optou-se também 3 Regressões que envolvem séries de tempo podem resultar em resultados espúrios, ou seja, de maneira superficial parecem bons, porém quando se investiga a fundo se tornam suspeitos. Uma regressão espúria tem seus valores de R² e t-estatístico elevados, mas não são resultados com significado econômico. (GUJARATI, 2000, p.730) 4 Ver MURRAY (1994) A Drunk and Her Dog: An Illustration of Cointegration and Error Correction e PINDYCK e RUBINFELD (2004, p. 590) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

64 63 por trabalhadores que tiveram seu vínculo ativo diferente de 31/dezembro 5 no período de janeiro/1994 à dezembro/2013. Como Região Metropolitana de Sorocaba, foram considerados 26 municípios, a saber: Alambari, Alumínio, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Cerquilho, Cesário Lange, Ibiúna, Iperó, Itu, Jumirim, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Tatuí, Tietê e Votorantim. Entendendo que o grande polo econômico desta região é o município de Sorocaba, considerou-se também uma série de emprego isolada para o município. Segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - SEADE, as 26 cidades possuem área de aproximadamente 9,8 mil km² e 1,7milhão de habitantes. Comparando com as demais Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo, a de Sorocaba é a segunda maior em área, perdendo apenas para a RM do Vale do Paraíba e Litoral Norte, já na questão da população a RM de Sorocaba é a segunda menor. Para a análise empírica as variáveis utilizadas foram transformadas em logaritmo com o objetivo de diminuir as oscilações, melhorar a visualização do gráfico e permitir que os coeficientes estimados sejam obtidos em termos de elasticidades. As siglas atribuídas a cada uma das variáveis utilizadas se encontram no quadro 1 a seguir. Quadro 1- Relação das variáveis utilizadas e siglas VARIÁVEL Município de Sorocaba Região Metropolitana de Sorocaba Estado Brasil Elaboração própria. SIGLA SOR RMS EST BR O Gráfico 1 descreve o comportamento das séries mensais do emprego no município de Sorocaba, Região Metropolitana de Sorocaba, Estado e Brasil para o período em análise. A análise visual dos dados parece indicar que ambas as séries são não estacionárias em nível. 5 Optou-se por essa metodologia, pois a que considera somente os contratos ativos em 31/dezembro pode excluir trabalhadores que foram desligados antes de 31/dezembro, procurando assim obter um valor real do total de trabalhadores admitidos em cada período. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

65 64 GRÁFICO 1 Séries de emprego SOR, RMS, EST e BR* em nível 01/1994 a 12/ SOR RMS EST Fonte: Elaboração própria com base nos dados MTE. (2014) *Município de Sorocaba (SOR) Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), Estado de São Paulo (EST) e Brasil (BR). Em logaritmo natural. BR O Gráfico 2 apresenta a primeira diferença das séries em evidência para o mesmo período. A análise visual dos gráficos parece indicar que todas as séries em primeira co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

66 65 diferença são estacionárias. Faz-se necessária uma observação quanto aos dados para o ano de 2006 (janeiro a dezembro) para a série SOR, como se observa nos gráficos 1 e 2, a série apresenta um outlier, ou seja, o ano de 2006 apresenta um valor atípico, valor este que se deve a um problema com a base de dados utilizada, apresentando assim valores que se distanciam dos demais observados para a série tanto em logaritmo como em primeira diferença. GRÁFICO 2 Séries de emprego RMS, EST e BR* em primeira diferença 01/1994 a 12/ DSOR DRMS DEST DBR Fonte: Elaboração própria com base nos dados MTE. * Município de Sorocaba (SOR) Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), Estado de São Paulo (EST) e Brasil (BR). Em logaritmo natural. 4.1 Teste de Raiz Unitária Modelo Dickey Fuller Aumentado (ADF): Embora uma primeira análise visual dos gráficos das variáveis indique que as séries são não estacionárias em nível e estacionárias em primeira diferença, para a real confirmação disso optou-se por utilizar o Teste de Raiz Unitária Dickey Fuller Aumentado (ADF), que foi desenvolvido como extensão do teste Dickey Fuller (DF) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

67 66 adicionando os valores defasados da variável dependente. Segundo Bueno (2011, p ), estas defasagens podem ser escolhidas de duas maneiras, a primeira é acrescentar variáveis até que os resíduos não apresentem correlação serial e a segunda é fixar altas defasagens para estimar o modelo com defasagens intermediárias da maior para a menor, neste caso o modelo escolhido será o que possui o menor critério de informação 6. Neste estudo, especificamente, optou-se pela utilização do critério de Schwarz acrescentando mais defasagens caso os resíduos apresentem correlação serial. A tabela 1 abaixo apresenta os resultados do teste ADF que confirmam a não rejeição da hipótese nula - H0 (contém raiz unitária) a 1% nas quatro séries em nível, sendo que as séries SOR e RMS não apresentam rejeição da H0 em todos os valores críticos ao passo que as séries EST e BR rejeitam os valores a 5% e 10%. Já em primeira diferença, todas as séries rejeitaram H0, ou seja, são estacionárias. Assim, podemos dizer que as séries são integradas de primeira ordem I (1) confirmando a hipótese presumida através da análise preliminar visual dos gráficos, onde se pode observar que as séries em nível possuem uma tendência estocástica visualmente clara e que em primeira diferença tiveram suas respectivas tendências removidas. Tabela 1: Teste de Raiz Unitária Dickey-Fuller Aumentado (ADF) Variável Defasagem Constante Tendência ADF Valor crítico 10% Valor crítico 5% Valor crítico 1% RMS 12 sim sim SOR 12 sim não EST 13 sim sim ** BR 13 sim sim ** DRMS 11 não não * DSOR 11 não não * DEST 12 não não * DBR 12 não não * Fonte: Elaboração própria com base nos dados efetuados no pacote econométrico Eviews 5.0. Rejeição da hipótese nula a: *1%, **5%, ***10%. 6 Alguns critérios: Hannan-Quinn, Schwarz ou Akaike. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

68 Teste de Cointegração ENGLE-GRANGER Como as séries utilizadas são não estacionárias em nível, o que pode levar os resultados estatísticos obtidos na estimação do modelo, como os testes t e F, a serem enganosos e, com isso, a um modelo que contenha relação espúria entre as variáveis. Para que não ocorra esse risco e, de fato, tenhamos certeza que as variáveis apresentam uma relação de longo prazo, é necessário verificar se tais variáveis são cointegradas. Para tanto, optou-se pelo modelo de cointegração de Engle-Granger, que propõe estimar uma única equação para as séries em análise, que, de acordo com Bueno (2011, p ), trata-se de um teste rápido e fácil de implementar. A metodologia consiste em estimar a relação de longo prazo e armazenar os resíduos, sendo que, para a existência de cointegração entre as variáveis, os resíduos deverão se apresentar estacionários. Assim, faz-se necessária a realização do mesmo teste de raiz unitária utilizado acima para as séries residuais das equações estimadas; se a hipótese nula dos resíduos não for rejeitada, as variáveis não podem ser consideradas cointegradas, ao passo que, havendo a rejeição da hipótese nula, pode-se considerar as variáveis cointegradas. De acordo com a metodologia descrita foram estimadas as seguintes equações: Tabela 2: Equações Estimadas Método Cointegração ENGLE-GRANGER Variável Dependente Variável Independente Constante Coeficiente t-statistic Prob. RMS EST Sim RMS BR Não SOR EST Sim SOR BR Sim Fonte: Elaboração própria com base nos dados efetuados no pacote econométrico Eviews 5.0. Temos então os seguintes resultados para cada equação acima: (1) (2) (3) (4) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

69 68 Continuando com o modelo, analisando os resultados do teste ADF para os resíduos das equações na tabela 3 a seguir, pode-se confirmar a não rejeição da hipótese nula - H0 (contém raiz unitária) na série RESIDRMSEST, sendo que as séries RESIDRMSBR, RESIDSOREST e RESIDSORBR apresentam rejeição da H0 à 1%, 5% e 10%. Portanto, podemos dizer que as séries RMS/BR, SOR/EST e SOR/BR são cointegradas, ao passo que a série RMS/EST não é cointegrada. Tabela 3: Teste de Raiz Unitária Dickey-Fuller Aumentado (ADF) Resíduos: Variável Defasagem Constante Tendência ADF Valorcrítico 10% Valor crítico 5% Valor crítico 1% RESIDRMSEST 12 não não RESIDRMSBR 2 não não * RESIDSOREST 13 não não * RESIDSORBR 14 não não * Fonte: Elaboração própria com base nos dados efetuados no pacote econométrico Eviews 5.0. Rejeição da hipótese nula a: * 1%, ** 5%, ***10%. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo foram analisadas as flutuações do emprego na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) vis a vis o emprego Estadual (EST) e Nacional (BR) no período compreendido entre janeiro de 1994 e dezembro de Adicionalmente, optou-se também por realizar uma análise exclusiva para o município de Sorocaba (SOR) por ser ele o principal pólo dinâmico dessa região, de maneira que ele afeta decisivamente o resultado final do emprego no conjunto de municípios que compõe a RMS. Para isso, fora de dados disponibilizados pela Relação Anual de Informações Sociais - RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego MTE, que foram analisados por meio da metodologia de análises de séries temporais (cointegração) desenvolvida por co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

70 69 ENGLE-GRANGER. Por empregar essa metodologia, buscou-se identificar se a série em análise é não estacionária em nível e estacionária em primeira diferença, condição que foi aceita por meio da realização do teste de raiz unitária DICKEY-FULLER AUMENTADO (ADF). Confirmou-se neste estudo os resultados observados por COURSEUIL et al (1999) para o Brasil e por Chapman (1991), Byers (1990) Corseuil (1996, p. 6-7) e Blanchard e Katz (1992) Albuquerque Oliveira e Carneiro (2000, p. 5) para outros países, a existência de evidencias de uma relação estável entre o emprego regional e nacional, porém apresentando algumas particularidades nas regiões analisadas, tendo em vista as questões relacionadas as teorias do desenvolvimento regional e compensatória que podem causar diferenciais permanentes entre as séries. Os resultados obtidos reforçam também a hipótese levantada pelo estudo e indicam a existência de cointegração entre as flutuações do emprego na RMS e o no âmbito nacional, bem como entre as flutuações do emprego no município de Sorocaba e os níveis estadual e nacional. Na análise entre RMS e estado, identificou-se que não há uma relação comum ao longo do tempo, ou seja, os choques aleatórios são persistentes e demonstram que as séries não são cointegradas. Uma possível explicação para os resultados obtidos estaria relacionada ao perfil do mercado de trabalho que cada região possui devido à participação relativa de cada setor econômico e em razão das diferentes dinâmicas em relação às transformações estruturais observadas nas ocupações, decorrentes da evolução do processo produtivo, responsável pela heterogeneidade observada no mercado de trabalho nas diversas regiões do país e também pelo grau de concentração de força de trabalho somente em setores vistos como mais dinâmicos e que agregam maior valor ao produto final. Outro ponto relacionado ao perfil do emprego regional leva em consideração os diferentes eventos econômico-sociais, tais como salários, cultura, demografia, estrutura climáticas, que acabam por tornar determinadas regiões mais atrativas do que outras, o que interfere efetivamente na oferta e demanda de mão de obra da região mais favorecida e consequentemente na dinâmica do emprego. Diante desta constatação, seguindo as conclusões observadas por Albuquerque Oliveira e Carneiro (2001), as políticas de emprego devem considerar estes diferenciais regionais, a fim de criar mecanismos específicos para um desenvolvimento melhor e mais adequado às necessidades de cada região de maneira isolada, pois políticas que visam obter resultados agregados para o mercado de trabalho podem estar sendo subutilizadas co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

71 70 ao passo que a implantação de políticas específicas para cada região poderiam proporcionar uma dinâmica mais sólida e com melhores resultados ao longo do tempo. Independentemente de outras possibilidades de aprofundamento da análise aqui proposta, tais como a identificação do grau de sensibilidade, elasticidade e também da realização de um teste de causalidade entre as séries de emprego, os resultados do presente estudo permitem uma profunda reflexão por parte dos gestores da RMS de qual caminho poderá ser trilhado visando amenizar os efeitos da cointegração aqui observada. Evidentemente, em momentos de crescimento econômico e abertura de postos de trabalho (como pode ser observado em grande parte da série histórica analisada) é relevante o sincronismo identificado. Entretanto, havendo inversão nas trajetórias econômicas, o impacto também será sentido pela RMS. Para tal, aponta-se como decisiva a elaboração de estratégias de estímulo a diferentes perfis de investimentos/empresas, considerando que uma maior diversificação produtiva proporcionaria um menor impacto de fatores exógenos a região. Como futura contribuição à elaboração de políticas públicas por parte dos gestores da RMS, sugere-se aqui que a Pesquisa Mensal de Emprego PME, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, passe a ser realizada neste espaço geográfico a fim de retratar de maneira mais realista o comportamento do mercado de trabalho e também suas particularidades. REFERÊNCIAS AGURTO PLATA, Ludwig Einstein Mercados de terras no Brasil: gênese, determinação de seus preços e políticas. (Tese de Doutorado) Instituto de Economia, Universidade de Campinas, Campinas, SP, ALBUQUERQUE OLIVEIRA, C. W.; CARNEIRO, F. G. Flutuações de longo prazo do emprego no Brasil: uma análise alternativa de cointegração. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 55 (4): , out. dez ALBUQUERQUE OLIVEIRA, C. W.; CRUZ, B. O. Desigualdades regionais e elasticidade de longo prazo do emprego nos estados do Nordeste com relação ao emprego nacional. Texto para discussão n. 704, Brasília, IPEA, fev BALTAR, P.A et al - Moving towards Decent Work. Labour in the Lula government: reflections on recent Brazilian experience, Disponível em: < co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

72 71 BUENO, R.L.S. Econometria de séries temporais. 2 Ed. Cengage Learning, BLANCHARD, O.; KATZ, L. Regional Evolutions. Brookings papers on economic Activity, 1, p. 1-75, BYERS, J.P. The cyclical sensitivity of regional unemployment: An assessment. Regional Studies, v. 24, n. 5, p , CORSEUIL, C.H. GONZAGA, G. ISSLER, J.V. - Desemprego regional no Brasil - uma abordagem empírica. Revista de economia aplicada, 3: , CORSEUIL, C.H. - Desemprego regional no Brasil: uma abordagem empírica. (Dissertação de Mestrado) Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, CHAPMAN, P. The dynamics of regional unemployment in the UK Applied Economics, 23: DIEESE. Rotatividade e flexibilidade no mercado de trabalho. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, DIEESE. A situação do trabalho no Brasil na primeira década dos anos Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, ENDERS, W. Applied econometric time series. 2 Ed. Jonh Wiley & Sons, Iowa State University, 2004 GREENE, W.H. - Econometric analysis. Editora Prenhall, New York University, 5ª ed GUJARATI, D.N Econometria básica. São Paulo: Pearson Makron Books, 3ª ed KRETZMANN, C.K. CUNHA, M.S. - Flutuacões no mercado de trabalho brasileiro: regiões metropolitanas e não-metropolitanas. Brasília, Revista de Economia v. 10, n. 2, p , mai. ago LIMA, L.D. O saldo da balança comercial entre Brasil e EUA: uma estimação das suas elasticidades preço e renda por meio do método VAR e VEC. (Dissertação de Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo MATTOSO, J. POCHMANN, M. Mudanças estruturais e trabalho no Brasil. Revista Economia e Sociedade, Campinas, (10): , jun MURRAY, P. M. - A Drunk and Her Dog: An illustration of cointegration and error correction. The American Statistician, feb vol. 48, n. 01, OLIVEIRA, H. S. Economia metropolitana e mercado de trabalho: um estudo das regiões metropolitanas do estado de São Paulo. (Tese de Doutorado) Instituto de Economia, Universidade de Campinas, Campinas, SP co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

73 72 PESARAN, M.H., SHIN, Y. & SMITH, R.J. Testing for the existence of a long run relationship. Department of applied economics, University of Cambridge, (DAE Working Paper 9622), PINDYCK, R.S. RUBINFELD, D.L Econometria Modelos e Previsões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 MTE- Ministério do Trabalho e Emprego, disponível em < Acesso: set co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

74 73 A ECONOMIA NO FIM DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Alessandro Valério Dantas* Ricardo Lopes Fernandes** * Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. alevldantas@gmail.com **Mestre em Economia, professor do curso de Ciências Econômicas da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. ricardo.sepol@uol.com.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: Março de 2016 RESUMO: O presente artigo apresenta um estudo do viés econômico da transição demográfica com foco nos países que se encontram em estágios mais avançados de transição. Faz-se uma análise dos dados de seis países representantes do último momento da transição em relação à demanda por bens e serviços, oferta de trabalho e geração e distribuição de riquezas. Conclui-se que estes países não são necessariamente ricos, observa-se que: a demanda em nível macroeconômico é pouco sensível à transição, a oferta de trabalho só não sofre grandes quedas devido ao aumento da mão de obra feminina e aos estoques de migração; observase também que estes países são mais vulneráveis a crises econômicas e suas economias são calcadas no setor de serviços e possuem elevados retornos do setor industrial e sobre investimentos em pesquisa e desenvolvimento. PALAVRAS-CHAVE: Transição demográfica. Envelhecimento populacional. Economias envelhecidas. THE ECONOMY IN THE END OF DEMOGRAPHIC TRANSITION Abstract: This article presents a study of the economic bias in demographic transition focusing on countries that are in more advanced stages of transition. A analysis of the data of six representatives countries from the last moment of transition in relation to demand for goods and services, job offer and generation and distribution of wealth. The conclusion is that these countries are not necessarily rich, it is observed that: the demand on macroeconomic level is little sensitive to transition, the job offer only does not suffer large declines due to the increased female labor and migration stocks, it also notes that these countries are more vulnerable to economic downturns and their economies are trampled in the service sector and they have high returns in the industrial sector and on investments in research and development. KEYWORDS: Demographic transition. Population Ageing. Aging economies. 1 INTRODUÇÃO Até poucos séculos atrás, as taxas de mortalidade em todo o mundo eram altas e sujeitas a violentas flutuações, resultado de fomes e epidemias. A partir da segunda metade do século XVIII, alguns países europeus começaram a apresentar um lento, mas contínuo, declínio da mortalidade. Por volta de 1850, os países da Europa Ocidental, América do Norte e Oceania apresentavam expectativas de vida em torno de 40 anos, e 50 anos na virada do século. Nas primeiras décadas do século XX, os demais países do mundo ainda apresentavam expectativa de vida bastante baixas, sendo 30 anos para África co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

