RELATÓRIO FINAL VULNERABILIDADES DAS MEGACIDADES BRASILEIRAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Editado por Carlos A. Nobre e Andrea F. Young

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1 FEVEREIRO DE 2011 VULNERABILIDADES DAS MEGACIDADES BRASILEIRAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Região Metropolitana de RELATÓRIO FINAL Editado por Carlos A. Nobre e Andrea F. Young

2 VULNERABILIDADES DAS MEGACIDADES BRASILEIRAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO RELATÓRIO FINAL Editores Carlos A. Nobre e Andrea F. Young Coordenação Editorial Ana Paula Soares Design gráfico Magno Studio Fotos da capa Alagamento na Avenida Aricanduva - Marcelo Thomaz/FotoRepórter Raios em SP - Fabio Teixeira/FotoRepórter Chuva em SP - Epitácio Pessoa/Agência Estado Apoio Rio Claro Realização Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Centro de Ciência do Sistema Terrestre Avenida dos Astronautas, 1758 Jardim da Granja , São José dos Campos, SP Brasil Universidade Estadual de Campinas Núcleo de Estudos de População Cidade Universitária Zeferino Vaz Av. Albert Einstein, , Campinas, SP Brasil Dezembro, 2011

3 VULNERABILIDADES DAS MEGACIDADES BRASILEIRAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Região Metropolitana de 3 RELATÓRIO FINAL

4 VULNERABILIDADES DAS MEGACIDADES BRASILEIRAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO CARLOS AFONSO NOBRE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE ANDREA FERRAZ YOUNG Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP PAULO HILÁRIO NASCIMENTO SALDIVA Faculdade de Medicina, USP JOSÉ ANTÔNIO MARENGO ORSINI Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE ANTÔNIO DONATO NOBRE Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, INPA 5 AGOSTINHO OGURA Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT OSÓRIO THOMAZ Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT GUILHERMO OSWALDO OBREGÓN PÁRRAGA Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE GUSTAVO COSTA MOREIRA DA SILVA Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE RICARDO OJIMA Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN MARIA VALVERDE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE ANDRÉ CARVALHO SILVEIRA Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE GRASIELA DE OLIVEIRA RODRIGUES Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE

5 6 AGRADECIMENTOS À Embaixada Britânica, sob o comando do Embaixador Alan Charlton, à sua equipe e, em especial, a Luciana Carrijo e Cristiane Fontes, pelo imprescindível apoio técnico e logístico dedicado a esta pesquisa. À FAPESP, pelo apoio à realização do primeiro Painel de Especialistas em São Paulo, e pela reportagem publicada na Revista Pesquisa FAPESP em maio de À Dra. Magda Adelaide Lombardo, Professora Titular da Universidade Estadual Paulista (UNESP - Rio Claro), por sua contribuição nas discussões e coordenação dos primeiros Painéis de Especialistas realizados nas Regiões Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao vereador Gilberto Nataline e sua equipe, vereador Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho e Dr. Fábio Feldmann, pela participação nas discussões sobre as mudanças climáticas e seus impactos sobre as políticas públicas e o processo de adaptação da cidade de São Paulo. Ao Dr. Volf Steinbaum, assessor-técnico responsável pela condução do Programa de Mudanças Climáticas na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, pela coordenação e apoio na realização do segundo Painel de Especialistas em São Paulo. Ao Dr. Roger Rodrigues Torres, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do INPE, pela contribuição científica referente à Modelagem Atmosférica das Mudanças Climáticas na Região Metropolitana de São Paulo, sob a orientação do Dr. José Antônio Marengo Orsini. A Gláucia Pereira da Silva, assistente-administrativo do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do INPE, pelo suporte técnicoadministrativo na execução da pesquisa. A todos os que direta ou indiretamente ajudaram o desenvolvimento da pesquisa Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo.

6 Marcos Leal/Creative Commons 7

7 IN MEMORIAM Daniel J. Hogan Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP O Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan, do Núcleo de Estudos de População da UNICAMP, coordenou o projeto de pesquisa Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo e Rio de Janeiro, em conjunto com o Prof. Dr. Carlos Afonso Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do INPE. Participou deste projeto com impressionante dedicação, através da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA/MCT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT), preocupando-se fundamentalmente com as dimensões humanas das mudanças climáticas. Sinésio Alves Junior Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE 8 Sinésio Alves Junior, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desenvolvia sua pesquisa de Doutorado junto ao Centre for Advanced Spatial Analysis - University College London (UK). Foi gerente do projeto Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo e Rio de Janeiro. Sua atuação foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, desempenhando suas atividades com grande dedicação, esforço e competência.

