SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - SEFAZ CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS - CRF 1ª CÂMARA DE JULGAMENTO ACÓRDÃO N.103/09

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1 SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA - SEFAZ CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS - CRF 1ª CÂMARA DE JULGAMENTO ACÓRDÃO N.103/09 RECURSO DE OFÍCIO / VOLUNTÁRIO N.053/08-2-CRF PROCESSO N.38490/01-8-SEFAZ RECORRENTE:AUDITORIA TRIBUTÁRIA RECORRIDA:FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL INTERESSADA:SANYO DA AMAZÔNIA S A. RELATOR:CAROLINA MARIA OLÍMPIO GÁLAXE DATA DA PUBLICAÇÃO: EMENTA ICMS.AINF.LEVANTAMENTO DE ESTOQUE.SAÍDA DO PRODUTO TELEVISOR - SEM O COMPETENTE DOCUMENTO FISCAL. A DOUTA AUDITORIA TRIBUTÁRIA JULGOU NULO O AINF, FUNDAMENTADO NO ART. 21, INCISO I, ALÍNEA A E B, ITEM 2, E INCISO II, DO RPTA, APROVADO PELO DECRETO Nº 4.564/79, CONSIDERANDO QUE O LANÇAMENTO NÃO OBSERVOU A LEGISLAÇÃO VIGENTE (ART. 55, INCISO IV, V, X DO RPTA/79), RESSALTANDO O DIREITO AO REFAZIMENTO EX VI DO ART. 173, II DO CTN.APÓS VÁRIAS REVISÕES FISCAIS FICOU COMPROVADO PELOS AUTUANTES QUE NÃO HOUVE NENHUMA DIFERENÇA DE ESTOQUE A SER COBRADO DO CONTRIBUINTE, QUANDO APLICADO A LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DA APURAÇÃO DETERMINADA NO ART. 131, I DO RICMS, APROVADO PELO DECRETO Nº /89.RECURSO DE OFÍCIO E VOLUNTÁRIO CONHECIDOS E PROVIDOS PARA MODIFICAR A DECISÃO PROLATADA PELA A DOUTA AUDITORIA TRIBUTÁRIA, EM RAZÃO DA CONCLUSÃO DOS AUDITORES FISCAIS DE NÃO TEREM ENCONTRADO NENHUMA DIFERENÇA A SER COBRADO NO AINF. AÇÃO FISCAL IMPROCEDENTE.DECISÃO UNÂNIME. RELATÓRIO A empresa SANYO DA AMAZÔNIA S A, estabelecida na cidade de Manaus já identificado nos autos, foi autuada através do Auto de Infração e Notificação Fiscal no , em 12/11/2001, por ter deixado de recolher ICMS, nos períodos fiscais de janeiro, fevereiro, abril, junho, outubro e novembro de 1996, a entrada do produto TELEVISOR, sem o competente documento fiscal, fato esse comprovado pela diferença entre o Estoque Final Apurado no Mapa Demonstrativo de Apuração da Produção Vendas Estoque Final, e o estoque Final escriturado no livro de Registro de Inventário, contrariando as disposições contidas no Art. 58, inciso VII,

2 combinado com o Art. 243, ambos do RICMS aprovado pelo Decreto nº /89, gerando um crédito tributário de R$ ,01 (duzentos quarenta dois mil duzentos e quarenta reais e um centavo) que acrescida correção monetária, multa e juros de moras, totalizou o valor de R$ ,52, (um milhão oitenta sete mil e trezentos e trinta quatro reais e cinquenta dois centavos), conforme Mapa Demonstrativo da Apuração do Débito Fiscal que juntamente com o Mapa Demonstrativo da Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final, são partes integrantes do presente AINF, anexo às fls. 03/04. Foi dado como infringido o art. 57, inciso XIII, parágrafo 1º do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /89, sendo aplicado à penalidade prevista no art. 101, inciso XI da Lei 1.320/89. O contribuinte foi cientificado da lavratura no próprio Auto de Infração e Notificação Fiscal. Em sua defesa Tempestiva (fls.59/1037), a Autuada requer que seja declarado Improcedente o AINF, alegando que: 1- É detentora dos incentivos fiscais voltados ao desenvolvimento regional e que, os benefícios somente se concretizam se a empresa promover operações regulares com as devidas observações legais. Caso contrário, não poderia usufruí-los se promovesse as operações irregulares, apontadas pelos autuantes, consubstanciada na entrada irregular de unidades do produto Televisor marca Sanyo, sem o competente documento fiscal, uma vez que não usufruiria qualquer dos benefícios fiscais que lhes foi concedido; 2- No levantamento documental de estoque foram utilizados dados que não espelham as movimentações efetivas das entradas, saídas e