Lukács: a categoria de sujeito crítica

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1 Anais do IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina ISSN: Imperialismo, nacionalismo e militarismo no Século XXI 14 a 17 de setembro de 2010, Londrina, UEL GT 8. Marx e marxismos latino-americanos Lukács: a categoria de sujeito sujeito-objeto objeto idêntico e sua crítica Rodolfo Palazzo Dias* Introdução No presente trabalho tivemos o esforço de desenvolver uma discussão sobre Georg Lukács, um dos autores mais importantes do marxismo do século XX, nos focalizando em certos aspectos filosóficos das obras do autor. Diante desse objetivo, tínhamos algumas opções para desenvolver o presente trabalho: ou nos concentraríamos em uma categoria específica contida na obra e, a partir disso, faríamos um trabalho de descrição da categoria; ou então abordaríamos alguma categoria importante do autor e buscaríamos o significado desta dentro do conjunto da obra. Tendo em vista que a concepção de ciência de Lukács, como é colocada no Prefácio de 1967 de História e consciência de classe, se opõe ao caráter contemplativo e descritivo da ciência burguesa, acreditamos ser mais coerente com esta linha teórica uma análise do significado da categoria do que uma descrição desta. Optamos por esse tipo de análise mesmo tendo em conta que, devido às limitações de espaço, esta possuirá um caráter * Mestrando em Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas. Membro do Grupo de Pesquisa Neoliberalismo e relações de classes IFCH/UNICAMP. End. eletrônico: rodolfo.dias@gmail.com. GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 11

2 ensaístico e servirá muito mais à colocação preliminar de alguns problemas do que à formulação de conclusões sobre o conjunto da obra de Lukács. Sendo assim, discutiremos uma categoria específica presente na obra História e consciência de classe (publicada pela primeira vez no começo da década de 1920), e observaremos como se desenvolve a crítica a essa categoria nos textos posteriores de Lukács, principalmente no Prefácio de 1967 e na Ontologia do Ser social (em específico no capítulo A falsa e a verdadeira ontologia de Hegel ). A categoria a que nos referimos é a de sujeito-objeto idêntico, que produziu a autocrítica posterior de Lukács de ser mais hegeliano que Hegel, ou, como está traduzido no Prefácio que utilizamos, de um hegelianismo exacerbado. Essa categoria está presente dentro da obra História e consciência de classe, cumprindo a função de delegar ao proletariado o papel histórico de rompimento com a realidade reificada presente dentro do capitalismo. Utilizaremos como textos em que Lukács expressa sua autocrítica o Prefácio de 1967, e A falsa e a verdadeira ontologia de Hegel, presente na obra Ontologia do ser social. O primeiro texto possui um conteúdo crítico referente à própria obra História e consciência de classe, já que foi escrito com o objetivo de iniciar a reedição desta em 1967, período este em que Lukács já havia alterado sua perspectiva. No segundo texto, além da autocrítica, encontramos críticas às próprias categorias de Hegel, ao lado de afirmações que representam a nova perspectiva assumida pelo autor. Utilizamos como principal comentador a respeito da utilização do conceito sujeito-objeto idêntico István Mészáros, já que este, além de ter tido contatos diretos de pesquisa com Lukács, também busca fazer uma análise histórico-política de Lukács, para além de uma avaliação puramente filosófica. Nosso objetivo discutindo a categoria sujeito-objeto idêntico é observarmos a concepção de ciência que Lukács1 desenvolve na Ontologia do ser social, desenvolvimento esse que passa por uma revisão crítica não só da ontologia de Hegel como também da forma como ele, em História e consciência de classe, se apropriou da categoria de sujeito-objeto idêntico. Um adendo necessário antes de iniciarmos é de que nossa proposta não é de estabelecer uma unidade entre o Prefácio de 1967 e a Ontologia do ser social ; Sérgio Lessa (2005) já ressaltou as diferenças entre os dois textos quanto à concepção de metodologia de ambos. Levando essa análise em consideração, buscamos no Prefácio de 1967 muito menos uma 1 Na tentativa de facilitarmos a exposição, trataremos Lukács enquanto autor de História e consciência de classe como jovem Lukács, e o autor do Prefácio de 1967 e da Ontologia do ser social como Lukács da maturidade. GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 12

