TERMO DE REFERÊNCIA 2013
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- Luca Domingues Jardim
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3 DE REFERÊNCIA TERMO 2013
4 2013. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná SEBRAE/PR Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Informações e contato: SEBRAE/PR Rua Caeté, 150 Prado Velho. CEP Curitiba PR Telefone: (41) Internet: Presidente do Conselho Deliberativo João Paulo Koslovski Diretoria Executiva Vitor Roberto Tioqueta Julio Cezar Agostini José Gava Neto Coordenação Técnica do Desenvolvimento Unidade de Inovação Competitividade Agnaldo Gerson Castanharo Cesar Reinaldo Rissete Luiz Marcelo Padilha Equipe técnica Alan Alex Debus Claudio Serrato Gerson Miotto Júlio Cesar dos Santos Rodrigues Marilea Rodrigues de Britto Nadia Terumi Joboji Roberta Soledade Azevedo Revisão de conteúdo em 2013 João Carlos de Andrade Editoração e Projeto Gráfico Ceolin & Lima Serviços Ltda.
5 Programa Cidade Empreendedora: Concepção e Metodologia
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7 Sumário 7 Contexto 9 Objetivo do Programa 10 Conceitos 16 Passo a passo para implantação 25 Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) 31 Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e a instituição de políticas públicas 34 Essência do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte 54 Órgãos Gestores do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte 58 Razões para o Município Fazer a Lei Geral Municipal 61 Resumo do Conteúdo da Lei Geral Municipal 64 A Lei Geral Municipal é compatível com a Lei de Responsabilidade Fiscal 65 Como elaborar a Lei Geral Municipal 68 Políticas Referenciais para estimular o desenvolvimento local a partir dos pequenos negócios. 125 Apresentação 127 Metodologia de Avaliação do Ambiente Institucional e Formação de Alianças 131 Workshop I 133 Curso de capacitação O poder de equipes que transformam 134 Encontro de formalização do Comitê Gestor 137 Anexo I
8 147 Anexo III 151 Elaboração do Diagnóstico de Indicadores da Lei Geral 165 Workshop III - Devolutiva do diagnóstico da Lei Geral e Elaboração do Plano de Ação 166 O Plano de Ação 167 Encontro com prefeito e órgãos responsáveis na Prefeitura 169 Encontro de Pactuação do Plano de Ação 171 Execução, acompanhamento do Plano de Ação e proposição de melhorias 175 Anexo 1- Oficina de Planejamento Participativo 178 Anexo 2 Pasta Simplificação e Desburocratização 179 Anexo 3 Pasta Acesso a Mercados 180 Anexo 4 Pasta Tributação 181 Anexo 5 Pasta Associativismo 182 Anexo 6 Pasta Inovação e Tecnologia 183 Anexo 7 Pasta Educação Empreendedora 184 Anexo 8 Pasta Acesso à Justiça 185 Anexo 9 Pasta Crédito e Financiamento 186 Anexo 10 Agente de Desenvolvimento
9 Contexto O Estatuto 1. CONTEXTO Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte instituído pela Lei Complementar O Estatuto 123/2006 Nacional da 1 e Microempresa aperfeiçoado e Empresa pela Lei de nº Pequeno Porte de 28/03/2013, instituído pela pelas Lei Leis Complementares Complementar nº /2006 de 10/11/2011, e aperfeiçoado 133 de pelas 28/12/2009, Leis Complementares 128 de 19/12/ /2009 e 127 e de 14/08/2007, se constitui atualmente no principal instrumento de desenvolvimento das 128/2008 1, se constitui atualmente no principal instrumento de desenvolvimento das micro e pequenas empresas a partir de ações institucionais, envolvendo o setor público e micro e pequenas empresas a partir de ações institucionais, envolvendo o setor público e privado. Cabe destacar que o Sistema SEBRAE foi decisivo na elaboração e aprovação da Lei Complementar privado. Cabe em destacar âmbito que federal. o Sistema SEBRAE foi decisivo na elaboração e aprovação da Lei Complementar em âmbito federal. Decorrência do Estatuto Nacional, os SEBRAEs UFs têm se dedicado à implantação Decorrência da aprovação do Estatuto Nacional, os Sebraes UFs tem se dedicado a e regulamentação da Lei Geral Municipal, sendo inclusive parte da responsabilidade do implantação e regulamentação da Lei Geral Municipal, sendo inclusive parte da Sistema SEBRAE na Política de Desenvolvimento Produtivo lançada no dia 12 de Maio de 2008 (Figura responsabilidade 1). do Sistema Sebrae na Política de Desenvolvimento Produtivo lançada no dia 12 de Maio de 2008 (Figura 01). FIGURA 01. DIRETRIZES DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PRODUTIVO 7 TERMO DE REFERÊNCIA Figura Diretrizes da política produtivo. Também no novo programa de combate a miséria no País, Plano Brasil sem Miséria, percebe-se a importância de se trabalhar o ambiente para efetivamente se promover a inclusão produtiva das pessoas, sendo este um dos eixos centrais do Plano. 1 Acesse a Lei Complementar 123: 1 Acesse a Lei Complementar 123:
10 Também no programa de combate à miséria no País, Plano Brasil sem Miséria (figura 2), percebe-se a importância de se trabalhar o ambiente para efetivamente se promover a inclusão produtiva das pessoas, sendo este um dos eixos centrais do Plano. 8 Eixo Garantia de Renda Elevação da Renda per Capita SEBRAE-PR Aumento das capacidades e oportunidades Eixo Inclusão Produtiva Eixo Acesso aos Serviços Públicos Aumento das Condições de Bem-Estar Figura 2 - Plano Brasil sem Miséria Fonte: Com isto, o SEBRAE assume um compromisso com a sociedade brasileira de promover o desenvolvimento a partir da micro e pequena empresa, de ser uma agência de desenvolvimento utilizando a lei geral municipal como instrumento nesta tarefa. No âmbito estadual, o SEBRAE/PR definiu como uma das metas mobilizadoras a formulação, aprovação e implantação da Lei Geral Municipal em 100% dos municípios do Estado. A implementação da Lei Geral em todos os municípios do Paraná criará a oportunidade de beneficiar às micro e pequenas empresas existentes e a formalização de outras como foi o caso da figura jurídica do Microempreendedor Individual que hoje existe legalmente. A Lei Geral uma vez implementada e institucionalizada também trará um ambiente mais seguro aos futuros empresários que decidirem abrir seus negócios. Para que este ambiente se estabeleça será necessária a regulamentação dos capítulos e efetivamente a participação dos homens públicos e dos agentes estimuladores dos empreendedores individuais e das micro e pequenas empresas, para que na prática a lei seja institucionalizada e se torne realidade, criando assim um ambiente legal propício aos microempreendedores individuais e das micro e pequenas empresas. O SEBRAE/PR, como organismo de apoio aos pequenos negócios tem como objetivo que a lei crie um ambiente favorável aos empreendedores individuais e às micro e pequenas empresas, para isto desenvolveu o Programa Cidade Empreendedora, visando à institucionalização da Lei Geral nos municípios do Paraná para que esta se transforme efetivamente em um instrumento de desenvolvimento.
