O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A VISÃO DOS PROFESSORES
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1 ISBN O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A VISÃO DOS PROFESSORES Vanessa Aparecida Palermo UNESP/Marília va_palermo@hotmail.com Eixo 1: Didática e formação de professores na Educação Básica Resumo O presente trabalho tem como objetivo mostrar algumas questões que tem com a finalidade de expor as opiniões e até dificuldades que os professores de Educação Física estão tendo com os alunos de Atendimento Educacional Especializado, bem como as suas práticas pedagógicas. Foram distribuídos questionários sobre a temática para quatro professores da educação básica da cidade de Ourinhos, entre eles um da Educação Infantil, dois do Ensino Fundamental I e um do Ensino Médio. Como resultado obteve-se que os professores atribuem a pouca formação as suas dificuldades com Educação Inclusiva no espaço da sala regular. Palavras-chave: Educação Inclusiva, Educação Física, Visão dos Professores. Introdução A Educação Especial é hoje um dos anseios de uma sociedade que, mesmo com o passar do tempo, convive com o dilema entre a discriminação das pessoas com deficiência e o processo de sua inclusão. Atualmente, a educação inclusiva brasileira procura assegurar a população uma maior dignidade, respeito e integração. Sendo que seu maior desafio hoje é de mudar o pensamento preconceituoso instalado no cotidiano das pessoas, estimulando, assim, que, pela ação de profissionais da educação, venha existir uma mudança neste quadro e que o processo de Inclusão possa ocorrer de forma efetiva no espaço escolar em todos componentes curriculares, como, por exemplo, nas aulas de Educação Física. 251
2 Com isso, este trabalho tem como objetivo mostrar algumas questões que tem com a finalidade de expor as opiniões e até dificuldades que os professores de Educação Física estão tendo com os alunos de Atendimento Educacional Especializado, bem como as suas práticas pedagógicas. Trata-se de um estudo tipo transversal quantitativo no qual foi aplicado um questionário que foi formulado especificamente para saber qual o grau de conhecimento dos professores de Educação Física da educação básica da cidade de Ourinhos sobre inclusão e poder identificar quais deles tem se mostrado a melhorar seu conhecimento sobre o assunto, assim podendo melhorar o atendimento dos seus alunos de AEE. O público-alvo para o desenvolvimento da pesquisa foram quatro professores de Educação Física da educação básica da cidade de Ourinhos, entre eles um da Educação Infantil, dois do Ensino Fundamental I e um do Ensino Médio. O instrumento utilizado foi à aplicação de um questionário com 10 questões das quais algumas eram objetivas e outras dissertativas elaboradas pelos pesquisadores. As respostas buscavam emergir o grau de conhecimento docente sobre o tema inclusão e identificar suas atitudes nas aulas de educação física com os alunos com necessidades especiais. Num primeiro momento foi procurada a direção das escolas onde os professores lecionavam, em contato com a direção e docentes foi explicado à finalidade e metodologia do estudo, depois foi pego informações sobre os horários do expediente mais conveniente para poder aplicar o questionário, em alguns casos foi deixado o questionário com o professor e no dia seguinte foi recolhido o mesmo. Com os questionários respondidos, foi feito uma verificação quanto ao propósito levantado sobre a inclusão dos alunos deficientes nas aulas de Educação Física da educação básica. Desenvolvimento Vimos que todos os professores possuem Especialização em Educação Especial, de certo ponto isso é bom, pois teoricamente tem conhecimentos sobre Inclusão assim podendo ajudar no seu dia-a-dia com os alunos que tenham alguma deficiência. 252
3 Pode-se dizer que segundo Garcia (2013) que o conhecimento adquirido por meio de estudos e pesquisas pode ajudar a entender e respeitar as diferenças dos alunos com deficiência dos demais, tendo como o objetivo ter uma maior convivência e sociabilidade entre eles. De acordo com os docentes em suas respostas mostraram que precisam ter além do conhecimento tanto na teoria como na prática, também conhecer as necessidades de cada aluno, conhecer as dependências das escolas, para assim poder fazer com que haja a inclusão dos alunos com deficiência com os demais alunos em suas aulas. Independente das características individuais cabe à escola transmitir os saberes necessários, isto é, as objetivações humanas e a busca de formas adequadas para este intento (SAVIANI, 2003). Já segundo Macedo et al. (2014), diz que existe atividade para definir os processos no qual serão trabalhados, ou seja, a intervenção do homem sobre a natureza: à medida que a