8 Creative Commons 9

9 Índice 10 SxCHu Parte 1 Sumário...12 Introdução Contexto e objetivos...14 Onde e como a RMSP é vulnerável Capítulo 1 A Região Metropolitana de São Paulo Capítulo 2 Aspectos da vulnerabilidade em São Paulo Capítulo 3 O clima da Região Metropolitana de São Paulo Capítulo 4 Tendências climáticas de longo prazo detectadas na Região Metropolitana de São Paulo Capítulo 5 Projeções do clima futuro para a Região Metropolitana de São Paulo Capítulo 6 Cenários de risco e vulnerabilidades associadas a enchentes e inundações na Região Metropolitana de São Paulo Capítulo 7 Cenários de risco e vulnerabilidades associadas a deslizamentos Capítulo 8 O processo de expansão da RMSP em 2030 e a propagação das áreas de risco Capítulo 9 Mudanças climáticas e implicações na saúde... 99

10 11 Parte 2 Adaptação e desafios Capítulo 10 Medidas de adaptação Capítulo 11 Desafios enfrentados pela RMSP Apêndices e Anexos Apêndice 1 Escopo e metodologia de trabalho dos painéis de especialistas Apêndice 2 Considerações gerais sobre o clima da Região Metropolitana de São Paulo Apêndice 3 Banco de dados do projeto Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras: Região Metropolitana de São Paulo Apêndice 4 Aspectos conceituais sobre riscos de inundações e enchentes na RMSP Apêndice 5 Aspectos conceituais sobre riscos de escorregamento de massa em encostas na RMSP Apêndice 6 Reflexões sobre o processo de expansão urbana da RMSP Apêndice 7 Sugestões para adaptação às mudanças climáticas na RMSP Anexos Referências Bibliográficas Nota sobre os autores

11 12 Sumário Uma grande questão que se coloca para as metrópoles brasileiras é se estão preparadas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Durante os anos de 2008 a 2011, buscou-se lançar alguma luz sobre esse assunto por meio de um estudo interdisciplinar para identificar as vulnerabilidades das duas principais megacidades brasileiras as regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Este relatório trata da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), identificando impactos das mudanças climáticas na incidência de desastres naturais e na saúde, tendo como cenário de fundo a continuada expansão urbana nessa ampla região. Projeções indicam que, caso o padrão de expansão da RMSP seja mantido conforme registros históricos, em 2030 a mancha urbana será aproximadamente 38% maior do que a atual, aumentando os riscos de desastres naturais como enchentes, inundações e deslizamentos de massa em encostas, atingindo cada vez mais a população como um todo e, sobretudo, os mais vulneráveis. Em geral, significativas transformações no clima local são geradas pelo modo como as áreas urbanas se desenvolvem, através de intervenções desconexas com intensa verticalização, compactação e impermeabilização do solo, supressão de vegetação e cursos d água. Considerando o acelerado processo de expansão urbana e o atraso na implantação de infraestrutura adequada ao ritmo de crescimento das cidades da RMSP, estas não se encontram preparadas para os efeitos das mudanças climáticas. Duas fontes de mudanças climáticas convergem sobre a RMSP. De um lado, a própria urbanização intensifica o efeito de ilha urbana de calor, com resultado de aumento de mais de 2 C nos últimos 50 anos no centro de São SxCHu

12 Paulo e ocorrência duas a três vezes maior de fenômenos de chuvas intensas que deflagram desastres naturais. A isso se somam os riscos do aquecimento global. Os riscos serão potencializados pelo aumento da temperatura e dos padrões de circulação atmosférica regional, tendo como consequência o aumento da frequência de eventos de chuvas intensas, principalmente no verão. Estudos preliminares sugerem que, entre 2070 e 2100, a temperatura poderá sofrer elevação média de 2 C a 3 C e o número de dias com chuvas mais intensas poderá dobrar. Cenários de risco são apresentados neste relatório e se referem a análises que mostram os impactos e vulnerabilidades atuais e futuras, com projeções para 2030, através da aplicação de um modelo de projeção da mancha urbana associado ao modelo HAND (Height Above the Nearest Drainage). Esse estudo permitiu identificar quais seriam as possíveis áreas ocupadas no futuro e seu risco potencial, caso o padrão de uso e ocupação do solo atual se perpetue sem nenhuma alteração e controle. Se esse processo de expansão urbana se concretizar, mais de 20% da área total em 2030 será suscetível e poderá eventualmente ser afetada por acidentes naturais provocados pelas chuvas. Com auxílio desses modelos também são identificadas as áreas suscetíveis ao risco de leptospirose em virtude da ocorrência de enchentes. Paralelamente, são analisadas ainda questões referentes às doenças respiratórias associadas à exposição de poluentes atmosféricos e às péssimas condições socioambientais. O estudo sugere ainda medidas de adaptação, que envolvem um conjunto de ações que as cidades da região metropolitana e suas instituições públicas e privadas deverão enfrentar em busca de soluções para os impactos e perigos que sofrerão. Entre essas estão maior controle e fiscalização sobre construções, principalmente aquelas localizadas em áreas de risco; investimentos em transportes coletivos, sobretudo metroferroviários; garantias de preservação dos recursos naturais como as várzeas e áreas de proteção permanente ao longo dos rios, através da implantação de parques lineares e em encostas íngremes; investimentos em pesquisas voltadas para a modelagem do clima e quantificação de benefícios decorrentes de medidas de adaptação às mudanças climáticas, entre outras. A experiência real de como esta importante região do país reagiu às grandes mudanças ocorridas nos últimos 50 anos mostra que houve, de fato, acomodação a elas, com escassas políticas públicas de enfrentamento. Em última análise, esta contribuição inicial ao entendimento do impacto das mudanças climáticas na RMSP procura despertar interesse e consciência para a crítica questão da adaptação a essas mudanças, fator essencial à melhoria da qualidade de vida e ao desenvolvimento sustentável e à construção de cidades resilientes no Brasil. 13