11 Objetivo do Programa Potencializar a implementação e institucionalização da Lei Geral visando à melhoria do ambiente de negócios para o Microempreendedor Individual e para as micro e pequenas empresas, contribuindo desse forma com a geração de emprego e renda. 9 Objetivos Específicos: Capacitar agentes de desenvolvimento para garantir a operacionalização da Lei Geral e contribuir para o desenvolvimento do município. Constituir Comitês Gestores Municipais por meio da Metodologia da Avaliação do Ambiente Institucional. Elaborar Diagnósticos por meio de Indicadores. Elaborar Planos de Ação com pactuação dos resultados para melhoria dos Indicadores. Executar ações conforme Plano elaborado e promover a troca de experiências e melhores práticas. TERMO DE REFERÊNCIA
12 Conceitos 10 Relacionamos a seguir os principais conceitos que serão tratados ao longo do termo de referência. SEBRAE-PR Lei Geral A Lei Geral é o novo Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Instituída pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 vem estabelecer normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado ao Microempreendedor individual (MEI), às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP) no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, nos termos dos artigos 146, 170 e 179 da Constituição Federal. Os principais benefícios previstos na Lei Geral são: a. Regime unificado de apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive com simplificação das obrigações fiscais acessórias; b. Desoneração tributária das receitas de exportação e substituição tributária; c. Dispensa do cumprimento de certas obrigações trabalhistas e previdenciárias; d. Simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento dos empreendedores individuais e micro e pequenas empresas; e. Facilitação do acesso ao crédito e ao mercado; f. Preferência nas compras públicas; g. Estímulo à inovação tecnológica; h. Incentivo ao associativismo na formação de consórcios para fomentação de negócios; i. Incentivo à formação de consórcios para acesso a serviços de segurança e medicina do trabalho; j. Regulamentação da figura do Microempreendedor Individual, criando condições para sua formalização; k. Parcelamento de dívidas tributárias para adesão ao Simples Nacional.
13 Microempreendedor Individual, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. A Lei Geral representa o reconhecimento da importância de um segmento econômico que, segundo o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa , em 2011, as MPEs responderam em média por 99% dos estabelecimentos, 51,6% dos empregos privados não agrícolas formais no país e quase 40% da massa de salários. Isso sem falar na janela de oportunidades que se abre para a regularização dos mais de 10 milhões de empresas que vivem na informalidade. No Paraná a realidade é similar, as micro e pequenas empresas compõem a quase totalidades das empresas formais do Estado, geram 58,5% dos empregos formais e 48,9% da massa salarial do Estado do Paraná. 11 TERMO DE REFERÊNCIA 6,3 milhões de micro e pequenas empresas formais (99% do total de empresas brasileiras) PR: 507,1 mil (82,6 % em comércio e serviços) A FORÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL E NO PARANÁ 51,6 % da força de trabalho urbana empregada no setor privado, equivalente a 14,6 milhões de empregos com carteira assinada PR: 58,5 %, equivalente a 1,17 milhões de empregos 39,5 % da massa salarial PR: 48,9 % 98,2% indústria, 98,6% construção, 99,4% Comércio e 98,8% Serviços. MPE em percentual do número de estabelecimentos por setor 10,7% indústria, 4,9% construção, 50,4% Comércio e 34% Serviços. Distribuição das micro e pequenas empresas por setor PR: 11,9% indústria, 5,4% construção, 51% Comércio e 31,6% Serviços Distribuição das micro e pequenas empresas por setor Figura 3: A força dos pequenos negócios - Fonte Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012 O Estatuto Nacional definiu em seu artigo 3º que Microempresa (ME) é a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário individual devidamente registrado na
14 Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas que aufira receita bruta anual igual ou inferior a R$ ,00. Empresa de Pequeno Porte (EPP) é a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário individual devidamente registrado na Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas que aufira receita bruta anual superior a R$ ,00 e igual ou inferior a R$ ,00. SEBRAE-PR 12 Aperfeiçoando a legislação, a Lei Complementar 128 definiu o Microempreendedor Individual (MEI) como o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei no , de 10 de janeiro de 2002 Código Civil, que tenha auferido receita bruta anual de até R$ ,00, podendo ter até 01 funcionário que receba o salário mínimo ou piso da categoria profissional. Comitê Gestor Municipal O Comitê Gestor Municipal é a forma pela qual este projeto de institucionalização da lei geral será implantado e controlado. O Comitê poderá ser constituído de atores (instituições, pessoas) que compõem o poder público municipal, associações, representantes da sociedade, etc.; e deverá conduzir a institucionalização da lei geral, de forma a obter o melhor ambiente possível para os empreendedores individuais e micro e pequenas empresas. IDMPE O IDMPE é um indicador que mede a favorabilidade do ambiente do município referente ao desenvolvimento dos microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas. Este indicador busca identificar nas áreas de desenvolvimento empresarial, mercado e de ambiente institucional a favorabilidade a abertura, crescimento e longevidade dos empreendedores individuais e micro e pequenas empresas nos municípios do Paraná. Ambiente Institucional O Ambiente institucional neste projeto pode ser entendido como o conjunto de instituições de que um dado município se dotou para que a atividade dos indivíduos, além de compatível com a sobrevivência da comunidade, seja também convergente com a execução dos objetivos comuns. Indicadores Os indicadores são informações numéricas que quantificam o desempenho de produtos, de processos e da organização como um todo ou de partes da organização, sendo