estoque inicial e final, conduzindo à distorções nas quantidades levantadas; 3- No processo de fabricação de um aparelho eletro-eletrônico, como no caso do Televisor ora autuado, ocorre quebras no processo fabril, como também, após o termino da produção, em si mesma, o bem final pode apresentar defeito acidental, ou não que o inutilize, ou que torne impróprio para o consumo, e que estão dentro de índice razoável e perfeitamente justificado perante o órgão fiscalizador através de laudo técnico; 5- Forçoso concluir que no minucioso trabalho fiscal restou comprometido por não terem sido averiguados, com profundidade, os índices que levaram a irreal presunção da existência de diferenças para mais ou menos nos estoques da empresa no exercício de 1996, pois se refere à exigência carente de sustentação fática, como restou provado; 6- Finaliza pleiteando perícia para a produção de provas necessárias, executada a partir dos elementos corretos, constantes dos livros e documentos ficais e respectiva movimentação e apuração dos saldos corretos, para qual indica assistente. Os Autuantes, em sua réplica, (fls. 1041/1046) mantêm a acusação fiscal ressaltando que:

3 1- Desenvolveram a ação fiscal que culminou com a lavratura do AINF, examinando os livros e documentos fiscais disponibilizados pela autuada, aplicando a legislação, que vigorava à época da ocorrência do fato gerador consoante o disposto no Art. 51, do RPTA/79, aprovado pelo Decreto nº 4.564/79; 2- A autuada questiona as diferenças encontradas pelos autuantes referentes às devoluções de venda, com isto fica evidenciado que os demais itens do Mapa Demonstrativo de Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final fls. 04, tais como: Vendas, Transferências e Estoque Final escriturado não merecem nenhum reparo; 3- Após exame minucioso e detalhado da parte das alegações trazidas na impugnação da defendente, existente no quantitativo de devolução de venda e das unidades produzidas, possui veracidade. Ficou comprovado pela documentação que constitui o presente processo, que havia algumas incorreções que foram saneadas com a elaboração de um novo Mapa Demonstrativo de Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final anexado fls. 1057/1058; 5- Conclui, dizendo que é necessário ficar bastante claro, ao contrário do que afirma a defendente, que o resultado a que chegaram os autuantes está baseado nos livros ficais da mesma e para que parecesse irreal seria necessário que o conjunto de livros e documentos fiscais fosse igualmente irreal. Tanto é verdade o que afirmamos, que a defendente apenas refutou os dados constantes das devoluções de vendas, cujas notas fiscais, agora juntadas, vieram trazer a verdade dos fatos que se encontram espelhados no novo Mapa Demonstrativo de Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final. Com as alterações inseridas no AINF o chefe da Auditoria Tributária encaminha os autos ao Departamento de Fiscalização para o cumprimento da lavratura do Termo Aditivo na forma anexada na fls. 1086/1088, onde foi retificado o ICMS autuado para R$ ,19 (duzentos e sessenta sete mil seiscentos e setenta três reais e dezenove centavos), conforme Termo Aditivo lavrado em 20/04/2004 e tomado ciência pelo contribuinte em 28/04/2004. Com a lavratura do Termo Aditivo, o Autuado entra com nova impugnação reiterando suas alegações, anexado documentos para comprovar o seu pleito (fls. 1101/1168) e acrescentando que: 1- Após o exame dos documentos apensados aos autos pela impugnante os Agentes Fiscais persistem em não reconhecer que utilizaram dados incorretos na elaboração do levantamento documental de estoque, apesar da Impugnante ter apontado e comprovado com a juntada das respectivas notas fiscais as operações não consideradas por eles no seu demonstrativo, não podendo com isso alcançar resultado coerente com a movimentação real da empresa; 2- A contagem do estoque regulamentar do ICMS, vigente à época da exigência, está contido no Art. 131, I, do RICMS/89 não foi obedecida pela douta Fiscalização, embora citada no AINF, vez que insiste em calcular o estoque do exercício de 1996, com resultados mensais, sem considerar a movimentação das devoluções, o faturamento antecipado do produto e outras situações já demonstradas;