13 Introdução 14 Wagner T. Cassimiro Aranha /Creative Commons

14 Contexto e objetivos A mudança global do clima deverá afetar todos os aspectos da vida social no século XXI. As transformações necessárias para enfrentar os desafios colocados pelo aquecimento global e as medidas de adaptação aos impactos provocados vão muito além da indispensável transição tecnológica. No início de março de 2009, cerca de pesquisadores se reuniram em Copenhague (Dinamarca) para rever os mais recentes estudos referentes ao quadro geral de mudanças climáticas e, em linhas gerais, mostraram que a situação vem se tornando cada vez mais crítica (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). No encontro, os pesquisadores se uniram para alertar, mais uma vez, os responsáveis pelo processo de tomada de decisão sobre a gravidade do problema. A ideia foi atualizá-los sobre os estudos realizados desde que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou seu quarto relatório de avaliação (IPCC AR4) 1. Os estudos elaborados desde então vêm prevendo um futuro mais crítico ainda, no qual as mudanças climáticas ocorreriam antes do que se imaginava e de modo mais intenso. Um dos trabalhos, por exemplo, do oceanógrafo alemão Stepham Rahmstorf 2, sugere que a elevação do nível do mar pode ser mais do que o dobro da prevista anteriormente pelo IPCC (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). Outras pesquisas mostram que o Ártico e a Antártida estão aquecendo mais rápido do que se esperava. A conclusão é a mesma do relatório de 2007, ou seja, é necessário promover uma urgente redução das emissões de carbono e de outros gases de efeito estufa na atmosfera do planeta (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). Essa proposta gera impactos de ordem econômica e política, especialmente porque afeta as maiores indústrias do mundo: petróleo, carvão e gás natural, com faturamento anual acima de 11 trilhões de dólares. Alguns setores da economia já estão começando a se adaptar e a utilizar fontes alternativas de energia. E diversos países e governos vêm adotando políticas públicas no setor energético com vistas a reduzir as emissões de 1. 4º Relatório de Avaliação - AR4 (Fourth Assessment Report): O quarto relatório do IPCC, discutido em novembro de 2006, em Valência, teve seu Sumário Executivo divulgado no início de fevereiro de Esse sumário apresenta dados que indicam que onze dos últimos doze anos foram os mais quentes desde que a temperatura global começou a ser medida, em Rahmstorf, S., 2007: Response to Comments on A semi-empirical approach to projecting future sea-level rise. Science, 317, 1866d. gases de efeito estufa. Muito pouco, porém, perto do que precisa ser alcançado. Desde que foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCC), na Rio-92, existe um esforço internacional para estabelecer metas e mecanismos que promovam a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. Entretanto, somente as normas internacionais não são suficientes para resolver o problema. As negociações ainda são lentas, e as decisões muito genéricas e de difícil aplicação prática (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). Os interesses econômicos e geopolíticos são diversificados em função das diferenças socioeconômicas entre os países. A inexistência de um sistema mundial de regulação e a falta de mecanismos de sanção tornam muitos tratados internacionais pouco eficazes. Sua aplicação depende em grande parte de acordos econômicos, subjacentes à ordem política e econômica mundial (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). Diante disso, faz-se ainda mais premente a aprovação de normas no âmbito dos governos nacionais e subnacionais com medidas de combate às causas das mudanças climáticas. Essa regulação interna pelos países pode estimular o desenvolvimento de políticas mais adequadas à nova realidade climática. No relatório divulgado em 2007, os cientistas do IPCC estimaram que uma concentração de 500 a 550 ppm de CO 2 na atmosfera elevará a temperatura em provavelmente 3 C, o suficiente para extinguir espécies de plantas e animais, afetar significativamente a agricultura, derreter geleiras em montanhas e afetar o suprimento de água de centenas de milhões de pessoas. No encontro de março de 2009, em Copenhague, os pesquisadores informaram 3 que a capacidade de tolerância do planeta pode ser inferior a um aumento da temperatura global de 2 C (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2009). Na COP de 2007, em Bali (Indonésia), os participantes já tinham acordado que os países emergentes (incluindo Brasil e Índia), mesmo sem 3. Os dados foram apresentados com o objetivo de conscientizar os governantes da necessidade de decisões mais efetivas até o final de 2009, na reunião da Conferência das Partes (COP) da Convenção do Clima da ONU. Na ocasião, representantes de 190 países decidiriam como proceder nos próximos anos em relação ao aquecimento global. Seriam decididos os rumos do novo regime climático global. Esperava- -se que houvesse consenso para a definição de um novo acordo com metas rigorosas que fossem capazes de evitar as mudanças climáticas mais drásticas previstas para as próximas décadas, o que não aconteceu. O final de 2009 era considerado o prazo limite para a definição do regime que teria validade a partir de 2013 em substituição ou complementação ao Protocolo de Kyoto, cujo primeiro período de vigência expira em

