ESTADO DO CEARÁ TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO

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1 PROCESSO N 2005.CCV.TCE.974/11 ENTIDADE: PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL RESPONSÁVEL: PREFEITO EDUARDO FLORENTINO RIBEIRO E OUTROS. NATUREZA: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL OBJETO: DENUNCIA DE IRREGULARIDADES ADMINISTRATIVAS E/OU CONTÁBEIS RELATOR: CONSELHEIRO PEDRO ÂNGELO SALES FIGUEIREDO EXERCÍCIO: INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR N /2011. Súmula: A mesma de nossas informações n s /10 e / (fls. 02 a 07 e 285 a 287) nos autos, respectivamente. Através dos Ofícios n 1.441/2011/SEC, fl. 300 e Certificado de Intimação, fl. 323, 1.437/2011/SEC, fl. 301, 1.443/2011/SEC, fl. 302, 1.439/2011/SEC, fl. 303 e 9.455/2011/SEC, fl.329 os Srs. César Rogério Lima Cavalcante ex - Secretario de Administração e Finanças e Ordenador da Secretaria de Infraestrutura, Eduardo Florentino Ribeiro ex - Prefeito, Haroldo Vale de Brito ex - Secretário de Saúde e Sharliane Monteiro da Rocha ex - Secretaria de Ação Social, respectivamente, foram intimados em razão das irregularidades apontadas nas informações n /10 e /2010, fls. 02/07 e 285/287, respectivamente, relativas ao exercício de 2005, para apresentar as justificativas e os documentos que entendessem necessários no sentido de sanear as irregularidades apontadas. Esta Inspetoria, chamada a se pronunciar nesta fase processual, cumpre ainda informar o que se segue: SUPERFATURADOS I DA AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS Preliminarmente foi apontado que a Secretaria Municipal de Assistência Social adquiriu gêneros alimentícios (margarina e óleo de soja) para o projeto Família Amiga da Criança, com valores superiores aqueles adquiridos, para os mesmos gêneros, pelas Secretarias de Desenvolvimento Urbano e Infra Estrutura e Educação. (fls. 03/05) Sra. Sharliane Monteiro da Rocha Ex-Secretária do Trabalho e Ação Social: Discorda a Justificante da afirmativa contida na fase inicial esclarecendo que a compra de margarina através do processo licitatório 1/6

2 n 013/2005, foi efetuada... por Quilograma (Kg), ao custo de R$ 6,00, o que sai 250g ao preço de R$ 1,50, ou seja, bem abaixo do preço de mercado, e não a R$ 6,00 como tenta demonstrar a denunciante. Da mesma forma alude não proceder à acusação de superfaturamento para a aquisição de óleo de soja, já que o produto foi adquirido através do mesmo processo licitatório... por lata de 900ml, cada ao custo de R$ 2,50, sendo este o preço médio praticado no mercado à época. Analisando os argumentos apresentados pela Justificante bem como a documentação por ela remetida, esta Inspetoria informa o que segue: Processo Licitatório Gênero 01/2005 Fls. 14/53 06/2005 Fls. 54/82 09/2005 Fls. 83/128 13/2005 Fls. 338/396 Óleo de Soja Und 2,85 2,30 2,60 2,50 Margarina Kg - 4,00-6,00 Conforme se observa, o valor unitário da lata de óleo de soja de 900 ml oscilou durante todo o exercício financeiro de 2005, sendo o menor preço em março, R$ 2,30 (dois reais e trinta centavos) e o maior em janeiro, R$ 2,85 (dois reais e oitenta e cinco centavos). No que diz respeito ao preço do kg da margarina vêse configurada a existência de divergência significativa entre o menor e o maior preço. Contudo são poucos os elementos constantes nos autos que permitem ratificar a existência de superfaturamento na compra deste item. Primeiro deve ser levado em conta o lapso temporal ocorrido entre a data de processamento dos pleitos. Segundo, de acordo com as pesquisas de mercado acostadas nos processos licitatórios relacionados no quadro acima, tanto o óleo de soja quanto a margarina foram adquiridos pelo menor preço, pelo menos no instante do julgamento das propostas. Não há elementos suficientes que permitam afirmar que os preços praticados no mercado neste instante estavam abaixo daqueles pelos quais os produtos foram adquiridos. Compará-los entre si como forma de asseverar a ocorrência do ilícito pode levar ao julgamento incorreto dos fatos. Sr. Eduardo Florentino Ribeiro Ex-Prefeito Municipal Não houve manifestação do Sr. Eduardo Florentino Ribeiro para a irregularidade acima apontada. 2/6