4 3- Ao adotar a apuração de inventário mês-a-mês, produz-se uma entrada sem documento fiscal naquele mês e no mês seguinte, surge uma presumida saída sem documento, uma vez que o lançamento não estaria correspondendo a uma entrada de mercadoria, num flagrante caso de bis in idem não permitido pela Constituição Federal; 4- As diferenças apontadas pelo fisco também se constituem de outro tipo de erro, haja vista que elas são decorrentes do fato dos Autuantes terem adotado informação estatística apresentada à SUFRAMA, com erro que lhes foi informado e não aceito, ao invés de utilizar os registros fiscais da empresa; 5- Entende correto os valores apresentados no seu demonstrativo de fl. 1126, o que demonstra a falta no estoque de 189 Televisores e que corresponderia a uma quebra inferior a 3%, admissível no processo fabril; 6- Para excluir as diferenças apontadas pelos Agentes Fiscais nos estoques da empresa se faz necessária à realização de perícia, única forma capaz de possibilitar a realização da justiça fiscal; 7- Finaliza, reiterando que sejam apurados os fatos controversos e após a sua correção, seja declarada a denúncia fiscal Improcedente. Os Autuantes, em sua réplica (fl.1147), acrescentam o que já tinha sido mencionado anteriormente que a melhor maneira de aceitar todas as divergências será a realização da Revisão Fiscal, em nível de Inspetor, que de uma vez buscaria a verdade dos fatos. A douta Auditoria Tributária determina o reexame em nível de inspeção fiscal, com a intimação da Autuada para indicar pessoa credenciada que acompanharia a diligência fiscal (fl. 1150). Para isto foi lavrado o Termo de Verificação Conjunta (fl. 1052), onde a SEFAZ foi representada pelos Autuantes e a empresa pelo Sr. Nilson Dárcio da Costa (Contador). O referido reexame resultou na lavratura de outro Termo Aditivo, de 15/07/2005, com a retificação do valor do ICMS para R$ ,20 (duzentos e sessenta sete mil oitocentos e trinta e oito reais e vinte centavos) juntamente com um relatório onde foi explicado como foi obtido o novo valor do ICMS Apurado, mencionando os documentos levados em consideração mês a mês (fls. 1169/1177). Em razão do novo Termo Aditivo lavrado pelos Agentes Fiscais o contribuinte entra com nova contestação (fls. 1183/1206) onde pede a Improcedência da autuação, argüindo que: 1-Através da realização da verificação conjunta, em atendimento aos inúmeros pleitos da Defendente, não é possível chegar-se a dois resultados diferentes na contagem do Estoque Final de um produto a partir dos mesmos elementos relativos às entradas, saídas, Estoque Inicial e Final, sem que, pelo menos um dos resultados contenha erro de apuração; 2-A contagem do estoque regulamentar do ICMS, vigente à época da exigência está contido no Art. 131, I, do RICMS/89, não foi obedecida pela douta Fiscalização, embora citada no AINF, vez que insiste em calcular o estoque do exercício de 1996,

5 com resultados mensais, sem considerar a movimentação das devoluções, o faturamento antecipado do produto e outras situações já demonstradas; 3-A Fiscalização optou por não verificar conjuntamente o resultado da apuração, a qual apresenta ao mesmo tempo, a falta de unidades e a sobra de unidades, que é igual à perda de 21 unidades, que alcança o insignificante percentual de perda ou quebra de 0,02% da produção, inferior aos 3%, estabelecido no Art. 160, 7º do RICMS; Em razão da contestação do Autuado os Agentes Fiscais sugerem a manutenção do AINF, na forma do Termo Aditivo anexo às fls. 1174/1175 elaborado