15 16 metas obrigatórias, adotariam voluntariamente medidas mensuráveis, reportáveis e verificáveis de redução de emissões. A adoção de metas mensuráveis, reportáveis e verificáveis (MRV) depende, entretanto, da formulação de políticas públicas nos níveis nacionais e subnacionais, cuja discussão é objetivo principal deste documento. Infelizmente, a COP 15, realizada em dezembro de 2009, não resultou em um acordo definitivo devido à necessidade de muitos acertos quanto aos diferentes interesses entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Entre as pautas principais e mais complexas estavam a definição de ações de mitigação (redução de danos) e de adaptação, assim como acordos de investimentos em tecnologias limpas e a introdução do mecanismo de Redução de Emissões do Desmatamento e da Degradação florestal (REDD), o que significa não concentrar os parâmetros de fontes emissoras apenas nos combustíveis fósseis. Mas, mesmo no âmbito global, as maiores preocupações ainda residiam na mitigação e não no processo de adaptação. Em todas as análises sobre a COP 15, as decisões dependiam essencialmente de posicionamentos efetivos dos EUA e da China, além de outros membros importantes como Índia, União Europeia e Brasil. O Brasil adotou como compromisso nacional voluntário 4 ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas a reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até A aprovação do plano nacional sobre essa matéria, cuja discussão encontra-se em curso no Congresso Nacional e no executivo federal, precisa, necessariamente, passar pela avaliação de todos os grupos interessados. Nesse sentido, tornam-se pertinentes estudos que embasem o processo de tomada de decisão, visando aproximá-los da realidade principalmente em áreas urbanas. Os centros urbanos constituem um dos grandes desafios do século XXI, já que mais de 3,3 bilhões de pessoas vivem em cidades e prevê-se que esse número aumente para 5 bilhões em Inegavelmente, as cidades, e mais especificamente as megacidades, representam o lócus de considerável expansão econômica, mas ao mesmo tempo respondem por grande parte das emissões e consequentes danos ambientais. 4. Para alcançar os objetivos do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, essa decisão, apresentada na COP 15, foi instituída através da Lei nº , de 29 de dezembro de 2009, sobre a Política Nacional sobre Mudança do Clima. No caso brasileiro, o acelerado processo de urbanização desencadeou a ocupação do território sem considerar suas características naturais, impondo um severo e complexo conjunto de modificações diretas e indiretas ao meio físico e biótico. Paralelamente, a pressão causada pela expansão urbana acelerada, associada à falta de planejamento urbano integrado, implicou em um crescente processo de segregação espacial e desigualdade social. Esse processo torna os desafios em relação às cidades ainda mais complicados, pois é onde grande parcela da população irá sentir os impactos das mudanças climáticas. Os impactos já podem ser verificados no número maior de vítimas de enchentes causadas por chuvas intensas e tempestades, bem como aumento do número de mortes e doenças provocadas por ondas de calor e períodos de seca. Muitos desses fenômenos vêm ocorrendo (ou são acentuados) em decorrência direta do próprio processo de urbanização. Megacidades como São Paulo apresentam inúmeros problemas socioambientais associados aos padrões de desenvolvimento e transformação do espaço, que têm sido agravados pelo aumento da temperatura e intensificação de eventos climáticos extremos. Uma das principais preocupações da sociedade contemporânea referente ao clima está relacionada à variabilidade climática atual e às possíveis mudanças futuras no clima nas grandes cidades, particularmente na frequência e intensidade dos eventos extremos no tempo e no clima e seus impactos na população nas áreas urbanas e suas periferias. A perversa combinação entre mudanças climáticas mais acentuadas e maior pobreza e/ou maior vulnerabilidades da população, observada globalmente, também se manifesta em nível regional e nacional no Brasil. Mesmo as regiões com maior capacidade de adaptação econômica e social, como o estado e a cidade de São Paulo, particularmente a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), podem ser fortemente impactadas pelas variações observadas e as projeções futuras de extremos climáticos, especialmente nas áreas mais pobres das cidades. O futuro das megacidades vai depender cada vez mais de ações de planejamento e sistemas de gestão integrados, uma vez que as transformações da realidade econômica, social e política serão profundas. A economia terá de incorporar progressivamente em sua contabilidade os custos ambientais de