75 74 e Ásia e 40 anos para América Latina. (ANTONOSVKY, 1967; KITAGAWA, 1977 apud Alves, 1994). Quanto às taxas de fecundidade, Knodel e Van de Walle (1979 apud ALVES, 1994) mostram que, com exceção da França - que teve uma transição mais precoce -, todos os demais países europeus iniciaram um processo de declínio na taxa de fecundidade a partir do último quartel do século XIX. Para as outras regiões do mundo, este processo só começou a partir da segunda metade do século XX. A redução das taxas de mortalidade e, principalmente, das taxas de fecundidade é, portanto, um fenômeno relativamente recente na história da humanidade. A esta passagem de altos a baixos níveis dessas taxas dá-se o nome de transição demográfica, que nada mais é que uma descrição, com alto grau de generalidade e, a posteriori, do processo de redução da mortalidade e da fecundidade (ALVES, 1994). Este artigo tem como objetivo verificar como esta transição demográfica pode afetar as relações econômicas dos países que por ela passaram ou ainda passam, focando, principalmente, os países que se encontram no último momento da transição e nas relações de demanda por bens e serviços, oferta de trabalho e geração e distribuição de riqueza. O foco nos países mais maduros no processo de transição se justifica por se ter hoje um quadro demográfico com envelhecimento e crescimento decrescente da população em todo o mundo. Assim sendo, um estudo destes países pode trazer clareza para que os países que estão em fases menos avançadas do processo possam se estruturar melhor para enfrentar essa realidade no futuro. O artigo se divide nas seguintes etapas: (i) após a introdução, é desenvolvido um referencial teórico do tema proposto, esclarecendo o que é a transição demográfica e como ela pode afetar a economia, segundo diversos autores; (ii) em seguida, é desenvolvido um estudo empírico que verifica indicadores econômicos de países representantes do fim da transição demográfica; (iii) e, por fim, são feitas considerações finais sobre o trabalho e os resultados verificados. 2 REFERENCIAL TEÓRICO A transição demográfica para Rosa (apud BRITO, 2007, p. 12) é um fenômeno caracterizado por 3 momentos fundamentais. Em um primeiro momento, passa-se de uma fase em que as taxas brutas de natalidade e de mortalidade são altas e, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

76 75 consequentemente, o crescimento vegetativo da população é baixo a pré-transição demográfica, para uma segunda fase, quando se inicia a transição demográfica propriamente dita, em que o nível de mortalidade inicia um processo consistente de queda, enquanto o de fecundidade ainda se mantém alto. Nesta fase, o ritmo do crescimento natural da população aumenta de maneira sustentada. Esse é o período de mais rápido crescimento demográfico, que só vai desacelerar a partir do segundo momento, no qual se inicia o processo de declínio persistente da fecundidade, inaugurando uma fase caracterizada por incremento populacional a ritmo decrescente. Por fim, há um terceiro momento, a partir do qual já se encontram baixos os níveis, tanto de fecundidade, quanto de mortalidade, entrando-se em uma fase de póstransição demográfica, quando o crescimento da população é muito lento, nulo, ou até negativo. A figura abaixo ilustra o processo de transição: Figura 1 Ilustração do modelo de transição demográfica. Fonte: Rosa apud Britto (2007). O esquema apresentado por Rosa (2006 apud BRITTO, 2007), baseado no quadro formulado originalmente por Thompson (1929), é utilizado geralmente apenas para ilustrar de forma simples como se da um fenômeno de transição demográfica. Esse esquema, porém, não tem profundidade para explicar de forma integral as diversas experiências concretas de transição demográfica e suas causas. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

77 76 Para Alves (1994), não faz sentido falar em uma teoria da transição demográfica, pois, enquanto descrição de um fenômeno, não passaria de um truísmo. Em vez de uma teoria, têm-se, então, diversas abordagens 1 que tentam explicar as causas da transição utilizando instrumentais teóricos das diversas ciências sociais, considerando a interrelação entre a dinâmica demográfica e as condições econômicas, políticas e culturais da sociedade. Devido à natureza complexa do tema, estas diversas abordagens teóricas não são necessariamente antagônicas, ao contrário, elas coexistem sem haver um claro domínio de uma sobre as outras. Como este trabalho busca analisar de forma mais abrangente as consequências, e não as causas, da transição, não será aprofundado o estudo dessas diversas abordagens. 2.1 Economia e Demografia Para Singer (1988), o tamanho e a estrutura do crescimento da população têm efeito duplo sobre o funcionamento da economia: eles são os principais determinantes da oferta e força de trabalho e, ao mesmo tempo, influem no consumo. Os efeitos na dinâmica populacional são, portanto, sentidos simultaneamente tanto do lado da oferta como do lado da demanda por bens e serviços. 2.2 Demanda por Bens e Serviços Mudanças demográficas afetam tanto o nível quanto a composição do consumo, com subsequentes efeitos nos fluxos de comércio (WTO, 2013). Para Lurhmann (2005), mudanças na estrutura etária da população geralmente provocam mudanças substanciais no padrão de consumo, assim, a previsão de tendências de longo prazo sobre a demanda demográfica é importante para o planejamento de investimentos de longo prazo. Há vários modelos de consumo conhecidos no pensamento econômico, entre eles a Teorias Keynesiana da Função de Consumo de John Maynard Keynes, Intertemporal de Irving Fisher, a de Renda Permanente de Milton Friedman e a de Ciclo de Vida de Franco Modigliani (LOPES e VASCONCELLOS, 2000). 1 As abordagens apresentadas por Alves (1994) são: Abordagem Macroeconômica (Modernização), Abordagem Microeconômica (New Home Economics), Abordagens Culturais (Inovação-Difusão e Secularização), Abordagens Sociológicas (Resposta Multifásica e Adaptação) e Abordagens Iconoclastas. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

78 77 Attanasio (1999) diz que, desde a década de 50, os modelos de Ciclo de Vida e o de Renda Permanente têm constituído as principais ferramentas analíticas para o estudo do comportamento do consumo, em ambos os níveis, micro e agregado. E, desde a década de 70, a literatura tem focado em versões de modelos que incorporam a hipótese de Expectativas Racionais e um rigoroso tratamento de incertezas. A teoria do Ciclo de Vida basicamente diz que as pessoas se projetam nas fases iniciais da vida, podendo poupar ou endividar-se, e poupam nas fases intermediárias, quando obtêm relativo sucesso profissional, para assim ter dinheiro para manter o padrão de vida na aposentadoria. O modelo de Renda Permanente afirma que apenas a renda permanente influi no consumo, alterações transitórias de renda não alteram o consumo, apenas a poupança (LOPES e VASCONCELLOS, 2000). Carrol (1994) afirma que agentes que têm mais incertezas sobre sua renda futura tendem a consumir menos no presente e que a poupança serve primariamente como um estoque de segurança (buffer stock) contra incertezas. Autores como Battistin et al. (2008) e Hurst (2008) atentam para o Retirement Consumption Puzzle, um quebra-cabeças sobre o fato de que o consumo das pessoas que estão se aposentando cair sensivelmente, contrariando o modelo de ciclo de vida. Browning e Ejrnæs (2009) analisam como filhos influenciam no consumo de uma família e como a dinâmica dessas famílias altera as bases do modelo de ciclo de vida. Eles afirmam que a composição das famílias, considerando a quantidade e a idade dos filhos, é suficiente para explicar as distorções no consumo que a distanciam do modelo de ciclo de vida. Alguns autores demonstram que o envelhecimento da população altera não apenas o nível de consumo como também a composição dele. Hurst (2008) verifica quedas nos gastos com alimentação e relacionados ao trabalho; Lurhmann (2005) aponta para gastos maiores com saúde e lazer e menores com alimentação e energia. 2.3 Oferta de Trabalho Uma das crenças da abordagem microeconômica (BECKER, 1981) em relação à transição demográfica é que os indivíduos preferem investir em qualidade que em quantidade dos filhos, no final da transição. Usando dados de 146 países, Barro e Lee (2010) mostram que, no período de 1950 a 2010, o número médio de anos de estudo entre indivíduos de 15 anos ou mais aumentou de 2.1 para 7.1 em países em desenvolvimento, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

79 78 e de 6.2 para 11 em países desenvolvidos. Esta alteração tem grande relevância na produtividade, principalmente em setores mais complexos de produção: Costinot (2009) afirma que, quando trabalhadores são mais educados, eles gastam uma menor fração de tempo aprendendo, uma vez que custos de aprendizado são relativamente mais importantes em setores mais complexos. Um país com trabalhadores mais educados tem vantagem comparativa nestes setores mais complexos. Outra crença da abordagem microeconômica é que a transição demográfica está correlacionada com o aumento da participação feminina na força de trabalho. Galor e Weil (1996) afirmam que o progresso tecnológico e a acumulação de capital físico tornaram o trabalho mais produtivo e aumentaram o custo de oportunidade de criar filhos, trazendo efeitos negativos na fertilidade e positivos na participação feminina no mercado de trabalho. ILO (2010) atenta, no entanto, para o fato de que há outros fatores importantes quando o assunto é a participação feminina na força do trabalho, como educação, religiosidade, cultura, normas sociais e o quadro institucional. Migração internacional também sofre um importante impacto com o final da transição demográfica, podendo influenciar fortemente a força e a qualidade de trabalho de uma região (WTO, 2013). Essa migração tem se tornado mais importante para países desenvolvidos devido à baixa taxa de fertilidade desses. Desde 1990, a migração líquida tem sido a maior responsável pelo crescimento populacional em países desenvolvidos (UN, 2010 apud WTO, 2013). Esse acréscimo populacional devido à migração líquida é ainda mais importante por ser representado, em sua maioria, por indivíduos em idade ativa e geralmente que estão abaixo da idade média do país destino (Ibidem). 2.4 Distribuição de Riqueza Ao alterarem tanto a oferta quanto a demanda por bens e serviços, é possível que as alterações demográficas alterem também a distribuição de riqueza da região. Para Galor (2012), a transição demográfica permitiu às economias converter parcela maior dos ganhos com acumulação de fatores e do progresso tecnológico para o crescimento da renda per capita. O ganho na produtividade do trabalho e no processo de crescimento vem por meio de três canais: i) o declínio no crescimento populacional, que reduz a diluição dos estoques crescentes de capital e infraestrutura, aumentando o estoque de recursos per capita; ii) a redução nas taxas de fertilidade que permite a realocação de recursos da quantidade para a qualidade de filhos, melhorando a formação de capital co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

80 79 humano e a produtividade e; iii) o declínio nas taxas de fertilidade que afetam a distribuição da idade da população, temporariamente aumentando a fração da força de trabalhado da população e, assim, mecanicamente, aumentando a produtividade per capita. Porém, o crescimento populacional para países subdesenvolvidos é considerado essencial. Para Singer (1988), uma população grande com baixa renda concentra sua demanda em um número limitado de mercadorias, ao passo que uma população, ainda que menor, mas com renda elevada, apresenta demanda muito mais diversificada. Considerando-se uma economia que se encontra num estágio inicial de industrialização, uma grande demanda por uma pequena variedade de bens constitui fator importante para tornar possível a produção em massa, da qual economias de escala podem ser derivadas e a industrialização desenvolvida. Ainda segundo Singer (1988), a escolha para as nações em desenvolvimento não é entre uma população menor com uma renda per capita maior ou uma população maior com menor renda per capita, mas entre alternativas de como elevar a renda per capita. Um aumento da população não somente elevará a produtividade, mas o aumento consequente de renda permitirá aos produtores, por sua vez, usar métodos de produção em grande escala, e a inter-relação entre tamanho do mercado e produtividade acentuará o efeito de outros fatores. 3 ANÁLISE EMPÍRICA A Europa Ocidental é historicamente o lugar onde primeiro foi notada a transição demográfica, portanto, é hoje também o lugar onde o processo se encontra mais maduro. Além de países da Europa Ocidental, há também países da Europa Oriental e da Ásia que apresentam um grau de envelhecimento bastante alto em comparação com o restante do mundo. Cabe ressaltar que nestes últimos se iniciou o processo em um momento mais tardio. Abaixo, na Tabela 1, estão apresentados alguns países que representam boa parte da população da Europa Ocidental, além de Rússia e Japão, representando respectivamente, Europa Oriental e Ásia. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

81 80 Tabela 1 Crescimento populacional, representantes do 3º momento da transição, entre 1950 a Países População no ano (em milhares) Pop. em 1950 Pop. em 2010 Crescimento no Período Alemanha % Reino Unido % Itália % França % Rússia % Japão % Fonte: UN (2013). Elaboração própria. Esses países podem ser considerados representantes do terceiro momento da transição demográfica. Verifica-se, por meio do Gráfico 1, o baixo crescimento populacional destes países em relação ao mundo. Gráfico 1 Crescimento populacional com base 1, representantes do 3º momento da transição e mundo, entre 1950 a Rússia Japão Alemanha Reino Unido Itália França Mundo Fonte: UN (2013) Elaboração própria. É interessante expor também o fato de que o Japão sofreu com o envelhecimento populacional de maneira muito mais drástica que os outros países do quadro, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

82 81 apresentando idade média menor em relação a mundial em 1950 e maior em relação a dos outros países do quadro em 2010 (conforme Gráfico 2), isto aponta para transição demográfica mais acelerada. Gráfico 2 Idade média da população, países selecionados e mundo, entre 1950 a Mundo Japão Rússia Reino Unido Itália França Alemanha Adaptado de World Bank (2014) Abaixo serão expostos alguns indicadores e dados econômicos dos países citados acima (países selecionados), buscando padrões comuns entre eles que podem estar relacionados ao fim da transição demográfica e buscando também conciliar os dados apresentados com as teorias propostas no referencial teórico. 3.1 Distribuição de Renda Autores que associam diretamente a transição demográfica a fatores econômicos, tanto em nível macro (NOTESTEIN, 1945; COALE, 1979) quanto microeconômico (Becker, 1981), costumam relacionar a transição de fecundidade com o desenvolvimento da região. Por meio do Gráfico 3, pode-se verificar que há correlação negativa entre taxas de fecundidade e renda per capita na maioria dos países do mundo, o que dá certo respaldo empírico às teorias apresentadas pelos autores. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

83 82 Gráfico 3 Taxa de fecundidade x renda per capita (em US$ corrente) dos 148 países com maior população, Adaptado de World Bank (2014) Ao analisar a evolução do crescimento per capita apenas dos países selecionados (Gráfico 4), verifica-se que todos eles têm alta renda per capita, com exceção da Rússia, e trajetórias oscilantes, devido às inúmeras crises ocorridas no período, porém com visível crescimento. Gráfico 4 Renda per capita (US$ corrente), países selecionados e mundo, entre 1990 a Mundo França Alemanha Italia Japão Rússia Reino Unido Adaptado de World Bank (2014) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

84 83 A Rússia, em especial, encontra-se com renda per capita bem abaixo dos outros países. Isso se deve principalmente ao colapso da União Soviética e do sistema políticoeconômico vigente até o início dos anos 90. O Japão, por sua vez, possui oscilação maior que os outros países durante a década de 90, basicamente por que seu próprio PIB apresentou oscilação maior nesse período. Abaixo, a Tabela 2 apresenta os níveis de pobreza e o coeficiente de Gini para os países selecionados, com exceção da Rússia, onde não há disponibilidade destes dados. Podemos observar que os níveis de pobreza e de desigualdade dos países selecionados são mais baixos que os dos Estados Unidos, país desenvolvido, e consideravelmente mais baixo que os do México, um país em processo de desenvolvimento. Tabela 2 Indivíduos abaixo da linha da pobreza (% do total da população) e coeficiente de Gini, países selecionados (exceto Rússia), Estados Unidos e México, Países Pobreza Gini França 0,075 0,293 Alemanha 0,095 0,288 Itália 0,121 0,315 Japão 0,160 0,336 Reino Unido 0,099 0,345 Estados Unidos 0,165 0,379 México Fonte: OECD (2014). 0,209 0,475 Ainda sobre desenvolvimento, é importante apresentar dados sobre o fenômeno de modernização, tido como fator chave para o processo de transição. Abaixo podemos notar o alto grau de urbanização dos países selecionados. Vemos também níveis elevados, em se tratando de telecomunicações e saneamento básico, na maioria desses países (Tabelas 3, 4 e 5). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

85 84 Tabela 3 População urbana, países selecionados e mundo, 1960, 1990 e Países % do Total Alemanha França Reino Unido Itália Japão Rússia Mundo Fonte: World Bank (2014). Tabela 4 Inscrições de celular e usuários de internet, países selecionados e mundo, 2000 e Para cada 100 pessoas Países Inscrições de celular Usuários de internet Alemanha França Reino Unido Itália Japão Rússia Mundo Fonte: World Bank (2014). Tabela 5 Saneamento básico, países selecionados e mundo, 2000 e 2013 Países Saneamento básico (% da pop. urbana) Alemanha França Reino Unido Japão Rússia Itália sem dados sem dados Mundo Fonte: World Bank (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

86 Demanda por Bens e Serviços Este item trata dos reflexos da transição na composição e no tamanho da demanda por bens e serviços. Começaremos verificando a composição: o Gráfico 5 apresenta a composição do consumo anual das famílias nos países selecionados. Gráfico 5 Composição do consumo anual das famílias, países selecionados, Adaptado de OECD (2014). Luhrman (2005) e Hurst (2008) ponderam em seus respectivos trabalhos que consumidores mais velhos tendem a gastar menos com alimentação, despesas relacionadas a trabalho (transporte, restaurantes e hotéis) e energia e mais com saúde e lazer. Na perspectiva macro, apresentada pelo Gráfico 5, observa-se que, percentualmente, os gastos com saúde e lazer são ainda baixos em relação aos gastos com alimentação, relacionados a trabalho e energia. Verifica-se também que, na maioria dos países, o principal componente no consumo das famílias é moradia e energia, com exceção da Rússia que apresenta um gasto maior com alimentação e bebidas não alcoólicas. Essa diferença entre a Rússia e o restante dos países selecionados pode estar relacionada com o estado de desenvolvimento, mais atrasado na Rússia e avançado no restante dos países, e com a geografia deles, tendo a Rússia maior território e estoques de energia que os outros países. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

87 86 Saúde, junto com educação, comunicação e drogas recreativas são os menores valores entre todos os componentes apresentados no Gráfico 5. Mesmo representando uma pequena parcela no consumo das famílias, é verificável aumento nos gastos com saúde. A soma dos gastos públicos e privados com saúde, na maioria dos países selecionados, apresenta crescimento e são altos em relação à média mundial, com exceção da Rússia (Gráfico 6). Gráfico 6 Gastos com saúde per capita (US$ corrente), países selecionados, entre 2000 a Adaptado de World Bank (2014). Mudando agora o foco para níveis de consumo, é apresentado abaixo o quanto representa o consumo das famílias em relação ao PIB do país (Gráfico 7). Novamente, não houve disponibilidade dos dados da Rússia e foram inseridos os dados dos Estados Unidos e do México para comparação. Observa-se que os níveis de consumo dos países selecionados são menores em relação aos países de comparação, indo de acordo com as teorias de Buffer Stock e Retirement Consumption Puzzle, que sinalizam que populações mais envelhecidas tendem a consumir menos. Por outro lado, ao longo do período, não são notadas quedas nos níveis de consumo, apesar da população estar com médias de idade cada vez mais avançadas. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