após a verificação conjunta com o contribuinte, destacando que: 1-O valor do ICMS cobrado do AINF foi extraído dos documentos fiscais disponibilizados à fiscalização e que após a juntada de novos documentos aos autos estes foram examinados e incluídos e, portanto sugerido a lavratura de Termo Aditivo que modificaram os valores originais levantados no trabalho dos autuantes; 2-A realização de perícia técnica foi autorizada pela Primeira Instância em conjunto com o contador para aclarar as dúvidas levantadas no Processo Tributário Administrativo e evitar alegação de cerceamento do direito de defesa e restasse provada a validade do levantamento efetuado; 3-Após a perícia técnica que resultou validados a apuração do: a) Estoque Inicial; b) Quantidades devolvidas, produzidas, vendidas e saídas sob os demais títulos. Entretanto não houve validação: a) Dos itens 6 - estoque final escriturado - em nada invalidou o trabalho realizado, haja vista que o referido estoque integra o Livro de Registro de Inventário não necessitando, portanto, de nenhuma validação, fora a forma legal, porquanto o mencionado livro está escriturado nos moldes que dispõe a legislação tributária vigente no momento da ocorrência do fato gerador. b) Item 7 - demonstrativo da apuração da produção vendas Estoque Inicial e Final, onde esta consolidada o resultado final do trabalho, ela é inócua, na medida em que está amparada pelo Art. 39 do RICMS; 1-Não foi apresentado pelo autuado documento referente à perda ou quebra no processo industrial que determina o Art 169, 7º do RICMS, para justificar uma possível diferença; 2-A autuada não pode alegar cerceamento do direito de defesa, pois foi exercida em sua plenitude. Todas as impugnações levantadas foi objeto de averiguação, oportunizando a apresentação de documentos fiscais para análise por estes agentes fiscais. Através da Decisão nº 0830/2007-AT a Douta Auditoria Tributária julga Nulo o AINF, fundamentado no art. 21, inciso I, alínea a e b, item 2, e inciso II, do RPTA, aprovado pelo Decreto nº 4.564/79, sem a devida observância da legislação

6 vigente (art. 55, inciso IV, V, X do RPTA/79), ressaltando o direito ao refazimento ex vi do art. 173, II do CTN. O processo é recebido no CRF e admitido como Recurso de Oficio, em seguida encaminhados para o Representante Fiscal para análise e emissão de Parecer Jurídico (fls.1242). Manifestando-se através do Parecer nº 0075/2008-RF a Representação Fiscal opina pelo conhecimento do presente Recurso de Oficio e seu provimento, para declarar NULO o AINF, sem prejuízo de seu refazimento (fls.1243/1247). Através de nova diligência ao GFIS/DEFIS, esta relatora solicita esclarecimento dos autuantes da razão de ter sido usado o Fórmulario Modelo 2 SUFRAMA, em vez do livro próprio disposto no art. 296 do RICMS/89 e, que sejam anexadas aos autos todas as Planilhas de Apuração do Débito e Livro de Inventário (fl. 1248). Em 06/06/2008, o processo foi devolvido pelos Autuantes, em razão do contribuinte ter entrado com Recurso Voluntário. O Presidente do CRF admite o presente Recurso Voluntário Intempestivo e encaminha os autos a GFIS para prosseguir (fl. 1269). Em resposta os autuados informam que não usaram o Livro de Registro de Controle da Produção e do Estoque porque o contribuinte não o possuía, mas que este ponto não era motivo de controvérsia alegado pelo contribuinte, uma vez que o representante legal da empresa referendou as quantidades produzidas, mês a mês, por conseguinte, não havendo nenhuma manifestação deste, contrária em todo o processo. As cópias do inventário mês a mês estão anexadas fls. 30 a 57 e não existem outras planilhas de Apuração de Débito Fiscal, somente as que já estão anexadas ao processo (fl. 1169/1171) e as devoluções de mercadorias estão referendadas no trabalho conjunto (fls. 1270/1271). Em aditamento ao Parecer nº 075/2008-RF (fls. 1243/1247) ratifica o