3 concepção de metodologia e muito mais a crítica feita ao conceito de sujeito-objeto idêntico. A categoria sujeito-objeto idêntico Em História e consciência de classe, quando Lukács trata do processo de rompimento da reificação, coloca: esse rompimento é possível apenas como conscientização das contradições imanentes do próprio processo. Apenas quando a consciência do proletariado é capaz de indicar o caminho para o qual concorre objetivamente a dialética do desenvolvimento, sem no entanto poder cumpri-lo em virtude da sua própria dinâmica, é que a consciência do proletariado despertará para a consciência do próprio processo; somente então o proletariado surgirá como sujeito-objeto idêntico da história, e a sua práxis se tornará uma transformação da realidade. Se o proletariado for incapaz de dar esse passo, a contradição permanecerá sem solução e será reproduzida numa potência superior, (...) (LUKÁCS, 2003, p.391). Como podemos observar na citação acima, o papel que o sujeitoobjeto idêntico cumpre dentro dos escritos de juventude de Lukács é o de rompimento com a realidade reificada existente dentro da sociedade capitalista. Esse rompimento dependeria tanto de uma dialética do desenvolvimento processada objetivamente como da construção de uma consciência de classe (do proletariado) que orientaria esse desenvolvimento, tendo essa segunda variável uma importância maior. Tal papel é bem diverso do que tal categoria cumpre dentro do esquema hegeliano, segundo a interpretação de Lukács da maturidade. Como avalia o autor, o surgimento desse sujeito-objeto é de tipo lógico-filosófico em Hegel (Ibid, 2003, p.24). Este, ao tentar superar simultaneamente o elemento mecanicista do materialismo (doutrina iluminista da mimese) e o elemento transcendente-subjetivista do idealismo kantiano (Ibid, 1979, p.35), utilizou-se da identidade entre sujeito e objeto, em retorno a Spinoza, para estabelecer uma forma de conexão entre os sujeitos e a realidade exterior aos sujeitos. Seguindo uma doutrina filosófica que tem por objeto a totalidade, Hegel buscaria através de um postulado lógico (a identidade entre sujeito e objeto) afirmar a identidade entre o conhecedor e o conhecido (Ibid, 1979, p.34). Sendo esta para Hegel uma identidade necessária para a construção do conhecimento cientifico, processa-se uma identidade que tem por fundação uma organização lógica, mas atribui-se a esta um conteúdo ontológico. A avaliação crítica de Lukács sobre tal conceito em Hegel não é no sentido de negar a existência de um sujeito coletivo. A simples afirmação de um sujeito que vai além da dimensão do individuo (o espírito, como pode GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 13

4 ser chamado) não pode, por si só, ser considerado como ilegítimo ontologicamente. O conjunto de relações sociais, mesmo que produzidas pela inter-relação das ações individuais, possui certa autonomia em relação ao homem singular, possibilitando ontologicamente a afirmação das conexões dinâmico-contraditória de atos individuas enquanto um ser sui generis (Ibid, 1979, p.31). Portanto, o problema do conceito de sujeito-objeto idêntico em Hegel sofre a crítica de Lukacs não por afirmar um sujeito que vai além da esfera dos indivíduos; a crítica ao autor é que... ele sobrecarregou as categorias lógicas de conteúdos ontológicos, englobando incorretamente em suas articulações relações ontológicas, além de ter deformado de várias maneiras os importantíssimos conhecimentos ontológicos novos ao forçar seu enquadramento dentro de formas lógicas. (Ibid, 1979, p.42-43). 2 O problema (mas que, em relação aos seus contemporâneos, representou um avanço) é que a ontologia hegeliana encontra sua expressão dentro de categorias lógicas; e como Lukács maduro coloca, quando trata dos objetos e conexões da realidade, o aspecto lógico pode no máximo representar um momento de sua constituição, a qual se apresenta, ao contrário, multilateral por essência e conteúdo (Ibid, 1979, p.43). A grande crítica produzida pelo Lukács maduro da categoria de sujeito-objeto idêntico é, portanto, a caracterização, através de postulado lógico, do processo histórico real. Porém, a categoria em Hegel permaneceria de ordem lógico-filosófica; já na obra História e consciência de classe, essa categoria passa a ser entendida enquanto processo histórico concreto. O objeto, que seria o conjunto social que está inserido dentro de uma realidade social reificada, torna-se sujeito no momento em que toma consciência do processo dialético de desenvolvimento; ao tomar consciência dessa situação de constrangimento, a ação da classe constrangida se direciona no sentido de transformação dessa realidade, tornando-se sujeito do processo histórico de supressão da realidade reificada, ou seja, do capitalismo. A princípio parece que Lukács, nessa operação, encontra a construção lógico-metafísica da Fenomenologia do espírito efetivada ontologicamente no ser e na consciência do proletariado, o que na época em que foi escrita História e 2 Para a crítica desse aspecto de Hegel ver Maria Teresa Buonomo Pinho (2005) que faz além da crítica da deformação a que são submetidos os fatos ontológicos a fim de serem forçados a entrar em formas lógicas, também trata da conseqüência lógica de fim da história ao Hegel postular à realização da idéia na sociedade de sua época, e também resgata a crítica de Marx à Filosofia do Direito. GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 14