88 87 Gráfico 7 Total anual de consumo das famílias (% do PIB), países selecionados (exceto Rússia), Estados Unidos e México, entre 1996 a Adaptado de OECD (2014). 3.3 Oferta de Trabalho O mercado de trabalho é uma das maiores preocupações dos países que estão envelhecendo. Há o receio de que a população economicamente ativa, no futuro, não seja capaz de sustentar a economia. Um dos pontos que contam a favor das nações mais envelhecidas é a alta produtividade atribuída a elas. No Gráfico 8, apresenta-se o PIB por trabalhador nos países selecionados. Observa-se uma alta produtividade nos países, com exceção da Rússia, e suave aumento ao longo do período, porém com tendência estacionária, não sugerindo que apenas o aumento na produtividade sustente um crescimento elevado na economia destes países no futuro. Gráfico 8 PIB por pessoa empregada (US$ em paridade de poder de compra de 1990), países selecionados e mundo, entre 1996 a Adaptado de World Bank (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

89 88 Outra característica atribuída aos países mais avançados na transição demográfica é de que há neles maior participação feminina no mercado de trabalho. Por meio da tabela abaixo (Tabela 6), verifica-se que houve aumento considerável na participação da força de trabalho entre as mulheres, em quase todos os países, com exceção do Japão. Todavia, houve queda na participação entre os homens em quase todos os países, com exceção da Rússia. Verifica-se também que todos os países mantêm os índices de força de trabalho feminina próxima a média mundial, com exceção da Itália. Esta tabela também aponta para uma menor força de trabalho total na média mundial, o que pode ser um resultado das taxas de crescimento populacional decrescentes em todo o globo. Dos países selecionados, destaca-se o Japão, único país cuja participação na força de trabalho total decresceu, o que sem dúvidas foi ocasionado pelo rápido envelhecimento de sua população. Tabela 6 Participação na força de trabalho, entre mulheres, homens e no total (% na população acima de 15 anos), países selecionados e mundo, 1996 e Países Alemanha Mulheres Homens Total ,00 53,50 69,30 66,40 58,30 59,80 França 48,20 50,90 63,70 61,80 55,60 56,10 Reino Unido 52,70 55,70 70,90 68,80 61,50 62,10 Itália Japão Rússia 33,80 39,40 61,80 59,40 47,20 49,00 50,10 48,10 77,80 70,40 63,60 58,90 51,80 57,00 68,40 71,40 59,40 63,50 Mundo 52,00 50,52 79,52 76,77 65,73 63,61 Fonte: World Bank (2014). O que ajuda a manter os índices de força de trabalho longe de quedas acentuadas são também as imigrações. O Gráfico 9 apresenta os estoques de imigrantes em relação à população total; nele observa-se que, também nesse quesito, o Japão fica aquém dos outros países selecionados, apresentando um baixo estoque de população estrangeira. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

90 89 Gráfico 9 Relação de imigrantes no total da população, países selecionados, entre 1990 a 2010 (série quinquenal). Adaptado de World Bank (2014). 3.4 Geração de Riqueza Por último, serão expostos alguns dados sobre a geração de riqueza dos países selecionados. A Figura 2 apresenta a evolução no crescimento do PIB de cada um dos países selecionados em relação ao mundial. Figura 2 Crescimento anual do PIB, países selecionados e mundo, entre 1990 a Adaptado de World Bank (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

91 90 Na figura 2, em relação à média mundial, observa-se que períodos em que há crescimento negativo do PIB são mais constantes e profundos nos países selecionados. Verifica-se também que os países da Europa Ocidental experimentaram trajetória semelhante a partir do ano de 2000, apresentando, nos últimos anos, desaceleração no crescimento e, em alguns casos, redução do PIB. A Rússia tende a apresentar trajetórias semelhantes às dos países da Europa Ocidental, porém, com maior volatilidade. O Japão, por sua vez, experimenta ascendência maior no período anterior a 2000, com depressão entre 1995 a 1998, apresentando, após a data, crescimentos inferiores à média mundial. O Gráfico 10 apresenta dados sobre a composição do PIB dos países selecionados no ano de 2012, relacionando o volume do PIB com o tamanho da população. Não houve disponibilidade dos dados relacionados à composição do PIB da Rússia. O Japão não contabiliza a categoria Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas. Gráfico 10 Eixo esquerdo: Composição do PIB (em bilhões de US$ correntes em paridade de poder de compra), países selecionados, Eixo direito: População (em milhões de pessoas), países selecionados, Adaptado de OECD (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

92 91 A partir do Gráfico 10, verifica-se maior relevância do setor de serviços em todos os países. A agricultura apresenta valor ínfimo na composição, enquanto a indústria tem mais força exatamente nos dois países que possuem os PIBs mais elevados, inclusive o per capita. Verifica-se também grande importância do chamado Comércio Distributivo (transporte, reparos, acomodação e alimentação) e do grupo de Administração Pública, Saúde e Educação. Outro ponto a se considerar ao falar de geração de riqueza, é a interação entre tecnologia e desenvolvimento, muito aceita entre os economistas. Abaixo, no Gráfico 11, apresenta-se o valor gasto em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nos países selecionados e nos Estados Unidos, em relação ao PIB. Gráfico 11 Gasto em P&D (% do PIB), países selecionados e Estados Unidos, entre 1996 a Adaptado de World Bank (2014). O Gráfico 11 aponta que Japão e Alemanha apresentam gastos com P&D maiores mesmo que os dos Estados Unidos, enquanto Rússia e Itália apresentam os menores valores. É interessante notar que a ordem dos gastos em P&D entre os países selecionados é idêntica ao de renda per capita apresentada anteriormente no Gráfico 4. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

93 92 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os dados apresentados evidenciam hipóteses apresentadas pelos teóricos, porém de maneira mais suave do que imaginado. É visível a existência de grande heterogeneidade nos dados, o que é de fato compreensível ao considerarmos a diversidade em outras variáveis, além da demográfica, nos países selecionados. Esta heterogeneidade torna as experiências desses países, no fim da transição, singulares, todavia remanescem entre elas semelhanças que podem ser atribuídas principalmente às mudanças demográficas. Como defendido pelas abordagens macroeconômicas mais recentes, o desenvolvimento econômico se mostra uma condição suficiente, mas não necessária, à transição. Vemos diversos países com baixa renda per capita e, ainda assim, baixa fecundidade, tendo a Rússia como exemplo. A modernização, por sua vez, é inerente ao fim da transição, com todos os países selecionados apresentando alto grau de urbanização e ampla utilização de serviços de telecomunicação. Tratando-se de demanda, as semelhanças são menos sensíveis. Na composição do consumo em nível macro, verifica-se que as similaridades entre os países tendem a estar mais ligadas a outras variáveis, como a riqueza ou a geografia do país, que propriamente à condição demográfica. Contudo, aumento em gastos com saúde e baixo nível no consumo das famílias são implicações do fim da transição que são visualizadas nos países selecionados. No quesito emprego, é visto que a participação feminina no mercado de trabalho cresceu e tornou-se a principal responsável pela manutenção da oferta de mão de obra total dos países, o que se alinha à abordagem teórica. Nota-se também que países com transição demográfica mais acelerada, como é o caso do Japão, tendem a ter maior dificuldade na manutenção dessa oferta, enquanto países em processo de desenvolvimento, como a Rússia, tendem a apresentar expansão dela. A produtividade dos trabalhadores, apesar de alta nos países desenvolvidos, apresenta crescimento menor que o imaginado, não demonstrando assim forte relação com a dinâmica populacional. O estoque de migrantes, por sua vez, é alto nos países da Europa e baixo no Japão, devendo assim contribuir na manutenção da oferta de mão de obra, porém não sendo fator derivado da transição. Na geração de riqueza, verifica-se certa distinção entre os países e, no geral, movimentos que acompanham os mundiais. Nota-se, porém, que em períodos de co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

94 93 depressão, as quedas no crescimento dos países no fim da transição são mais sensíveis que as da média, sinalizando menor resistência desses países a crises. Na composição da riqueza, temos o setor de serviços como o principal motor dessas economias, com distribuição semelhante nos diferentes ramos do setor entre os países, com maior participação do Comércio Distributivo e Administração Pública, Educação e Saúde. A alta participação neste segundo grupo pode ser considerada implicação do fim da transição. A agricultura desses países representa parcela ínfima na composição do PIB, enquanto a indústria parece estar estritamente ligada ao nível de riqueza deles. Dos países que têm maior participação do setor industrial e também investem mais em P&D, Alemanha e Japão são os que têm maior renda per capita. Isto demonstra grande sensibilidade destas economias à indústria de alta tecnologia, a qual demanda mão de obra mais qualificada, o que nos remete também a abordagem teórica. Assim sendo, verificou-se que os países, no último momento da transição demográfica, possuem diversas características consonantes com o que as abordagens da transição sugeriam, também se verificou características comuns entre os países e distinções entre eles, de acordo com a velocidade que a transição ocorrera e o nível de desenvolvimento. De acordo com a análise, os principais desafios a serem enfrentados durante a transição se encontram na maximização da mão de obra, que tenderá a cair em volume, e no desenvolvimento da indústria, principalmente a de alta tecnologia, que parece ser a principal alavanca para o aumento de riqueza nesses países com população mais envelhecida. REFERÊNCIAS ALVES, José Eustáquio Diniz. Transição da fecundidade e relações de gênero no Brasil f. Tese (Doutorado em Demográfica) Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade de Minas Gerais, Belo Horizonte, ATTANASIO, O. P. Consumption, in: TAYLOR J. B. and WOODFORD M., Handbook of Macroeconomics. Amsterdam: Elsevier, BARRO, R. J.; LEE J.W. A new dataset of educational attainment in the world, NBER Working Paper Series, n Cambridge MA: National Bureau of Economic Research, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

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96 95 HURST, E. The retirement of a consumption puzzle. NBER Working Paper, n Cambridge MA: National Bureau of Economic Research, ILO (INTERNATIONAL LABOR MARKET). Women in labour markets: measuring progress and identifying challenges. Geneva: International Labour Office (ILO), KNODELL, John; Van de WALLE, Etienne. Lessons from the past: policy implications of historical fertility studies. Population and development review. New York, vol 5 n. 2 p , LESTHAEGHE, R; WILSON. C. Modes of production, secularization and the pace of the fertility decline in western Europe, in: COALE, A.J. and WATKINS, S.C. The decline of fertility in Europe. Princeton: Princeton University Press, p LOPES, Luiz M; VASCONCELLOS, Marco A. S. Manual de macroeconomia: nível básico e intermediário. 2. Ed. São Paulo: Atlas S. A., LURHMANN, M. Population aging and the demand for Goods & Services. Discussion Paper n Munich: center for the economics of aging (MEA), NOTESTEIN, Frank. Population: the long view, in: SCHULTZ, T. W. Food for the World. Chigado: University of Chicago Press, OECD (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT). Disponível em: < Acesso em: 25 ago PATARRA, Neide Lopes. Transição demográfica: Novas evidências, velhos desafios. Revista Brasileira de Estudos de População. Campinas, v. 11, n. 1, p , RETHERFORD, R. D.; PALMORE, J. Diffusion process affecting fertility regulation. In: BULATAO, R. e LEE, R. Determinants of fertility in developing countries. Washington DC: National Academy Press, p SARTORIS, Alexandre; SOUZA, Jobson Monteiro. Interações entre economia e demografia: as previsões da teoria e o caso brasileiro. In: I Congresso da Associação Latino Americana de População, ALAP, 2004, Caxambú. Disponível em < Acesso em: 15 set SINGER, Paul. Dinâmica populacional e desenvolvimento. São Paulo: Hucitec, THOMPSON, Warren. Danger spots in world population. New York: Alfred A Knopf, TURRA, Cássio Maldonado. Contabilidade das gerações: riqueza, sistemas de transferências e consequências de mudanças no padrão demográfico brasileiro f. Dissertação (Mestrado em Demografia) Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

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98 97 ROTATIVIDADE POR FAIXA ETÁRIA NO MERCADO DE TRABALHO FORMAL DE SOROCABA-SP Silvio Luiz Ferreira da Silva* Manuel Antonio Munguia Payés** *Bacharel de Ciências Econômicas Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. **Dr. em Economia, Docente e Coordenador do curso de Economia da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. E- mail: manuel.payes@prof.uniso.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: março de 2016 RESUMO: Ao longo dos últimos anos, o mercado de trabalho brasileiro vem passando por consideráveis mudanças, com destaque para a redução da taxa de desemprego entre 2003 e 2014 e para a elevação em Além disso, convém destacar que o número de desligamentos tem se mantido próximo ao número de admitidos, o que indicaria a alta taxa de rotatividade. Com base nisso, o objetivo deste artigo é apresentar as taxas de rotatividade no município de Sorocaba por faixa etária (até 29 anos e acima de 29 anos), no período de 2002 a 2012, e apontar as causas e consequências das elevadas taxas de rotatividade. A análise empírica se fundamenta através da base de dados estatísticos sobre o mercado de trabalho formal gerada a partir da declaração da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais). Foram observados os dados referentes aos três principais setores da economia: indústria de transformação, comércio e serviços. Os indicadores aqui apresentados buscam ampliar a capacidade de percepção no que se refere à estrutura do mercado de trabalho sorocabano, no qual segundo o recorte por faixa etária percebe-se aumento significativo das taxas de rotatividade sobre o jovem, tanto a descontada quanto a voluntária e que o desempenho positivo do mercado de trabalho contribui para elevadas taxas. PALAVRAS-CHAVE: Taxa de Rotatividade. Mercado de trabalho. Emprego. TURNOVER BY AGE GROUP IN FORMAL LABOR MARKET OF SOROCABA-SP ABSTRACT: Over the past few years, the Brazilian labor market has undergone considerable changes, especially regarding the reduction of unemployment rate between 2003 and 2014 and the increase in In addition, it shall be noted that the number of dismissals has remained close to the number admitted, which indicates a high turnover rate. Based on this, the objective of this paper is to present the turnover rates in Sorocaba by age group (up to 29 years old and above 29 years old) in the period between 2002 and 2012 and pointing out the causes and consequences of a high turnover rates. The empirical analysis is based on the statistical database on the formal labor market generated accordingly to the statement of the RAIS (Annual Social Information). Data from the three main sectors of the economy were observed: manufacturing, trade and services. The indicators seek to expand the capacity of perception regarding Sorocaba labor market structure, in which according to the crop by age group noticed a significant increase in turnover rates on voluntary and discounted young labor. The positive performance of the labor market contributes to high rates. KEYWORDS: Turnover Rate. Job market. Employment. 1. INTRODUÇÃO O fenômeno do desemprego vem sendo observado como um grande problema social, persistente em economias capitalistas industrializadas, afetando tanto nações desenvolvidas quanto os emergentes ou em desenvolvimento e intrigando economistas e co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

99 98 pensadores há décadas. A principal dificuldade de estudiosos é a incapacidade de estabelecerem um único paradigma capaz de decifrar os mecanismos que geram este fenômeno (AMADEO; ESTEVÃO, 1994, p.13). O mercado de trabalho no Brasil possui em seu arcabouço características históricas de movimentação de trabalhadores entre postos de trabalho, definido como rotatividade do trabalho. Corseuil (2013, apud GONZAGA e PINTO, 2014, p.4), analisou o período de 1996 a 2010 e registrou a diferença na rotatividade entre a população adulta e a parcela jovem. Demonstrou também que a taxa de rotatividade é altamente pró-cíclica, sendo maior em períodos de aquecimento da economia em que há um crescimento do emprego formal. Ao longo dos últimos anos, o mercado de trabalho brasileiro apresentou desempenho positivo com redução das taxas de desemprego, crescimento da ocupação e da formalização dos vínculos de trabalho, melhoria nas remunerações e manutenção da política de valorização do salário mínimo. Porém, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de desligamentos é muito próximo do número de admitidos, o que indicaria uma alta taxa de rotatividade em todos os setores do mercado de trabalho, crescendo de 52% em 2003 para 64% em O fenômeno da rotatividade tem sido observado por parte da literatura econômica especializada com mais ênfase a partir da década de 1990, em que diversos autores apontaram que a rotatividade em excesso prejudicaria o aumento de produtividade, diminuiria o bem-estar social e geraria empregos e mão de obra com baixa qualificação 1. Os altos índices de rotatividade passaram a ser motivo de grande preocupação não apenas da academia, mas também de governos e sindicatos, pois geram um passivo tanto para a empresa, para o trabalhador e para o governo. Para o trabalhador, a rotatividade impede o acúmulo em sua formação profissional, bem como a projeção de sua carreira; para as empresas, a rotatividade contribui para a falta de incentivo para investir na capacitação dos empregados como forma de melhorar sua produtividade e a qualidade dos produtos da empresa; e, para o governo, a rotatividade contribuiu para o aumento das despesas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) com o financiamento da proteção social. Com base nisso, o objetivo deste trabalho é apresentar as taxas de rotatividade no município de Sorocaba por faixa etária (até 29 anos e acima de 29 anos), no período compreendido entre 2002 e 2012, e apontar as causas e consequências das elevadas taxas 1 Ver CAMARGO (1996); AMADEO e CAMARGO (1996); GONZAGA (1998); BARROS, CORSEUIL e FOGUEL (2001); GONZAGA (2003); e, GONZAGA (2014). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