16 curto, médio e longo prazos. Isso provocará mudanças na estrutura de produção e consumo. As evidências apresentadas neste relatório mostram que as mudanças climáticas estão provocando impactos cada vez mais graves em megacidades como São Paulo. A maioria desses impactos está associada às variações do clima causadas pela forma de apropriação dos recursos naturais e degradação ambiental. Os ecossistemas naturais da Terra fornecem aos seres humanos uma grande variedade de recursos comercializáveis, tais como alimentos, matériaprima, combustíveis, serviços de purificação do ar e da água; decomposição de resíduos orgânicos; moderação dos efeitos causados pelos períodos de cheias e secas; solos férteis e muitos outros. Embora os ecossistemas em equilíbrio naturalmente acomodem uma determinada quantidade de distúrbios, as atividades humanas depositaram forte pressão sobre eles. De modo geral, essa degradação não respeita fronteiras administrativas, muito menos os limites de apropriação. As emissões de gases de efeito estufa e a poluição afetam todos os países e só poderão ser efetivamente enfrentadas através de esforços coletivos em diferentes níveis governamentais. Em um mundo onde os países desenvolvidos respondem por mais de dois terços das emissões de gases de efeito estufa, as mudanças climáticas irão ampliar a magnitude dos efeitos causados por eventos extremos associados principalmente à pobreza presente nos grandes centros urbanos de países em desenvolvimento. Sob essa ótica, os riscos e sua magnitude dependerão da severidade, frequência, distribuição e imprevisibilidade relativas ao clima. Recentemente, a adaptação aos impactos adversos das mudanças climáticas tem sido reconhecida como área prioritária para as políticas nacionais e internacionais. O quarto relatório do IPCC enfatiza a urgência de ações e a abrangência das respostas necessárias para lidar com essa realidade. A comunidade científica tem um importante papel de informar e criar a base de dados que auxiliará a identificação, o desenvolvimento e a implementação de respostas efetivas para aprimorar a capacidade de adaptação e redução das vulnerabilidades. Este relatório examina um modo pelo qual cientistas e tomadores de decisão poderão avançar na agenda relativa aos impactos e às medidas de adaptação. Este documento é uma contribuição relevante para o processo de tomada de decisão, pois foi realizado com a contribuição de especialistas nacionais e internacionais preocupados com a evidência de fatos relativos aos problemas climáticos contemporâneos, com ênfase ao meio urbano. Foram realizados dois painéis 5 com a participação de pesquisadores dedicados à temática, gestores e tomadores de decisão de órgãos municipais e estaduais que têm como área de atuação a gestão urbana e ambiental. Para maior clareza, o relatório foi organizado em tópicos específicos, embora reconhecendo que existe uma grande superposição dos temas. Os cenários climáticos apresentados neste estudo se baseiam em dados históricos para a Região Metropolitana de São Paulo. Mais do que um exercício acadêmico, o relatório apresenta dados e análises objetivas que exemplificam os impactos atuais e projeções futuras. Como será detalhado, é possível explicar cerca de 80% da variabilidade das afecções pulmonares, por modelos que levam em conta clima e poluição do ar. Da mesma forma, a taxa de internações por leptospirose pode ser prevista com base na pluviosidade observada na Região Metropolitana de São Paulo. No tocante à ocupação do solo, foram construídos modelos que conseguem prever a expansão da mancha urbana caso sejam mantidos os atuais padrões de uso e ocupação sem controle efetivo. Nesse cenário, haverá um aumento significativo da impermeabilização do solo, do desaparecimento de várzeas e ocupação de áreas de mananciais, bem como do processo de assoreamento dos rios, com a intensificação de ocorrências associadas a enchentes, inundações e deslizamentos. Projeções climáticas indicam que haverá substanciais mudanças na temperatura, intensidade e duração de eventos extremos em âmbito regional. A ausência de visão estratégica da importância do controle do crescimento das cidades levará a riscos e consequências cada vez mais intoleráveis, considerando o aumento do grau de vulnerabilidades por conta da expansão urbana para localidades periféricas impróprias para uso e ocupação do solo, principalmente em caso de incidência de eventos pluviométricos cada vez mais severos. Este documento 5. Os Painéis foram realizados no Rio de Janeiro (13 a 16 de julho de 2009) e em São Paulo (20 a 23 de julho 2009). As instituições participantes foram: Coppe/UFRJ, Fiocruz, CPTEC/INPE, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Centro de Estudos de Metrópole (CEM), Instituto Florestal (IF), Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP), Geo- -Rio (Prefeitura do Rio de Janeiro), Instituto Pereira Passos (IPP), Empresa Paulista de Desenvolvimento Metropolitano (Emplasa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Programa CBERS/INPE (Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj). 17

