Mandato de Dilma já inicia com corte de 31% na educação

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1 Edição nº 118 Janeiro de 2015 educação nacional Mandato de Dilma já inicia com corte de 31% na educação Na tentativa de equilibrar suas contas, o governo federal promoveu bloqueio provisório de um terço dos gastos administrativos dos 39 ministérios e secretarias especiais. Pág. 06 Greves e falta de negociações com professores marcaram governo de Cid Gomes Pág. 03 OUTROS 33% 31% privatização CIDADES CORTE DE GASTOS NOS MINISTÉRIOS. 06% FAZENDA DESENVOLVIMENTO SOCIAL CIÊNCIA E TECNOLOGIA 08% DEFESA Total: 22.7 Bilhões. Governo adota medida provisória que faz da doença um bom negócio Pág. 04

2 2 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de 2015 nacional Resistência unificada frente aos ataques do governo Luta de 2015 é para unificar o funcionalismo federal em defesa dos serviços públicos SPFs definirão eixos da Campanha Salarial Unificada para 2015 no início de fevereiro 2015 já começou com ataques à educação e ao serviço público. Visando unificar e fortalecer o funcionalismo, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) realizará sua Reunião Ampliada, entre 31 de janeiro e 1º de fevereiro, para definir as lutas e mobilizações deste ano. O encontro, antes chamado Plenária dos SPF, definirá os eixos da Campanha Salarial Unificada para 2015, as pautas das lutas gerais do Fórum e a agenda de mobilização. O movimento tem como principal desafio a luta em defesa dos serviços públicos, e contra qualquer conciliação entre os interesses do capital e do trabalho e reformas que ampliem a retirada dos direitos dos trabalhadores. Para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES- -SN), a campanha deverá ser em defesa de direitos ameaçados diante do aperto fiscal do governo. Vamos ter que atuar na defesa da manutenção dos nossos direitos. Temos que redobrar a atenção para que o governo não retire qualquer garantia do funcionalismo público, destaca o presidente do Sindicato Nacional, Paulo Rizzo. UNIVERSIDADE Segundo o ANDES-SN, as universidades têm três pautas que precisam ser debatidas com urgência. São elas a reabertura da negociação da carreira, a correção das distorções da classe e a recuperação da política salarial para os docentes. Neste ano, os docentes e outros 1,7 milhão de funcioná- rios federais receberão a última parcela do aumento que começou a ser pago em O reajuste será incorporado ao pagamento de março, cujo depósito acontecerá no início de abril. Com isso, também será realizada uma grande mobilização para conquistar ganhos reais além da reposição inflacionária nas negociações. EXPEDIENTE Informativo APUFPR-SSind Publicação quinzenal da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná Seção Sindical do Andes - Sindicato Nacional Diretoria - Gestão 2013/2015 Presidente: João Francisco Ricardo Kastner Negrão Vice-Presidente: Astrid Baecker Avila Secretário Geral: Vilson Aparecido da Mata Primeiro Secretário: Vitor Marcel Schühli Tesoureiro Geral: Claudio Antonio Tonegutti Primeiro Tesoureiro: Afonso Takao Murata Diretora Administrativa: Ana Lorena de Oliveira Bruel Diretora Cultural: Márcia Costa Itiberê da Cunha Diretora de Imprensa: Marise Fonseca dos Santos Diretor Jurídico: Ricardo Prestes Pazello Diretora Social: Adriana Hessel Dalagassa Fale Conosco Endereço - Rua Alcides Vieira Arcoverde, 1193, Jardim das Américas CEP Curitiba, PR - Tel.: (41) Produção Studio Art - Comunicação Integrada (41) Equipe de Redação - - Larissa Amorim SRTE 9459-PR, Guilherme Mikami SRTE 9458-PR e Larissa Knaipp. Projeto Gráfico - Guilherme Mikami Diagramação - Larissa Knaipp Distribuição gratuita e dirigida