100 99 de rotatividade. Para identificar as taxas de rotatividade no mercado de trabalho, são utilizados modelos empíricos amplamente difundidos na literatura sobre a base de dados da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. Instituída pelo Decreto nº , de 23/12/75, a RAIS registra anualmente o total de contratações e desligamentos (tanto os involuntários quanto os voluntários), e inclui informações detalhadas do trabalhador contratado ou desligado pelas empresas formais do país. Importante destacar que o cálculo da taxa de rotatividade teve como referência os contratos celetistas. A fórmula de cálculo utilizada leva em consideração o mínimo entre o número de admitidos e desligados em um ano, em relação ao estoque de emprego existente, medindo assim a velocidade de troca e reposição de trabalhadores na economia 2 (DIEESE, 2011). Os dados pesquisados foram desagregados por faixa etária, foi adotado o corte etário do Estatuto da Juventude e dividida a população trabalhadora em jovens (até 29 anos) e não jovens (acima de 29 anos). Segundo a ONU, a juventude compreende a parcela populacional com idade entre 15 e 24 anos. Já o Estatuto da Juventude no Brasil, sancionado em agosto de 2013, subdivide a noção de juventude em três fases: a) jovensadolescentes (15 a 17 anos), b) jovens-jovens (18 a 24) e c) jovens-adultos (25 a 29). O Estatuto torna a realização de políticas especialmente dirigidas às pessoas entre 15 e 29 anos uma obrigação do Estado, independente da vontade de governos. 2. TAXA DE ROTATIVIDADE: DEFINIÇÃO E SUAS LIMITAÇÕES Na literatura, a razão principal para a rotatividade no mercado de trabalho seria o desejo de desfazer um vínculo empregatício, devido a resultados abaixo do esperado, podendo ser induzido por rearranjos produtivos que não necessariamente levem em consideração o estoque de postos de trabalho. Mudanças na demanda dos bens produzidos alteram apenas o estoque de empregados, ao invés de gerar uma substituição de 2 Os contratos que, por algum período do ano de referência, estiveram ativos, mas que, em 31 de dezembro estavam desligados, formam o indicador dos desligamentos em 31 de dezembro, em cada ano da série. Estes expressam a quantidade de desligamentos ocorridos no mercado formal de trabalho, no decorrer de cada ano. O indicador dos ativos em 31 de dezembro corresponde à quantidade de contratos de trabalho com vigência ativa no fim de cada exercício, já descontada os desligamentos do ano. Esses vínculos de emprego compõem o estoque anual da RAIS, que é um indicador de grande visibilidade social e econômico dado à repercussão midiática que tem e seu frequente uso nas análises acadêmicas e políticas do mercado formal de trabalho brasileiro. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

101 100 trabalhadores, essa variação induz a uma mudança no estoque de ocupações pela extinção ou criação de postos, mas não na sua distribuição relativa. Uma definição simples sobre rotatividade trata o tema como uma intensa movimentação de trabalhadores entre postos de trabalho (GONZAGA; PINTO, 2014, p.4). Conforme o DIEESE (2014, p. 55), rotatividade refere-se à rotação no mercado de trabalho entre a situação contratual de admissão ou de desligamento no movimento anual da RAIS em relação ao estoque. Para Ramos e Carneiro apud Payés e Fernandes (2006, p. 144), a rotatividade seria a ruptura do contrato de trabalho, que será prontamente restabelecido pela contratação de outro indivíduo. Porém, existe uma gama de questões complexas que rondam a rotatividade. Nesse aspecto, Gonzaga (1998, p. 122) aborda a rotatividade como baixo tempo de permanência dos trabalhadores em um mesmo posto de trabalho. Já Camargo apud Dieese (2013, p. 20) vê a rotatividade como uma forma de ajustamento de curto prazo. Mesmo do ponto de vista conceitual, os autores indicam duas faces da rotatividade: a baixa permanência nos postos de trabalho e a prática da rotatividade como instrumento de redução de custos. Diferentemente dos estudos citados acima, preocupados notadamente com os efeitos econômicos da rotatividade, acadêmicos da área da administração de recursos humanos designam o termo turnover para tratar do fenômeno da rotatividade. Dentro dessa linha, Chiavenato (2010) descreve o turnover como fluxo de entradas e saídas de pessoas em uma organização, ou seja, as entradas para compensar as saídas de pessoas das organizações. Segundo o autor, a rotatividade não seria uma causa, mas, sim, efeito de algumas variáveis externas e internas à situação de oferta e procura do mercado de Recursos Humanos. Porém, os autores dessa linha de pesquisa estão preocupados com o impacto financeiro e produtivo do ponto de vista do negócio, ou seja, da empresa, e não, necessariamente, da repercussão na economia como um todo. Entre os autores citados, a maior parte deles trabalha com a definição conceitual de rotatividade -que equivale à substituição de um trabalhador por outro, para ocupar um mesmo posto de trabalho-, porém, alguns estudos chamam a atenção para o fato de que a movimentação de trabalhadores no mercado de trabalho é um fenômeno amplo e a mensuração da rotatividade é mais restrita devida à limitação das bases de dados (DIEESE, 2011). Para Corseuil, 2007 apud DIEESE (2011, p. 34), existe uma preocupação na mensuração da rotatividade acerca da compatibilização do tempo dos co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

102 101 fluxos de trabalhadores e dos fluxos dos postos de trabalho. Já para Ramos e Galrão (1997) apud DIEESE (2011, p.34), o fim de uma etapa num empreendimento e o início de outra que implicarão, por exemplo, descontratação de um ladrilheiro e a contratação de um pintor, isto é, provocarão um desligamento e uma admissão, contribuindo para a superestimação se forem computados como movimento de substituição. Diante disso, apesar de serem pertinentes, as limitações apontadas anteriormente não impossibilitam o debate da rotatividade, dado os altos números de desligados e admitidos em um determinado espaço de tempo. Com base nessas considerações, a definição de rotatividade adotada é apresentada pelo Banco Central do Brasil (2011, p. 85) como uma medida que identifica o ritmo de substituição dos empregados no mercado formal de trabalho. 3. ROTATIVIDADE NO MERCADO DE TRABALHO DE SOROCABA O mercado de trabalho geral no município de Sorocaba registrou abundante crescimento de novos postos de trabalho entre 2002 e Ao todo, conforme dados disponíveis em RAIS (2014), foram abertos postos de trabalho, correspondendo a um crescimento de 95,92% no total de trabalhadores com carteira assinada, ou seja, a discussão sobre a taxa de rotatividade em Sorocaba tem como pano de fundo um mercado de trabalho aquecido e com criação de novas oportunidades, conforme pode ser evidenciado pelo Gráfico 1. Para verificar os cortes econômicos propostos pelo trabalho, os dados foram desagregados por faixas etárias nos setores da indústria, comércio e serviços. Assim é possível observar que o comportamento de crescimento foi um fenômeno observado em todas essas desagregações. Conforme é possível visualizar na Tabela 1, entre 2002 e 2012, o total de trabalhadores na indústria de transformação registrou crescimento de 85,5%, enquanto as vagas no comércio aumentaram 84,2% e no setor de serviços aumentou 123,6%. Ainda conforme dados da Tabela 1, nota-se que a participação relativa dos jovens no mercado de trabalho caiu em todos os setores no decorrer dos anos. A queda mais brusca foi observada no setor de comércio que passou de 59% no ano de 2002 para 48% do total de trabalhadores no ano de Assim, no período recente, a participação co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

103 102 relativa dos jovens no mercado de trabalho nos três setores é menor do que a dos não jovens. Gráfico 1 Evolução do total de trabalhadores com carteira assinada em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS - MTE (2014) Elaboração própria Ano Tabela 1 Evolução do número de trabalhadores por faixa etária e setor em Sorocaba (2002/2012) Indústria de Transformação Comércio Serviços Até 29 anos % > de 29 anos % Total Até 29 anos co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015 % > de 29 anos % Total Até 29 anos % > de 29 anos % Total % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % Fonte: RAIS - MTE (2014). Elaboração própria

104 103 O Gráfico 2 apresenta a evolução das taxas de rotatividade global 3 para a cidade de Sorocaba e também demonstra a diferença de grandeza das taxas entre os setores estudados. É possível notar que em todos os setores a taxa de rotatividade aumentou no decorrer dos anos, com exceção do ano de 2009, ano esse notadamente marcado pelos efeitos da Crise Econômica Mundial. Outro ponto pertinente é que existem diferenças nas taxas de rotatividade entre os setores. Em toda a série analisada as maiores taxas são observadas no setor de serviços, seguido pelo comércio e por último o setor da indústria de transformação. Gráfico 2 - Taxa de Rotatividade Global em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração própria A fim de avaliar se os níveis das taxas de rotatividade no município de Sorocaba são elevadas ou não, a Tabela 2 apresenta as taxas de rotatividade calculadas para o Estado de São Paulo e para o Brasil no ano de Em geral, nota-se que as taxas de 3 A taxa de rotatividade global leva em consideração todo fim de vínculo empregatício, independente do motivo de desligamento. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

105 104 rotatividade nos postos de trabalho são altas em todas as localidades levantadas, porém, nos setores de comércio e serviços, as taxas apresentadas em Sorocaba são superiores às verificadas no Estado de São Paulo e no Brasil. Tabela 2 Taxas de Rotatividade Global (2012) Sorocaba Estado de SP Brasil Indústria de transformação 50,4% 46,10% 53,40% Comércio 74,2% 61,30% 62,90% Serviços 80,8% 64,80% 57,10% Rotatividade Geral 66,9% 56,50% 54,50% Fonte: RAIS MTE (2014) Elaboração própria Para aprimorar no entendimento das taxas de rotatividade no município de Sorocaba, a seguir são estudadas as taxas observadas por faixa etária e por setores, porém, diferentemente dos números gerais apresentados anteriormente, serão indicados dois tipos de taxas, são elas: taxa de rotatividade descontada, que exclui os desligamentos por transferências, aposentadorias, falecimentos e a pedido do próprio trabalhador, ou seja, ocorre quando a solicitação da rescisão de trabalho ocorre pelo empregador; e, taxa de rotatividade voluntária, que é verificada quando o desligamento ocorre a pedido do trabalhador. Dentro dessa lógica, no Gráfico 3, observa-se a taxa de rotatividade descontada no setor da indústria de transformação, ou seja, realizada pelo empregador por meio de demissões. Nota-se que, ao longo de toda a série, a taxa é maior entre os jovens, chegando ao ano de 2012 à taxa de 42,1%. Ao longo de toda série histórica, percebe-se as taxas praticamente estáveis para os não-jovens, enquanto para os jovens observa-se crescimento robusto, passando de 29,7% em 2002 para 42,1% em Ainda utilizando informações dos Gráficos 2 e 3, é possível constatar que o momento econômico interfere nas taxas de rotatividade da indústria de transformação independente de ser jovem ou adulto. Em virtude da Crise Econômica Mundial, o ano de co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

106 contribuiu para o incremento da instabilidade no mercado de trabalho. Ao se analisar esse período, foi possível verificar que as taxas de rotatividade descontada cresceram, enquanto que as taxas de rotatividade voluntária diminuíram. Essa observação sugere a hipótese de que empresas utilizam os períodos de crise para fazer ajustes em seu quadro de trabalhadores. Gráfico 3 Rotatividade Descontada Indústria de Transformação em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração: próprio autor. A rotatividade voluntária na indústria de transformação também apresentou crescimentos significativos, sendo, mais uma vez, os trabalhadores jovens os protagonistas nesse indicador. Ao longo dos anos, a rotatividade voluntária dos jovens e adultos mais do que dobrou entre os anos 2002 e Outro ponto pertinente foi que, ao longo da série, a rotatividade dos jovens foi praticamente o dobro do que para os adultos (Gráfico 4). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

107 106 Gráfico 4 Rotatividade Voluntária Indústria de Transformação em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração própria No setor do comércio, a taxa de rotatividade descontada não teve trajetória diferente do que ocorreu na indústria de transformação. O Gráfico 5 demonstra que o empregador promove o fenômeno sempre com maior concentração sobre o jovem, e com tendência de crescimento maior proporcionalmente referente ao adulto. A dinâmica sazonal do comércio pode ser um fator que ajude a explicar as altas taxas motivadas pelos empregadores. No Gráfico 6, temos a rotatividade voluntária do setor de comércio que evidencia maior movimentação com o jovem, com uma variação de 167% entre a taxa observada em 2002 com a taxa de 2012, enquanto que a faixa etária acima de 29 anos registrou variação de 121% no mesmo período; o único momento de queda nos índices foi no ano de 2009, sendo que logo no próximo ano foram registradas taxas semelhantes às do ano de Percebemos um descompasso entre as taxas de rotatividade voluntária dos jovens no comércio e dos jovens na indústria de transformação. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

108 107 Gráfico 5 Rotatividade Descontada setor do Comércio em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração própria Gráfico 6 Rotatividade Voluntária setor do Comércio em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração: próprio autor. O setor de serviços é aquele que apresenta as maiores taxas de rotatividade descontada em comparação a todos os setores analisados anteriormente. Mesmo tendo co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

109 108 uma variação positiva de 95% no estoque sobre o jovem conforme dados apresentados na Tabela 1, no Gráfico 7, observa-se que a rotatividade descontada é consideravelmente alta, chegando a atingir 98,8% no ano de A hipótese para esse fenômeno é que, como a taxa de rotatividade em questão leva em consideração a movimento total de admitidos e desligados, é de se supor que muitos trabalhadores foram admitidos e desligados no decorrer do ano para a mesma vaga, colaborando para que o indicador chegasse a esse patamar. Gráfico 7 Rotatividade Descontada setor de Serviços em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração própria Outro fator que dificulta a análise da taxa de rotatividade descontada no setor de serviços é que as empresas que agenciam trabalhadores terceirizados e, sob contrato por tempo determinado (conhecidos como trabalhadores temporários), constam no setor de serviço. Fato a lamentar é que existem subsetores importantes no setor de serviços (por exemplo, serviços financeiros e de manutenção). Entretanto, é notório o alto fluxo de entrada e saída de trabalhadores nesse segmento, o que pode refletir, inclusive, em decisões da gestão pública para criar mecanismos para amenizar esse fenômeno que impacta diretamente nos recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador - FAT, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS e Seguro-Desemprego. Já o Gráfico 8 apresenta a taxa de rotatividade voluntária no setor de serviços e, assim como em outros setores, é maior perante os jovens. Além disso, como foi apresentado nos gráficos anteriores, houve crescimento significativo ao longo dos 10 anos observados. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

110 109 Gráfico 8 Rotatividade Voluntária setor de Serviços em Sorocaba (2002/2012) Fonte: RAIS MTE (2014). Elaboração: próprio autor. 4. CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA ROTATIVIDADE NO MERCADO DE TRABALHO Diversos são os motivos para se elevarem as taxas de rotatividade. Neste tópico, apresentam-se algumas possíveis hipóteses que a literatura traz à tona, como a flexibilidade das leis trabalhistas. Gonzaga (1998 p ) descreve a legislação trabalhista como principal motivo que leva os trabalhadores a provocarem o seu desligamento, elevando o índice de rotatividade voluntária. Isso permite que o trabalhador formal, ou seja, celetista, receba o saldo do FGTS, além da multa de 40% sobre o FGTS e o direito ao seguro-desemprego, eliminando a possibilidade de uma maior produtividade futura e de ganhos melhores, e pelo olhar do empregador ele deixa de investir em treinamento e capacitação devido a esta incerteza na manutenção dos postos de trabalhos e isso gera trabalhos de baixa qualidade e baixa remuneração. Conforme MACEDO e CHAHAD (1985, p.119), O FGTS representa um estímulo à rotatividade da mão de obra co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

111 110 [provocada pelo empregado], ainda que as proporções desse estímulo não se revelem acentuadas. Já para CORSEUIL et al. (2002), p. 1: Os altos encargos sobre a folha de pagamentos das firmas, crescentes com o tempo de contratação (em especial FGTS), associados aos incentivos para que os trabalhadores forcem sua demissão como forma de ter acesso a uma série de benefícios (FGTS, multa do FGTS, seguro-desemprego) incentiva a rotatividade e desestimula o investimento das firmas no aumento do capital humano de seus funcionários. Para Camargo (1976 apud DIEESE, 2011), a rotatividade seria uma forma de ajustamento de curto prazo utilizada pelas empresas para redução de custos diante de uma queda conjuntural da demanda e, consequentemente, dos preços e margens de lucro, momento em que seria promovido o giro de pessoal. Dessa forma, a rotatividade equivaleria a uma substituição visando à redução de custos salariais por meio da contratação de trabalhadores por salários nominais mais baixos do que os pagos aos demitidos. Segundo Camargo (1976, p. 3), qualquer redução de emprego de mão de obra pelas firmas, quando elas têm que reduzir a produção, será feita pela descontratação dos empregados mais facilmente substituíveis ou com menor custo de reposição. Ramos e Galrão (1997) atribuíram à demanda por força de trabalho como principal fator da elevada rotatividade encontrada no país. Especificamente, criticaram a interpretação de que as regras vigentes desestimulariam vínculos de mais longo prazo entre empregados e empregadores. Essa interpretação, afirmam os autores, baseia-se nas ideias de que o nível de qualificação dos trabalhadores determina os níveis de produtividade e de que os trabalhadores induziriam o rompimento do contrato com vistas a receber os benefícios financeiros a que fariam jus no momento da demissão sem justa causa. A produtividade resultaria fundamentalmente da qualidade do posto de trabalho, que seria uma função do investimento feito pela empresa. A qualificação para o desempenho das atividades seria adquirida no próprio posto, e a correlação existente entre educação e salários é explicada a partir de outro prisma. Os melhores postos de trabalho são ocupados pelos que possuem maior educação pela sua posição relativa na fila, mas o fator determinante da produtividade - salário - é o posto. (Ramos; Galrão, 1997, p. 15). Para Gonzaga (1998), a alta rotatividade da mão de obra, além de provocar perdas de produtividade na economia, pode sugerir baixa qualidade do emprego. O autor afirma que: co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

112 111 [...] a alta produtividade da mão-de-obra depende não apenas de alta qualificação geral da força de trabalho (via educação), mas também de capital humano específico desenvolvido através de treinamento dentro do ambiente de trabalho. Dessa forma, uma alta rotatividade da mão-de-obra, ao prejudicar o investimento em treinamento, impede um aumento da produtividade e da qualidade no emprego (GONZAGA, 1998, p. 120). Na visão de Pastore (1994 apud DIEESE, 2011), o mercado de trabalho brasileiro era rígido, inadequado ao período de abertura e acirramento da concorrência experimentado pela economia brasileira. Os outros países estariam levando as mudanças adiante, e o Brasil, caso não fizesse o mesmo e mantivesse as regras inalteradas, poderia, além de não conseguir se expandir, ter que enfrentar a perda de postos adicionais de trabalho como consequência da falta de competitividade das empresas. O problema na legislação brasileira (e na atuação da Justiça do Trabalho) seria o elevado custo fixo decorrente dos encargos compulsórios incidentes sobre a folha de salários, uma vez que tornariam o sistema produtivo rígido e incapaz de se adaptar rapidamente a mudanças de ordem tecnológica e econômica. Como resposta, Pastore (1994) propõe, principalmente, uma ampliação da flexibilidade de contratar, remunerar e descontratar a mão de obra (PASTORE, 1994, p. 137). Adicionalmente, o autor acredita que há um problema de baixa produtividade decorrente, fundamentalmente, do baixo nível de escolaridade do trabalhador brasileiro. Em ambos os casos, seriam problemas relativos à oferta de força de trabalho; portanto, nota-se que a alta taxa de rotatividade da força de trabalho pode estar associada a um sinal de possível precariedade da situação no emprego. O fato de que os empregos gerados no Brasil são cada vez mais de baixa qualidade e baixa remuneração, assim como também de baixa produtividade, tem sido mostrado com veemência em diversos estudos sobre o mercado de trabalho no Brasil. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das análises desenvolvidas no decorrer do presente artigo, foi possível identificar que o mercado de trabalho sorocabano possui elevadas taxas de rotatividade da mão de obra. Nota-se que existe diferença entre as taxas de rotatividade e as faixas etárias, ou seja, o jovem se monstra mais afetado em todos os setores analisados. Porém, ao desagregar por faixa etária, há o risco de errar na exatidão, pois um jovem demitido co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