5 consciência de classe oferecia uma justificativa filosófica para a revolução proletária. (Ibid, 2003, p.24). Mas a autocrítica lukasciana do Prefácio de 1967 busca desconstruir esse argumento: Será que um sujeito-objeto idêntico é efetivamente produzido por um autoconhecimento, por mais adequado que seja, mesmo que tenha como base um conhecimento adequado do mundo social, ou seja, será que ele é produzido numa consciência de si, por mais completa que seja? Basta formular a questão com precisão para respondê-la negativamente. Pois, mesmo que o conteúdo do conhecimento possa ser referido ao sujeito do conhecimento, o ato do conhecimento não perde com isso seu caráter alienado. Foi justamente na Fenomenologia do espírito que Hegel rejeitou, com razão, a realização místico-irracional do sujeito-objeto idêntico, a intuição intelectual de Schelling, e exigiu uma solução filosoficamente racional do problema. Seu forte sentido de realidade manteve essa exigência; sua construção universal mais geral culmina, é verdade, na perspectiva de sua realização efetiva, mas ele nunca mostra concretamente como essa exigência pode cumprir-se no interior do seu sistema. (2003, p.25) Percebemos assim que em Hegel o sujeito-objeto idêntico permanece em sua fundação lógica; o que Mészáros (2002) chama de ser mais hegeliano que Hegel, ou a autocrítica de Lukács de que assumiu um hegelianismo exacerbado (LUKÁCS, 2003, p.25), significa que, utilizando a categoria sujeito-objeto idêntico na obra História e consciência de classe, Lukács foi além de Hegel no sentido de sobrecarregar esta categoria lógica de conteúdo ontológico. Pensando que o aspecto lógico apreende somente um momento da realidade multilateral, estabelecer uma categoria lógica como o ápice de uma relação ontológica entre sujeito e objeto já representaria uma limitação na capacidade de apreensão da realidade ontológica. Lukács, em História e consciência de classe, segue adiante nessa linha de Hegel; mais do que atribuir à categoria lógica um papel ontologicamente insustentável (LUKÁCS, 1979, p.35), ele atribui a um ator social concreto essa função que a categoria possui no esquema filosófico, limitando a própria capacidade analítica do autor da realidade empírica que o proletariado vivia na época em que a obra foi escrita, como destaca Mészáros (2002, p.438). Nesse momento é importante destacarmos o contexto na qual História e consciência de classe foi escrita. No início da década de 1920, Lukács testemunhou não apenas a intervenção estrangeira e o esmagamento da revolução na Hungria, mas também o refluxo da onda revolucionária européia que havia lhe dado uma esperança messiânica quando da sua conversão ao comunismo (MÉSZÁROS, 2002, p.439). Por isso Mészáros logo após insiste que o conceito de sujeitoobjeto idêntico não pode ser apenas compreendido em termos de herança GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 15