15 no caso deste projeto os indicadores se remeterão aos 9 principais capítulos da Lei Geral, além da figura do Microempreendedor Individual. GEOR A Gestão Estratégica Orientada para Resultados, cuja sigla é GEOR, consiste em uma nova filosofia e um jeito novo de trabalhar os projetos, com foco em público-alvo específico - segmentos de micro e pequenas empresas e empreendedores. É caracterizado pela definição dos objetivos e metas do projeto com os empresários e parceiros de órgãos públicos e privados. O acompanhamento das metas pode ser feito pela internet. Esta metodologia visa demonstrar com clareza os resultados da atuação do SEBRAE e parceiros para a sociedade, público-alvo, governos e órgãos de controle externo. Permite a integração de ações e concentração de esforços de todos os parceiros. Cria bases consistentes e objetivas de controle e avaliação da eficácia dos projetos de desenvolvimento setorial. 13 TERMO DE REFERÊNCIA Ferramentas O termo ferramentas será utilizado neste projeto com o significado de instrumentos de apoio à análise e operacionalização do Programa Cidade Empreendedora. As ferramentas utilizadas no Programa são: Índice de Desenvolvimento Municipal para a Micro e Pequena Empresa - IDMPE Índice sintético que retrata de maneira sistêmica, utilizando bases de dados públicas, secundárias, de periodicidade anual e cobertura municipal, as condições institucionais de cada Município favoráveis aos microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas a partir de três dimensões: Ambiente Empresarial (IDE) sintetiza o clima de negócios que favoreça a criação de novos empreendimentos formais e a sobrevivência e expansão das empresas instaladas; Ambiente do Mercado Consumidor (IDM) indica a dinâmica de geração de emprego e renda que define a dimensão do mercado consumidor local e impacta favoravelmente na expansão das MPE municipais; e Ambiente Institucional (IDI) retratando as condições do entorno municipal que criam as condições básicas de um ambiente institucional favorável ao desenvolvimento e competitividade das MPE.
16 Figura 4 - Dimensões do Índice de Desenvolvimento Municipal para Micro e Pequena Empresa SEBRAE-PR 14 ÍNDICE INDICE PARCIAL INDICADOR OBJETO IDE Volume dos Negócios Crescimento dos Negócios Sobrevivência de Empresas Criação de Empresas Empreendedorismo IDMPE IDM Criação de Empregos Dimensão do Mercado Local População Crescimento da Renda do Trabalho Dimensão da Renda do Trabalho Crescimento da Renda Não-Trabalho Dimensão da Renda Não-Trabalho IDI Capacidade de Investimento Público Municipal Ciência, Tecnologia e Inovação Qualidade da Educação Infraestrutura de Telecomunicações Associativismo Crédito Apoio à MPE e ao Empreendedorismo Fonte: SEBRAE/IBQP Os IDMPEs 2008 e 2009, 2009 e 2010 e a última versão 2012 já foram calculados e divulgados, e pode-se acompanhar a sua evolução. Metodologia de Análise do Ambiente Institucional A metodologia de análise do ambiente institucional é uma ferramenta de análise das forças existentes no ambiente institucional do município e seleção dos atores do Comitê Gestor Municipal. Diagnóstico Temático da Lei Geral O diagnóstico temático da lei geral é um sistema de indicadores de esforço e resultado dos 09 temas da lei geral, inspirado nos modelos de diagnóstico da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) com o objetivo de diagnosticar o nível de implantação da Lei Geral em um município. Além de indicar o estado atual, sinaliza os próximos passos a serem percorridos com vistas à implantação da Lei Geral.
17 Plano de Ação O plano de ação será a ferramenta utilizada para municiar o Comitê Gestor a realizar ações no município. O objetivo do plano de ação é que o Comitê Gestor, a partir do diagnóstico da lei geral (realizado com o auxílio do IDMPE, Diagnóstico Temático da Lei Geral e outros indicadores disponíveis) possa traçar ações que façam com que os indicadores com resultados considerados abaixo do adequado para a institucionalização da lei tenham ações efetivas que possam fazer com que aconteça uma evolução destes indicadores. 15 SIGEOR Parceiros O SIGEOR Parceiros é a ferramenta disponibilizada para os parceiros do SEBRAE/PR para gestão de projetos com o uso da metodologia GEOR. O Programa utilizará esta ferramenta para gestão do programa, e o agente de desenvolvimento receberá capacitação, uma senha para acesso e cadastro do Plano de Ação. TERMO DE REFERÊNCIA
18 Passo a passo para implantação SEBRAE-PR 16 A sequência de implantação do Programa Cidade Empreendedora se dará, de forma genérica, conforme abaixo: Diagnóstico do ambiente institucional Planejamento Estratégico Soluções Capacitação do AD e CCGM Governança Formação Comitê Gestor Diagnóstico Temático da Lei Geral SIGEOR Execução E Monitoramento Consultorias Seminários Encontros Evolução do ambiente institucional Figura 5 - Sequência de implantação do Programa Cidade Empreendedora Etapa 1 Capacitar o Agente de Desenvolvimento e o Comitê Gestor Municipal na utilização das ferramentas do Programa Cidade Empreendedora. Etapa 2 Realizar o diagnóstico do ambiente institucional local, levantando os atores-chave para a implementação da Lei Geral no município. Utilizar a Ferramenta Metodologia de análise do ambiente institucional. Logo após, sensibilizar atores e formar alianças locais, formando o Comitê Gestor Municipal (Governança do Programa). Etapa 3 Realizar o diagnóstico da implantação da Lei Geral Municipal, separados por temática. Utilizar as ferramentas IDMPE, indicadores secundários e Diagnóstico Temático da Lei Geral. Etapa 4 Elaborar Plano de Ação, com uso da metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados (GEOR) visando melhorar indicadores e pactuando resultados de melhoria. Utilizar a Ferramenta SIGEOR Parceiros com auxílio de Técnica de Planejamento Estratégico. Etapa 5 Implantação das ações definidas pelo Comitê Gestor Municipal utilizando as soluções SEBRAE e parceiros para a melhoria dos indicadores da Lei Geral. Utilizar a Ferramenta SIGEOR Parceiros para registro e acompanhamento da evolução das ações.