113 112 pode ser substituído por um não-jovem e vice-versa. Ao se analisar quem foi o responsável pelo fim do vínculo empregatício e consequentemente contribuir para a rotatividade, identificou-se que o empregador é o grande responsável pelo encerramento do vínculo. Porém, foi observado crescimento nas taxas de rotatividade voluntária (motivada pelo empregado), com destaque sobre o jovem, com índices maiores nos setores do comércio e serviços. Além disso, identificou-se que, com o aumento do estoque do emprego formal em Sorocaba, houve crescimento nas taxas de rotatividade. Conforme estudado pelos autores, isso sugere que o ciclo econômico gera influência sobre as decisões dos agentes em relação ao encerramento do vínculo. A rotatividade existe em todas as atividades econômicas observadas, mas torna-se prejudicial para sua sustentabilidade quando sua ocorrência é constante, pois a prática contínua gera custos para todos os atores sociais, ou seja, empregador, trabalhador e governo. Um mercado de trabalho com tanta flexibilidade pode sugerir maior eficiência alocativa, mas pode gerar grande insegurança para os trabalhadores, pela redução do tempo de permanência em um emprego ou perda de bemestar por custos de ajustamento e de oportunidade, além de perdas salariais dos trabalhadores na troca do emprego. REFERÊNCIAS AMADEO, E. ; CAMARGO, J. M. Instituições e o mercado de trabalho no Brasil. In: CAMARGO, J. M. (Org.). Flexibilidade do mercado de trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, AMADEO, Edward J.; ESTEVÃO, Marcello. A teoria econômica do desemprego. São Paulo: Economia e Planejamento, Hucitec, BALTAR, P. E. A. Rotatividade da mão-de-obra e diferenciação das remunerações no Estado de São Paulo. Economia e Sociedade, Campinas, n. 3, p dez BALTAR, P. E. A.; PRONI, M. W. Flexibilidade do trabalho, emprego e estrutura salarial no Brasil, Campinas. Cadernos do CESIT. n. 15, jul BIVAR, W. Aspectos da estrutura do desemprego no Brasil: Composição por sexo e duração. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, Departamento de Economia, PUC-Rio de Janeiro, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

114 113 BACEN BANCO CENTRAL DO BRASIL. Boletim Regional do Banco Central do Brasil, volume 5, CAMARGO, J. A. Metodologia de construção de índices de rotatividade de mão-deobra: ajustamento de curto prazo. Tese de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, CORSEUIL, C. H.; RIBEIRO, E. P. Rotatividade de trabalhadores e realocação de postos de trabalho no setor formal do Brasil: In: Boletim Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise, n. 50, Brasília: IPEA CORSEUIL C. H. et al. Criação, destruição e realocação do emprego no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, jan (Texto para Discussão, 855). DIEESE. Rotatividade e flexibilidade no mercado de trabalho. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, DIEESE. A situação do trabalho no Brasil na primeira década dos anos Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, FLORI, P. M. Desemprego de jovens: um estudo sobre a dinâmica de mercado de trabalho juvenil brasileiro, São Paulo: USP, GONZAGA, G. Rotatividade, qualidade do emprego e distribuição de renda no Brasil. Revista de Economia Política, v. 18, n. 1, p , jan. mar GONZAGA, G. Incentivos da legislação trabalhista e rotatividade. Disponível em: < Acesso em: 03 de dez GONZAGA, G; PINTO, C. R. Rotatividade do trabalho e incentivos da legislação trabalhista. Rio de Janeiro: PUC Rio, (Texto para Discussão, 625). INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA; Ministério do trabalho e emprego. Mercado de trabalho: conjuntura e análise- Brasília: IPEA: MTE, mercado de trabalho 55, ago MACEDO, R. B. M; CHAHAD, J. P. Z. FGTS e a rotatividade. São Paulo Brasília: Nobel; Ministério do Trabalho, ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Desemprego juvenil no Brasil: em busca de opções à luz de algumas experiências internacionais. 2. ed., Brasília: OIT, PASTORE, J. Flexibilização dos mercados de trabalho e contratação coletiva. São Paulo: LTr, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

115 114 PAYÉS, M.A.M.; FERNANDES, R.L A rotatividade na indústria metalúrgica sorocabana. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 20, n. 4, p , out. dez PAZELLO, E.; BIVAR, W.; GONZAGA, G. Criação e destruição de postos de trabalho por tamanho de empresa na indústria brasileira. Rio de Janeiro: PUC Rio, ago (Texto para Discussão, 431). RAIS MTE. Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego, disponível em < Acesso: ago RAMOS, C. A.; GALRÃO, F. C. Rotatividade e instituições: benefícios ao trabalhador desligado incentivam os afastamentos? Brasília: IPEA, ago (Texto para Discussão, 503). RAMOS, L.; REIS, J. G. A. Emprego no Brasil nos anos 90. Rio de Janeiro: IPEA, mar (Texto para Discussão, 468). VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

116 115 A POLÍTICA ECONÔMICA ADOTADA PELO BRASIL PÓS- CRISE 2008 Fabio Henrique Machado de Almeida * Manuel Antonio Munguia Payés** *Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. fhmalmeida@gmail.com **Dr. em Economia, Docente e Coordenador do curso de Economia da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. E- mail: manuel.payes@prof.uniso.br Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: março de 2016 RESUMO: Este artigo descreveu as políticas econômicas adotadas pelo Brasil no combate à crise de Com relação à metodologia, a pesquisa caracteriza-se como explicativa e bibliográfica. A pesquisa evidenciou que a resposta de política do governo brasileiro à crise financeira e econômica global possuiu diversos enfoques, e cobriu as políticas monetária, creditícia, fiscal e cambial. Com relação à política monetária, o objetivo foi restaurar a liquidez. Na política creditícia, houve a expansão da disponibilidade de crédito, em especial através dos três principais bancos públicos: a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já o pacote de estímulo fiscal incluiu o aumento de gastos em diversos segmentos, como infraestrutura, subsídios, impostos, e, ainda, renúncia fiscal, como forma de estimular a demanda agregada. Por fim, a política cambial, com objetivo de conter uma crise cambial, atuou aumentando a oferta de dólares. PALAVRAS-CHAVE: Política econômica. Crise financeira. Medidas anticíclicas. Economia brasileira. THE ECONOMIC POLICY ADOPTED BY BRAZIL POST-CRISIS 2008 ABSTRACT: This article describes the economic policies adopted by Brazil to combate the 2008 crisis. Regarding the methodology, the research is characterized as explanatory and bibliographical. The research showed that the policy of Brazilian government's response to the global financial and economic crisis has owned several approaches. It covered the monetary, credit, fiscal and exchange rate policies. Regarding the monetary policy the objective was to restore liquidity. The credit policy was to expand the availability of credit, especially through the three main public banks: Caixa Economica Federal, Banco do Brasil and the National Bank for Economic and Social Development (BNDES). The fiscal stimulus package included increased spending in various sectors such as infrastructure, subsidies, taxes, and also tax breaks in order to stimulate aggregate demand. Finally, the exchange rate policy was to contain a currency crisis increased dollar supply. Keywords: Economic Policy. Financial crisis. Conter-cyclical measures. Brazilian economy. 1 INTRODUÇÃO A crise iniciada no mercado financeiro subprime dos EUA no final de 2007 foi o começo de uma contração no período de crescimento. No princípio, as oscilações financeiras se limitaram as instituições americanas e mais algumas economias que de alguma forma, possuíam vínculos àquelas hipotecas. Mas o colapso foi comprometendo outros setores financeiros, apontando os problemas das instituições financeiras e co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

117 116 provocando a quebra do banco americano Lehman Brothers no final de 2008 (PRATES; CINTRA, 2010, p. 3). É neste momento que a crise adquire caráter sistêmico, abalando a estabilidade econômica no mundo, afetando países avançados e emergentes, incluindo os países nos quais instituições financeiras não tinham nenhuma ligação com os títulos americanos, e também aqueles que possuíam condições mais favoráveis para enfrentar os impactos da crise. A propagação sobre os países emergentes aconteceu por vários meios de transmissão, causando impactos diferentes no âmbito comercial e financeiro, dependendo da posição externa de cada um no sistema econômico global (OIT, 2011, p. 14). O Brasil também sentiu os efeitos da crise, a princípio os primeiros impactos ocorrem nas contas externas devido à reversão do movimento financeiro e queda da demanda mundial, onde prevaleceu a preferência dos agentes pela liquidez dos papéis da dívida americana. Grandes empresas brasileiras que acreditavam na continuidade do ciclo de crescimento assumiram riscos que se transformaram em grandes perdas quando a crise se agravou no final de 2008 e a moeda brasileira sofreu uma rápida e forte desvalorização (FUNDAP, 2009, p. 2). A rápida contração da liquidez internacional frente aos impactos da crise paralisou os fluxos de crédito externo e a reversão desses fluxos criou dificuldade de reposição e captação de novos recursos no exterior por parte do setor financeiro e setor empresarial. O que se observou foi uma contração no sistema interbancário e uma forte degradação das condições de oferta de crédito à economia. Além disso, com a redução do crédito e dos investimentos, os sintomas da crise passaram do âmbito financeiro para a economia real (FUNDAP, 2009, p. 6). Apesar disso, as condições existentes no Brasil antes da crise exerceram função importante para conter os impactos no período agudo da crise e criaram condições para a adoção de políticas de estímulo econômico. Por meio de políticas monetária e fiscal, o governo brasileiro implantou mecanismos anticíclicos visando manter a estabilidade do sistema, incentivando a economia e evitando uma retração mais crítica do valor agregado. Portanto, esta pesquisa teve como objetivo esclarecer as políticas adotadas pelo Brasil pós-crise Quanto ao método, esta pesquisa pode ser caracterizada como explicativa, pois segundo Gil (2007, p. 42), este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É também bibliográfica pois foi: co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

118 117 [...] feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). Para o alcance dos objetivos que este trabalho se propôs, criou-se uma discussão com base na bibliografia a respeito da política econômica e sobre a crise econômica do subprime, bem como as políticas econômicas adotadas pelo Brasil. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Alves e Verissimo (2010, p. 8), Keynes visualiza o Estado como direcionador das expectativas, assumindo papel corretivo e preventivo, atuando através de medidas regulatórias com o objetivo de minimizar a instabilidade. Para melhor compreender o objetivo e o mecanismo dessas medidas cabe uma breve discussão dos princípios keynesianos relacionados ao assunto. Keynes publicou, em 1936, a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, alterando o pensamento econômico vigente na época, propondo uma alternativa ao modelo clássico. A escola pós-keynesiana retoma a ideia de que a economia pode ser caracterizada como uma economia monetária de produção. Pessoa descreve esta condição da seguinte maneira: A economia monetária de produção, um ambiente complexo, muitas vezes hostil, caracteriza-se pela presença de incerteza. A existência de incerteza implica que as decisões de produzir e consumir, irreversíveis sem custos significativos, se caracterizam pela impossibilidade de transformar o desconhecimento quanto ao futuro em uma função probabilística. (PESSOA, 2012, p. 46) Carvalho (2005, p. 326) relata que a existência de incerteza faz com que os agentes econômicos procurem meios para contornar o desconhecido tomando decisões considerando suas expectativas com relação ao futuro. Desta forma a moeda assume um papel de ligação entre o presente e o futuro e está relacionada à preferência pela liquidez. Assim, Pessoa (2012, p. 48) esclarece que a possibilidade de acumular riqueza, o caráter subjetivo da decisão de investimentos e a tendência do consumo crescer menos co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

119 118 que a renda, criam a possibilidade de que parte da renda não se transforme em demanda por bens e serviços. Ou seja, o mercado por si só não é capaz de criar condições para uma economia de pleno emprego e em situações de crise na economia, a contração na atividade econômica pode levar a uma deterioração das expectativas e como consequência um aumento da preferência pela liquidez. Desta forma, cabe ao Estado intervir em momentos de crise, pois, segundo Alves e Verissimo (2010, p. 27), o cenário de crise consiste em instabilidade de expectativas e duvida dos agentes em relação ao futuro. Assim, ao Estado pertence à função de criar condições para o retorno da segurança e ao estado de confiança, valendo-se de instrumentos de política econômica, principalmente nas áreas monetária e fiscal. Com relação à política monetária, Mendonça (2001, p. 67) cita a taxa de juros, a qual tem efeito sobre o lado real da economia. Uma elevação na taxa de juros diminui a quantidade de moeda em circulação e devido ao retorno proveniente dos juros tornar-se superior à eficiência marginal do capital há uma diminuição no nível de investimentos que por sua vez provoca queda na demanda agregada e diminuição do produto. Outro instrumento de transmissão se refere ao recolhimento compulsório, que Carvalho (2000, p. 128) descreve como o depósito que cada banco é obrigado legalmente a manter no Banco Central em forma de reservas bancárias; esse instrumento afeta a liquidez do sistema bancário, controla o crédito e estabiliza a demanda por reservas bancárias. Segundo Pessoa (2012, p. 56), a oferta de liquidez na economia gerenciada pelo Banco Central é um parâmetro considerado pelo mercado financeiro ao definir a oferta de crédito e, consequentemente, uma das condições necessárias para o crescimento econômico em decorrência dos seus efeitos potenciais sobre a atividade econômica. No âmbito bancário, o controle do crédito é considerado por Carvalho (2000, p. 129) como um instrumento não convencional, que pode ser usado pelo Banco Central no controle do volume, prazo e destinação do crédito. Pessoa (2012, p. 52) completa que o uso dos bancos públicos, como ferramenta para sustentar a liquidez, tem a finalidade de contrabalançar a retração do crédito e o aumento de juros, reduzindo o contágio do setor financeiro para o real em períodos de crise. Terra e Ferrari, (2010, p. 12) ressaltam a manipulação da taxa de juros como uma ferramenta útil para influenciar o lado real da economia. Porém em um cenário de incerteza dos agentes, característico em períodos de crise, a política econômica por meio de alteração nas taxas de juros se torna ineficaz, que Blanchard define como: co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

120 119 [...] quando a taxa nominal de juros é igual à zero, uma política monetária expansionista torna-se impotente. Ou, para usar as palavras de Keynes que foi o primeiro a apontar o problema -, o aumento de moeda cai em uma armadilha de liquidez. As pessoas estão dispostas a reter mais moeda (mais liquidez) à mesma taxa nominal de juros. (BLANCHARD, 2011, p. 326) que: Desta forma, apesar da importância dada à política monetária, Keynes argumenta [...] não é muito correto que eu confira importância primaz à taxa de juros. Confiro importância primaz à escala de investimentos e me interesso na taxa de juros como um dos elementos para se alcançar isto. Mas, devo considerar a intervenção estatal encorajadora de investimento um fator mais importante. (KEYNES, 1980, p. 350) Assim, Pessoa (2012, p. 56) argumenta que os efeitos da política monetária sobre o lado real da economia estão relacionados com os mecanismos de transmissão, os quais dependem da preferência pela liquidez do mercado financeiro e da demanda por parte das empresas e famílias, ou seja, uma política monetária expansionista depende das expectativas dos agentes em relação ao futuro. Contudo, essas expectativas, são voláteis e planos de longo prazo adotados pelo setor público podem reduzir essa volatilidade. Neste contexto, a política fiscal expansionista, ao afetar diretamente a demanda agregada da economia e, em última instância, a renda, disporia de instrumentos eficazes para assegurar a confiabilidade dos agentes privados. Ainda que não haja uma relação linear, tende a ocorrer uma complementariedade entre gastos públicos e privados. Assim, a não neutralidade da moeda leva a restauração do papel a ser desempenhado também pela política fiscal na condução da política macroeconômica. (PESSOA, 2012, p. 57) Terra e Ferrari, (2010, p. 7) apontam para a importância da política fiscal como forma de garantir solidez e crescimento, estimulando as prospecções dos investidores. Dias (2010, p. 28) sintetiza a política fiscal em gastos do setor público e receita do governo. Os gastos representam compras de bens e serviços, inclusive a mão de obra das empresas e famílias, os quais estimulam a produção pelas corporações e o consumo pelas famílias. Quanto à receita do governo, esta funciona sobre a demanda agregada com efeito inverso, sendo um pagamento do setor privado ao governo, os impostos são um desvio da renda do setor privado, que, de outra forma, poderia ser utilizada na compra de bens e serviços no mercado. Pessoa (2012, p. 59) descreve que a estrutura tributária tem impacto sobre as decisões dos consumidores e dos investidores, o imposto de renda, por exemplo, pode ser co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

121 120 utilizado para estimular o gasto em contribuintes com menor renda e com maior propensão a consumir e reter uma parcela de contribuintes com maior poder aquisitivo e maior propensão a poupar. Quanto ao gasto do governo, ele considera as políticas de distribuição de renda importantes, já que incidem sobre o consumo agregado e aumentam a demanda, pois abrangem uma população propensa a consumir. Para Belluzzo (2009, p. 23), em cenário de crise é necessário que o governo tenha um comportamento atuante, uma política com o objetivo de conter a retração, evitar o contágio e minimizar a queda na produção, como forma de diminuir a preferência pela liquidez e a retração de gastos e oferta de crédito. Desse modo, num contexto de crise econômica aguda como a de 2008, Sicsú (2011, p. 50) expõe: Uma política fiscal agressiva de gastos será necessária. Todas as políticas de salvamento de instituições financeiras podem restabelecer a saúde do sistema, mas não são capazes de restaurar a sua atividade. O saneamento do sistema é um problema objetivo, contábil. Contudo, sua atividade depende de sentimentos, conjecturas e temores tanto da parte do sistema financeiro quanto da parte do setor real. Toda a liquidez que poderá restaurar instituições financeiras e impedir que a crise atinja o sistema em sua totalidade pode ficar represada. Banqueiros e empresários não têm interesse em realizar negócios que podem não ser validados pelo consumidor final. A saída bem-sucedida deverá ser uma ativação dos negócios privados estimulada pelo setor público, que deverá realizar gastos, contratar mão de obra e transferir renda àqueles que têm alta propensão a gastar (que são os subcidadãos ) e, portanto, não vão represar liquidez. 3 POLÍTICAS ADOTADAS No período que precede o agravamento da crise encontrava-se em andamento uma política governamental desenvolvimentista, dirigida para estimular a renda, o consumo e o investimento público. Os programas de transferência de renda, o aumento do salário mínimo, os programas habitacionais e o PAC criaram componentes para o crescimento do país no período pré-crise. Segundo Soler (2012, p. 53), mais que desempenhar esta função desenvolvimentista, as políticas governamentais contribuíram para conter a queda do consumo e da renda nos períodos mais agudos da crise. Segundo Araújo e Gentil (2011, p. 13), a atuação do governo brasileiro pode ser classificada como: i) medidas monetárias para diminuir o risco, restaurar a liquidez da economia e conter uma possível crise cambial, ii) medidas fiscais para induzir o consumo, o investimento e às exportações. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

