PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
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- Eliza Leal Cerveira
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1 Parlamento Europeu Documento de sessão B8-0000/2015 PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO apresentada na sequência da pergunta com pedido de resposta oral B8-0000/2015 nos termos do artigo 128.º, n.º 5, do Regimento sobre as lições extraídas da catástrofe das lamas vermelhas, cinco anos após o acidente na Hungria (2015/0000(RSP)) György Hölvényi, Tibor Szanyi, Nikolay Barekov, Gerben-Jan Gerbrandy, Merja Kyllönen, Benedek Jávor, Piernicola Pedicini em nome da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar RE\ doc PE v01-00 Unida na diversidade
2 B8-0000/2015 Resolução do Parlamento Europeu sobre as lições extraídas da catástrofe das lamas vermelhas, cinco anos após o acidente na Hungria (2015/0000(RSP)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta os princípios da política da União no domínio do ambiente, nos termos do artigo 191.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia 1, em particular o princípio de que devem ser tomadas medidas preventivas e de que o poluidor deve pagar, Tendo em conta a Diretiva 91/689/CEE do Conselho, de 12 de dezembro de 1991, relativa aos resíduos perigosos 2, Tendo em conta a Decisão 2000/532/CE da Comissão, de 3 de maio de 2000, que substitui a Decisão 94/3/CE, que estabelece uma lista de resíduos em conformidade com o artigo 1.º, alínea a), da Diretiva 75/442/CEE do Conselho relativa aos resíduos, e a Decisão 94/904/CE do Conselho, que estabelece uma lista de resíduos perigosos em conformidade com o artigo 1.º, n.º 4, da Diretiva 91/689/CEE do Conselho relativa aos resíduos perigosos 3 (lista europeia de resíduos), Tendo em conta a Decisão 2014/955/UE da Comissão, de 18 de dezembro de 2014, que altera a Decisão 2000/532/CE relativa à lista de resíduos em conformidade com a Diretiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho 4, Tendo em conta o parecer fundamentado enviado pela Comissão Europeia à Hungria, em junho de 2015, para que melhore os padrões ambientais noutra escombreira de lama vermelha existente no país 5, Tendo em conta a Diretiva 2006/21/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativa à gestão dos resíduos de indústrias extrativas e que altera a Diretiva 2004/35/CE 6 (Diretiva relativa à gestão dos resíduos das indústrias extrativas), Tendo em conta a Recomendação 2001/331/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de abril de 2001, relativa aos critérios mínimos aplicáveis às inspeções ambientais nos Estados-Membros 7, JO C 83 de , p. 1. JO L 377 de , p. 20. JO L 226 de , p. 3. JO L 370 de , p. 44. Comissão Europeia - Ficha Informativa: Pacote de processos por infração de junho principais decisões, JO L 102 de , p. 15. JO L 118 de , p. 41. PE v /6 RE\ doc
3 Tendo em conta a Resolução do Parlamento Europeu, de 20 de novembro de 2008, sobre a revisão da Recomendação 2001/331/CE relativa aos critérios mínimos aplicáveis às inspeções ambientais nos Estados-Membros 1, Tendo em conta a Decisão n.º 1386/2013/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de novembro de 2013, relativa a um programa geral de ação da União para 2020 em matéria de ambiente «Viver bem, dentro dos limites do nosso planeta» 2 (Sétimo Programa de Ação da União em matéria de Ambiente), Tendo em conta a Diretiva 2004/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de abril de 2004, relativa à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais 3 (Diretiva relativa à responsabilidade ambiental), Tendo em conta a Decisão 2009/335/CE da Comissão, de 20 de abril de 2009, relativa às diretrizes técnicas para a constituição da garantia financeira em conformidade com a Diretiva 2006/21/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à gestão dos resíduos de indústrias extrativas 4, Tendo em conta o estudo de viabilidade da Comissão Europeia sobre o conceito de mecanismo de partilha de riscos de catástrofes industriais à escala da UE 5, Tendo em conta o artigo 128.º, n.º 5, e o artigo 123.º, n.