1 - JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO
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- Vítor Silva Avelar
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1 1 - JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO A Educação Artística é, no entender do Ministério da Educação, indispensável ao desenvolvimento da expressão pessoal, social e cultural do aluno (Ministério da Educação (2001). Currículo Nacional do Ensino Básico Competências Essenciais, Lisboa, DEB ME). Sendo a vivência artística um importante factor de influência da aprendizagem, da comunicação e da interpretação do quotidiano, torna-se fundamental a sua integração no leque de ofertas de modo a satisfazer as distintas vocações dos alunos. As potencialidades do teatro e da expressão dramática são há muito reconhecidas pela comunidade escolar e os projectos desenvolvidos nesta área são inúmeros e diversos. Como actividade extra-curricular (em formato de clube), como disciplina curricular de opção, ou mesmo como actividade pontual proposta no âmbito das disciplinas de frequência obrigatória, o teatro tem uma presença constante na prática pedagógica das nossas escolas. Pretende-se através do teatro na escola possibilitar aos alunos colmatarem uma lacuna existente na sua formação, respeitante aos aspectos da expressão corporal e da expressão dramática, quase inexistentes nos programas até agora vigentes. A educação artística é essencial para o crescimento intelectual, social, físico e emocional das crianças e jovens. Sendo a actividade dramática fortemente globalizadora e sistémica, contemplando as dimensões: cognitiva, comunicativa, plástica, sonora, da memória, da palavra e do movimento em acção; torna-se uma área privilegiada na educação integral do ser humano.
2 As práticas dramáticas desenvolvem competências criativas, estéticas, físicas, técnicas, relacionais, culturais e cognitivas, não só ao nível dos seus saberes específicos, mas também ao nível da mobilização e sistematização de saberes oriundos de outras áreas do conhecimento. A actividade dramática é uma prática de grupo que se desenvolve a partir dos conhecimentos, experiências e vivências individuais que os alunos detêm e que pode propiciar a aquisição e compreensão de novas aprendizagens através da exploração de conteúdos dramáticos. Isto conferelhe um estatuto privilegiado de elo de ligação entre a escola, a família e o meio, condição essencial para que a aprendizagem ganhe novos sentidos e se reflicta no prazer de aprender. Nesta ligação ao exterior, as actividades dramáticas podem ainda funcionar como promotoras de uma presença mais activa da família na vida escolar, através de uma participação efectiva na produção de projectos, ou apenas estando, vendo e acompanhando as actividades desenvolvidas. Esta participação encoraja uma atitude mais positiva face ao teatro, à escola e à vida familiar. As actividades dramáticas proporcionam oportunidades para alargar a experiência de vida dos alunos e enriquecer as suas capacidades de decisão e escolha. Regendo-se por metodologias essencialmente cooperativas, que promovem a colaboração e a interdependência no seio do grupo, são susceptíveis de gerar a reflexão sobre valores e atitudes. Proporcionam ainda formas e meios expressivos para explorar conteúdos e temas de aprendizagem que podem estar articulados com outras disciplinas do currículo escolar. Através de situações semelhantes à vida real, as práticas dramáticas fornecem processos catalisadores que podem motivar os alunos para o prosseguimento de investigação e aprendizagens na sala de aula e fora dela. Aliada à expressão dramática está a expressão corporal. Antes de se exprimir por palavras, o indivíduo deverá ser capaz de utilizar a linguagem universal, a linguagem do corpo, a linguagem do movimento. Mas o movimento não surge do vazio. Ele é consequência de um tecido complicado de vivências, de muitas histórias que há que continuar a contar e a transformar, dando expressão ao comportamento cultural através de um meio de comunicação não verbal. O movimento humano está fortemente impregnado de significados e emoções, mostra-nos os valores, as atitudes, as crenças de uma cultura através da produção física de acções, gestos e posturas. No domínio artístico será fácil de confirmar que o estilo, a estrutura, o conteúdo e a própria interpretação de uma peça coreográfica são, em parte, determinados pela visão de sociedade que se tem. Eis a possibilidade de aprendizagem de uma linguagem, enraizada na realidade sócio-cultural, que se propõe ao aluno um universo rico de comunicabilidade através da materialidade do corpo. Fazer Dança e Teatro na Escola é mais uma ínfima tentativa para que os processos de ensino se enriqueçam e adquiram a devida consistência na formação integral dos jovens. Consideramos, pois, que o Teatro, como a mãe de todas as artes, permite uma formação de carácter humanista, sustentada na qualidade, que promove a aquisição de conhecimentos, conciliando todas as disciplinas, que valoriza as relações interpessoais, os afectos, o prazer e o envolvimento nas várias dimensões do saber.