122 121 No primeiro grupo, apesar da finalidade de restaurar a liquidez e diminuir o risco sistêmico, o Comitê de Política Monetária (COPOM) sustentou a trajetória de aumento da taxa de juros no período de abril de 2008 até o acirramento da crise com a falência do Lehman Brothers em setembro de Entre abril e setembro daquele ano, o COPOM aumentou a taxa básica de juros de 11,25% para 13,75% ao ano. Para Bardin (2012, p. 36), as autoridades monetárias decidiram manter as taxas de juros no patamar de 13,75% até o final do ano, argumentando que a economia brasileira estava acima do seu potencial e que alterações criariam risco de desenvolvimento de um cenário de inflação. Foi apenas quando a iminência de recessão se sobrepôs aos riscos inflacionários que o governo deu início a uma série de cortes, em janeiro de Conforme gráfico 1, ao todo cinco cortes foram feitos: em 21 de janeiro de 2009, de 13,75 para 12,75%; em 12 de março de 2009, para 11,25%; em 30 de abril de 2009, para 10,25%; em 11 de junho de 2009, para 9,25%; e em 23 de julho de 2009, para 8,75%. Porém a taxa de juros permaneceu muito superior aos demais países (OIT, 2011, p. 38). Gráfico 1 Evolução da taxa de Selic Fonte: BACEN (2009, p. 107). Porém a morosidade em iniciar a redução da taxa de juros e a lenta velocidade com a qual isto ocorreu acarretaram em características contracionistas: Na situação de elevada aversão ao risco e de empoçamento da liquidez nas instituições de maior porte, a manutenção da taxa de juros básica em patamar elevado piorou ainda mais as condições de crédito, tanto para empresas como co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

123 122 para bancos de médio e pequeno portes, acelerando o caminho da economia brasileira para a recessão. A profunda retração da oferta de crédito bancário doméstico e a interrupção de linhas comerciais externas foram mais do que suficientes para reduzir a demanda interna e ancorar as expectativas de inflação, pois provocaram uma parada brusca da atividade econômica no último trimestre do ano. A desaceleração da atividade foi tão rápida e tão intensa que as pressões inflacionárias da forte apreciação do dólar não se confirmaram e o IPCA se desacelerou, fechando o ano em 5,9% (0,6 pontos porcentuais abaixo do teto da meta). (FREITAS, 2009, p. 136). Com a taxa de juros em elevação e a contração no mercado de crédito, tornou-se necessário o aumento da liquidez, devido à retração dos canais de crédito que afetava o caixa dos bancos menores. Segundo Soler (2012, p. 53), a estratégia do Banco Central do Brasil (BACEN) era injetar liquidez no mercado financeiro e ao mesmo tempo não gerar pressões inflacionárias. A princípio o BACEN atuou através de alterações da regra dos compulsórios, as medidas adotadas pelo governo federal são descritas pela Organização Internacional do Trabalho (2011, p. 36) da seguinte maneira: em setembro de 2008, o BACEN adiou a medida que aumentava o percentual de depósito compulsório das instituições de leasing. A princípio este aumento ocorreria em novembro de 2008 e janeiro de Com a mudança, esses aumentos foram adiados para janeiro e março de Entre setembro e dezembro de 2008, o BACEN diminuiu o valor de retenção compulsória para depósitos à vista e a prazo e dos exigíveis adicionais sobre os depósitos à vista, a prazo e de poupança. Os regulamentos referentes a essas exigibilidades também mudaram: após 1º de dezembro de 2008, os recolhimentos deixaram de ser realizados em dinheiro, mas sim em títulos públicos federais indexados à taxa de juros. Desta forma, o BACEN tentou garantir que o interesse por esses títulos não fosse afetado pela redução do percentual de recolhimento incidente sobre os depósitos a prazo. Ao todo, as reservas de compulsório foram diminuídas em R$ 99,8 bilhões e a disponibilidade de liquidez para instituições de menor porte elevada em R$ 41,8 bilhões no último trimestre de Com estas medidas, o BACEN visou ampliar o volume de recursos disponíveis para empréstimos por parte das instituições financeiras. Ainda em outubro de 2008, com o objetivo de estimular a aquisição de carteiras de crédito de bancos de pequeno e médio porte por bancos de grande porte, o BACEN autorizou os bancos a reduzirem 40% do compulsório de depósitos a prazo para compras de carteiras de crédito de instituições financeiras (com valor líquido de até R$ 2.5 bilhões). Em 13 de outubro de 2008, o BACEN novamente alterou as regras para o recolhimento de compulsório dos depósitos a prazo, aumentando os recursos que co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

124 123 os bancos poderiam utilizar para a compra de carteiras de crédito de outros bancos de 40 para 70%. Ainda segundo OIT (2011, p. 98), o Governo liberou uma nova linha de assistência à liquidez para que o BACEN pudesse adquirir carteiras de crédito de instituições financeiras, com o objetivo de aumentar a sua capacidade em amparar instituições financeiras brasileiras que enfrentaram escassez de liquidez. Em 28 de outubro de 2008, o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) foram permitidos a adquirir participação em instituições financeiras públicas e privadas no Brasil. Em março de 2009, o Governo implantou o Recibo de Depósito Bancário (RDB), com a garantia especial do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Esta medida tinha o objetivo de estimular os empréstimos no interbancário ou a aquisição de carteiras de crédito pelos grandes bancos, que não tinham reagido até então, mesmo com as diversas medidas adotadas pelo BACEN. Dada a preferência dos bancos privados por liquidez e a possibilidade de investimentos em títulos públicos líquidos, rentáveis e de risco muito baixo, os bancos simplesmente não expandiram o crédito interbancário. Apenas os bancos estatais (BB e CEF) adquiriram um volume significativo de carteiras de crédito. Com o RDB, a liquidez no mercado interbancário começou a fluir novamente. Esse pacote de medidas visava criar condições aos bancos maiores de adquirir carteiras e ações dos bancos menores e aumentar a liquidez desses bancos. Porém, segundo Freitas (2009, p. 132), os rumores sobre as perdas, de bancos e empresas incitaram um movimento de contração de crédito prevalecendo à preferência pela liquidez por parte dos bancos. As medidas do BACEN tiveram um êxito tímido, em um potencial de mercado de R$ 30 bilhões em ativos (carteiras de crédito consignado, leasing, financiamento de veículos e carteiras comerciais) de bancos menores, somente R$ 1,5 bilhões foram negociados com os grandes bancos. (SOLER, 2012, p. 54) Desta forma, para diminuir a retração de crédito por parte dos bancos privados, o governo procurou agir por meio dos bancos públicos. Neste aspecto, a política creditícia tinha o objetivo de diminuir o risco sistêmico e ampliar os canais de crédito domésticos. Se não fosse a ação dos bancos públicos, a retração da economia brasileira poderia ter sido ainda mais dramática (FREITAS, 2009, p. 139). Segundo OIT (2011, p. 39), o governo brasileiro utilizou os três principais bancos públicos federais Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

125 124 Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) para aumentar a oferta de crédito doméstico e, assim, desempenhar um papel anticíclico em um cenário de redução na oferta de crédito pelos bancos privados. Entre setembro de 2008 e dezembro de 2009, os bancos públicos foram responsáveis por um aumento de 48% nas operações de crédito enquanto os bancos privados tiveram um crescimento de apenas 9%. Em decorrência disto, no mesmo período, na média, o aumento do total das operações de crédito no país foi de 22,3% (ver Gráfico 2). Gráfico 2 - Crescimento das operações de crédito Setembro 2008 = 100 Fonte: BNDES (2009, p. 95). A contribuição do BNDES para este crescimento (37%) foi similar à contribuição dos demais bancos públicos (36%) e bem mais expressiva do que a contribuição dos bancos privados (27%). Segundo o BNDES (2010, p. 4), a instituição foi a que mais contribuiu para expandir as operações de financiamento, respondendo por mais de um terço do aumento de 22% no crédito total da economia no período. Segundo Bardin (2012, p. 50), das medidas governamentais, os bancos públicos seguiram a orientação do governo para aumentar a liquidez da economia através do crédito. A CEF liberou duas novas linhas de crédito no total de R$ 3 bilhões, com o co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

126 125 objetivo de suprir a demanda por capital de giro das empresas, também adquiriu participação acionaria em instituições financeiras privadas, totalizando uma incorporação de R$ 8,4 bilhões de ativos. O BB igualmente agiu adquirindo carteiras e participações acionárias e teve como objetivo o aumento e renovação do crédito ao varejo. Além destas medidas, BB e CEF reduziram os custos de suas operações como tentativa de pressionar os bancos privados a fazerem o mesmo para não perderem participação no mercado de crédito. Soler (2012, p. 54) relata outras medidas adotadas ainda em 2008 e realizadas por meio dos bancos públicos, as quais: aumento do limite de crédito ao setor público, alteração do limite de exposição por cliente do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) o que permitiu a Petrobras a realização de empréstimos no valor de R$ 8 bilhões, aval para o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) para a compra de instituições financeiras sediadas no país, e liberação de R$ 21 bilhões ao BNDES, O BNDES também foi importante para amenizar o risco sistêmico aumentando o crédito para financiamento das operações nas empresas e também reduzindo as perdas em contratos de derivativos cambias. Em situação de retração e variação cambial, as empresas registravam perdas em derivativos e não dispunham de recursos para cobrir suas obrigações; desta forma, os bancos menores perderam fontes de funding e o BNDES interveio ao fornecer capital para essas empresas. O gráfico 3 mostra o aumento de investimento no período da crise (SILVA; CARDOSO; TOLEDO, 2010, p. 19). O BNDES também foi utilizado para estimular os investimentos e diminuir a queda da Formação Bruta de Capita Fixo. Com relação aos investimentos, o BNDES criou novas linhas de crédito direcionado e aumentou o financiamento de capital de giro, criou linhas para estimulo ao setor sucroalcooleiro e linhas de apoio às cooperativas de produção agropecuária, pesqueira, industrial e mineral. Estes investimentos visavam reduzir os impactos da crise nas atividades exportadoras destas empresas. A liberação de crédito por parte do BNDES no segundo semestre de 2008 aumentou em 20%. Em 2009 o BNDES lançou o programa BNDES-PSI, que liberou R$ 37,1 bilhões. O BNDES PSI está dividido em três segmentos: crédito para exportações, investimentos em inovação e financiamento de bens de capital (BNDES, 2010, p. 7). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

127 126 Gráfico 3 Evolução dos desembolsos anuais do BNDES em bilhões Fonte: BNDES (2009, p. 88) Com relação à política cambial, OIT (2011, p. 40) destaca as principais medidas com objetivo de aumentar a oferta de moeda estrangeira adotadas no último trimestre de 2008: leilão de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra, essa medida incluía um compromisso de revender os dólares para o BACEN para garantir o estoque de reservas internacionais; vendas de dólares no mercado à vista que somaram US$ 23,5 bilhões entre setembro e dezembro de 2008; leilões de swap cambiais em que o BACEN assumiu uma posição passiva em dólar e ativa em taxa de juros em reais; financiamento para exportações e crédito em dólar para empresas brasileiras, com o objetivo de estimular o comércio exterior. Com relação ao segundo grupo, voltado à política fiscal, o governo aprovou um pacote de estímulos com objetivo de impulsionar a demanda interna e amenizar o impacto da crise. Segundo Bardin (2012, p. 33), os principais meios utilizados foram: corte de impostos, gastos do governo e os subsídios. Moreira e Soares (2010, p. 38) descrevem os cortes realizados da seguinte forma: 11 de dezembro de 2008, redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidentes sobre a venda de veículos e caminhões, que visava a redução dos estoques desse setor. Em 11 de dezembro de 2008, redução das alíquotas do IOF sobre operações de crédito com pessoas físicas, com finalidade de recuperar o crédito co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

128 127 privado. E, em 15 de dezembro de 2008, alteração nas alíquotas do IRPJ como forma de estimular a demanda agregada. As medidas adotadas tinham o objetivo de impulsionar o consumo estimulando o crédito privado, que, para Bardin (2012, p. 38), favoreceu as famílias de classe média. (Tabela 1). Pires (2009, p. 18) relata as medidas tomadas em 2009 da seguinte forma: ao final de março, o governo anunciou a manutenção da desoneração do IPI sobre automóveis e ampliou a medida para motocicletas, para compensar esta medida o ministério da fazenda elevou o IPI do fumo. Em abril, mais duas medidas são anunciadas, a redução do IPI para eletrodomésticos da linha branca e alguns itens da construção civil; e, em junho, houve a manutenção das medidas anteriores e a desoneração para bens de capital. Estima-se que a renúncia fiscal de todos os pacotes ficou em R$ 12,5 bilhões. Do ponto de vista dos gastos, o governo adotou medidas de expansão das despesas para incentivar o consumo e o investimento (tabela 2). O governo retirou a Petrobrás do cálculo do superávit primário, tal manobra permitiu aumentar seus investimentos em até R$ 15 bilhões. O governo também antecipou o aumento do salário mínimo, como forma de estimular a demanda agregada. Nesse aspecto, houve estímulos ao setor de construção civil, seguro desemprego e bolsa família. Acrescenta-se aos gastos governamentais o aumento dos investimentos de infraestrutura (R$ 15,3 bilhões), que, conforme relata OIT (2011, p. 46), tinha o objetivo de restabelecer os investimentos afetados pela crise. O estimulo destinado à área de infraestrutura partiu de dois elementos importantes: o Programa de apoio ao Crescimento (PAC) e o programa Minha casa, Minha Vida (BARDIN, 2012, p.42). Com relação ao PAC, lançado em 2007, a previsão inicial de investimentos era de R$ 423 bilhões; com a crise, o governo manteve as despesas planejadas e aumentou os investimentos em R$ 9 bilhões. Já o programa Minha Casa Minha Vida, com previsão inicial de custo de R$ 34 bilhões e lançado em 2009, teve no mesmo ano participação de R$ 6,6 bilhões no pacote de estímulos. co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

129 128 Medidas fiscais Tabela 1 Renúncia Fiscal Desonerações de dezembro/2008 Estímulo em 2009 (em R$ bilhões) IRPF 4,90 IPI automóveis 1,00 IOF crédito ao consumidor 2,50 Total 8,40 Desonerações de março/2009 Postergação do IPI automóveis 1,00 Cofins das motocicletas 0,15 IPI construção civil 0,35 Recomposição da receita com IPI fumo -0,80 Total 0,70 Desonerações de abril/2009 IPI construção civil 0,09 IPI linha branca 0,17 Total 0,26 Desonerações de junho/2009 IPI bens de capital 0,41 Postergação do IPI automóveis 1,79 Postergação do IPI linha branca 0,20 Postergarção do Cofins das motocicletas 0,05 Postergação do IPI da construção civil 0,69 Total 3,15 Total geral 12,51 Fonte: PIRES (2009, p. 18) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

130 129 Medidas fiscais Investimentos da Petrobras Tabela 2 Despesas Públicas Aumento de despesas Estímulo em 2009 (em R$ bilhões) 15,00 Salário mínimo 8,70 Pacote habitação 6,00 Seguro desemprego 0,23 Bolsa família 1,00 Total geral 30,93 Fonte: PIRES (2009, p. 19) 4 ANÁLISE Para Ferraz (2013, p. 30), o contexto econômico brasileiro no pré-crise foi capaz de proteger, em certa medida, a economia dos efeitos iniciais da crise. Este contexto compreende uma grande quantidade de reservas internacionais (superior a U$ 250 bilhões) e uma dívida pública desdolarizada. Porém, essas características não foram suficientes para manter o país livre dos efeitos da crise. Entre os canais de transmissão, Castilho (2011, p. 106) elege a desvalorização do real frente ao dólar como fator mais importante, até mesmo acima de outros canais, como remessa de capitais ao exterior, contração do crédito internacional e a queda dos investimentos diretos estrangeiros. Com relação às medidas monetárias e creditícias, as políticas adotadas ajudaram a evitar o risco sistêmico. Não houve no período crítico da crise quebras e concordatas no sistema bancário, o qual continuou concentrado e sólido. Os bancos públicos intervieram estimulando a liquidez bancaria, e neste âmbito houve crescimento do crédito (LODI, 2010, p. 70). Os bancos públicos desempenharam um papel importante no processo de diminuir os efeitos da crise e ainda na rápida recuperação da economia. O aumento inédito na oferta de crédito por parte do BNDES, BB e CEF em período de crise e falta de liquidez foi fundamental para garantir a oferta de crédito e evitar o declínio de atividades cruciais na economia (FERRAZ, 2013, p. 98). co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

131 130 No âmbito das políticas fiscais, as medidas executadas e o financiamento do BNDES conseguiram estimular o investimento e o consumo. Os programas de assistência do governo e a estabilidade no mercado de trabalho promoveram a estabilidade da renda. A redução de impostos sobre setores importantes contribuíram para elevar as vendas no varejo, resultando em otimismo por parte dos consumidores que alocaram parte da renda em financiamento e consumo. Além disso o otimismo crescente por parte dos consumidores elevou também as expectativas empresariais, indicando crescimento dos investimentos. Mesmo com a formação bruta de capital fixo em um patamar menor que no período pré-crise, é possível verificar o crescimento da expectativa dos agentes e do emprego, da produção industrial e do PIB (SCHLOGL, 2011, p. 54). Para Ferraz (2013, p.98), a política fiscal do governo teria tido efeitos anticíclicos importantes: Esta hipótese encontra respaldo em muitos indicadores de gastos e transferências, assim como na bibliografia que tentou estimar quantitativamente o efeito da expansão fiscal. A contínua redução do desemprego, a rápida recuperação da taxa de crescimento (em 2010 PIB cresceu aproximadamente 7,5% em termos reais) e a sustentação de certas atividades econômicas em plena crise (aumento na venda de automóveis, por exemplo) são indícios que apontam para o sucesso da política fiscal adotada, no período, pelo governo federal. Em comparação aos países do grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), nota-se um descolamento com relação às economias desenvolvidas. O gráfico 4 mostra uma comparação da taxa de crescimento do PIB para países desenvolvidos versus os emergentes que formam o grupo dos BRICs. Gráfico 4 PIB (variação % ) Fonte: SOUZA (2011, P. 38) co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