6 hegeliana, mas sim que deve ser compreendido também em sua importância política, de assegurar a vitória da revolução proletária em um momento em que o movimento estava perdendo força. Portanto, a obra História e consciência de classe mesmo possuindo limitações quanto à interpretação da realidade do movimento operário de sua época, cumpriu um papel político importante enquanto posição política de incentivo ao movimento revolucionário que havia perdido fôlego. E nesse sentido, Lukács maduro avalia: Mesmo quando uma teoria não expressava a essência objetiva da grande crise, mas apenas uma tomada de posição típica diante dos problemas fundamentais, ela ainda podia adquirir um certo significado histórico. Esse era o caso, creio hoje, da História e consciência de classe. (LUKÁCS, 2003, p.29). Isso não significa que a perspectiva de Lukács se trata de uma inevitabilidade do sucesso da revolução proletária. Como destaca Mészáros (2002, p ), Lukács possuía pleno acordo com a tese de Rosa Luxemburgo de socialismo ou barbárie. A dialética do desenvolvimento, mesmo revelando a realidade contraditória da sociedade capitalista, não é suficiente se o proletariado falhar em sua missão histórica de tomar consciência desta realidade e tornar-se o sujeito transformador desta. Portanto, o processo de surgimento do sujeito-objeto idêntico não é automático, mas sim problemático. Esse problema é determinado ontologicamente porque a tomada de consciência ocorreria no nível concreto da classe proletária. E nesse momento, o problema da ideologia surge no horizonte do autor. Pensando a revolução como um processo concreto e o surgimento do sujeito-objeto idêntico também como concreto, haveria um processo de relações sociais a nível ontológico que permitiria esse surgimento; aqui entra o papel do Partido enquanto atividade ideológica esclarecedora (MÉSZÁROS, 2002, p.425). Podemos observar que o problema aqui não é o afastamento que a teoria assume da realidade, pelo contrário, é a forma como a proximidade entre teoria e concreto se realiza sobre essa perspectiva. Como coloca Mészáros: a substância tangível das relações concretas, materiais e sociais subjacentes é metamorfoseada em um enigma metafísico cuja solução apenas pode assumir a forma de algum postulado ideal irrealizável, decretando a identidade entre sujeito e objeto. (MÉSZÁROS, 2002, p.427). A idéia de decreto do Mészáros sintetiza bem o problema da categoria sujeito-objeto idêntico ; uma relação lógica é imposta às relações concretas. E aqui devemos fazer mais um adendo GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 16

7 quanto à concepção do Jovem Lukács sobre o vir-a-ser. Segundo Mészáros... No ensaio acerca da Reificação e a consciência do proletariado, o critério de verdade também é identificado por Lukács como pertinência à realidade (...), realçando novamente a dimensão ética orientada-para-apraxis da concepção de conhecimento não-epistemológica do autor. E ele deixa claro que a realidade da qual está falando não é de modo algum idêntica à existência empírica. Esta realidade não é, ela vem a ser. (MÉSZÁROS, 2002, p.437). Como podemos ver, a concepção de verdade em Lukács se diferencia de uma concepção descritiva ou contemplativa de ciência. Portanto, uma crítica que leve em consideração apenas o fato de o sujeito-objeto idêntico não existir no momento histórico fica somente como uma crítica externa ao desenvolvimento teórico do autor; orientada muito mais por um critério popperiano de falseabilidade do que por um critério materialista da Filosofia da Praxis. O problema, muito mais do que o fato de o sujeito-objeto existir ou não, é se ele pode existir. A formulação dessa categoria ocorre muito menos através de observação de tendências existentes na realidade e muito mais como uma forma lógica de prever uma conciliação das contradições existentes. E nesse sentido torna-se decreto. Se observarmos as tendências existentes na realidade, somos levados a problematizar muito mais a separação entre sujeito e objeto do que sua unidade. Como coloca Karl Marx nos Grundrisse, em sua discussão com Proudhon sobre o sujeito e objeto nas relações do homem com a natureza: As condições originais de produção não podem inicialmente ser produzidas como tais elas não são resultado da produção (...) pois se esta aparece, de um lado, como a apropriação dos objetos pelos sujeitos, aparece igualmente, de outro lado, como a moldagem, a sujeição dos objetos por e para um propósito subjetivo; a transformação dos objetos em resultados e repertórios da atividade subjetiva. O que requer explicação não é a unidade de seres humanos vivos e ativos com as condições naturais, inorgânicas do seu metabolismo com a natureza, e portanto de sua apropriação da natureza; nem este é o resultado de um processo histórico. O que devemos explicar é a separação dessas condições inorgânicas da existência humana da sua existência ativa, uma separação que apenas é completamente realizada na relação entre trabalho assalariado e capital. (Apud, Mészáros, 2002, p.428. grifos nosso). Se considerarmos o processo de reificação de Lukács em História e consciência de classe ao lado do processo histórico, descrito acima por Marx, de separação das condições inorgânicas de existência humana da sua existência ativa, o sujeito-objeto idêntico torna-se uma afirmação construída logicamente que busca defender uma inversão de todo o GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 17