3 2 - METAS Este projecto visa: - Criar situações favoráveis à aprendizagem e ao desenvolvimento integral do aluno através de actividades integradoras de diferentes saberes. - Evidenciar aprendizagens significativas do conhecimento de si, do outro e do mundo, através dos processos dramáticos. - Ir de encontro aos interesses, necessidades e motivações da população escolar. - Desenvolver nos alunos atitude de auto-estima, autonomia, respeito mútuo, regras de convivência e capacidade de questionar e imaginar. - Estimular a civilidade no relacionamento interpessoal numa perspectiva multicultural; - Desenvolver uma prática reflexiva tendente a romper com estereótipos culturais, preconceitos raciais e outros. - Desenvolver e consolidar capacidades nos domínios da expressão e comunicação vocal e corporal. 3 - OBJECTIVOS Os objectivos deste clube são os seguintes: - Questionar a realidade a partir de improvisações, tendo como suporte as vivências pessoais, a observação e interpretação do mundo e os conhecimentos do grupo. - Descobrir os grandes autores de teatro, ler teatro, pensar o teatro, sentir o teatro, levantar questões e equacionar respostas. - Preparar pequenos espectáculos para apresentar na escola, reflectir sobre os problemas dos jovens, do mundo, da escola e do teatro. - Utilizar a linguagem corporal e vocal para expressar sentimentos e ideias. - Utilizar saberes tecnológicos ligados à luz, som, imagem e formas plásticas como produtores de sinais enriquecedores da linguagem teatral. - Explorar a dimensão da palavra enquanto elemento fundamental da teatralidade na sua vertente escrita, lida, dita, falada e cantada. - Enriquecer o uso da palavra pelo desenvolvimento dos aspectos ligados à dicção, sonoridade, ritmo, intenção e interpretação. - Estimular a reflexão individual e colectiva, escrita e oral, como forma de desenvolvimento de um discurso próprio.
4 - Valorizar a compreensão de línguas estrangeiras como um veículo de acesso à informação, nomeadamente nos suportes informáticos e novas tecnologias multi-média, à comunicação entre pessoas de culturas e origens diferentes e, mesmo, como elemento enriquecedor da representação e do jogo dramático. - Estimular a autonomia de pesquisa geradora de formas e exercícios teatrais. - Adequar as metodologias e as técnicas à dinâmica do grupo de trabalho. - Estimular a reflexão colectiva sobre o trabalho em curso. - Estimular a diversificação das fontes de pesquisa. - Estimular a adaptação a diferentes grupos de trabalho. - Incentivar a pesquisa e a selecção do material adequado para a construção de personagens, cenas e projectos teatrais. - Ser capaz de tomar decisões rápidas e adequadas ao contexto artístico em causa, em situação performativa. - Analisar as situações dramáticas em jogo e ser capaz de antecipar os efeitos do seu desenvolvimento, com vista a uma resolução criativa do problema. - Desenvolver a espontaneidade e a criatividade dramática individual. - Incentivar a responsabilização individual no seio do grupo, e do grupo no grupo alargado. - Dividir um projecto de trabalho em tarefas a desenvolver por pequenos grupos (cenários, figurinos, produção, som, luz e interpretação). - Trabalhar a dinâmica de grupo a partir da acção simultânea, em grupo alargado, em pequeno grupo e a pares. - Desenvolver a expressão, postura, flexibilidade e mobilidade corporal. - Desenvolver a consciencialização e o domínio respiratório e vocal. - Promover o respeito pelas regras estabelecidas e adequadas a cada actividade. - Estimular o respeito pela diversidade cultural. 4 - DESTINATÁRIOS / FUNCIONAMENTO E FREQUÊNCIA - Alunos do terceiro ciclo e do ensino secundário. -Os grupos poderão ter alunos de diferentes anos lectivos, pois funcionará nas horas apontadas para cada docente.