17 18 ultrapassa os limites de um simples diagnóstico e aponta soluções, que devem ser embasadas em políticas públicas consistentes. As emissões precisam ser reduzidas drasticamente. E as ações nesse sentido têm que partir das mais variadas instâncias, através de acordos internacionais, planos governamentais de âmbitos federal, estadual e municipal, e decisões dos vários setores produtivos e da sociedade civil. As respostas às ameaças ambientais globais têm que ser coerentes com os objetivos de desenvolvimento socioeconômico, entretanto não é mais possível permanecer sob a jurisdição das regras de mercado 6. O mercado fatalmente será influenciado pela necessidade de adaptação. Tal fato requer a integração de medidas estratégicas nas agendas de desenvolvimento nacional, que representariam um marco institucional, em que diferentes aspectos seriam considerados e abordados em termos das ameaças ambientais. Frequentemente, os problemas ambientais globais têm sido abordados de maneira isolada, de alcance limitado. Em muitos países, as agendas ministeriais são incumbidas de implementar convenções internacionais, que produziram grandes volumes de textos sem ações efetivas correspondentes. Torna-se urgente a adoção de ações para adaptação e renovação, focadas em estratégias de desenvolvimento limpo que possam responder simultaneamente às preocupações de ordem social e econômica. Reconhecendo que as mudanças rumo à sustentabilidade passam por alterações comportamentais, que somente ocorrerão caso exista compartilhamento das informações e formação de liderança, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CSST/INPE) e o Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (NEPO/UNICAMP) lideraram a elaboração deste estudo e a implementação dos painéis do International Expert Panel: Megacities, Vulnerability, and Global Climate Change (Painel Internacional de Especialistas: Megacidades, Vulnerabilidades e Mudanças Climáticas), apoiados pelo Global Opportunities Fund Climate Change and Energy Programme, do Reino Unido (GOF- UK), pela Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA/MCT), pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT) e pelo Programa Fapesp 7 de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais. Um dos pontos altos deste relatório, que reflete o trabalho dos Painéis 8, foi a ênfase na vulnerabilidade e nas ações de adaptação. São os pontos que tocam os governos locais de forma mais direta e exigem atenção cuidadosa de todos os órgãos que estão envolvidos na gestão urbana e territorial, pois refletem a forma como os sistemas, lugares e instituições responderão aos impactos e ao novo contexto. A mudança climática não é algo que ocorrerá uniformemente em todo o mundo. Cada lugar precisa estar atento às suas próprias características para entender como os impactos específicos que atingirão seu território afetarão suas estruturas. É com esse olhar sistêmico que o relatório incorpora as várias dimensões urbanas, fundamentais à perspectiva interdisciplinar e multissetorial desenvolvida pelos painéis. Não parece possível tratar a mudança climática do ponto de vista da governança, apenas como evento climático ou meteorológico. Assim como não é possível discutir os problemas relativos às enchentes e inundações apenas sob a ênfase ou perspectiva estrutural da engenharia. É necessário caminhar em direção a um entendimento da vulnerabilidade que valorize a relação entre os elementos ambientais (em sua diversidade) e construídos (em sua diversidade), pois é disso que se trata a gestão das megacidades. A adaptação, nesse contexto, envolve o conjunto de ações que as cidades e as instituições terão que enfrentar em busca de soluções para os impactos e perigos que sofrerão. Conhecer os perigos e seus impactos, portanto, é fundamental para propor medidas de adaptação que tornem as cidades mais resilientes. Em grande medida, o presente documento deduz que as políticas e estratégias necessárias para levar em conta os impactos das mudanças climáticas globais e daquelas causadas pela própria urbanização sobre a Região Metropolitana de São Paulo deverão ser consistentes e complementares com enfoque em mecanismos diversos, tais como: desenvolvimento limpo, remoção de resíduos tóxicos, planejamento do uso e ocupação do solo, mobilidade sustentável, recomposição da função dos ecossistemas naturais em áreas urbanas e uma nova engenharia, ou seja, uma nova forma de pensar as questões relativas ao desenvolvimento urbano sustentável. 6. Mercado sob a ótica capitalista se refere a um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, existência de comércio livre, processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. 7. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. 8. Uma descrição detalhada dos Painéis de Especialistas pode ser encontrada no apêndice 1, descrevendo estrutura de trabalho e conjuntos de dados coletados.

