AS NOVAS FACES DO CAPITALISMO NO SÉCULO XXI E O MOVIMENTO SINDICAL NO BRASIL
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- Anderson Quintanilha Benevides
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1 AS NOVAS FACES DO CAPITALISMO NO SÉCULO XXI E O MOVIMENTO SINDICAL NO BRASIL
2 OS SINDICATOS EXISTIRÃO ATÉ O FIM DO SÉCULO XXI?
3 A Centralidade do Trabalho no Marxismo Clássico Objetivos: Apresentar teorização marxiana e seus principais pressupostos (historicização do tema); Movimento de negação do Trabalho como categoria analítica (J. Habermas, C. Offe e A. Gorz); Resgate da centralidade do Trabalho (G. Lukács, I. Mészáros e R. Antunes);
4 Trabalho como Práxis Humana Postura Marxiana Clássica O ser humano não age apenas em função das necessidades imediatas, nem se guia pelos instintos. O homem antecipa suas ações através da projeção em sua cabeça dos diversos caminhos possíveis para alcançar o seu objetivo, traduzindo em uma atividade propriamente humana de domínio da natureza: o TRABALHO.
5 A dominação das forças naturais promove um naturalização do homem e uma humanização da natureza, possibilitando ao homem criar as condições para sua existência material e seu modo de ser. O TRABALHO é, portanto, a única manifestação da capacidade humana de criar.
6 Pressupostos: 1. O trabalho é uma eterna necessidade natural da vida social humana; 2. O trabalho é a categoria central, na qual todas as outras determinações que compõem a estrutura necessária da realidade social humana já se apresentam naturalmente.
7 3. Mediante o trabalho, tem lugar uma dupla transformação: ao passo que por meio dele o homem transforma a natureza, ao mesmo tempo transforma a sua própria natureza. Trabalho = Transformação da Realidade.
8 Descentralidade do Trabalho e o Paradigma da Modernidade Descentralidade do Trabalho Principais Teóricos Jurgen Habermas André Gorz Claus Offe
9 Habermas: Teoria Crítica Razão Instrumental X Razão Comunicativa Centralidade do trabalho Centralidade da linguagem
10 Os Pressupostos da Linguagem O que nos destaca da natureza é a única coisa cuja natureza podemos de fato conhecer: a linguagem. A única categoria cuja natureza permite substituir a velha relação objetivista de sujeito-objeto por uma nova relação eminentemente comunicativa de sujeitosujeito não é outra senão a linguagem. é a linguagem que possibilita a contextura de um novo paradigma. A AÇÃO COMUNICATIVA.
11 Trabalho em Habermas Não comunga com as ideias de Marx, o trabalho como práxis humana, atividadecriadora-do-novo. Habermas afirma que o trabalho é uma condição pré-humana. Redução da categoria trabalho a uma concepção meramente tecnicista.
12 André Gorz Discute o estatuto político do proletariado como sujeito revolucionário. OPERARIADO única classe capaz de abolir o sistema capitalista, ao se reapropriar do sistema de produção. não ocorreu em decorrência do processo de desqualificação taylorista do trabalho e da inocuidade do controle direto da produção como estratégia de abolição da ordem capitalista. Proletariado revelou-se constitutivamente incapaz de se tornar sujeito de poder. o proletariado encontrou seu fim como sujeito histórico revolucionário. Do antigo e temível proletariado, restaria apenas uma massa de assalariados acomodados.
13 Para Gorz Do antigo e temível proletariado, restaria apenas uma massa de assalariados acomodados. O PROLETARIADO ENCONTROU SEU FIM COMO SUJEITO HISTÓRICO REVOLUCIONÁRIO. Dessa forma, não interessaria se apropriar do sistema de produção e dos aparelhos de dominação mas, sim, conquistar crescentemente espaços de autonomia, ao lado e por sobre os aparelhos de produção, buscando retomar o poder sobre sua própria vida, subtraindo-a à racionalidade produtivista e mercantil.
14 Claus Offe fragmentação político-organizacional proletária, descentralização identitária do trabalho e obsolescência da luta de classe. TRABALHO ASSALARIADO conseqüências categoria privilegiada da pesquisa sociológica 1. Desagregação político-organizacional da classe trabalhadora; 2. Descentralização do trabalho como eixo estruturador das identidades individuais e coletivas; 3. Obsolescência do conflito capital-trabalho como contradição fundamental das sociedades contemporâneas.