º 2, do seu Regimento, A. Considerando que, em 4 de outubro de 2010, a rutura de um reservatório de resíduos na Hungria derramou quase um milhão de metros cúbicos de lamas vermelhas altamente alcalinas e inundou várias povoações, matando dez pessoas, ferindo cerca de 150 e poluindo vastas zonas, incluindo quatro sítios Natura 2000; B. Considerando que, de acordo com Diretiva 91/689/CEE do Conselho, as lamas vermelhas são resíduos perigosos; C. Considerando que a Decisão 2014/955/UE da Comissão indica explicitamente que as lamas vermelhas devem ser classificadas como resíduos perigosos até prova em contrário; considerando que esta Decisão é aplicável a partir de 1 de junho de 2015; D. Considerando que existe o risco de, no passado, as lamas vermelhas também terem sido incorretamente classificadas como resíduos não-perigosos noutros Estados-Membros, dando assim origem a autorizações indevidas; JO C 16E de , p. 67. JO L 354 de , p JO L 143 de , p. 56. JO L 101 de , p. 25. Estudo destinado a explorar a viabilidade de criação de um fundo para cobrir a responsabilidade e as perdas ambientais resultantes de acidentes industriais. Relatório final. Comissão Europeia, DG ENV, 17 de abril de 2013, 0BIO%20for%20web2.pdf RE\ doc 3/6 PE v01-00
4 E. Considerando que as lamas vermelhas são «resíduos de extração», nos termos da Diretiva relativa à gestão dos resíduos das indústrias extrativas, a qual estabelece requisitos de segurança para a gestão de resíduos de extração, nomeadamente com base nas melhores técnicas disponíveis; F. Considerando que a Recomendação 2001/331/CE visa reforçar o cumprimento da lei e contribuir para uma aplicação mais coerente da legislação ambiental da UE; G. Considerando que a Resolução do Parlamento Europeu, de 20 de novembro de 2008, descreveu a aplicação da legislação ambiental nos Estados-Membros como incompleta e incoerente e instou a Comissão a apresentar uma proposta legislativa em matéria de inspeções ambientais; H. Considerando que o Sétimo Programa de Ação da União em matéria de Ambiente determina que a UE tornará as obrigações relativas a inspeções e vigilância extensivas ao acervo alargado de legislação ambiental da União e desenvolverá a capacidade de apoio à inspeção a nível da UE; I. Considerando que a Diretiva relativa à responsabilidade ambiental (DRA) visa o estabelecimento de um quadro de responsabilidade ambiental baseado no princípio do «poluidor-pagador» e estabelece que os Estados-Membros devem tomar medidas destinadas a incentivar o desenvolvimento de instrumentos e mercados de garantias financeiras por parte dos operadores económicos e financeiros pertinentes; considerando que o artigo 18.º, n.º 2, obriga a Comissão a apresentar um relatório ao Parlamento Europeu e ao Conselho antes de 30 de abril de 2014, o qual ainda não foi apresentado; J. Considerando que, em 2010, em reação à catástrofe das lamas vermelhas, a Comissão afirmou que ia reconsiderar a introdução de uma garantia financeira obrigatória harmonizada até mesmo antes da revisão da DRA, prevista para 2014; 1. Observa que a catástrofe das lamas vermelhas de 2010 representa a catástrofe industrial mais grave ocorrida na Hungria e presta homenagem às vítimas por ocasião do quinto aniversário deste acontecimento trágico; 2. Reconhece a intervenção rápida e eficaz das autoridades nacionais na fase de resposta à crise, bem como os grandes esforços desenvolvidos pela sociedade civil durante esta catástrofe sem precedentes; 3. Recorda que a Hungria acionou o Mecanismo de Proteção Civil da UE e recebeu uma equipa de peritos europeus destinada a elaborar recomendações, nomeadamente sobre as melhores soluções para eliminar e reduzir danos; 4. Observa que a catástrofe das lamas vermelhas pode estar associada à má implementação da legislação da UE, às deficiências detetadas nas inspeções e às lacunas na legislação relevante da UE; PE v /6 RE\ doc