3 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de Quem é o novo Ministro da Educação? Greves e falta de negociações com professores marcaram Cid Gomes Ministro da Educação não possui uma boa relação com os docentes do Ceará centes - mais de nas universidades estaduais e optou por temporários e terceirizados. Mostrou motivação para federalizá-las e fechou o curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (UECE) 13º melhor avaliado no país alegando falta de recursos. Ele propôs que 52% da jor- Brasil, Pátria educadora foi o lema escolhido pela presidente Dilma Rousseff para seu segundo mandato. Um discurso de avanço que, na prática, já não se concretizou. A escolha do ex-governador do Ceará, Cid Gomes, como ministro da Educação, demonstra que a única preocupação do governo é beneficiar aliados ao invés de modificar o cenário preocupante da educação brasileira. Como governador ( ), seu projeto mostrou na prática que seu interesse era colaborar com o ensino privado e refuncionalizar as universidades como organizações de serviço e ensino. Durante seu mandato, Cid Gomes ignorou a falta de do- nada de trabalho dos educadores fosse em sala de aula, o que impossibilita pesquisas, orientação e extensão. Diminuiu as verbas para as universidades, deixando muitas com dívidas, sem recursos para se manterem. Na educação básica, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei do piso salarial dos professores. Diante da greve que surgiu, o atual ministro resumiu em uma frase o seu estilo e projeto de governo. Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado, foi sua resposta aos professores graduados que trabalhavam 40 horas semanais para ganhar 1,3 mil reais. Em uma gestão marcada por protestos e greves dos educadores, que tentavam negociação desde o início de 2011, demonstrou que não queria debate e acabou seu mandato em 2014 sem chegar a um acordo. O histórico do novo Ministro da Educação mostra contradição de discurso e a relação que o governo tem com os docentes. Para o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), João Negrão, a incoerência do governo é descarada a ponto de Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado. Cid Gomes escolher para dirigir a educação no Brasil alguém que não tem o menor respeito pelos professores.

4 4 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de 2015 SAÚDE Privatização do Sistema Único de Saúde Governo adota medida provisória que faz da doença um bom negócio Medida inconstitucional permite entrada de capital estrangeiro no SUS Em dezembro, nas férias, o Congresso Nacional aprovou medida provisória (MP) que descaracteriza ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS) como um órgão estatal. A MP 656/14, que espera sanção presidencial, permite interferência do setor privado nos serviços oferecidos pelo Sistema. A medida inconstitucional entrou em discussão entre defensores da saúde pública que consideram a privatização do órgão uma forma de torná-lo um serviço ao invés de um direito mínimo. Caso a medida seja aprovada, empresas internacionais poderão gerir hospitais e clínicas, além de realizar serviços atualmente públicos da área da saúde. A privatização do SUS já ocorre por meio da inserção de empresas gestoras como a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), as Organizações Sociais (OS), a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), entre outras e isenção de impostos para hospitais filantrópicos, meios tomados pelo governo para transferir para o capital privado o Sistema que pertence aos brasileiros. D e acordo com a secretária geral do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), Claudia March, a medida amplia o processo de mercantilização e privatização das políticas sociais, em particular da saúde. Ainda para a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), Essas decisões tomadas pelo governo retiram direitos básicos dos cidadãos e transferem para o poder privado, deixando os brasileiros à mercê dos interesses econômicos e políticos de empresas internacionais, explica o presidente da entidade, João Negrão. A Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde (FNPS), organização composta por diversos fóruns estaduais por todo O capital privado na saúde já existe no Brasil na forma de convênios, clínicas, laboratórios, farmácias e seguradoras. o país, está na luta pela defesa da saúde que ao longo dos anos vem sendo tratada à parte pelo governo, sem o consentimento da população. Entre as reivindicações, o movimento pede o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde e a concessão total do SUS para o poder público. Em nota, a Frente afirmou que lutará para que o capital internacional não se aproprie do fundo público brasileiro. Não foi isso que o Brasil pediu nas ruas em junho de 2013, nem nas urnas em outubro de Saúde não é mercadoria. Seguiremos resistindo na defesa de um SUS 100% estatal, universal e de qualidade para todo o povo brasileiro, diz o texto.

