PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar PROJETO DE PARECER

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1 PARLAMENTO EUROPEU Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar 2014/2204(INI) PROJETO DE PARECER da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar dirigido à Comissão do Desenvolvimento sobre a crise do ébola: lições a longo prazo e como reforçar os sistemas de saúde nos países em desenvolvimento para evitar crises futuras (2014/2204(INI)) Relator de parecer: Josu Juaristi Abaunz PA\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

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3 SUGESTÕES A Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar insta a Comissão do Desenvolvimento, competente quanto à matéria de fundo, a incorporar as seguintes sugestões na proposta de resolução que aprovar: A. Considerando que, desde que o surto de ébola na África Ocidental foi oficialmente declarado em 22 de março de 2014, na Guiné, a doença causou mortes na região 1 ; B. Considerando que este surto é o maior de sempre, afetando atualmente quatro países da África Ocidental (Guiné, Libéria, Serra Leoa e Mali), ao passo que os surtos na Nigéria e no Senegal já foram declarados como extintos e o surto separado na República Democrática do Congo também já está extinto; C. Considerando que esta epidemia é imprevisível e está em constante evolução; D. Considerando que os países mais afetados receberam assistência financeira internacional, mas que os governos intervenientes se concentraram maioritariamente em financiar e em criar estruturas para a gestão dos casos de ébola, deixando a cargo das autoridades nacionais, dos profissionais de saúde locais e das ONG o recrutamento de pessoal para as estruturas em causa; E. Considerando que, em toda a região, ainda não existem as instalações adequadas e necessárias para isolar e diagnosticar os pacientes; que, em muitas zonas da África Ocidental, a coordenação é problemática, resultando em graves lacunas ao nível da resposta; F. Considerando que, em algumas partes da África Ocidental, alguns aspetos que são essenciais para dar resposta ao ébola tais como a sensibilização da comunidade para o problema e a sua aceitação, os enterros seguros, a localização de contactos, os alertas e a vigilância, o acesso de pacientes não infetados com o vírus do ébola a cuidados de saúde ainda estão em falta; G. Considerando que os ensaios clínicos de diferentes tratamentos devem começar em breve na África Ocidental; H. Considerando que a assistência financeira internacional foi, inicialmente, lenta e, posteriormente, mal adaptada, tendo sido dificultada por graves estrangulamentos ao nível dos recursos humanos; 1. Deplora a perda de vidas na região devastada pelo surto de ébola e apresenta as suas sinceras condolências aos governos e às populações dos países afetados pelo surto; 2. Requer que os Estados-Membros e a Comissão coordenem e reforcem a investigação médica e a produção de medicamentos e vacinas eficazes contra o ébola, promovendo os ensaios clínicos necessários para os potenciais tratamentos já existentes; 1 Dados da OMS em 10 de dezembro de PA\ doc 3/5 PE v01-00

4 3. Considera que a resposta dos Estados-Membros e da Comissão tem sido lenta e insuficiente e que a assistência financeira foi limitada, não tendo respondido à gravidade dos alertas lançados por ONG tais como os Médicos Sem Fronteiras, entre outras, desde o surgimento da epidemia; entende que o reforço do compromisso financeiro da Comissão deve ser mais acentuado em termos de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento em resposta à crise; considera ser necessário aumentar a disponibilidade e o volume dos recursos financeiros; 4. Exorta a Comissão a estabelecer sistemas de controlo, a fim de garantir que o total do orçamento destinado ao combate do surto de ébola é efetivamente utilizado para combater a epidemia nos países afetados pelo vírus e não para outros fins; 5. Sublinha que a atual crise não pode ser resolvida apenas pelos sistemas de saúde, sendo necessária uma abordagem concertada que envolva diferentes setores (cuidados de saúde, educação e formação, saneamento, ajuda alimentar, água potável) e incida nas lacunas críticas em todos os serviços essenciais; salienta que a educação, entendida de forma global (abrangendo também a dimensão cultural e as convicções destes países), e não apenas em termos de compreensão do surto de ébola e de resposta ao problema, é essencial; 6. Felicita a Missão das Nações Unidas para a Resposta de Emergência ao Ébola (UNMEER), as organizações parceiras e as organizações não-governamentais humanitárias, tais como os Médicos Sem Fronteiras, pelo trabalho realizado no terreno e acolhe com satisfação a sua enorme contribuição e ajuda no controlo deste surto; 7. Insta os Estados-Membros e a Comissão a reforçarem os sistemas de saúde nos países afetados da África Ocidental; realça que a doença causada pelo vírus do ébola tem, sem dúvida, uma elevada taxa de mortalidade, indicando que também existem outras doenças mortais na região que devem ser tratadas (tais como a malária); considera que a UE não só deve investir no reforço das capacidades neste domínio como também encorajá-lo para resolver o problema da debilidade dos sistemas de saúde, de modo a proporcionar ao pessoal local a formação e os recursos adequados para fazer face a futuras epidemias (ébola ou outras doenças); considera que os donativos de terceiros devem ser canalizados para o reforço das capacidades neste domínio; 8. Pede que sejam adotadas ações educativas e informativas para promover o conhecimento dos sintomas e das medidas de prevenção, de modo a incrementar a confiança e a cooperação por parte das populações relativamente às medidas contra o ébola, uma vez que a informação e a comunicação constituem um aspeto importante da luta contra este surto; assinala que a situação criada em alguns Estados-Membros, na sequência do aparecimento de possíveis casos de ébola, demonstrou que é necessária uma campanha de informação e uma comunicação mais eficaz na Europa; 9. Encoraja a que sejam adotadas ações imediatas para coordenar e reforçar a investigação médica e a produção de medicamentos e vacinas eficazes contra o ébola, efetuando um controlo escrupuloso da infeção; 10. Requer que todos os intervenientes envolvidos na resposta ao surto adotem uma abordagem muito mais flexível e afetem recursos em função das necessidades mais PE v /5 PA\ doc

5 prementes em qualquer momento e em qualquer lugar. PA\ doc 5/5 PE v01-00