132 131 O grupo das sete maiores economias do mundo chegou a apresentar queda no produto real de 3,7% em No mesmo período, esta redução foi de 0,3% para o Brasil e quase 8% para Rússia, enquanto a Índia e a China apresentaram apenas uma desaceleração (SOUSA, 2011, p. 38). Conforme gráfico 5, o Brasil conseguiu manter certa distância da crise, a taxa de desemprego manteve a trajetória de queda devido ao aumento da demanda, passando de uma média de 9,3% em 2007 para 6,7% em Já nos Estados Unidos, em período posterior a crise, a taxa de desemprego permaneceu bem acima da média, de 4,6% em 2007 para 9,7% em 2010 (SOUSA, 2011, p. 39) GRAFICO 5 Taxa de desemprego (%) para países selecionados Fonte: SOUZA (2011, P. 39) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa demonstrou que a resposta de política do governo brasileiro à crise financeira e econômica global possuiu diversos enfoques. Ela cobriu as políticas monetária, creditícia, fiscal e cambial. Com relação à política monetária, o objetivo era restaurar a liquidez, e, embora o BACEN tenha demorado a reduzir a taxa básica de juros da economia, ele agiu co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

133 132 rapidamente para aumentar a liquidez no mercado interbancário. Na política creditícia houve a expansão da disponibilidade de crédito, em especial através dos três principais bancos públicos: a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES. Já o pacote de estímulo fiscal incluiu o aumento de gastos em diversos segmentos, como infraestrutura, subsídios, impostos, e, ainda, renúncia fiscal, como forma de estimular a demanda agregada. Embora pequeno para os padrões internacionais, o pacote brasileiro foi eficaz. Por fim, a política cambial com objetivo de conter uma crise cambial atuou aumentando a oferta de dólares. REFERÊNCIAS ALVES, Thaís, G.; VERÍSSIMO, Míchele P. Política monetária, crise financeira e estado: uma abordagem keynesíana. In: II Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira. São Paulo ARAUJO, Victor Leonardo; GENTIL, Denise Lobato. Avanços, recuos, acertos e erros: uma análise da resposta da política econômica brasileira à crise financeira internacional. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), BACEN BANCO CENTRAL DO BRASIL. Boletim do Banco Central do Brasil. v BARDIN, Paulo Henrique. Efeito-contágio, respostas de políticas e o desempenho da economia brasileira no pós-crise f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, BELLUZZO, Luiz Gonzaga. Crise financeira mundial e seus impactos sociais e no mercado de trabalho. A crise financeira e o papel do estado. ANFIP. Brasília, BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 5ª ed. Brasil: Pearson Education, BNDES (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL). Crédito cresce forte em 2009, apesar da crise internacional. Visão do desenvolvimento, n. 80, BNDES (BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL). Relatório anual CARVALHO, Fernando J. Cardim. Uma contribuição ao debate em torno da eficácia da política monetária e algumas implicações para o caso do Brasil. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 25, n. 4, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

134 133 CARVALHO, Fernando J. Cardim et al. Economia monetária e financeira. Brasil: Elsevier, CASTILHO, Marta. Impactos da crise econômica internacional sobre o comércio exterior brasileiro. Crise financeira global: mudanças estruturais e impactos sobre os emergentes e o Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), DIAS, Eric Lisboa. A crise econômica de 2008 e o sistema financeiro nacional na perspectiva pós Keynesiana. Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional, XV Prêmio STN, FERRAZ, Fernando Cardoso. Crise financeira global: impactos na economia brasileira, política econômica e resultados f. Dissertação de Mestrado Instituto de Economia. Universidade Federal do Rio de Janeiro FREITAS, Maria Cristina Penido. Os efeitos da crise global no Brasil: aversão ao risco e preferência pela liquidez no mercado de crédito. Estudos Avançados, v. 23, n. 66, p , USP FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, FUNDAP O efeito-contágio da crise no comércio exterior brasileiro. Nota Técnica. Disponível em GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Atlas, LODI, Ana Luiza Guimarães. O papel dos bancos públicos do Brasil e da Índia no contexto da crise econômica mundial f. (Tese de Mestrado), Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, MENDONÇA, Helder Ferreira. Mecanismos de transmissão monetária e a determinação da taxa de juros: uma aplicação da regra de Taylor ao caso brasileiro. ANPEC - Economia e Sociedade, v. 16, p , MOREIRA, Tito Belchior Silva; SOARES, Fernando. A crise financeira internacional e as políticas anticíclicas no Brasil. Brasília, Secretaria do Tesouro Nacional, XV Prêmio STN, OIT (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO). Estudos sobre crescimento com equidade. Brasil: uma estratégia inovadora alavancada pela renda PESSOA, Mônica Mora y Araujo de Couto e Silva. Políticas macroeconômicas no governo Lula: ambivalência e insubordinação f. Tese de Doutorado Instituto de Economia. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

135 134 PIRES, Manoel Carlos de Castro. Multiplicadores Fiscais no Brasil: uma contribuição ao debate sobre políticas fiscais anticíclicas. ANPEC-Associação Nacional dos Centros de Pós Graduação em Economia, PRATES, Daniela Magalhães; CINTRA, Marcos Antonio Macedo. Os países emergentes diante da crise financeira global. In: II Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira. São Paulo SCHLOGL, Bruno. A política anticíclica durante a crise global de 2008/ f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Departamento de Ciências Econômicas. Universidade Federal de Santa Catarina SICSÚ, João. Para além das políticas de resgate. In: III Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira. São Paulo SILVA, Julio Orestes da; CARDOSO, Rodrigo dos Santos; TOLEDO FILHO, Jorge Ribeiro de. Impacto da crise do subprime no endívidamento das maiores empresas brasileiras. Pensar Contábil, v. 12, n. 47, SOLER, Felipe Boaventura. A Atuação Anticíclica do Brasil e Demais Países do BRIC Durante a Crise Internacional de 2008/ f.. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Instituto de Economia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SOUSA, Mariana Orsini Machado; YOSHINO, Joe Akira; BIANCONI, Marcelo. A Crise Norte-Americana do Subprime Impacto e Consequências para os BRICs (Parte 2). Informações FIPE, p. 38, TERRA, Fábio Henrique Bittes; FERRARI FILHO, Fernando. As políticas fiscais e monetárias em Keynes: reflexões para a economia brasileira no período pós- Plano Real. In: III Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira. São Paulo co$, Sorocaba, SP, v. 5, n. 1, p , 2015

136 135 IMPACTOS DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL DE 2008 NO COMÉRCIO EXTERIOR DO MUNICÍPIO DE SOROCABA Imira Taira Rando* Ricardo Lopes Fernandes** *Bacharel em Ciências Econômicas pela Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. **Mestre em Economia, professor do curso de Ciências Econômicas da Uniso, Sorocaba, SP, Brasil. Recebido em: abril de 2015 Avaliado em: março de 2016 Resumo: O artigo apresenta como tema central a influência da crise financeira internacional de 2008 no comércio exterior do município de Sorocaba. Tem como objetivo o estudo da balança comercial do município de Sorocaba para identificação dos impactos que a crise financeira internacional de 2008 trouxe para o comércio exterior do município. A metodologia utilizada para o estudo foi a estatística dos dados sobre o comércio exterior do município de Sorocaba no intuito de observar as flutuações econômicas seguidas pela crise financeira internacional de 2008 nos dados do comércio exterior. Observa-se queda no fluxo de comércio no período, além da lenta recuperação das exportações frente às importações, assim como a troca do principal parceiro comercial do município. PALAVRAS-CHAVE: Comércio Exterior. Crise Financeira. Sorocaba. INTERNATIONAL 2008 FINANCIAL CRISIS IMPACT IN TRADE OF SOROCABA Abstract: This article has as its central theme the influence of the 2008 international financial crisis in foreign trade in the city of Sorocaba. It aims the study of the trade balance of the municipality of Sorocaba to identify the impacts of the international financial crisis of 2008 brought to the foreign trade of the city. The methodology used in this research was the statistical data on foreign trade in the city of Sorocaba in order to observe the economic fluctuations followed by the 2008 international financial crisis in the trade data. It is noted a drop in trade flows in the period beyond, the slow recovery of exports in face of imports, as well as a change of the main trading partner of the municipality. KEYWORDS: Foreign Trade. Financial crisis. Sorocaba. 1 INTRODUÇÃO A cada dia que passa o comércio internacional se apresenta de forma fundamental para a economia de determinada região (município, estado ou país), e esse comércio vai muito além do simples processo de compra e venda de mercadorias entre residentes e não residentes de um país. Uma região ligada ao comércio exterior pode utilizar do mercado externo (demanda externa) como instrumento para o crescimento econômico e, com isso, exercer um efeito multiplicador sobre outras atividades do mercado interno, de tal forma a co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

137 136 incrementar os níveis de renda e emprego da população, ou seja, as exportações podem ser um importante mecanismo indutor do crescimento econômico de determinada região. A inserção internacional também pode reduzir a ociosidade produtiva, contribuindo para elevar sua eficiência e permitir ganhos de escala. Do lado das importações, o comércio exterior permite incrementar uma variedade de produtos, insumos, máquinas e equipamentos disponíveis muitas vezes a preços inferiores aos domésticos e com maior qualidade, proporcionando à população um poder maior de aquisição e para as empresas, redução nos custos e o aumento da produtividade. Isso se torna um ponto bastante positivo, pois as empresas nacionais se tornam mais competitivas, destacando-se no mercado as somente empresas que aprimoram seus produtos e que melhoram a qualidade dos serviços prestados. Diante disso, existe a necessidade de compreender os acontecimentos e as consequências da dinâmica da economia regional. Dado que a crise financeira internacional de 2008 afetou a economia sorocabana e as economias dos seus principais parceiros comerciais, impactando negativamente o comércio externo sorocabano, o presente trabalho procura analisar empiricamente o comportamento da balança comercial do município de Sorocaba no período da crise financeira internacional de Esse estudo pretende analisar e colher dados sobre a evolução das exportações, importações, saldo da balança comercial, corrente de comércio, principais destinos das exportações e principais origens das importações sorocabanas, a fim de verificar se houve mudanças significativas. A queda da demanda internacional no período da crise financeira acarretou queda expressiva das exportações e importações brasileiras no ano de 2009, gerando assim efeitos negativos sobre o Produto Interno Bruto brasileiro e seus componentes. Municípios globalizados, com números altos de comercialização internacional, apresentaram maiores déficits comerciais durante crises no setor externo, seguindo a tendência da balança comercial de seu país. Um ponto fundamental para a compreensão da dinâmica do comércio internacional é observar os principais parceiros comerciais de uma economia e sua saúde financeira, assim podemos obter conclusões de como a balança comercial se comporta em períodos de crise financeira internacional. Faz-se importante o estudo dos impactos de uma crise internacional, pois é a partir daí que se pode compreender as flutuações no comércio durante um período de crise, já que o sistema econômico não se apresenta como um fluxo constante. A partir desse co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

138 137 estudo, torna-se capaz distinguir os setores mais suscetíveis às flutuações econômicas, assim como o comportamento dos parceiros comerciais de tal objeto de estudo. Como importante polo industrial do Estado de São Paulo, Sorocaba apresenta um comércio internacional bastante significativo que movimenta cerca de US$ 4,5 bilhões por ano, isso representa cerca de 3% da Balança Comercial do Estado de São Paulo. O município abriga diversas indústrias de transformação que dependem direta ou indiretamente da dinâmica do comércio internacional como fornecedores ou como consumidores de seus produtos finais. Desse modo, esse artigo apresenta como propósito observar quais os setores mais suscetíveis à crise financeira, analisando a dinâmica das variáveis observadas no contexto interno e externo, ou seja, quais os setores e os parceiros comerciais que foram afetados com a crise. A partir desse objetivo central, será realizado o estudo empírico, onde será apresentado, por meio de análises descritivas e qualitativas, o comportamento da balança comercial do município de Sorocaba na crise financeira de 2008, com o intuito de descrever quais os impactos ocasionados e quais fatores levaram a isso. Foram estudados dados do período que compreende os anos de 2006 a 2013, sendo este estudo dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo busca, através do referencial teórico, discorrer sobre as características do comércio exterior; o segundo capítulo aborda o tema da crise financeira internacional do ano de 2008; o terceiro, apresenta os impactos dessa crise no comércio exterior do município de Sorocaba; o quarto capítulo discorre sobre o tema da balança comercial em Sorocaba no período da crise financeira; o quinto apresentará quais os efeitos que foram causados nas exportações de Sorocaba, e, por fim, dando continuidade, o último capítulo apresentará os efeitos causados na importação do município. Após, serão apresentadas as considerações finais do artigo. 2 CARACTERÍSTICAS DO COMÉRCIO EXTERIOR Nos dias atuais, o comércio exterior se apresenta como fundamental no sentido de garantir incrementos na produção industrial, ao mesmo tempo em que possibilita um aumento no nível de bem estar econômico e social, tanto por meio das exportações quanto em relação às importações. Segundo Marinho (2002), comércio exterior é a relação comercial de um determinado país com os demais, buscando alcançar o desenvolvimento econômico e co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

139 138 social de um país. O comércio exterior é capaz de estimular investimentos, desenvolvimento e torna-se um mecanismo colaborador para o equilíbrio do Balanço de Pagamentos 1. Dentro da estrutura do Balanço de Pagamentos, encontra-se a Balança Comercial, que registra o saldo das exportações e importações de mercadorias feitas por determinado país, em valor FOB. 2 O comércio exterior permite aproveitar um vasto conjunto de oportunidades proporcionado pelo acesso a diferentes mercados, como novos fornecedores, tecnologias e demais recursos oferecidos. Isso possibilita maior desenvolvimento através de maior capital negociável, novas oportunidades de investimento e até mesmo de matéria prima. Além disso, faz com que empresas nacionais procurem ser mais competitivas internacionalmente, o que pode ser positivo ao ponto de buscarem aprimorar seus produtos e serviços. Em aspecto social, proporciona maior bem estar através de novos recursos e perspectivas amplas diferenciadas. Os preços dos bens são expressos em unidades monetárias. Existe um mercado de transferência dos recursos de um país para o outro e, uma taxa de conversão de moeda a outra que dependerá da oferta e demanda por moeda estrangeira em determinada economia. Sendo assim, a oferta dependerá das exportações, investimentos e financiamentos de não residentes do país. Além disso, ela dependerá das importações, remessas de lucro e pagamentos de juros (CARVALHO; SILVA, 2000). A política comercial adotada pelo país em determinado período também influencia a dinâmica do comércio exterior dessa economia. Instrumento direto do governo para estímulo do comércio exterior, um país pode abrir mão de defender sua indústria através de taxas para desestimular a entrada de bens estrangeiros ou subsidiar exportações de bens domésticos. Em períodos de crises que afetam o comércio exterior, os países revisam suas políticas e intenções de comércio. O Balanço de Pagamentos pode se mostrar frágil às flutuações do mercado internacional se depender de poucos meios que geram capacidade de pagamento de suas contas externas e, capacitação de divisas de mercado. Faz-se necessário manter um equilíbrio fiscal e formar uma poupança interna, que são capazes 1 Balanço de Pagamentos, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), é o registro sistemático das transações econômicas entre residentes e não-residentes de um país durante determinado período de tempo. 2 FOB (free on board): frete onde o comprador assume todos os riscos e custos de transporte a partir do momento em que a mercadoria é colocada a bordo do navio. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

140 139 de manter uma competitividade interna e externa dos produtos nacionais (MARINHO; PIRES, 2002). Com os aspectos ocorridos pelo modelo de globalização, as economias nacionais deparam-se cada vez mais com a instabilidade do mercado e sua vulnerabilidade externa, que representa a baixa capacidade de resistência frente à instabilidade econômica externa (GONÇALVES et al, 1998). A taxa de câmbio demonstra a relação entre preços doméstico e internacional de determinado bem. Quando há valorização da moeda nacional, há também aumento do poder de compra da população, ocasionando o estímulo às importações e reduzindo o nível das exportações, estimulando assim, a compra de produtos estrangeiros. Caso ocorra o contrário, a desvalorização da moeda nacional estimula as exportações e diminui o fluxo de importações, já que a desvalorização representa perda do poder de compra da moeda nacional. Ela tende a aumentar com a pressão da demanda sobre a oferta. Quando a oferta passa a ser maior ou a demanda diminui, a taxa de câmbio tende a diminuir também (BLANCHARD, 2001). As alterações na renda externa afetam o volume das exportações. O aumento da renda externa demonstra o aumento do poder de compra dos demais países, fazendo com que estes aumentem o número de bens importados; desse modo, aumenta-se o número de bens exportados do país exportador nesse caso. Assim, o aumento da renda externa tende a melhorar o saldo comercial do país exportador. Porém, impactos negativos na renda do país que antes importava causarão diminuições das suas atividades comerciais devido à queda da renda e, consequentemente, sua demanda, assim, seus principais parceiros comerciais sofrerão redução de suas exportações. Ao ampliar-se a renda interna de uma economia, esse aumento é destinado, em partes, para importações, pois o aumento da renda implica no aumento do poder de compra da população. Desse modo, o país passa a importar maior quantidade de bens. O Balanço de Pagamentos apresenta a saúde de determinada economia, ela é capaz de informar às autoridades competentes a posição devedora-credora do país, para que os mesmos possam refletir e tomar decisões políticas e econômicas cabíveis ao momento. Ele registra as transações de recebimentos ou pagamentos externos, assim como as ações que o ocasionaram. Dentro da estrutura do balanço de pagamentos é encontrada a Balança Comercial, que demonstra o saldo entre o valor das exportações e o valor das importações (RATTI, 2001). O saldo da balança comercial aponta o grau de co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

