Henry Wallon. Psicologia do Desenvolvimento Pedagogia 2º período Profª Renatha Costa ARQUIVO VI
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- Maria de Fátima Aldeia Vilalobos
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1 Henry Wallon Psicologia do Desenvolvimento Pedagogia 2º período Profª Renatha Costa ARQUIVO VI
2 A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social. O ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar. (Dantas, 1992).
3 Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa.
4 Henri Wallon reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando-o a partir do desenvolvimento psíquico da criança. Assim, o desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da maturação e das condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu comportamento em geral.
5 Estágio impulsivo emocional Este período é de predominância afetiva, que é o instrumento de interação da criança com o meio. As relações com o mundo físico são mediadas pelas pessoas com quem a criança convive. Conforme o adulto responde às manifestações da criança, ela vai aprendendo a fazer as relações de causa e efeito, que mais tarde tornam-se suas reações intencionais.
6 Sensório motor e projetivo De 03 meses até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores.
7 Sensório motor e projetivo Aos poucos a criança vai individualizando a representação de si mesma, diferenciando as partes de seu corpo, sem que isso signifique que faça relação imediata consigo mesma. O corpo das sensações vai se integrado ao corpo visual, ou seja, o corpo tal como a criança o sente se junta a sua imagem tal como é vista, caminhando para a unidade corporal.
8 Personalismo Ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas; Este estágio, que se estende aproximadamente dos três aos seis anos de idade, é um período crucial para a formação da personalidade do indivíduo e da auto-consciência. Uma consequência do caráter auto-afirmativo deste estágio é a crise negativista: a criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Por outro lado, também se verifica uma fase de imitação motora e social.
9 Categorial Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior; É neste estágio que se formam as categorias mentais: conceitos abstratos que abarcam vários conceitos concretos sem se prender a nenhum deles. Nesta fase, por exemplo, uma criança que antes associasse o conceito de "triângulo" a triângulos equiláteros (porque este tenha sido apresentado como um exemplo de triângulo) adquirirá a habilidade de compreender que mesmo "formatos" diferentes triângulos isósceles e escalenos também são abarcados pelo conceito de "triângulo".
10 Predominância funcional Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona. Os estágios de desenvolvimento não se encerram com a adolescência. Em verdade, para Wallon o processo de aprendizagem sempre implica na passagem por um novo estágio. O indivíduo, ante algo em relação ao qual tem imperícia, sofre manifestações afetivas que levarão a um processo de adaptação. O resultado será a aquisição de perícia pelo indivíduo. O processo dialético de desenvolvimento jamais se encerra.
11 Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que estão todo o tempo em comunicação: o Afetividade, o Emoções, o Movimento e o Formação do eu.
12 AFETIVIDADE Possui papel fundamental no desenvolvimento da pessoa pois é por meio delas que o ser humano demonstra seus desejos e vontades. As transformações fisiológicas de uma criança (nas palavras de Wallon, em seu sistema neurovegetativo) revelam importantes traços de caráter e personalidade.
13 EMOÇÕES É altamente orgânica, ajuda o ser humano a se conhecer. A raiva, o medo, a tristeza, a alegria e os sentimentos mais profundos possuem uma função de grande relevância no relacionamento da criança com o meio.
14 MOVIMENTO As emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. Deste modo, a motricidade tem um caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento, quanto pela maneira com que ele é representado. A escola ao insistir em manter a criança imobilizada acaba por limitar o fluir de fatores necessários e importantes para o desenvolvimento completo da pessoa.
15 FORMAÇÃO DO EU A construção do eu depende essencialmente do outro. Com maior ênfase a partir de quando a criança começa a vivenciar a "crise de oposição", na qual a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso acontece mais ou menos em torno dos 3 anos, quando é a hora de saber que "eu" sou. Imitação, manipulação e sedução em relação ao outro são características comuns nesta fase.
16 Os estudos wallonianos pressupõem o desenvolvimento intelectual inserido numa cultura mais humanizada: considera a pessoa como um todo, em que afetividade, movimento e inteligência se integram de forma completa e concreta. Afirmar que a escola se apresenta como lócus privilegiado para este fim, não provoca mais tanto frisson como a alguns anos atrás, mas entender o lugar das emoções na escola, centro privilegiado da intelectualidade, continua causando polêmicas e entendimentos inadequados.
17 Afirmar que a escola se apresenta como lócus privilegiado para este fim, não provoca mais tanto frisson como a alguns anos atrás, mas entender o lugar das emoções na escola, centro privilegiado da intelectualidade, continua causando polêmicas e entendimentos inadequados.
18 As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. São manifestações das mais íntimas necessidades, desejos e intenções que provocam impacto nas pessoas ao entorno. Assim, na escola, um professor bom observador, pode identificar os momentos de tensão, desconforto, medo, e outras expressões, no aluno, que podem minimizar e mesmo impedir suas aprendizagens.
19 Por ser altamente contagiosa, para que haja aprendizagem é necessário que se reduza a temperatura emocional e isto pode significar, na ação educativa, dar oportunidade ao aluno para que se expresse das mais variadas formas (escrevendo, falando), explicite o que sente, permitir o movimento e intercalar momentos de alta concentração com momentos de baixa concentração em que o aluno possa conversar com os colegas, levantar-se, sair da sala, etc.
20 Também o movimento, na teoria walloniana, tem papel central no desenvolvimento e aprendizagem. Organizar os espaços escolares para que atendam as necessidades motoras dos alunos, se apresenta como condição de melhoria na qualidade de construção do conhecimento que tanto insistimos em buscar nas atividades pedagógicas. A escola, no entanto, enfatiza justamente o contrário: quanto mais ouvinte e sentante, melhor! O que impede a manifestação das emoções e limita a expansão do pensamento.
21 Para que a escola se aproprie do papel de construtora da evolução do pensamento são necessárias algumas considerações interessantes: a criança pensa e dá respostas ao mundo de acordo com seu nível de funcionamento mental, que é diferente em cada fase do desenvolvimento, por exemplo, a atenção exigida para realizar determinada atividade varia em termos de tempo de concentração, de acordo com a idade; o erro significa a expressão de uma forma de operar com determinada situação e não uma falha ou uma confusão mental; as reações de indisciplina podem ser geradas por desconfortos frente a situações que ainda não conseguem identificar ou controlar e não, simplesmente, uma má educada resposta aos pedidos do professor.
22 Nesse sentido, a escola deve se apresentar como uma oficina de relações em que as necessidades da criança sejam compreendidas, satisfeitas e encaminhadas de forma adequada para que promova a aprendizagem e o desenvolvimento de maneira efetiva.
23 Referências Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Isabel Galvão. Ed. Vozes, FERRARI, Shirley Costa. A ATUALIDADE DO PENSAMENTO DE WALLON PARA A EDUCAÇÃO, São Paulo, 2012.
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