19 Etapa 6 Apoio técnico do SEBRAE para implementação das Soluções do SEBRAE e parceiros, visando implementar as ações definidas pelo Comitê Gestor. Realizar seminários e encontros de Melhores Práticas visando à apresentação de resultados para a comunidade local com o foco em dar visibilidade às ações de apoio ao Programa Cidade Empreendedora. Etapa 7 Evolução do Ambiente Institucional Acompanhar as ações realizadas para mensurar a melhoria do ambiente institucional da MPE e proposição de melhorias. Utilizar a Ferramenta SIGEOR Parceiros. Detalhamento das atividades para realizar as etapas do programa 17 TERMO DE REFERÊNCIA 1. Capacitação do Agente de Desenvolvimento e Comitê Gestor Municipal (Etapa 1) 1.1 Formação do Agente de Desenvolvimento Capacitação conforme padrão definido pelo SEBRAE/PR. 1.2 Capacitação do Coordenador do Comitê Gestor Municipal da Lei Geral e do Programa Cidade Empreendedora Capacitação conforme padrão definido pelo SEBRAE/PR. 2. Sensibilização do Programa Cidade Empreendedora e da importância do Comitê Gestor Municipal para grupo inicial e aplicação da ferramenta Análise do Ambiente Institucional. Reunião de Trabalho. Participantes: Consultor/Gestor do SEBRAE/ PR, Agente de Desenvolvimento, Coordenador e 02 Convidados (liderança do setor público e privado). Ferramenta de Trabalho: Metodologia de análise do ambiente institucional. Resultado: Lista de atores para compor o Comitê Gestor Municipal (submeter à análise do chefe do Poder Executivo Municipal). 2.1 Nomeação dos integrantes do Comitê Gestor Validação com Chefe do Poder Executivo Municipal Realizar uma reunião para esta nomeação. 2.2 Sensibilização dos integrantes do Comitê Gestor Visita Individual. 2.3 Workshop I Definição do Objetivo do Comitê. Participantes: pessoas indicadas pelas instituições. Apresentar o programa para os atores selecionados e estruturar o Comitê Gestor. 2.4 Capacitação O Poder de Equipes que Transformam. 2.5 Encontro de lançamento do Comitê Gestor (Apresentação do Programa Cidade Empreendedora/Agente/Comitê Gestor à comunidade).
20 Formalizar a constituição do Comitê Gestor Municipal e apresentar o Programa à sociedade. Participantes: Prefeito, vice-prefeito e Secretários Municipais, representantes das instituições do Comitê Gestor e sociedade. SEBRAE-PR Diagnóstico com base em indicadores (Etapa 03) 3.1 Encontro de sensibilização e preparação para a busca de dados do consultor, contando com a facilitação do agente de desenvolvimento e membros do Comitê Gestor da Lei Geral no município. 3.2 Aplicação da ferramenta Diagnóstico Temático da Lei Geral credenciado. 3.3 Aplicação da ferramenta IDMPE e utilização do site da ferramenta IDMPE. 4. Plano de Ação (Etapa 04) 4.1 Workshop II Definição da Visão e Metas do Comitê Gestor. 4.2 Workshop III Planos de Ação: Priorizar Temática e Macro ações no CGM, utilizando 5W2H. 4.3 Encontro com chefe do poder executivo municipal para validação da Temática e Macro ações e encaminhamentos. Credenciado e Agente. 4.4 Encontro com Comitê Gestor Municipal para apresentar os encaminhamentos das ações. Credenciado, Agente e Coordenador. 4.5 Aplicação da ferramenta SIGEOR. Credenciado, Agente e Coordenador. 4.6 Encontro de Pactuação dos Planos de Ação. 5. Acompanhamento dos Planos de Ação e proposição de melhorias (Etapas 05, 06 e 07) 6. Agentes envolvidos Para que as ferramentas sejam aplicadas e se transformem em uma agenda de desenvolvimento, o programa está concebido a partir da atuação dos seguintes agentes: Coordenador Estadual, Gestores Regionais do SEBRAE/PR, Consultores Credenciados do SEBRAE/PR, Agentes de Desenvolvimento e Comitê Gestor Municipal.
21 Gestor Regional Credenciado Comitê Gestor Municipal Agente de Desenvolvimento Coordenador do CGM 19 TERMO DE REFERÊNCIA Gerente Regional Prefeito Coordenação Estadual Figura 60 Agentes envolvidos no Programa Cidade Empreendedora Papel dos Agentes 1. Gerente da Regional Acompanhamento da execução do Programa. Interface da gestão local e estadual. Integração dos Projetos da Regional. Relação político-institucional com liderança. Participação nas reuniões de monitoramento do programa. 2. Coordenação Estadual Reunião com Credenciados. Reunião de Monitoramento das Regionais (01 a cada trimestre). Identificar Necessidades de Produtos e Ferramentas para o programa. Reuniões Estaduais de Monitoramento do Programa. Consolidar Diagnósticos Estaduais. Planejar e executar eventos estaduais.