5 5. Considera que a Diretiva relativa à gestão dos resíduos das indústrias extrativas e a lista europeia de resíduos suscitam especial preocupação; 6. Manifesta a sua apreensão pelo facto de existirem sítios com as mesmas características em vários Estados-Membros; apela aos Estados-Membros para que assegurem a realização de inspeções adequadas; 7. Insta todos os Estados-Membros que possuam escombreiras de lama vermelha nos seus territórios a verificarem se esta substância foi corretamente classificada como perigosa e rever, o mais rapidamente possível, todas as autorizações que tenham sido concedidas com base em classificações incorretas; insta a Comissão a assegurar que os Estados-Membros tomem medidas; 8. Considera que é essencial dar maior ênfase à prevenção de catástrofes, tendo em conta que também ocorreram incidentes ambientais semelhantes noutros Estados-Membros; 9. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a intensificarem os seus esforços no sentido de assegurarem a plena implementação e correta aplicação de toda a legislação pertinente da UE; 10. Sublinha que importa reforçar a utilização das melhores técnicas disponíveis no âmbito da gestão dos resíduos de extração e apela à utilização de tecnologias de eliminação a seco; 11. Insta a Comissão a dar maior ênfase à investigação e ao desenvolvimento na prevenção e no tratamento de resíduos perigosos; 12. Insta a Comissão a elaborar diretrizes para a realização de testes de esforço nas minas que contenham escombreiras de grande dimensão; 13. Considera que uma prevenção da poluição eficaz requer regras de prevenção da poluição rigorosas no âmbito das inspeções ambientais e medidas adequadas para garantir a sua aplicação; 14. Insta os Estados-Membros a reforçarem os seus organismos nacionais de inspeção ambiental, que lhes permitam efetuar controlos regulares e sistemáticos nas instalações industriais, nomeadamente garantindo-lhes, para tal, independência, disponibilizando-lhes recursos adequados e atribuindo-lhes responsabilidades claras, para além de lhes exigir uma cooperação reforçada e ações coordenadas; 15. Insta a Comissão e os Estados-Membros a melhorarem a fiscalização, com base em instrumentos existentes, vinculativos e não vinculativos, evitando, ao mesmo tempo, encargos administrativos desnecessários; 16. Reitera o seu apelo à Comissão para que apresente uma proposta legislativa em matéria de inspeções ambientais que não represente qualquer encargo financeiro adicional para o setor industrial; RE\ doc 5/6 PE v01-00
6 17. Exorta a Comissão a alargar os critérios vinculativos a aplicar nas inspeções por parte dos Estados-Membros, a fim de cobrir o acervo alargado de legislação ambiental da UE e desenvolver as capacidades de apoio à inspeção a nível da UE; 18. Lamenta que a Comissão ainda não tenha apresentado o seu relatório, conforme prevê a Diretiva relativa à responsabilidade ambiental; exorta a Comissão a apresentar este relatório antes do final de 2015; 19. Insta a Comissão a investigar de que modo a Decisão 2009/335/CE da Comissão foi executada nos Estados-Membros e se os limites máximos aplicáveis aos instrumentos de garantias financeiras estabelecidos são suficientes; exorta a Comissão a propor a adoção de uma garantia financeira obrigatória harmonizada; 20. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a assegurarem a transparência no âmbito dos aspetos financeiros da recuperação em caso de catástrofe ambiental, incluindo a compensação financeira às vítimas; 21. Sublinha a importância do envolvimento das autoridades locais, dos cidadãos e da sociedade civil no processo de tomada de decisão no que respeita à eliminação de resíduos perigosos e ao planeamento de medidas de gestão de riscos; 22. Convida as autoridades responsáveis a informarem regularmente o público sobre o estado de poluição e os possíveis impactos na fauna e na flora, bem como na saúde das populações locais; 23. Insta a Comissão a aprofundar o conceito de mecanismo de partilha de riscos de catástrofes industriais à escala da UE, a financiar através de um prémio de seguro harmonizado a nível da UE, de modo a fornecer uma ajuda financeira imediata e eficaz em caso de catástrofes industriais e cobrir os custos de reparação dos danos para além das garantias financeiras; 24. Lamenta que o Fundo de Solidariedade da UE não cubra acidentes industriais; 25. Sublinha a importância da cooperação e da solidariedade a nível da UE em caso de catástrofes ambientais e industriais; 26. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão e aos governos e parlamentos dos Estados-Membros. PE v /6 RE\ doc
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