8 processo histórico que existe até o momento; o oposto da separação entre sujeito e objeto. Diante disso, sujeito-objeto idêntico não é algo produzido através da explicação do processo histórico, mas é apenas uma inversão abstrata deste. Mas aqui devemos ter em conta o significado que tal inversão tem na perspectiva do Lukács. Como Mészáros afirma, a reconstrução qualitativamente diferente da unidade entre trabalho vivo, como sujeito ativo, e as condições objetivas exigidas para o exercício das energias humanas criativas (MÉSZÁROS, 2002, p.429) é uma afirmação não só possível, mas identifica o projeto socialista como projeto alternativo ao capitalismo. O problema não é afirmar a unidade entre sujeito e objeto no sentido de lutar contra a separação destes em nossa sociedade. O problema é organizar essa unidade em uma categoria, atribuir a essa categoria um papel histórico e delegar esse papel histórico a uma determinada classe. Isso tudo através de um exercício de abstração. E nesse sentido, a insustentabilidade ontológica que Lukács da maturidade atribuiu à categoria de sujeito-objeto idêntico em Hegel diz respeito não somente à não-existência de tal sujeito, mas que este é elaborado em descompasso com o processo histórico concreto. E esse descompasso existe pela própria característica da categoria, que unifica arbitrariamente o sujeito e o objeto histórico sem uma base ontológica que a justifique. Conclusão Nosso trabalho buscou tratar da crítica da categoria sujeito-objeto idêntico, pois foi essa auto-critica de Lukács que o permitiu produzir a diferenciação entre os conceitos de alienação e objetivação e foi essa diferenciação que o permitiu tomar desvios de trilhas equivocadas assumidas em História e consciência de classe e o levou ao desenvolvimento de estudos que partiram de Hegel, passando pelo projeto de obra sobre economia política, até chegar à tentativa de uma ontologia do ser social (LUKACS, 2003, p.47). Para tratarmos de como a alteração das categorias alienação e objetivação tiveram importância na formulação da concepção ontológica de conhecimento em Lukács, isso iria requerer um novo trabalho. Mas mesmo sem esse debate importante, arriscamos fazer uma diferenciação entre a análise que utilizava a categoria sujeito-objeto idêntico e a análise ontológica. Enquanto a primeira encontrava a sua realização em categorias lógicas, as categorias ontológicas têm por fundamento a realidade em si, GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 18

9 mesmo possuindo níveis altos de abstração. Enquanto a categoria sujeitoobjeto idêntico parte do princípio de uma articulação abstrata, a ontologia tem por fundamento as articulações do real. Sabemos que nosso trabalho não traz respostas conclusivas sobre o significado das categorias ontológicas desenvolvidas por Lukács em A ontologia do ser social. Acreditamos que para tal esforço é necessário tempo e espaço muito maiores, assim como uma análise da obra como um todo. Como permanecemos mais na análise do texto d A falsa e a verdadeira ontologia de Hegel, acreditamos que nossa principal contribuição é justamente mostrar qual a origem teórica da concepção de ontologia de Lukács, que seria a reformulação filosófica da qual faz parte fundamental a crítica à categoria sujeito-objeto idêntico. Bibliografia CROCCO, Fábio Luiz Tezini. Geórg Lukács e a reificação: teoria da constituição da realidade social. Kinesis. V1, nº INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar LESSA, Sérgio. Lukács: ética e política. Chapecó: Argos LESSA, Sérgio. Lukács: Ontologia e transição. Comunicação apresentada no 4º colóquio Marx-Engels LUKÁCS, Georg. História e consciência de classe. São Paulo: Martins Fontes LUKÁCS, Georg. Ontologia do ser social: a falsa e a verdadeira ontologia de Hegel. São Paulo: Editora Ciências Humanas MEGILL, Kenneth. Georg Lukacs as an ontologist. Studies in Soviet Thought. V. 9. Nº PINHO, Maria Teresa Buonomo de. Instauração do pensamento de Marx acerca da política. Comunicação apresentada no 4º colóquio Marx-Engels VAISMAN, Ester. A obra tardia de Lukács e os revezes de seu itinerário intelectual. Trans/Form/Ação.nº 30 (2) ZIZEK, Slavoj. De História e consciência de classe a Dialética do esclarecimento, e volta. Lua Nova. nº GT 8. Marx e marxismos latino-americanos 19

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