15 Para Claus Offe O trabalho teria perdido sua capacidade de se constituir em eixo estruturador da autoconsciência e organização sóciopolítica dos trabalhadores, redundando no esvaziamento da classe trabalhadora enquanto sujeito político. Assim, questiona a validade do estatuto teórico da categoria trabalho como dado social fundamental.
16 Para Offe Os Fatores causadores do esvaziamento do trabalho como eixo estruturador das identidades individuais e coletivas: 1) as modalidades tayloristas de organização do processo de trabalho contribuem para a descentralização subjetiva do trabalho, posto que seu propósito é a abolição do fator humano e da autonomia operária sobre a produção. O processo de identificação do trabalhador com sua atividade seria bloqueado pela própria organização do trabalho; Dentre outros.
17 A Classe Trabalhadora fragmentada internamente de forma aguda não mais ocupa o centro da estruturação das identidades coletivas e individuais a luta de classes cedeu lugar à emergência de novos conflitos e atores na arena política contemporânea Claus Offe conclui que Nos encontramos ante uma sociedade não mais baseada no trabalho.
18 Resgate da Centralidade do trabalho no Contexto Capitalista Principais Teóricos Georg Lukács István Mészáros Ricardo Antunes
19 O processo de globalização econômica, internacionalização dos capitais e reestruturação produtiva, teve como principal característica a flexibilização e a precarização das Capitalismo contemporâneo relações de trabalho. Nesse período, ocorreu uma série de reformas estruturais, que variaram em intensidade, a partir da abertura dos mercados nacionais e da desregulamentação do mercado de trabalho interno. É no setor terciário, o mais atingido pela reestruturação produtiva da última década, que encontramos uma maior flexibilização dos direitos trabalhistas, com a intensificação das jornadas de trabalho e novas formas de contratação. Nova conformação produtiva do capital - forma de sociabilidade que desemprega ou precariza mais de 1 bilhão de pessoas, um terço da força humana mundial que trabalha.
20 Diante dessas transformações, de âmbito tecnológico e da gestão da produção, surgiram novas formas de inserção no mercado de trabalho trabalho em tempo parcial, emprego temporário, subcontratação, auto-empresariamento, etc. e uma diversificação das situações de atividade. Necessidade de proceder correções e aperfeiçoamentos do instrumental analítico desenvolvido pela tradição marxista.
21 Houve um redimensionamento ético e moral do trabalho, entretanto a intervenção humana pelo trabalho está longe de desaparecer. O número de indivíduos vinculados a uma atividade formal não decresceu - o que se percebeu foi um aumento do trabalho precário e a intensificação do trabalho. Para uma melhor análise é importante destacar que temos três dimensões da centralidade do trabalho: I. A centralidade ontológica do trabalho; II. A centralidade cotidiana do emprego; III. A centralidade política da classe trabalhadora.
22 A Centralidade Ontológica do Trabalho A categoria trabalho tem centralidade na Ontologia do Ser Social Produção e reprodução da vida, via atendimento das necessidades humanas e sociais. TRABALHO Produtor de valores de uso Possibilita o salto ontológico das formas pré-humanas para o ser social. Elemento mediador introduzido entre a esfera da necessidade e a realização desta - processo de autorealização humana.
23 O trabalho, portanto, pode ser visto como um fenômeno originário, como modelo, protoforma do ser social (Lukács) TRABALHO Conceito de atividade produtiva em Marx essência natural do homem = atividade industriosa Possibilita demonstrar as conexões entre Teleologia e casualidade A teleologia - presente na própria colocação de finalidades; A causalidade - dada pela materialidade fundante. Ao pensar, idealizar mentalmente o trabalho, o homem, define inicialmente a posição fim - o que quer realizar, onde quer chegar, em seguida concebe os meios que utilizará para objetivar e concretizar sua atividade produtiva.
24 DIANTE DESTE DEBATE QUAL O LUGAR DA QUESTÃO SOCIAL OU DAS NOVAS QUESTÕES SOCIAIS?
25 COMO EU ARTICULO A CENTRALIDADE DO TRABALHO COM A MINHA VIDA COTIDIANA, COM AS MINHAS EMOÇÕES, COM O MEU QUERER E DESEJAR O MUNDO, OU AS COISAS?
26 EXISTE ALGUMA RELAÇÃO ENTRE A CRISE DO TRABALHO E AS DIFICULDADE DE EU ME ORGANIZAR E REIVINDICAR E CONSTRUIR A CIDADE QUE QUEREMOS?
27 A RESPOSTA SE EXISTIRÁ SINDICATO NO FUTURO DEPENDE DE QUEM?
28 OBRIGADO! PROFº Dr. Luciano Gomes
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