5 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de Indiferença das administrações das universidades para com os servidores públicos Professores são prejudicados com a lentidão das administrações das universidades Servidores poderão não subir na carreira após término do interstício legal do prazo do interstício legal ou da obtenção da titulação, estes não podem avançar na carreira de magistério superior sem a chancela e análise da administração pública. Os docentes precisam exercer 24 meses em cada nível, sendo analisados o mérito e a produção acadêmica desse O ANDES-SN protocolou na Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC), em 16 de dezembro, parecer no qual demonstra que os efeitos funcionais e financeiros de progressão/promoção nas universidades públicas deveriam incidir a partir do momento em que os docentes cumprem os requisitos legais para estes, ainda que o pedido, a elaboração normativa ou análise e avaliação do mérito aconteçam em momento posterior. O documento questiona o entendimento errôneo das administrações das universidades, que permite que os docentes sejam prejudicados de forma financeira e funcional, já que mesmo depois do término período. Porém a lentidão do sistema em realizar esses diagnósticos os prejudica, já que perdem o direito de progredir na carreira, além de não receberem o retroativo pelo trabalho realizado no tempo excedente aos dois anos. No documento, a Assessoria Jurídica Nacional do ANDES- -SN discute o parecer 735/14 da Procuradoria Geral da União (PGU), que entende que a demora excessiva da administração não justifica a autorização de promoção do servidor, visto que ele precisa cumprir com os requisitos estabelecidos pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). O parecer do governo conclui que não podem ser discutidos efeitos financeiros uma vez que somente a partir da data do ato que efetiva as progressões cumulativamente é que essas progressões são, com efeito, constituídas, não se tratando de ato meramente declaratório. Para a diretoria da APUF- PR-SSind, os servidores públicos não devem ser prejudicados pelo mal desempenho da administração pública, pois a verificação dos requisitos exigidos está além dos docentes, e estes têm o direito de receber retroativo do período além dos 24 meses. De acordo com o presidente da entidade, João Negrão, a in- Professores perdem direito de subir na carreira e não recebem retroativo pelo tempo posterior a dois anos. terpretação do MEC mostra o descaso do governo com a educação, fazendo com que o professor demore muito mais que o tempo previsto para avançar na carreira.

6 6 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de 2015 Ministério da Educação é o mais atingido dos 39 que sofreram cortes Mandato de Dilma já inicia com corte de 31% na educação Decreto corta total de R$ 1,9 bi mensal até a aprovação do Orçamento de 2015 Em 2015 teve início o segundo mandato da presidente da República, Dilma Rousseff. Para o novo período, ela defendeu que o Brasil será uma Pátria Educadora, porém os cortes no Ministério da Educação foram equivalentes a R$ 7 bilhões anuais, ou 31% do total de cortes, mostrando a contradição entre o discurso e a prática. Na tentativa de equilibrar suas contas, o governo federal promoveu bloqueio provisório de um terço dos gastos administrativos dos 39 ministérios e secretarias especiais. A educação teve o maior corte das chamadas despesas de custeio, sendo seguida pelos ministérios da Defesa e das Cidades. O Orçamento Federal proposto pelo Executivo para 2015 reserva R$ 1,3 trilhão para os gastos com a dívida pública 47% de tudo que o país arrecadará com tributos, privatizações e emissão de novos títulos. A dívida é hoje o principal instrumento de transferência de recursos da nação para o capital internacional, que nada mais é que a articulação dos monopólios industriais comerciais com os bancos, afirma o 1º vice-presidente da Regional Planalto do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), Alexandre Aguiar dos Santos. Os novos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciaram a meta de poupar neste ano R$ 66,3 bilhões para o abatimento da dívida pública. Para isso, além dos cortes ministeriais, foram editadas medidas endurecendo as regras para a concessão de direitos como o seguro-desemprego e o auxílio-doença. INVERSÃO DE VALORES O manifesto divulgado pela Auditoria Cidadã explica que o OUTROS CIDADES DESENVOLVIMENTO SOCIAL 33% 31% CORTE DE GASTOS NOS MINISTÉRIOS. CIÊNCIA E TECNOLOGIA 08% 06% DEFESA FAZENDA Total: 22.7 Bilhões. ajuste fiscal anunciado pelo governo que prevê uma economia de R$ 18 bilhões no ano atual é a velha política da macroeconomia assentada em juros elevados, sob a justificativa de combater a inflação. Juros altos aumentam os gastos com a dívida pública, beneficiando apenas o setor financeiro. Segundo a Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), mais uma vez o governo federal priorizou o mercado em detrimento da única forma de conseguir transformações reais na sociedade: a educação. É um absurdo retirar dinheiro do setor da educação, que já é muito desvalorizado, para beneficiar apenas o grande capital. Precisamos combater esse tipo de prática antes que a educação pública seja ainda mais sucateada, ressalta o presidente da entidade, João Negrão. Para o ANDES-SN, a temática da dívida pública precisa adquirir centralidade nas lutas política e econômica da população em 2015.