3 II DA SUSPEITA DE IRREGULARIDADE NA AQUISIÇÃO DE APARELHOS AUDITIVOS No relatório inicial foi apontado que durante o exercício de 2005 foram gastos o montante de R$ ,00 (trezentos e oitenta e um mil, quinhentos e setenta reais) com a aquisição de aparelhos auditivos. Estes aparelhos tinham especificações diferenciadas, o que ensejou em preços mínimos, R$ 1.034,00 (um mil e trinta e quatro reais) e máximos, R$ 2.187,00 (dois mil, cento e oitenta e sete reais). Comentou-se, ainda, da impossibilidade em identificar as pessoas beneficiadas com estes aparelhos. (fl.05/06) Trabalho e Ação Social: Sra. Sharliane Monteiro da Rocha Ex-Secretária do A ex-secretária alega... desconhecimento pela denunciante sobre a questão..., e informa que os aparelhos foram adquiridos pelo Fundo Municipal de Saúde, com recursos do Fundo Nacional de Saúde, via Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade APAC, através da Policlínica Municipal, cabendo a Secretaria de Ação Social apenas o controle e formalização das doações destes aparelhos, e que por isso caberia a titular da pasta da saúde, e não a ela, qualquer manifestação acerca destas aquisições. (fl.336) Analisando os argumentos ofertados pela Defendente bem como os documentos acostados às fls. 412/438, conclui-se que a mesma não possui qualquer ingerência sobre os recursos provenientes do Plano Municipal de Prevenção, Tratamento e Reabilitação Auditiva, documento assinado pelo Sr. Haroldo Vale de Brito Secretário de Saúde, a quem competia administrar os recursos disponibilizados para esse fim. Contudo nada apresentou no que diz respeito aos controles utilizados na distribuição desses aparelhos que estava, conforme confirmado pela Sra. Sharliane Monteiro da Rocha, a cargo da Secretaria de Trabalho e Assistência Social. Sr. Haroldo Vale de Brito Ex-Secretário de Saúde De início o Justificante fala do Programa de Atenção a Saúde Auditiva discorrendo sobre sua instituição, sobre o período de habilitação e recebimento dos recursos, e sobre a aplicação do Plano Municipal 3/6

4 de Prevenção (Atenção Básica), tratamento e reabilitação auditiva (Atenção Secundária). Quanto às aquisições informa que... eram feitas diretamente às empresas representantes de cada tipo de aparelho, devidamente cadastradas no Ministério da Saúde, e por meio de Processo de Inexigibilidade, já que eram exclusivas, de cada fabricante, conforme cópia do processo de despesa em anexo. No que diz respeito aos valores de aquisição diz que... variavam de acordo, com a especificação, pois, cada aparelho se adéqua a uma deficiência específica, e cujo preço, também sofria certo controle do Ministério da Saúde, entre valores mínimos e máximos para pagamento as APACS. Por fim informa que os pacientes... tinham prontuário de acompanhamento, pois os pacientes e os aparelhos em uso estavam sujeitos a acompanhamento e calibragem, respectivamente, conforme cópias de prontuários, em anexo, havendo ainda um controle das APACS e seus beneficiários (ver relatório em anexo) (fls. 408/409) As fls. 412/483 foram acostados os seguintes documentos, sobre os quais serão tecidos os respectivos comentários no momento oportuno: 1.Portaria n 2.073/GM, Instituindo a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva fls. 412/413; 2. Portaria n 587, Determinando que sejam adotadas as providências necessárias à organização e implantação das Redes Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva 414/433; 3.Plano Municipal de Prevenção, Tratamento e Reabilitação Auditiva; 4.Relatório das APACS de Cascavel, exercícios de 2004 a 207 fls. 440/464; 5.Documentos comprovando atendimento ao paciente Cosma do Nascimento Giló fls. 465/474; 6.Documentos comprovando atendimento ao paciente Antonio Israel Marques da Silva; e (fls. 475/483) 7.Documentos relativos a aquisição de parelhos auditivos. (fls. 484/589) Sobre o assunto esta Inspetoria se manifesta no sentido de comentar as possíveis irregularidades apontadas preliminarmente, quais sejam: 4/6