5 -Deverão ser atribuídos 3 tempos de quarenta e cinco minutos (sendo dois tempos leccionados em 90 minutos) a distribuir por dias diferentes para possibilitar a frequência do maior número de alunos. -Deverá funcionar em par pedagógico. -Os alunos estão sujeitos a registo de presença e serão excluídos quando ultrapassarem a terceira falta injustificada. -Caberá, também, aos professores dinamizadores ou à Direcção da Escola a exclusão momentânea ou definitiva de algum dos alunos resultantes de sanções de ordem disciplinar. -A frequência deste clube é facultativa e direccionada a alunos do terceiro ciclo e ensino secundário, compatível com o horário escolar dos alunos, sujeita a inscrição e autorização prévia do Encarregado de Educação. 5 - ACTIVIDADES A DESENVOLVER ACTIVIDADES ESTRATÉGIAS RECURSOS CALENDARIZAÇÃO Jogos de apresentação Apresentação de propostas Alunos Definição de regras de funcionamento Exercícios práticos no palco Criação e memorização de texto Realizar objectos cenográficos e adereços simples Experimentar técnicas simples de maquilhagem Executar figurinos simples apoiados na pesquisa e na reflexão em grupo. Preparar e apresentar espectáculos na escola. Debate de ideias com convidados Avaliação das preferências dos alunos Estudo de técnicas de: A. Aquecimento B. Voz C. Corpo /Expressão corporal/ dança D. Imagem Visual E. Leitura expressiva F. Memorização G. Noção de espaço Professoras responsáveis Internet, livros, Computador e material de projecção Televisão, vídeo, leitor de CDs Material diverso para os cenários Ao longo do ano lectivo 1º período Elaboração, ensaios e apresentação de pequenas peças de teatro e dança no âmbito de datas comemorativas e simbólicas Natal Páscoa Encerramento do ano lectivo Entre outras etc
6 6 - RECURSOS -HUMANOS: alunos e professores; - O projecto será dinamizado pelas docentes Margarida Marques (Inglês); Olga Correia, Maria Henriques (Português)e Helena Costa (Ed. Física /dança), nos seus tempos de estabelecimento e despacho, entre outros a determinar pelo CAP; de salientar que a professora Aida Santos já se disponibilizou para integrar o clube na vertente correspondente aos cenários. - A responsabilidade e coordenação das actividades será da responsabilidade das professoras Margarida Marques e Olga Correia. -MATERIAIS: sala de aula ou espaço a indicar pelo Órgão de Gestão da escola (de preferência o anfiteatro); armário para guardar o material do clube, entre outros. 7 - AVALIAÇÃO A avaliação da participação, empenho, atitudes e comportamentos dos alunos intervenientes será realizada por eles próprios (auto-avaliação), pelos colegas e pela professora responsável (hetero-avaliação) em sessões a determinar para o efeito. A avaliação do trabalho realizado será efectuada ao longo do ano lectivo, nomeadamente no final de cada período, com os alunos participantes. Este projecto será avaliado trimestralmente, pelos seus intervenientes, de forma descritiva e qualitativa e objecto de um relatório final a ser entregue na CAP. 8 - CONCLUSÃO Coma a criação deste clube de expressão dramática numa perspectiva artística multidisciplinar reconhece-se assim a relevância que o teatro pode assumir na formação dos nossos jovens e no desenvolvimento dum conjunto alargado de competências que contribuem para o seu sucesso escolar e preparam o seu futuro sucesso profissional. Nesta perspectiva, a frequência deste clube permitirá: a aquisição de competências comunicativas (compreensão e interpretação de enunciados orais e escritos, expressão oral e corporal); de competências sócio-afectivas (sociabilidade, espírito de grupo e de cooperação, responsabilidade, auto-estima, iniciativa, espírito crítico, sentido estético, criatividade); e de Competências relacionadas com a recolha e tratamento de informação (desenvolvimento de técnicas de memorização; utilização de técnicas de pesquisa, registo e organização da informação no âmbito dos projectos teatrais a desenvolver). Será ainda de realçar o facto de o desenvolvimento destas competências se realizar num contexto lúdico, inerente à especificidade da actividade teatral, o que facilita a adesão e a motivação dos jovens e lhes proporciona uma forma de ocupação dos tempos livres saudável e social e culturalmente relevante. Cadaval, 15 de Julho de 2011 As professoras responsáveis: Margarida Marques Olga Correia
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