domina para suprir suas necessidades, esse homem transforma a natureza, a si próprio e aqueles que estão a sua volta. Diante disso os professores de educação física tem que buscar cada vez mais conhecimento sobre o que é inclusão e o que fazer para adaptar suas aulas conforme a necessidade de cada aluno independente se tem ou necessidade especial. Uma aula de educação física adaptada destaca a normalidade da desigualdade, das diferenças e destaca a adaptação de atividades fundamentais no desenvolvimento da criança num todo (GOMES, 2013). Tendo em vista que a prática educativa, além de ser ato pedagógico, acima de tudo também é um ato político, onde é necessário aumentar o conhecimento crítico dos professores de forma que ao compreender que a escola é como uma instituição social, assim estará incluída num ambiente de desrespeito e diferença que precisam ser mudados para que assim consiga haver inclusão dos alunos com necessidades especiais. Conclusão Este artigo mostra que embora ainda tenha problemas no processo de inclusão que os alunos com deficiência vêm enfrentando no ambiente escolar e nas 253
4 aulas, podemos ver que as aulas de Educação Física têm proporcionado o acesso dos alunos com deficiência por meio de atividades adaptadas, conforme a necessidade do aluno. Para que exista a inclusão escolar é preciso que existam algumas transformações na população, as pessoas precisam mudar seu ponto de vista em relação às diferenças, para que assim possam ser vistos como cidadãos. Há, ainda, necessidades de mudanças no sistema de ensino, incentivo para que os educadores possam ter mais especializações e assim melhorar seus conhecimentos, com trocas de conhecimento e informações entre os professores. Para que exista inclusão nas aulas de Educação Física tem que haver a disposição da escola em receber alunos deficientes. É função do professor de Educação Física expandir os aspectos físico e mental dos seus alunos para que durante as aulas ocorra uma mudança no seu desenvolvimento e incentivar um convívio eficiente e produtivo entre todos os alunos, transformando atividades para que ninguém fique excluído. Com base no que foi visto o professor de Educação Física tem que conhecer a necessidade de cada aluno independente se tem ou não deficiência, saber seus interesses e a capacidade de cada aluno, podendo então haver uma inclusão de todos os alunos, sabendo que não existe um método especifico, pois terá que respeitar a individualidade e o tempo de cada aluno. Referências Bibliográficas BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, BRASIL. Constituição darepública Federativa do Brasil. 10. ed. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, CIDADE, Ruth Eugênia; FREITAS, Patrícia Silvestre. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. Revista Integração, Disponível em: < Acesso em: 23 de outubro,
5 DUARTE, Edilson; LIMA, Sonia Maria Toyoshima. Atividade física: para pessoas com necessidades especiais: experiências e intervenções pedagógicas. Guanabara Koogan, FERNANDES, Sueli. Fundamentos para a educação especial [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2013 (Série Fundamentos da Educação). GARCIA, Rosalba Maria Cardoso. Política de educação especial na perspectiva inclusiva e a formação docente no Brasil. Revista Brasileira de Educação v. 18 n. 52 jan.-mar GOMES, Thamyres de Souza. Educação Física como forma de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais. Junho/2013 Brasilia-DF. HUSSEIN, ZeidRa ad A. Guia prático para a sociedade civil O campo de ação da sociedade civil e o sistema dos direitos humanos das Nações Unidas. Outubro, MACEDO, Marasella del Cármen Silva Rodrigues; AIMI, Deusodete Rita Silva; TADA, Iracema Neno Cecilio; SOUZA, Ana Maria de Lima. Histórico da Inclusão Escolar: uma discussão entre texto e contexto. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19, n. 2, p , abr./jun MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: o que É? Por quê? Como Fazer? São Paulo: Moderna, MIRANDA, Arlete Aparecida Bertoldo. História, deficiência e educação especial. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 15, p. 1-7, MORAES, João Carlos Pereira de. Jogos Abacus e Composição e o Sistema Posicional para Alunos Surdos: olhares de professores num curso de libras. Revista Educação Pública (Rio de Janeiro), RODRIGUES, Olga Maria Pia zentim Rolim. Educação Especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente. Bauru: MEC/FC/SEE, v.: 11. ROGALSKI, Solange Menin. Histórico do surgimento da educação especial. Revista de Educação Ideau, vol. 5 nº 12 Julho Dezembro SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas-SP, (8a ed. rev. e ampl.). Autores associados. 255
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