141 140 competitividade da economia nacional, que é influenciado pela taxa de câmbio e pelo nível de atividade econômica. A globalização influencia diretamente as diretrizes comerciais da economia. Segundo Gonçalves (2002), a globalização econômica é a junção de três processos: crescimento extraordinário dos fluxos de bens, serviços e capital; acirramento da concorrência internacional e interdependência dos agentes e sistemas econômicos. Ela atinge diferentes dimensões na economia mundial, sendo elas a comercial, produtiva, tecnológica e financeira. A globalização facilita a troca de bens entre nações, ampliando o estado de bemestar social nas economias inseridas nesse sistema. Porém, essa ligação entre países pode ser prejudicial em um primeiro momento perante um cenário de crise, já que nos deparamos com uma interdependência entre países no que diz respeito ao cenário econômico-financeiro. Essa interdependência entre países apresenta uma característica assimétrica, gerando um processo de vulnerabilidade externa maior em alguns países e menor em outros. Se por um lado a abertura da economia permitiu um aumento da contestabilidade do mercado, por outro provocou aumento da vulnerabilidade das contas externas, pelo impacto da conta de transações correntes no Balanço de Pagamentos (LACERDA, 1998, p.13). Os países em desenvolvimento como o Brasil têm experimentado a reestruturação de suas economias como resultado do aumento do fluxo de Investimentos Diretos Estrangeiros, destinados a esses países, do processo de abertura das suas economias que tem implicado no aumento das importações e da necessidade de fomentar as exportações. Uma das consequências da globalização está na substituição da produção local por importações. Enquanto isso, as exportações representam uma necessidade para equilibrar o Balanço de Pagamentos e, ao mesmo tempo, gerar maior valor agregado local, o que proporciona mais renda e emprego para o país (LACERDA, 1998). O processo de globalização financeira, que faz parte do processo macro de globalização, traz riscos e maior volatilidade dos investimentos internacionais. Isso ocorre pelo volume extraordinário de recursos comandados pelos bancos internacionais, gerando maior volatilidade dos capitais internacionais, o que ocasiona maiores riscos e incertezas de crises financeiras e econômicas à nível global (GONÇALVES, 2002). co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

142 141 Com os aspectos acarretados pelo modelo de globalização, as economias nacionais deparam-se cada vez mais com a instabilidade do mercado e sua vulnerabilidade externa, que representa baixa capacidade de resistência frente à instabilidade econômica externa (GONÇALVES et al, 1998). As flutuações no mercado financeiro internacional tendem à sua instabilidade, afetando a taxa de câmbio, que pode distorcer a dinâmica cambial e provocar fortes depreciações ou apreciações. Isso afeta diretamente a oferta e a demanda por moeda nacional, que, por sua vez, atinge o nível de geral de preços de uma economia. O governo pode intervir via juros internos, o que acaba gerando incertezas na economia. De acordo com Lacerda (1998), a globalização da economia abrangendo a internacionalização da produção, o incremento do comércio e a absorção de tecnologia, é um processo que tem gerado discussões, além de implicar novos desafios para os Estados Nacionais. A internacionalização da produção ocorre quando residentes de determinado país obtêm acesso a bens e serviços de outros países. A internacionalização da indústria brasileira ocorreu a partir de 1989, com a abertura comercial. Entre o final da década de 80 e metade dos anos 90, o Brasil apresentou seu período de maior aceleração dos fluxos de Investimento Externo Direto. A política de câmbio flutuante, adotada durante o Plano Real, facilitou esse processo de abertura comercial, já que a partir de então, teoricamente o mercado daria as direções do fluxo comercial e financeiro internacional segundo sua necessidade. A busca por lucros move o capital das empresas pelo mundo em busca de novas possibilidades de produção e consumidores. Um país é capaz de atrair Investimento Externo Direto se oferecer vantagens às empresas, sendo possível reduzir seus custos de produção (CARVALHO; SILVA, 2000). A abertura externa que proporciona a internacionalização da produção e que está ligada ao processo de globalização possibilita novas condições de crescimento econômico e desenvolvimento. Cada país abre mão de sua política, permitindo ampliar ou reduzir a entrada de Investimento Externo Direto. Esse controle pode ser feito através de subsídios, cobrança de impostos e o uso da legislação. Gonçalves (2002) afirma que a vulnerabilidade ocasionada pela globalização econômica está relacionada à baixa capacidade de resistência à pressão, desestabilização e choques externos, decorrente do grau de abertura e os mecanismos de defesa que tal economia recorre em momentos de insegurança. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

143 142 É importante medir a participação dos fluxos do comércio exterior para avaliar a política econômica do país e o potencial de competitividade da produção nacional no mercado externo. O grau de abertura econômica mostra a relevância de uma determinada economia dentro da economia mundial. Assim, é possível medir o peso das relações comerciais com o exterior no total do produto dessa economia, bem como mencionar a vulnerabilidade de uma economia. 3 A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL DE 2008 As origens dessa crise estão relacionadas à década de 1980, quando o governo Norte Americano iniciou uma política de Liberalização Financeira. A partir de então, o cenário observado foi o de concessão de empréstimos hipotecários para credores que não tinham como honrar com seus compromissos ou não o teriam quando houvesse um aumento na taxa de juros. Desse modo, a crise iniciou-se em um mercado de alto risco (subprime), contratos de hipotecas com taxas de juros iniciais muito baixas, para atrair pessoas a tomarem esses empréstimos e conseguiram - porém, com o tempo, os juros passaram a ser reajustados ao mesmo tempo em que a economia norte americana não demonstrava vigor parecido. O calote foi inevitável sendo necessário reavaliar os riscos de inadimplência, o que diminuiu a oferta de crédito no país. A desconfiança de calote atingiu investidores e instituições que detinham títulos parecidos aos das hipotecas e também aos dos possíveis compradores desses títulos. No momento em que investidores ou instituições detentoras desses títulos tentaram repassá-los, não encontraram compradores suficientes ao número de dívidas. Os preços dos títulos sofreram forte queda, atingindo o patrimônio de diversas empresas e levando à falência bancos e instituições financeiras que possuíam esses títulos. A maioria dos bancos e instituições financeiras dos Estrados Unidos possuía esse tipo de investimento. A desconfiança passou a atingir a sociedade ao ver essas instituições sendo vendidas, sofrendo intervenções, ou até mesmo entrando em falência. Uma crise financeira materializa-se quando se instala uma necessidade generalizada de realizar posições mediante venda de ativos, inclusive levando a uma deflação dos preços de ativos financeiros usados como reserva de liquidez. Estabelece-se uma crise econômica se efeitos em co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

144 143 cascata são gerados entre crise financeira e queda adicional em investimentos e demanda agregada por bens e serviços (MINSKY, 1991 apud CANUTO, 1997 p. 38). Frente a isso, o crescimento da maior economia do mundo desacelera nesse contexto e essa incerteza ultrapassa as fronteiras dos EUA, chegando primeiramente à Inglaterra e toda a Europa. Uma das variáveis que afetam o comércio internacional é a taxa de câmbio. As transações comerciais entre economias são intermediadas pela conversão (câmbio) entre suas moedas, onde se obtém a taxa de câmbio. O Real manteve-se valorizado até meados de 2008 graças à balança comercial superavitária e à entrada de capital estrangeiro, o que permitiu ao Brasil gerar superávits nas contas-correntes de seu balanço de pagamentos. A partir do segundo semestre do ano de 2008, quando a crise começou a se espalhar no Brasil assim como em outros países emergentes, observa-se a desvalorização cambial que no final daquele ano atingiu uma variação acumulada de 49%. A queda nos preços das commodities e a aversão ao risco junto com a desaceleração da economia mundial contribuíram com a desvalorização cambial nos países emergentes. Com a desaceleração da economia mundial, o nível de exportações passa a sofrer forte queda, o que afeta negativamente a balança comercial e, em modo sistêmico, a economia em geral. Isso ocorre também com as importações, o que demonstra impactos da crise nos parceiros comerciais do Brasil. Demonstra-se então que, no período da crise, o efeito renda foi superior ao efeito câmbio, ou seja, mesmo com a desvalorização do câmbio não houve aumento das exportações. Segundo Almeida (2010), o ano de 2009 mostrou que o Brasil, através de medidas anticíclicas, conseguiu minimizar a maior crise desde 1929, apresentando uma queda de 0,2% no PIB. Para tal, o governo utilizou de mecanismos para aumentar a liquidez na economia brasileira. A atuação dos bancos públicos teve papel de grande magnitude para atenuar os impactos da crise financeira global no Brasil, em especial nos últimos meses de 2008 e ao longo de 2009 (CARVALHO; OLIVEIRA; TEPASSÊ, 2010). Os bancos públicos federais com caráter comercial direcionaram recursos volumosos para sustentar a liquidez do mercado interbancário e ampliar o crédito ao público. A estratégia política adotada pelo governo brasileiro fez com que a demanda interna mantivesse estável co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

145 144 durante esse período através de incentivos fiscais, o que impulsionou a indústria doméstica e também a manutenção das importações a atender essa demanda. Desse modo, os impactos da crise financeira internacional foram atenuados no sistema macroeconômico brasileiro. Porém, essa atenuação, ou mesmo a própria crise, não foi uniforme em todo o Brasil, alguns setores se tornam mais vulneráveis que outros no contexto de crise global, assim como comércio de diferentes municípios se defrontam com maiores dificuldades, ou não, perante a crise. 4 A BALANÇA COMERCIAL DO MUNICÍPIO DE SOROCABA NO PERÍODO NA CRISE FINANCEIRA DE 2008 A crise financeira internacional teve início no ano de 2008, porém, seus efeitos só foram sentidos na economia brasileira a partir do ano de No entanto, tal fenômeno levou à queda na taxa de crescimento do PIB de Sorocaba já em 2008, quando passou de 17,24% de crescimento em 2007, para 9,51% em 2008 e, 8,41% em Segundo a teoria econômica, quando renda interna (PIB) diminui, o nível de importações do município tende a reduzir; isso pode ser observado nos dados do município, que apresentou uma queda de 40% do seu valor de importações no ano de 2009 em relação ao ano anterior 3. A taxa de crescimento do PIB sorocabano acompanhou a flutuação da taxa de crescimento do PIB do Estado de São Paulo e do Brasil, como podemos observar nos gráficos 1 e 2. O PIB do Estado de São Paulo apresentava no ano de 2008 uma taxa de crescimento acima do PIB nacional (13,94%, enquanto o nacional crescia à 11,1%), porém, sua queda foi mais expressiva, chegando à taxa de 6,83%, no ano de 2009, enquanto o PIB nacional apresentou uma taxa de 6,83. A recuperação da taxa de crescimento se deu no ano seguinte, com o crescimento do PIB nacional acima do estadual. 3 Observar gráfico 1 (p.10) e gráfico 5 (p. 13). co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

146 145 Gráfico 1. Taxa de crescimento do PIB sorocabano entre 2006 e 2011 (%) valores nominais Taxa de crescimento do PIB (%); 2006; 9,93 Taxa de crescimento do PIB (%); 2007; 17,24 Taxa de crescimento do PIB (%); 2008; 9,51 Taxa de crescimento do PIB (%); 2009; 8,41 Taxa de crescimento do PIB (%); 2010; 14,01 Taxa de crescimento do PIB (%); 2011; 11, Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE Cidades (2014). Produto Interno Bruto dos Municípios ( ) Gráfico 2. Taxa de crescimento do PIB do Estado de São Paulo e do Brasil entre 2006 e 2011 (%) valores nominais 16,38 12,32 13,94 15,05 10,35 10,41 12,47 11,1 6,83 8,11 9,89 8, Taxa de Crescimento do PIB - Brasil Taxa de Crescimento do PIB - SP Fonte: Elaboração própria com dados do IBGE Contas Nacionais e Regionais (2014) Produto Interno Bruto das Grandes Regiões e Unidades da Federação ( ) SP co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

147 146 A literatura aponta a taxa de câmbio como importante variável no comércio exterior. Entretanto, tal variável parece não ter sido determinante para explicar o fluxo comercial do período, dado que ela sofreu uma desvalorização de 1,87%, passando de R$/US$ 1,83 em 2008 para R$/US$ 1,99 em 2009, quando se esperava um estímulo às exportações, fato que não aconteceu. É provável que desvalorização não foi suficiente para se sobrepor à outras variáveis, como a queda da renda dos principais parceiros comerciais. Isso demonstra que, no período da crise, o efeito renda mostrou-se mais forte que o efeito câmbio no comércio do município. Gráfico 3. Taxa de Câmbio (R$/ US$) entre 2006 e 2013 Tx. de câmbio; 2006; 2,17 Tx. de câmbio; 2007; 1,94 Tx. de câmbio; 2008; 1,83 Tx. de câmbio; 2009; 1,99 Tx. de câmbio; 2010; 1,76 Tx. de câmbio; 2011; 1,67 Tx. de câmbio; 2013; 2,15 Tx. de câmbio; 2012; 1, Fonte: Elaboração própria com dados do Banco Central do Brasil (2014) taxas de câmbio, cotações. Em 2009, os dois principais parceiros comerciais do município apresentaram retração em suas economias: nos EUA queda de 2,8%, e na Argentina crescimento de apenas 0,9% ante um crescimento de 6,8% em 2008, como mostra o gráfico 4. No mesmo ano, as exportações para o mercado americano caíram 37% e para o Argentino 41%, contribuindo para queda das exportações sorocabanas, já que apenas esses dois países representam cerca de 40% das exportações. Há uma correlação positiva entre a renda externa e as exportações. O aprofundamento da crise na economia dos principais parceiros comerciais de Sorocaba (EUA e Argentina) diminuiu a demanda externa por produtos sorocabanos, levando à queda das suas exportações. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

148 147 Gráfico 4. Taxa de Crescimento do PIB real dos EUA e Argentina entre 2006 e 2011 Fonte: Elaboração própria com base nos dados do U.S. Departmente os Commerce (2014) e CIA World Factbook (2014) - GDP real growth rate (%). A balança comercial de Sorocaba apresenta série histórica deficitária. No ano de 2008, observa-se um aumento do comércio exterior com aumento das exportações (US$ 1,8 bilhões) e das importações (US$ 2,3 bilhões), aumentando, assim, o déficit na balança comercial do município, como podemos observar no Gráfico 5. Gráfico 5. Balança Comercial do Município de Sorocaba entre 2006 e 2013 (US$ Bilhões FOB) ,13-0,07-0,15-0,52-0,83-1,23-1,49-1, SALDO EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO Fonte: Elaboração própria dados da SECEX/ MDIC (2014). Balança Comercial Brasileira por Municípios: Sorocaba. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

149 148 No ano de 2009, houve queda significativa do comércio exterior. Com a crise, as exportações apresentaram diminuição de 31% do seu valor exportado, passando a se recuperar lentamente nos anos seguintes, embora o valor exportado em 2012 (US$ 1,7 bilhões) tenha sido menor que 2008 (US$ 1,8 bilhões). As importações apresentaram queda de cerca de 40%, e diante desse cenário, houve melhora do saldo comercial, embora ainda continuasse negativo, isso acontece porque o ritmo de queda das importações foi maior que as exportações. A participação relativa do município de Sorocaba na balança comercial do Estado de São Paulo também apresentou queda, conforme apresenta o Gráfico 6. Gráfico 6. Participação relativa de Sorocaba nas exportações e importações do estado de São Paulo entre 2006 e 2013 Fonte: Elaboração própria com base nos dados SECEX/ MDIC (2014). Balança Comercial Brasileira por Municípios: Sorocaba; Balança Comercial Brasileira, Unidades da Federação: São Paulo. Em 2008, as exportações sorocabanas representavam 3,1% das exportações paulistas, mas em 2009 passou a representar apenas 2,9%. Como as exportações paulistas também caíram no período (-26%), é provável que a crise deve ter afetado mais as exportações de Sorocaba do que boa parte dos municípios paulista. As importações representaram maior queda relativa, passando de 3,5% em 2008 para 2,7% no ano seguinte. Desse modo, no ano de 2009, Sorocaba apresentou uma maior co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

150 149 participação nas exportações, modificando uma série histórica de maior na participação das importações do estado de São Paulo. 5 EFEITOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES SOROCABANAS O setor mais afetado com a crise foi o de bens de capital, que apresentou queda de 34% em seu valor exportado. Eles, que representavam cerca de 73% do total exportado pelo município no ano de 2008, passaram a representar 69% no ano de 2009, seguindo a tendência de queda na participação total das exportações até o ano de 2011, conforme podemos observar essas informações no Gráfico 7. Gráfico 7. Participação relativa das classes de produtos na pauta exportadora sorocabana, entre 2006 e 2013 Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SECEX/ MDIC (2014). Exportação brasileira: Sorocaba (SP) Principais produtos exportados. Os bens intermediários também diminuíram seu valor exportado com queda de 21%. No entanto, a participação relativa dos bens intermediários no total exportado pelo município aumentou (representavam 28% da pauta exportadora no ano de 2009), devido à queda da participação dos bens de capital. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

151 Milhões 150 O setor de combustíveis e lubrificantes apresentou queda de 7% do valor exportado, porém, a representação desse setor no total das exportações é muito pequeno (0,01%), sendo que seu impacto na queda das exportações pode ser considerado irrisório. Apenas os bens de consumo aumentaram seu valor total exportado no ano de 2009 (aumento de 3%), puxados pelo aumento de 57% no valor de bens de consumo duráveis exportados em Porém, a participação dos bens de consumo no valor total exportado pelo município é muito pequena, cerca de 2%. Nos últimos anos, os Estados Unidos vêm sendo o principal destino das exportações sorocabanas, seguido da Argentina, conforme apresenta o Gráfico 8. Gráfico 8. Principais países de destino das exportações sorocabanas entre 2006 e 2012 (US$ FOB) Alemanha Argentina Chile Estados Unidos Fonte: Elaboração própria nos dados da SECEX/ MDIC (2014). Exportação brasileira: Sorocaba (SP) Principais países e blocos econômicos de destino. Juntos, os dois representam cerca de 40% da pauta exportadora sorocabana. Embora os EUA se mantivessem em primeiro lugar nas exportações sorocabanas, os anos de 2008 e 2009 apresentaram queda expressiva no valor total das exportações (37%) no ano de Nesse cenário, a crise fez com que, a partir de 2010, o principal destino das exportações de Sorocaba fosse alterado, tornando a Argentina o primeiro lugar para as co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

152 151 exportações, seguida dos EUA até o ano de 2012, apesar da queda do valor total das exportações para a Argentina, cerca de 41% entre 2008 e A Alemanha, terceiro principal destino das exportações sorocabanas, manteve sua participação de cerca de 10% da pauta exportadora no período da crise, apesar da queda de 29% do valor total exportado em As exportações para o MERCOSUL apresentaram queda de 39% no ano de 2009, que foi seguida por forte recuperação no ano de 2010 e puxada pelo aumento de 62% no valor total exportado por Sorocaba para a Argentina. As exportações para a União Europeia sofreram uma variação de -24% no ano de 2009, recuperando-se no ano de A Ásia (exclusive Oriente Médio) foi o único continente no qual as exportações sorocabanas aumentaram (13%) no período da crise, porém, sua participação relativa na pauta exportadora é pequena (cerca de 5%). 6 EFEITOS SOBRE AS IMPORTAÇÕES SOROCABANAS As importações de bens de capital apresentaram queda de 44% do valor importado. Elas representavam cerca de 63% do valor importado pelo município em 2008, passando a representar 59% no ano seguinte, conforme as informações apresentadas no Gráfico 9. Gráfico 9. Participação relativa das categorias de uso na pauta importadora de Sorocaba, entre 2006 e 2013 Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SECEX/ MDIC (2014). Importação brasileira: Sorocaba (SP) Principais produtos importados. co$, Sorocaba, SP, v. 5, p , 2015

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