22 Ações Estaduais. Suporte aos gestores regionais. Organizar e viabilizar a capacitação dos gestores e credenciados. SEBRAE-PR 20 Consolidar e Disseminar as Boas Práticas. Organizar seminários estaduais de Agentes de Desenvolvimento. Relatórios Sintéticos de Gestão e Desempenho do Programa. Gestão Financeira do programa. Capitanear Parcerias. 3. Gestor Regional SEBRAE/PR Reunião Mensal de Gestão com Credenciados. Monitoramento do Plano de Ação. Participar nas reuniões e eventos estaduais. Mobilização dos participantes dos eventos locais, regionais e estadual. Organização dos eventos locais e regionais. Organização da capacitação e escolha dos Agentes de Desenvolvimento. Atendimento a demandas do programa (credenciados, comitês, prefeituras e parceiros). Articulação e organização das ações pactuadas no Programa (como itinerantes do Microempreendedor individual). Semana do Microempreendedor Individual. Garantir a atualização dos sistemas. Participar na tomada de decisões com os parceiros. Reunião com Prefeito (negociar Programa). Formação do CGM Reunião com Prefeito (definição CGM). Apresentação do Diagnóstico. Pactuação do Plano de Ação. Visita Trimestral ao Município. 4. Consultor Credenciado SEBRAE/PR Reunião com Gestor Regional. Reunião Estadual (troca experiências e capacitação). Reunião quinzenal com CGM.
23 Reunião com membros do CGM. Assessora e Acompanha Plano de Ação. Organizar eventos e mobilizar grupos. Recebe as demandas do município. Orientação em relação ao EI. Elaboração de relatórios. Coletar e inserir informações nos sistemas. Tutoria do Agente de Desenvolvimento. 5. Prefeito Análise das demandas e encaminhamento das propostas do CGM. Participar das reuniões em momentos decisivos. Diminuir os conflitos entre os departamentos/secretarias municipais. Articulação com as lideranças do município para a implantação do Programa. Incluir o programa nas prioridades da gestão (inclusão no PPA/LDO/LOA). Indicar o Agente de Desenvolvimento e garantir as condições de trabalho. 21 TERMO DE REFERÊNCIA 6. Comitê Gestor Municipal Facilitação na obtenção dos dados para o Diagnóstico. Propor ações, projetos e melhorias do ambiente MPEs (políticas públicas). Divulgar as ações do CGM a sociedade. Levantar necessidades e trazer as discussões do CGM. Participar das reuniões do CGM. Participar dos Fóruns Regionais. Articular parcerias. Garantir a execução do Plano Pactuado. Conselho Consultivo e Executivo. Utilizar a metodologia GEOR. 7. Coordenador Garantir o desempenho do CGM. Interface com os envolvidos da ação. Coordenar o CGM. Interface com o poder público e lideranças.
24 Representar o CGM (ou delegar a outro). Conduzir as reuniões do CGM. 8. Agente de Desenvolvimento Agendar, Organizar, Confirmar Presença em reuniões do CGM. Registro das Atas das Reuniões. Auxílio, mobilização e participação em Eventos. Apoio ao SEBRAE na realização de ações no município. Apoio na atualização do Plano de Ação e Sistema de Indicadores. Articulação para a realização das ações previstas. Acompanhamento e facilitação na coleta dos dados para o Diagnóstico Temático. 9. Benefícios para o Município do Programa de Cidade Empreendedora 1. Estímulo à abertura e formalização de empresas; 2. Estímulo ao empreendedorismo e a geração de emprego e renda; 3. Geração de arrecadação própria (ISS, IPTU, Taxas) e de transferências (ICMS, p. ex.); 4. Diminuição do êxodo de jovens do município; 5. Criação de ambiente de desenvolvimento virtuoso no município; 6. Visibilidade das práticas municipais de apoio às micro e pequenas empresas; 7. Melhoria e aumento dos serviços públicos para micro e pequenas empresas; 8. Construção de uma agenda estratégica para o desenvolvimento com instituições parceiras e com o SEBRAE-PR; 9. Implantação de um Sistema de Gestão SIGEOR Parceiros. 10. Conhecer o desempenho do município nos aspectos tratados na Lei Geral. 11. Tornar a gestão pública mais eficaz e eficiente. 10. Benefícios para a administração pública O maior ganho é a construção de uma agenda de desenvolvimento para o município com base no que existe no próprio município, nas micro e pequenas empresas e nas instituições de apoio. Além de apresentar a sociedade uma agenda concreta e objetiva, o prefeito contará com a ajuda do SEBRAE/PR e de instituições de apoio, que atuarão como parceiros na construção de uma aliança para o desenvolvimento. Muito se fala em gerar emprego e renda, garantir renda para os munícipes, em especial os mais carentes, e a única solução que em geral se aponta é a de políticas assistencialistas, distribuindo a renda, mas não gerando renda.