seu entendimento proferido anteriormente, e opina pelo conhecimento do presente Recurso de Ofício e seu Improvimento, para manter inalterada a decisão da Auditoria Tributária que julgou Nulo o AINF, sem prejuízo de refazimento, na forma do art. 173, II do CTN (fl.1273/1274). Em 24/10/2008, o processo volta às mãos desta relatora que solicita a devolução do mesmo à Representação Fiscal para que se manifeste sobre o Recurso Voluntário datado do dia 09/05/2008, anexado fls. 1252/1262. Em 11/08/2008 a Representação Fiscal através do Pedido de Diligência nº 058/2008 solicita que o processo seja encaminhado ao DEFIS, para que os Agentes Fiscais efetuem Levantamento Anual (exercício 1996) do estoque da Autuada, referente à mercadoria, indicando caso existente, diferenças não mês a mês como efetivado nos levantamentos anteriores, mas, sim, anualmente, na forma estabelecida no RICMS (fls. 1277/1278). Em 17/11/2008 (fls. 1281/1283) o Autuante Otávio Oliveira de Mendonça, devolve o processo informando:

7 Em cumprimento ao Pedido de Diligência nº 058/2008-RF-1, formulado pela Representação Fiscal, do Colendo Conselho de Recursos Fiscais, elaboramos Mapa Demonstrativo da Apuração da Produção Vendas Estoque Inicial e Final do produto TELEVISOR, referente ao exercício de 1996, (...) ficou demonstrado que mesmo no levantamento anual, ainda resultou uma diferença de estoque de 21 unidades do produto TELEVISOR, consignado como saída sem a emissão do competente documento fiscal, por resultar da diferença entre Estoque Final Apurado no Mapa Demonstrativo da Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final e o Estoque Final Escriturado no Livro Registro de Inventário, significando dizer que houve falta do recolhimento do ICMS no montante igual ao valor unitário de cada produto de R$ 319,27 (trezentos e dezenove reais e vinte sete centavos) que foi o preço médio praticado pela defendente no período que ocorreu o fato gerador do imposto, multiplicado pela diferença de 21 unidades do produto citado, aplicada a alíquota interna de 17%. Por se tratar de produto final e não insumo ou matériaprima, ou seja, por não mais integrar o processo industrial, não poderá se calcular perda de processo como alude o defendente. Em 25/11/2008, os autos são encaminhados novamente à Representação Fiscal para análise e Parecer Jurídico (fl. 1285). Em 03/12/2008, através de Aditamento ao Parecer anterior, a Representação Fiscal opina pelo conhecimento e Provimento do presente Recurso de Oficio, para modificar a decisão recorrida e julgar PARCIALMENTE PROCEDENTE a Ação Fiscal, nos termos do levantamento anual, recomendando, contudo, a redução da penalidade na forma da LC 19/97, com as alterações introduzidas pelo LC 46/05 (fls.1286/1287). Em 11/12/2008, esta relatora solicita nova diligência para que os autuantes examinem a resposta da Diligência nº 058/2008 (Processo nº 38490/01-8 conjuntamente com a resposta da diligência nº 061/2008, Processo nº 38491/01-1, cópia fls. 1290/1296), feita pela Representação Fiscal, em razão de verificar que versa sobre diferença na saída sem emissão de documento fiscal, enquanto os autos é referente à aquisição do produto Televisor sem documento fiscal. Em 22/05/2009, os autuantes informam que o produto Televisor não tem nenhuma diferença de estoque e equivocadamente foi dado a mesma informação do Processo nº 38491/01-1 que apurou a saída do produto (fl. 1299). Em 15/07/2009, a Representação ratifica o seu entendimento anterior parar opinar pelo conhecimento e Provimento dos Recursos de Ofício e Voluntário, para modificar a decisão recorrida e julgar Improcedente a Ação Fiscal. É o relatório VOTO Preliminarmente, é de se reconhecer que os Recursos de Ofício e o Voluntário têm condições de serem apreciados por esta Câmara, visto que atende os requisitos de admissibilidade previstos na legislação do Processo Tributário Administrativo.