7 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de nacional Lutas para o próximo período Anais do 1º ENE dão início às preparações do Encontro de 2016 Em dezembro foi publicado nos Anais do 1º Encontro Nacional de Educação (ENE) realizado em 2014, no Rio de Janeiro a síntese das principais discussões sobre a educação brasileira. O documento inicia as preparações da segunda edição do ENE, em Neste ano o material subsidiará os Encontros Estaduais de Educação pelo Brasil. Integram o debate temas como: acesso e permanência; avaliação e meritocracia; democratização, privatização e mercantilização da educação; financiamento da educação; transporte e passe livre; e precarização das condições de trabalho e formação. O ENE reuniu movimentos sociais, sindicais, estudantis e a classe trabalhadora na defesa da educação pública, além de propiciar a elaboração de uma proposta alternativa para educação do país em contraponto ao Plano Nacional de Educação sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, em junho de Professores não terão reajuste no auxílio-alimentação em 2015 Mais uma vez os docentes ficarão sem o reajuste no auxílio-alimentação. O aumento do benefício para os servidores públicos federais do Poder Executivo não foi previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de O Ministério do Planejamento decidiu manter o valor de R$ 373 do benefício, fixo desde Enquanto Judiciário e Legislativo vêm concedendo reajustes periódicos aos seus servidores. No primeiro poder, o valor é de R$ 751. No segundo, está em R$ 784,75. Para o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), João Negrão, é necessário que o Congresso aprove a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 271/13, que unifica o valor das verbas indenizatórias, como o auxílio-alimentação e creche.

8 8 Informativo APUFPR-SSIND Nº 118 Janeiro de 2015 Facebook: meio de informação e mobilização Ficar informado sobre as notícias do seu sindicato é muito fácil, basta curtir a página da APUFPR- -SSind no Facebook, a rede social mais acessada pelos brasileiros. Curtindo a página da APU- FPR-SSind você poderá receber todas as notícias locais e nacionais na sua página inicial, além de ficar a par dos debates a res- FOTO DA SEMANA peito de cada uma delas e participar com seus comentários. Você também poderá ver e compartilhar fotos, vídeos e campanhas exclusivas feitas para este canal e saberá de todos os eventos do sindicato. Junte-se a mais esse meio de mobilização. Acesse e curta: facebook.com/apufpr. 30/01 Reunião do Setor das IFES 30/01 Local: Brasília-DF Promoção: ANDES-SN AGENDA REUNIÃO DO ESPAÇO DE UNIDADE DE AÇÃO Local: Brasília-DF Promoção: Espaço de Unidade de Ação 31/01 e 01/02 reunião ampliada dos spf Local: Brasília-DF Promoção: Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) 23/02 a 28/02 34º CONGRESSO DO ANDES-SN comunidade universitária celebra fim de ano no bar da APUfpr-ssind Local: Brasília-DF Promoção: ANDES-SN Acompanhe a programação da TV APUFPR Justiça reconhece assédio moral institucional coletivo na UFPR Docentes aposentados debatem arte e participam de bazar de talentos e habilidades Exercício em cargos administrativos passa a ser obrigatório para progressão para Titular