25 Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e Políticas Públicas Referenciais
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27 Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte) Introdução 25 Após três anos de debates e tramitação no Congresso Nacional foi sancionada no dia 14 de dezembro de 2006 e publicada no Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2006, a Lei Complementar nº 123/06. Essa lei criou o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Como estatuto, traz um conjunto de normas que determinam um tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aos pequenos negócios, refletindo menos burocracia e mais oportunidades de crescimento às micro e pequenas empresas. TERMO DE REFERÊNCIA Não é exagero afirmar que o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte foi uma conquista da sociedade civil organizada, que há muito tempo vinha detectando as amarras da burocracia excessiva nos negócios, a elevada carga tributária nos pequenos negócios e a falta de políticas públicas de apoio baseadas no desenvolvimento, que fossem abrangentes, coordenadas e eficazes por parte dos três níveis de governo. Portanto, pelo seu alcance sócioeconômico-tributário, é a grande reforma esperada pela sociedade, não só pela desoneração tributária que trouxe, mas principalmente por ter mudado um paradigma, passando a tratar a micro e pequena empresa menos como agente arrecadador, perfil que ela não tem, e mais como agente de desenvolvimento, que ela tem por vocação. E o Estatuto vem sendo sucessivamente aperfeiçoado. Com as Leis Complementar Federal 127/2009, 128/2008, 133/2009 e 139/2011. Em destaque, a criação no Estatuto da figura do Microempreendedor Individual EI, pela Lei Complementar 128, de 2008, que incluiu os artigos 18-A a 18-C na LC 123/2006. O Objetivo expresso com a criação do EI foi dar um tratamento jurídico diferenciado e mais simples possível ao estrato mais necessitado dos trabalhadores informais, aqueles que auferem receita bruta anual até o limite previsto (ver legislação atual), e que perfazem mais de 10 milhões de indivíduos, incentivando sua formalização, inclusão social e previdenciária. Fundamento legal para o tratamento diferenciado dispensado às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte O embasamento legal para todo e qualquer tratamento legal, diferenciado, simplificado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte está 2 Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 pode ser encontrada com todas as alterações em ou consolidada em LeisComplementares/2006/leicp123ConsolidadaCGSN.htm
28 na Constituição Federal de 1988, mais especificamente, no capítulo da Ordem Econômica, artigos 170, IX, e 179, e no capítulo do Sistema Tributário Nacional, artigo 146, III, alínea d. Art. 170, IX 26 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: SEBRAE-PR... IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.. Art. 179 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão as microempresa e as empresa de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações Administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Art Cabe à lei complementar: III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:... d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de ) O que a Constituição Federal objetiva com esse tratamento diferenciado e simplificado dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte é o que todos os brasileiros almejam: o desenvolvimento social e econômico dos cidadãos. O legislador constatou que não há desenvolvimento local e regional sustentável se não houver políticas públicas de apoio ao desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte. Isto porque são essas pequenas empresas que formam a base de sustentação da economia brasileira: Geram empregos; Distribuem rendas;
29 Movimentam a economia ao comprar das médias e grandes empresas. São os pequenos negócios que geram a maioria dos postos de trabalho nos setores formal e informal da economia. Além do peso na economia nacional, as microempresas e empresas de pequeno porte têm função importantíssima na conjuntura social do País: constituem-se na porta de entrada da economia formal, no desaguadouro natural para amortecimento do desemprego, provocado pelo acirramento competitivo das médias e das grandes empresas, e são agentes importantes na exploração de oportunidades e vocações locais. Mas, paradoxalmente, as micro e pequenas empresas têm enormes dificuldades de sobrevivência, pois parte significativa dessas empresas não sobrevive após 1 ano de sua constituição e mais da metade delas fecham após 4 anos de atividade. 27 TERMO DE REFERÊNCIA Apoiar políticas de incentivo à formalização e ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas nacionais é crucial para o crescimento de um Brasil socialmente mais justo e economicamente mais forte O contexto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte no Brasil Participação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte na economia Segundo o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa SEBRAE/DIEESE: Em conjunto, as micros e pequenas empresas respondem por 99% do número total de empresas formais, representando 6,3 milhões no País e 507,1 mil no Paraná; Respondem por 51,6% da força de trabalho urbana empregada no setor privado, equivalendo a 14,6 milhões de empregos com carteira assinada; Respondem por 39,5% da massa salarial (no Paraná, 48,9%); A Distribuição das micro e pequenas empresas por setor no Brasil é de 10,7% indústria, 4,9% construção, 50,4% Comércio e 34% Serviços e no Paraná 11,9% indústria, 5,4% construção, 51% Comércio e 31,6% Serviços.
30 Segundo o IBGE, IPEA, SECEX/MDIC, é o seguinte o cenário nacional das micro e pequenas empresas: SEBRAE-PR 28 Indicadores Total ME e EPPs Part.% ME e EPPs Empresas formais em operação (2010) % Empregos formais (2010) ,3% Faturamento das empresas formais (2006) R$ 244,3 trilhões R$ 58,6 bilhões 24% Empresas exportadoras (2010) ,3% Exportações (2010 US$) ,9% Compras governamentais (2010) R$ 51,7 trilhões R$ 15,2 trilhões 29,5% PIB (2006) R$ 2,3 trilhões R$ 460 bilhões 20% Figura 7 - Cenário Nacional - Fonte: IBGE, IPEA, SECEX/MDIC Exportações das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Segundo informa o Instituto Centro Comércio Exterior do Paraná (citado pela Gazeta do Povo, edição de 14/11/2006, pág. 16) em média o gasto com burocracia representa 15% do produto exportado, podendo chegar a 30% para algumas empresas. Pequenas e médias empresas são as mais prejudicadas. Pesquisa citada pela mesma fonte, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), indica que 38% dos pequenos e médios empresários consultados apontaram a burocracia alfandegária como principal entrave às exportações. A burocracia tributária foi citada por 32% deles. Como se percebe no quadro ao abaixo, a participação das MPE nas exportações, embora representando quase 99% do total de empresas, é muito pequena. Nº Operadores Participação Valor Milhões US$ FOB Participação Total Geral % % Micro empresa ,8% ,09% Pequena Empresa ,7% ,71% Média Empresa ,0% ,44% Grande Empresa ,4% ,60% Pessoa Física 472 2,2% ,16% Não definido 1 0,005% ,000002% Micro e Pequena ,4% ,8% Empresa Figura 8 - Exportação brasileira distribuição por porte de empresa Fonte: DEPLA/SECEX/MDIC
31 O Setor Informal A informalidade concentra mais do que o dobro do número de empresas legalmente constituídas. Segundo dados do IBGE (economia informal urbana/ibge-2003), são 10,3 milhões de empreendimentos e 13,9 milhões de pessoas ocupadas na informalidade. 29 Estudo da Consultoria Mckinsey mostra que a produtividade de empresas na economia informal equivale à metade da produtividade de empresas na economia formal. A estimativa é de que se a informalidade encolhesse 1% ao ano no País, abriria espaço para um crescimento adicional da renda per capita nacional em 1,5% anualmente. São premissas para uma eficiente política de incentivo à formalização: TERMO DE REFERÊNCIA Custo da formalidade inferior à informalidade; Ausência de burocracia; Desoneração tributária; Ausência de obrigações tributárias acessórias; Simplificação das legislações de controle (fiscalização, meio ambiente, sanitária, corpo de bombeiros, etc.). A Burocracia Atual A burocracia atual é asfixiante. A burocracia atual é um desestímulo a qualquer tipo de empreendimento no Brasil. Os custos elevados devido, principalmente, ao fato de que ao formalizar-se e inscrever- -se nos cadastros oficiais, as empresas passam por 12 órgãos, que exigem a apresentação de mais de 90 documentos repetidos, portanto, a solução é criar um cadastro único. (exposição de motivos do Projeto de Lei Complementar PLP 123/2004). O custo elevado a que se refere à afirmação reproduzida acima pode chegar a estimados R$ 2.000, do início ao fim, o vaivém todo (exportação) costuma demorar cerca de 39 dias (são 7 documentos e 8 assinaturas). Somem-se a isso os 17 procedimentos e 152 dias necessários para se abrir uma empresa no país. (Gazeta do Povo, edição de 14/10/2005, pág. 16, citando entre outras fontes, o Banco Mundial). Taxa de mortalidade das empresas Embora decrescente, a taxa de mortalidade das empresas no Brasil ainda é alta. Nada menos que 26,9% das empresas abertas em 2006 não passam do 2º ano de atividade (Anuário das Pesquisas sobre as Micro e Pequenas Empresas 2011 SEBRAE).