18 Tal transformação somente será atingida com mecanismos de gestão democrática e orçamentos participativos, que envolvam representantes governamentais, políticos, comunidades e especialistas, os quais deverão fazer parte da agenda de adaptação com o objetivo de construir cidades ambientalmente mais saudáveis e melhor preparadas para um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo social, econômico e ambiental. Este relatório foi elaborado para contribuir com a discussão sobre a necessidade de o Brasil adotar políticas e programas, tanto de ordem pública quanto privada, para reduzir os problemas relacionados às mudanças climáticas. A intenção é mostrar o estado da ciência nessa matéria e traçar o cenário das negociações internacionais a fim de estimular as diferentes lideranças sociais a assumir o desafio de combate às causas das mudanças climáticas através de ações estratégicas e medidas de adaptação. Na primeira parte do relatório, apresenta-se um resumo dos principais cenários climáticos na escala global. Esse apanhado não tem a pretensão de exaurir o assunto. Novos resultados são apresentados continuamente enquanto os cientistas tentam projetar com mais precisão como o clima deve se comportar no futuro. Os dados compilados aqui, no entanto, dão uma noção de quão importante é lidar com o problema. Na sequência, são apresentadas algumas especificidades da Região Metropolitana de São Paulo com o aprofundamento das questões sobre os impactos do clima na região. Foram realizadas análises integradas, tendo como base os dados e informações disponibilizadas por órgãos e entidades municipais e estaduais. Nesse caso, as informações disponíveis se apoiaram nas discussões realizadas pelos especialistas do International Expert Panel: Megacities, Vulnerability, and Global Climate Change. Os resultados possibilitaram identificar as principais áreas vulneráveis às mudanças climáticas. Na segunda parte, foi realizada uma discussão sobre as medidas gerais e setoriais que precisam ser tomadas para enfrentar a questão. Uma ação realmente efetiva dependerá da articulação de diferentes setores econômicos, em parceria com os governos nacional, estaduais e municipais. O relatório sugere algumas medidas estratégicas que podem auxiliar os governos locais a consolidar sua contribuição para a redução dos efeitos das mudanças climáticas, no âmbito dos acordos nacionais e internacionais sobre o tema. Esperase que os tomadores de decisão deste país percebam a urgência do problema e se unam para enfrentar os desafios relativos a essas mudanças. 19