5 Durante o exercício de 2005 foram gastos o montante de R$ ,00 (trezentos e oitenta e um mil, quinhentos e setenta reais) com a aquisição de aparelhos auditivos.... eram feitas diretamente às empresas representantes de cada tipo de aparelho, devidamente cadastradas no Ministério da Saúde, e por meio de Processo de Inexigibilidade, já que eram exclusivas, de cada fabricante, conforme cópia do processo de despesa em anexo. Mormente o fato acima afirmado, não foi (ram) acostado (s) nos autos o (s) processo (s) de Inexigibilidade pertinente (s) a aquisição de aparelhos auditivos, impossibilitando uma análise da regularidade destas despesas a luz da lei n 8.666/93; Sabe-se, conforme documentos de despesa acostados nos autos, que estas aquisições foram efetivadas junto aos credores SONITECNICA COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA e CENTRO AUDITIVO MICROSOM LTDA, divididos da seguinte forma: SONITEC: R$ ,00 MICROSOM: R$ ,00 TOTAL: R$ ,00 Aparelhos com especificações diferenciadas, o que ensejou em preços mínimos, R$ 1.034,00 (um mil e trinta e quatro reais) e máximos, R$ 2.187,00 (dois mil, cento e oitenta e sete reais).... variavam de acordo, com a especificação, pois, cada aparelho se adéqua a uma deficiência específica, e cujo preço, também sofria certo controle do Ministério da Saúde, entre valores mínimos e máximos para pagamento as APACS. A documentação mencionada ratifica a existência de produtos diferenciados em razão da diversidade de patologias existentes o que, por sua vez, justifica a existência de preços diferenciados. Impossibilidade em identificar as pessoas beneficiadas com estes aparelhos.... tinham prontuário de acompanhamento, pois os pacientes e os aparelhos em uso estavam sujeitos a acompanhamento e calibragem, respectivamente, conforme cópias de prontuários, em anexo, havendo ainda um controle das APACS e seus beneficiários (ver relatório em anexo) 5/6

6 Às fls. 440/464 consta Relatório das APACS contendo nome e endereço de diversas pessoas, bem como o município onde residem. Às fls. 465/474 e 475/483 constam APACS, laudo médico, controle de freqüência individual, comprovante de endereço e identificação pessoal comprovando, por amostragem, a existência de controle e identificação das pessoas beneficiadas com os aparelhos auditivos. Municipal Sr. Eduardo Florentino Ribeiro Ex-Prefeito Não houve manifestação do Sr. Eduardo Florentino Ribeiro para a irregularidade acima apontada. III DA CONTRATAÇÃO DA EMPRESA NEWSERV SERVIÇOS E TERCEIRIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE COLETA DE LIXO IV DESVIO DE RECURSOS DO FUNDEF V PAGAMENTO ADIANTADO DE OBRA PÚBLICA VI DESPESAS COM ESTRUTURAÇÃO DA FEIRA LIVRE, NO VALOR DE R$ ,00 Às fls. 285/287 foram apontadas irregularidades nas despesas acima relacionadas. Contudo, em nenhum momento houve manifestação dos responsáveis (Prefeito e Ordenador da Secretaria de Infraestrutura) no sentido de esclarecê-las, ou mesmo justificá-las. É A INFORMAÇÃO. 2ª INSPETORIA DA DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DIRFI, DO DO ESTADO DO CEARÁ, EM FORTALEZA, 29 DE NOVEMBRO DE MARCUS VINICIUS RODRIGUES DE QUEIROZ INSPETOR VISTO:. 6/6