32 Segundo o levantamento, as dez principais razões para encerramento das atividades da empresa extinta, segundo as opiniões espontâneas dos proprietários, são pela ordem: Razões para o encerramento das atividades % Entrevistados 1. Políticas Públicas e arcabouço legal Causas econômicas conjunturais Carga tributária elevada 65 SEBRAE-PR 4. Falhas gerenciais Falta de capital de giro Logística operacional Concorrência muito forte Falta de mão de obra qualificada Inadimplência/maus pagadores Falta de crédito bancário Falta de clientes Problemas financeiros Falta de conhecimentos gerenciais Problemas com a fiscalização Ponto/local inadequado Instalações inadequadas Desconhecimento do mercado Qualidade do produto/serviço 3 Figura 9 - Dez principais razões para encerramento das atividades da empresa extinta Quando questionamos sobre medidas de apoio para que não fechassem suas empresas, os resultados foram: Medidas de Políticas de Apoio as MPEs 1. Tratamento tributário diferenciado Crédito preferencial (juros e prazos) Programa de treinamento de pessoal Desburocratização do registro/baixa da empresa Disponibilização de informações de mercado Programa de cooperativismo Acesso às compras governamentais Programa para facilitar as exportações 6 Figura 10 - Medidas de apoio para não fechar empresas % Entrevistados
33 Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e a instituição de políticas públicas Assim, LEI COMPLEMENTAR nº 123, de 14 de dezembro de 2006, na origem chamada de Lei Geral, objetiva combater a informalidade e apoiar o desenvolvimento local e regional através de uma série de incentivos concedidos aos pequenos negócios, inclusive pela desoneração tributária passando pelas compras preferenciais do setor público. Conforme pesquisa realizada pela McKinsey a primeira barreira para o aumento da renda per capita no Brasil é a Informalidade, portanto combater a informalidade é fundamental para alcançarmos níveis de renda per capita de países desenvolvidos. 31 TERMO DE REFERÊNCIA Figura 11 - Riqueza perdida A disposição do Estatuto abrangem as três esferas de governos, a União, os Estados e os Municípios. Esse fato e mais a uniformização nacional do conceito de microempresa e empresas de pequeno porte trazido pelo Estatuto possibilita maior eficácia a seus dispositivos e também resultados mais concretos e efetivos para os pequenos negócios, que passarão a ser regidos por um sistema legal abrangente e uniforme, numa espécie de consolidação de todo o conjunto de direitos e obrigações da micro e pequena empresa.
34 32 SEBRAE-PR Figura 12 - Objetivos da Lei Geral São regras jurídicas de alto impacto na simplificação e redução da carga tributária, na simplificação do relacionamento da microempresa e empresa de pequeno porte com os diversos órgãos do poder público, seja da União, dos Estados ou dos Municípios, na obtenção de créditos, no financiamento de projetos de inovação e no acesso a licitações promovidas pelos governos e órgãos públicos, etc. E ao contrário do senso comum, é importante salientar que o Estatuto não é uma lei tributária, muito embora a parte tributária que cria o SIMPLES NACIONAL seja a que mais gera interesse imediato dos empresários por reduzir a carga fiscal incidente nos seus negócios. É uma lei que, além da desoneração tributária, traz um impressionante conjunto de regras de desburocratização e de desenvolvimento, que se refletirão a curto e médio prazo, em maiores lucros, maior crescimento e mais empregos na economia local e nacional. Podemos apontar os seguintes benefícios, entre outros, para as microempresas e empresas de pequeno porte: a. Criação do SIMPLES NACIONAL: regime unificado de apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive com simplificação das obrigações fiscais acessórias; b. Desoneração tributária das receitas de exportação (de IPI, PIS/COFINS, IR, ICMS, ISS);
35 c. Dispensa do cumprimento de certas obrigações trabalhistas e previdenciárias; d. Simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento dos microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas; e. Facilitação do acesso ao crédito; f. Participação nas compras públicas com preferência; g. Estímulo à inovação tecnológica; h. Incentivo ao associativismo; i. Regulamentação da figura do Microempreendedor Individual, criando condições para sua formalização e inclusão social e previdenciária. Com menos impostos, menos burocracia e mais oportunidades será criado um ambiente legal mais favorável ao crescimento das micro e pequenas empresas, com geração de emprego e renda e mais inclusão social. 33 TERMO DE REFERÊNCIA Portanto, apoiar medidas de incentivo à formalização e ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas nacionais é crucial para o crescimento de um Brasil socialmente mais justo e economicamente mais forte. Porém, para cumprir seu papel de ser um instrumento de geração de emprego e renda e inclusão social a lei precisa ser regulamentada pelos Estados e Municípios. Conceito único e nacional de microempresa, de empresa de pequeno porte e de Empreendedor Individual - EI: Empreendedor Individual MEI: receita bruta anual de até R$ 60 mil Microempresa: receita bruta anual de até R$ 360 mil Pequena Empresa: receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões Dissemos que o conceito único e nacional de microempresa e de empresa de pequeno porte é fator determinante dentro do Estatuto para a instituição de políticas públicas voltadas aos pequenos negócios. Com efeito, antes do Estatuto cada ente da federação (A União, os 26 Estados, o Distrito Federal e os Municípios) tinha a sua própria definição de micro e pequena empresa. Significa dizer que um eventual benefício concedido por um ente político, só tinha validade para as suas micro e pequenas empresas. Vale dizer: cada benefício tinha uma eficácia muito limitada. Com o Estatuto todos esses entes são obrigados a adotar o conceito nacional e suas políticas serão direcionadas para um mesmo foco. Com isto, os cadastros poderão ser simplificados e sincronizados. A Política adotada por um ente público pode ser integrada ou complementada pelos demais, dotando-a de muito mais eficácia e eficiência, portanto as micro e pequenas empresas sentirão a curto e médio prazos essa concentração de benefícios em seu favor.