19 20 Desafios das cidades frente às mudanças climáticas globais Segundo as estimativas do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, 2007), em 2008 atingimos uma marca simbolicamente expressiva do ponto de vista da população mundial. A partir dessa data, o mundo passou a ser predominantemente urbano. Até 2030, o número de pessoas vivendo em áreas urbanas deverá atingir o total de 5 bilhões de habitantes, e a maior parte destes estará vivendo em cidades de países em desenvolvimento. No caso brasileiro, tal qual grande parte da América Latina, este processo de transição urbana ocorreu com particularidades importantes, pois se deu posteriormente aos países desenvolvidos, mas muito antes dos demais países em desenvolvimento. De fato, os dados do Censo Demográfico 2010 confirmam a tendência da urbanização precoce brasileira, com 84,4% da população vivendo em áreas urbanas. Embora o ritmo de crescimento populacional já esteja em fase de estabilização no país todo, com uma projeção de atingir o pico de 240 milhões de habitantes em 2040 e depois passando a apresentar tendência de redução (IBGE, 2008), os desafios sociais, econômicos, políticos e ambientais nas áreas urbanas brasileiras ainda merecem muita atenção por parte das políticas públicas. As mudanças climáticas entram nesse contexto como um elemento adicional de preocupação, sobretudo nas grandes cidades brasileiras. Considerando os modos de vida, valores e práticas sociais, serão nas cidades onde os efeitos dessas mudanças serão mais sentidos, principalmente pelo fato de que o acúmulo de problemas e os conflitos ambientais ainda estão por ser superados. Ao mesmo tempo, as cidades serão as arenas das principais discussões, mudanças sociais e superação dos desafios colocados pelos novos cenários climáticos (Hogan, 2009). O estilo de vida urbano é um dos principais motores da mudança climática. A fragmentação da paisagem, o uso intensivo de energia, a pressão sobre os ecossistemas, a expansão urbana e do consumo são fatores que colocam as cidades no topo da lista de preocupações quando se pensa em políticas de mitigação para os efeitos das mudanças no clima. Assim, independentemente do ritmo de crescimento populacional no Brasil (ou mesmo mundial) apresentar tendências de estabilização no médio prazo, o processo de transição urbana inevitável para o qual caminhamos, trará aumento inerente das emissões de gases de efeito estufa (Ewing et al, 2008; Hogan, 2009; Ojima, 2006; 2007; 2009). É preciso ainda considerar que as condições urbanas precárias, a pobreza e a vulnerabilidade social encontradas nos países em desenvolvimento colocarão desafios significativos para minimizar as consequências negativas das mudanças climáticas sobre a população. Mudanças nos padrões de precipitação, eventos de extremos climáticos mais frequentes, ondas de calor ou agravamento nos períodos de estiagem prolongada hão de trazer danos sérios à população mais vulnerável (Kasperson; Kasperson; Turner, 1995). As pequenas localidades irão sofrer com a ausência de infraestrutura e de capacidade de articulação, de sistemas de alerta e de estruturas institucionais capazes de dar resposta aos desastres naturais e impactos ambientais. Mas será particularmente nas grandes cidades onde registraremos o maior volume de atingidos. Será nas megacidades que teremos os desafios dos grandes números colocados contra nossa capacidade de enfrentar as diversas dificuldades. Reconhecer, identificar e mapear as vulnerabilidades e riscos da população nesses contextos nos permitirá entender os processos que nos conduzem à viabilidade ou não de políticas e ações de adaptação (Adger; Lorenzoni; O Brien, 2009; Hardoy; Mitlin; Satterthwaite, 2001; Hogan; Marandola Jr, 20007; Hogan; Tomasquim, 2005; Hogan; Ojima, 2008; Ojima, 2009). As dificuldades para esse empreendimento são grandes, pois a necessidade de indicadores e dados específicos para cada contexto nem sempre é atendida. Isso pode ser derivado da grande heterogeneidade espacial e populacional nas cidades e também pela dificuldade de se encontrar dados confiáveis e metodologias adequadas para a construção de indicadores de sustentabilidade para a formulação de políticas públicas efetivas e que realmente façam sentido na escala dos indivíduos e dos grupos sociais mais vulneráveis (Ojima; Marandola Jr, 2010). Afinal, a capacidade de carga de uma região como um todo, nem sempre é equivalente à soma da capacidade de suas sub-áreas ou componentes (Hogan, 1996). Isso porque a vulnerabilidade é processual e circunstancial (Marandola Jr, 2009) e o contexto espacial, como redes sociais, valores, acessibilidade, sistemas de mobilidade urbana estarão intimamente imbricados com as condições locais e particulares de cada grupo

20 populacional dentro de uma megacidade de forma diferenciada e única (Ojima; Marandola Jr, 2010). Assim, embora a impermeabilização intensa que ocorre dentro do contexto das grandes cidades possa conduzir ao maior risco de alagamentos e enchentes, a combinação de fatores que leva a um fenômeno com rebatimentos na vida das pessoas vai depender fortemente de fatores sociais e contextuais. Ou seja, a estruturação do espaço urbano, a forma do desenvolvimento e da expansão do tecido urbano merecem atenção no planejamento urbano de médio e longo prazo, para que haja um potencial de minimização das consequências de mudanças ambientais. A agenda ambiental, que nos países em desenvolvimento ainda se constitui como desafio a ser vencido, pode ser pensada agora, já que se consideram perspectivas de agravamento frente aos cenários de mudanças climáticas de ordem global. Não se trata apenas de medir e identificar vulnerabilidades, mas de buscar políticas urbanas imbuídas de uma preocupação ambiental, pois independentemente do que ocorra, haverá um processo de ajuste (adaptação) social às novas condições ambientais. Caberá a nós ter a perspicácia de efetivar esse processo com justiça ambiental e evitando danos colaterais de medidas remediadoras emergenciais. O que de fato merece nossa atenção é compreender a complexidade dos processos intraurbanos, de modo a construir comunidades resilientes, capazes de se adaptar (Ojima; Marandola Jr, 2010; Adger; Lorenzoni; O Brien, 2009). Enfim, como veremos ao longo das páginas deste relatório, devido a inúmeros fatores, a capacidade adaptativa de algumas populações deverá ser muito limitada. A convergência dos processos de mudanças climáticas, tendências sociais e transições urbanas não apenas no Brasil, mas em outras regiões do mundo, se dá em uma conjuntura pouco favorável para a adaptação. A magnitude das demandas por adaptação e a condição particular de transição urbana precoce de uma megacidade como a Região Metropolitana de São Paulo poderão servir como importante elemento de planejamento futuro para outras regiões do mundo que ainda virão a passar por tais desafios. 21

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