Luto e Perdas no Contexto Organizacional
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- Diana Fernandes
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1 Luto e Perdas no Contexto Organizacional Ana Reis Psicóloga, CRP: 07/11219 Especialista em Teoria, Pesquisa e Intervenção em Luto, pelo Instituto 4 Estações/SP. Mestre e Doutoranda em Teologia, pela PUCRS.
2 O Contexto Organizacional
3 Carmem R. Giongo, especialista em Psicologia Organizacional, mestre e doutora em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS, aponta*: Vivemos um grande reality show: cozinheiros correm sozinhos contra o tempo, não conseguem tempo suficiente para refletir suas decisões, torcem e não por mal para que o colega fracasse. Como diria Bauman, melhor que seja o outro eliminado e não eu. *Artigo do Entre Linhas, ed. 76 (2017).
4 - Opa, cortei o dedo, desmaiei em função do calor, tive uma crise de choro, esqueci de tudo o que sabia fazer, perdi o movimento do braço! - Calma, a pressão é grande, talvez você não tenha estrutura para suportá-la. Aguente firme, ou senão provavelmente dirão que você não aguentou a pressão ou não sabe ainda como fazer amigos e influenciar pessoas. - Julga melhor quem estiver ávido na melhor crítica e por quê, nas melhores agressões. *Artigo do Entre Linhas, ed. 76 (2017).
5 O que passa quase despercebido é que toda essa produção retrata um local de trabalho: trabalhadores, gestores, política de recursos humanos, prêmios, remunerações e desligamentos. É o jogo de vença o melhor. E não é o melhor em sentido moral. Vence o inesperado, não importando quais relações construiu, quão generoso e solidário, honesto ou ético foi. Não é atoa que vivenciamos os maiores índices de acidente, adoecimento e morte no trabalho de todos os tempos. A depressão se mantém entre as principais causas de afastamento do trabalho. São tempos de refeições sem sobremesa. *Artigo do Entre Linhas, ed. 76 (2017).
6 Perdas nas Organizações? Onde?
7 Limites financeiros Mudança de diretoria Sucessões Absenteísmo Aposentadoria Adaptação de executivos por realocação ( migração e imigração) Troca de sistemas tecnológicos Demissões Expatriados Mortes Acidentes
8 Localização Conceitual Crise Luto Perdas
9 Crise Momentos de vida onde a realidade demanda uma resposta para a qual o sujeito ainda não desenvolveu a necessária habilidade, não domina o repertório de respostas que dê conta do estímulo em questão. Estado em que a pessoa é colocada diante de um obstáculo cuja a densidade do estímulo promove repentina paralisia, pois lhe é impossível transpor o obstáculo com o uso de métodos costumeiros para a resolução de problemas. Imediata Incisiva Intensiva Breve
10 Perdas Diante de um movimento de mudança, o sujeito precisa lidar com limites, com sua incompletude e naturalmente com a necessidade de um outro. Situações que provocam sensações de aniquilamento e desamparo. Transições ou mudanças, na realidade da vida, são consideradas perdas. No decorrer do processo de desenvolvimento, a medida em que o sujeito administra as suas perdas, sua estrutura psíquica terá que abdicar do poder da fase anterior para iniciar uma nova. Ainda que não haja o registro na consciência destas experiências, permanecerá um registro inconsciente sujeito a associações que será acessado como base de referência sempre que novas perdas forem vividas.