8 Os autos demonstram que o crédito tributário exigido através do AINF nº de 12/11/2001 foi em razão do contribuinte ter deixado de recolher ICMS, nos períodos fiscais de janeiro, fevereiro, abril, junho, outubro e novembro de 1996, na entrada do produto TELEVISOR sem o competente documento fiscal, fato este segundo os autuantes, comprovado pela diferença entre o Estoque Final Apurado no Mapa Demonstrativo de Apuração da Produção Vendas Estoque Final, e o Estoque Final escriturado no livro de Registro de Inventário, contrariando as disposições contidas no Art. 2º, inciso V, combinado com o Art. 246, inciso I e Art. 248, inciso I, todos do RICMS aprovado pelo Decreto nº /89, conforme Mapa Demonstrativo da Apuração do Débito Fiscal que juntamente com o Mapa Demonstrativo da Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final, são partes integrantes do presente AINF, anexo às fls. 03/05. Examinando os autos constata-se que: 1- Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final, anexos fls. 03/04, relativos quantitativos de Produção foram extraídos do Formulário Modelo 2, encaminhado à SUFRAMA que estão apensados aos autos. Explicou os Autuantes no decorrer das diligências solicitadas, que foi usado o citado documento porque o contribuinte não possuía o Livro de Registro de Controle da Produção e do Estoque. É oportuno mencionar que, conforme a Sentença da Vara Especializada da Dívida Estadual, em embargos à execução fiscal no Processo nº /001, de 27/6/2005, que esta informação é meramente estatística e passível de alteração, entretanto, podem ser utilizadas como indícios, que deverão ser mais bem investigadas, contudo não constitui propriamente documentos fiscais; Cabe aqui salientar que essa oportunidade foi dada pela Auditoria Tributária quando determinou a Verificação Conjunta das argüições solicitada pelo contribuinte em sua defesa que foi feita pelos autuantes e pelo contador Sr. Nilson Dacio da Costa; 2- No decorrer do processo o Autuado entrou com vários Recursos, que foram objeto de averiguações, onde questiona que não foi apurado corretamente a Apuração da Produção Venda Estoque Inicial e Final, resultando em novo exame pelos Autuantes dos pontos levantados, resultando como pode ser observado nos Termos Aditivos juntados nos autos. Verifica-se que, após o levantamento conjunto determinado pela Primeira Instância de Julgamento o Estoque Inicial, Quantidades Devolvidas, Produzidas, Vendidas e Saídas sob os demais títulos foram validados pelo contribuinte. Entretanto, não houve validação: Estoque final escriturado e demonstrativo da apuração da produção vendas Estoque Inicial e Final, e assim os Agentes Fiscais apontaram diferenças, no levantamento feito mensal; 3- Em razão do novo Recurso do Autuado feito em 09/05/2008 ao Conselho de Recursos Fiscais, onde contesta mais uma vez a forma de levantamento feito mensalmente, em vez de anual desobedecendo ao art. 131, I do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /89, a Representação Fiscal solicita aos Autuantes que faça o demonstrativo de apuração anual, na forma do estabelecido no Regulamento do ICMS.

9 Em resposta, os Agentes Fiscais informam e demonstram que para o produto TELEVISOR referente ao exercício de 1996, feito anualmente, não resultou em nenhuma diferença de estoque, obedecendo á legislação tributária vigente à época da ocorrência do fato gerador; 4- Diante da citada conclusão dos Autuantes, o Vício Formal apontado pela Primeira Instância como também na Defesa do Contribuinte deixa de ter relevância para análise dos autos. Portanto, considerando que apuração anual feita pelos Autuantes, obedeceu à legislação vigente à época, disposta no art. 131, I, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /89, não apuraram diferença a ser cobrada do Autuado, voto em harmonia com a Representação Fiscal pelos conhecimentos dos Recursos de Ofício e Voluntário e seus Provimentos para modificar a decisão da Auditoria Tributária e julgar Improcedente o Auto de Infração e Notificação Fiscal nº , de 12/11/2001.É o voto. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, em que é interessada a empresa SANYO DA AMAZÔNIA S A, acordam os membros da 1ª Câmara de Julgamento, por unanimidade, em harmonia com o parecer da Representação Fiscal pelos conhecimentos dos presentes Recursos de Ofício e Voluntário e seus Provimentos para modificar a decisão da Auditoria Tributária e julgar Improcedente o Auto de Infração e Notificação Fiscal nº º , de 12/11/2001, nos termos do voto da Conselheira Relatora que passa a constituir parte deste julgado. Participaram do julgamento os Conselheiros: Alísio Cláudio Barbosa Ribeiro, Carolina Maria Olímpio Gálaxe, Carlos Onofre Bessa, Eva Simone Tuma Chã, Roberto Caminha Filho e Teófilo Gomes da Silva Neto. Sala de reunião da 1ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos Fiscais, em Manaus, 28 Setembro de ALÍSIO CLÁUDIO BARBOSA RIBEIRO Presidente do CRF CAROLINA MARIA OLIMPIO GALAXE Conselheira Relatora ADRIANE SIMÕES ASSAYAG RIBEIRO Representante Fiscal