36 Essência do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte SEBRAE-PR 34 A essência da Lei Geral está num TRIPÉ de normas legais: Normas de Simplificação e Desburocratização. Normas de Desoneração. Normas de Desenvolvimento Ao lado desse tripé de normas legais, a Lei Geral, por um aperfeiçoamento introduzido no Estatuto pela LC 128, 2008, criou uma figura jurídica nova o Microempreendedor Individual (MEI), com o objetivo muito claro de, mediante regras simples para a formalização e desoneração tributária, trazer para a formalidade aqueles pequenos empreendimentos informais, como cabeleireiras, doceiras, borracheiros, pintores, marceneiros. A Lei Geral estabelece uma nova realidade: Estimula a formalização de negócios Contribui para um clima favorável aos negócios Amplia mercados e cria oportunidades de negócios Promove a competitividade e a busca de capacitação Estimula o desenvolvimento tecnológico Proporciona acesso ao crédito Reduz a burocracia e tributos Normas de Simplificação e Desburocratização A desburocratização representa simplicidade, economia e mais facilidade para cumprir as exigências legais. Além disso, representa: Maior agilidade para abertura, no dia a dia e no encerramento das empresas. Estímulo à formalização dos negócios. Menor custo e mais tempo na dedicação ao negócio. A Lei Complementar nº 123/2006 nos artigos 4º a 11 exige que os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, ou seja, da União, dos Estados e dos Municípios, no âmbito de suas atribuições: Façam a integração dos seus cadastros com o do CNPJ;
37 Instituam a consulta prévia às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de empresários e pessoas jurídicas; Permitam o início de operação do estabelecimento imediatamente, salvo exceções expressamente previstas na legislação; Concedam alvará de funcionamento provisório; Tenham um guichê único para entrada de dados ou documentos; Permitam o registro, alterações e baixas de imediato, independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas; Façam a simplificação dos atos de registro e alterações; Implantem uma fiscalização orientadora no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, ambiental e de segurança. 35 TERMO DE REFERÊNCIA O município pode ter a sua sala do empreendedor Um lugar onde o empreendedor: a. Será informado; b. Será orientado; c. Entregará e receberá o que for necessário sobre qualquer assunto relativo à sua empresa. Fiscalização Orientadora Em relação às normas trabalhistas, sanitárias, ambientais, metrológicas e de segurança, a fiscalização deve observar como norma o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração, ou seja, a primeira visita será sempre orientadora. O critério de dupla visita não será utilizado quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização. A fiscalização orientadora não se estenderá às empresas cujas atividades ou situações, por sua natureza, comportarem alto grau de risco a ser definido pelos órgãos e entidades competentes. O Ministério do Trabalho publicou a Instrução Normativa 72/2007 que orienta os auditores na fiscalização em microempresas e empresas de pequeno porte segundo os dispositivos da Lei Complementar 123. O Estatuto Nacional impôs aos Órgãos não tributários da União, dos Estados e dos Municípios a fiscalização orientadora.
38 Títulos Protestados SEBRAE-PR 36 As regras para o protesto de título, estabelecidas pelo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte para o devedor microempresário ou empresa de pequeno porte, visam desonerar os custos cartorários e dar condições de essas empresas cumprirem suas obrigações comerciais. Para o devedor que provar sua qualidade de microempresa ou de empresa de pequeno porte perante o tabelionato de protestos de títulos, mediante documento expedido pela Junta Comercial ou pelo Registro Civil das Pessoas Jurídicas, serão concedidos os seguintes benefícios: emolumentos do tabelião (a eles não incidirão quaisquer acréscimos a título de taxas, custas e contribuições). pagamento do título em cartório (não poderá ser exigido cheque de emissão de estabelecimento bancário). cancelamento do registro de protesto (feito independentemente de declaração de anuência do credor). pagamento do título com cheque sem provisão de fundos (suspensão dos benefícios pelo prazo de 1 ano). Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. Microempreendedor Individual - MEI Conforme já referido, o MEI foi um aperfeiçoamento introduzido no Estatuto pela LC 128, 2008, com o objetivo de criar regras muito simples para a formalização dos empreendedores. Por essa lei, considera-se MEI o empresário individual que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ ,00 (60 mil reais), optante pelo Simples Nacional. Outras regras aplicáveis ao MEI: a. Terá regras facilitadas para registro e legalização, inclusive com isenção de custas, taxas e emolumentos relativos a alvarás, licenças, registros, etc.; b. Isenção de Imposto de Renda, CSLL, IPI, INSS PATRONAL, PIS E COFINS; c. O valor fixo mensal de R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de serviços) ou R$ 39,90 (comércio e serviços), que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o reajuste do salário mínimo.
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