11 Perda de algo ou alguém significativamente importante para o indivíduo (objeto investido de afeto) Conjunto de reações frente a uma perda (rompimento) que se organizam para constituir-se num processo - SINGULAR INTER-SUBJETIVO Processo cuja recuperação é gradual e prolongada/ Fases (Bolwby), Tarefas (Worden), Processos R (Rando), Estágios (Kübler- Ross). Modelo do processo dual (Stroebe and Schut) Dor: Física, emocional, social, cognitiva e religiosa. Luto Não é uma condição patológica. Implicará necessariamente num trauma: evento que causa desconforto, alterações funcionais duradouras, desorganização, mudança - transição psicossocial
12 Luto Perdas Crise
13 Processos de Elaboração É esperado e normativo as seguintes fases a cada transição: 1 Entorpecimento 2 Ânsia e protesto 3 Desesperança 4 Recuperação e restituição J. Bowlby
14 Orientados para resolução de tarefas. Instrumental. Cognitivo. Orientados para os afetos. Aspectos Emocionais. Construção de Sentido. Stroebe & Stroebe
15 Carência afetiva Lembranças recorrentes Culpa Dor física Raiva Medo Sonhos, pesadelos Confusão Não querer falar do assunto Perplexidade Crises de fé Falta de atenção e concentração Distúrbios de sono/apetite Vontade de cuidar dos familiares Ansiedade e inquietação Insegurança Deslocamento Tristeza Ciúmes Alívio Desorganização Auto-crítica Senso crítico acirrado Sensação de desamparo Sede, desejo de reencontro e de voltar ao passado. Saudade Redescobertas Ideação suicida Alegria pelas mudanças Fadiga Sensação de morte social. Rigidez como tentativa de controle
16 Amplitude de Consciência Processual
17 Para que as transições tenham um resultado favorável, parece necessário que a pessoa suporte essas oscilações de emoção. Ela só conseguirá aceitar e reconhecer, gradualmente, que as mudanças são na verdade duradouras e que sua vida deve ser reconstruída novamente, se lhe for possível tolerar o abatimento, a busca mais ou menos consciente acerca do passado, o exame aparentemente interminável de como e porque as mudanças ocorreram, e a raiva em relação a qualquer pessoa que possa ter sido responsável, sem poupar nem mesmo a si. Dessa maneira, parece possível registrar perfeitamente que seus antigos padrões de comportamento tornaram-se limitantes e têm, portanto, de ser modificados. (Bowlby, 1973)
18 Demissões Ruptura; Dúvida, temor e rejeição; Resiliência; Construção de sentido e suporte familiar e social.
19 Aposentadoria Perda de papéis profissionais e produtividade, perda do papel de provedor, temor pela falta de afeto ou reconhecimento, provável redução de rendimentos, perda do status e da rede social relacionada ao trabalho. Sensações de morte social e familiar. Noções íntegras sobre o que é viver. Temor pelo futuro oscila com sentimentos mais positivos de constatação pelo aprendido e o direito agora autorizado pelas experiências da vida para Ser e dizer de Si na liberdade da sabedoria conquistada.
20 Sucessões Sucessões Heranças e legados ao transmitirem-se sofrem transformações. A apropriação desse legado por quem o recebe varia, pode contribuir ou não na construção de uma nova identidade. Somos fruto da qualidade daquilo que recebemos. O trabalho de transformação do recebido gera as novas criações via apropriação do herdado, acrescido do contexto atual. O trabalho mínimo de transformação fará predominar uma repetição que com o tempo poderá tornar-se a destruição do recebido e o empobrecimento do novo. Sucessões são transições onde gritam as transmissões psíquicas entre submissão ou apropriação, nas quais o patrimônio recebido poderá ser amplamente revisitado e transformado ou destituído de valor.
21 Sucessões A abertura para a transformação está tanto naquele que oferta seu conhecimento, valores, patrimônio, quanto naqueles que o recebem. O movimento de transformação ocorrerá via reconhecimento do passado e admiração por ambos para as inovações. Aquilo que herdaste dos teus pais conquista-o para fazê-lo teu. Goethe. 1º É o tempo de receber. 2º É o de sair das consequências. 3º O de apropriar-se. A complexidade do processo de sucessão envolve a transmissão psíquica entre gerações na imprescindível exigência de reconhecer o valor do passado nas possibilidades do futuro. Transmissão como processo aberto de movimento contínuo que resgata o já vivido ao mesmo tempo em que autoriza o surgimento do novo. Sem negar a singularidade dos envolvidos implica num amor pelo passado enquanto apaixonamento pelo futuro.
22 O valor do tempo
23 INFORMAÇÕES E CONTATOS Av. Júlio de Castilhos, São Pelegrino Caxias do Sul / RS luspe@luspe.com.br Website: Facebook: Luspe Instituto de Psicologia
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