TITULO DO PROJETO: 1. INTRODUÇÃO

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA Programa de Bolsa de Iniciação Científica - PIBIC Campus Universitário Professora Cinobelina Elvas, Br 135 Bairro Planalto Horizonte. CEP: Bom Jesus-PI Brasil Fone/Fax (89) pesquisabj@ufpi.br, pesquisabj@ufpi.edu.br TITULO DO PROJETO: EFICIÊNCIA DE FÓSFORO REVESTIDO POR POLÍMEROS E MAP CONVENCIONAL NO DESENVOLVIMENTO DE BRAQUIÁRIA BRIZANTHA E MILHETO. Aldenes Messias Martins (bolsista do PIBIC/CNPq), Rafael Felippe Ratke (Orientador,área de solos UFPI) 1. INTRODUÇÃO Entre os fatores que podem contribuir para o melhor desenvolvimento da cultura da braquiária e do milheto está o melhor aproveitamento das fontes de fertilizantes. A tecnologia de revestimento de fontes solúveis com polímeros de liberação gradual é uma das técnicas mais promissoras, sendo fundamental avaliar o seu comportamento no sistema solo planta. Entretanto há poucas informações cientificas sobre o tema. Em condições tropicais o fósforo (P) é o nutriente mais limitante da produtividade nas culturas, principalmente devido ao seu baixo teor e alta fixação nos solos. Em condições tropicais, diferentes autores têm relatado o fósforo (P) como o nutriente mais limitante da produtividade em diversas culturas (NOVAIS; SMYTH, 1999; BASTOS et al., 2008; SANTOS et al., 2011). Esse fato é explicado pela carência de P nos solos, tanto em consequência do material de origem quanto da forte interação de P com o solo (RAIJ, 1991): menos de 0,1% desse nutriente encontra-se na solução do solo (FARDEAU, 1996). Mesmo absorvido em menores quantidades, se comparado ao nitrogênio e ao potássio, o fósforo exerce a função chave no metabolismo das plantas, uma vez que tem atividade em processos como formação de proteínas, divisão celular, fotossíntese, armazenamento de energia, respiração e fornecimento de energia (TAIZ; ZEIGER, 2004). Em solos tropicais, principalmente os solos de Cerrado, geralmente as doses de fósforo P recomendadas são altas, em função da baixa eficiência dos fertilizantes, que varia entre 20% e 30% de aproveitamento desse nutriente pelas culturas (NOVAIS; SMYTH, 1999; LOBATTO, 2002). Isso decorrera da alta capacidade de fixação de P adicionado ao solo através de mecanismo de absorção e precipitação, reduzindo sua disponibilidade para as plantas (NOVAIS et al., 2007).

2 Alternativas tecnológicas têm sido buscadas para que seja possível reduzir os gastos com fertilizantes ou elevar a eficiência das fontes utilizadas. Nesse intuito, atualmente têm -se empregado fontes revestidas com polímeros, os quais são denominados de liberação lenta e gradativa de P (TRENKEL, 2010). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência do fósforo revestido por polímeros e MAP convencional no desenvolvimento de plantas de cobertura braquiária brizantha e milheto. 2. METODOLOGIA O experimento foi realizado em casa de vegetação na Universidade Federal do Piauí- UFPI no Campus Professora Cinobelina Elvas-CPCE, localizado no município de Bom Jesus-PI (Figura 1), que possui uma latitude 09º04'28" sul e uma longitude 44º21'31" oeste, estando a uma altitude de 277 metros acima do nível do mar apresenta temperaturas mínimas de 26 C e máximas de 36 C, com clima quente semi-úmido. Possui precipitação pluviométrica média anual em torno de 900 a 1200 mm. FIGURA 1: Casa de Vegetação, onde foi conduzido o Experimento No dia 16 de julho de 2013, foi realizada a coleta do solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade, o solo utilizado no experimento foi um LATOSSOLO AMARELO, em uma área com vegetação de cerrado, onde foi retirada uma amostra desse solo que subseqüentemente foi submetido à análise química que foi feita no laboratório da própria universidade. Após a coleta esse solo foi peneirado, em uma peneira de malha de 4 mm, visando a retirada de detritos e torrões. Foi feito a adição de calcário dolomitico no solo 30 dias antes da semeadura como é recomendado para correção da sua acidez, A implantação do experimento ocorreu, no dia 18 de outubro de 2013, a abertura das covas foi realizada numa profundidade de 2 cm, utilizando 6 sementes de cada cultura por vaso, com capacidade de 4 kg de solo para cada vaso -1. E após a semeadura foram fechadas para aperfeiçoar o contato das sementes com o solo para garantir uma boa germinação.

3 A semeadura foi realizada manualmente. Devido às boas condições de umidade do solo, não sendo necessário efetuar irrigação após a semeadura. Dois dias após a germinação, foi colocado 4 ml de solução nutritiva para cada vaso, o ph da solução ficou 5,48. Houve a necessidade de se fazer o replantio das culturas, principalmente da bráquiaria brizantha devido a taxa de germinação ter sido muito baixa em torno de 20%, sendo este replantio feito em torno de 6 dias para o milheto e 10 dias para a braquiaria. Logo após realizamos o desbaste 15 dias após a germinação das plantas replantadas, deixando apenas as duas plântulas mais vigorosas até os 48 dias após plantio de milheto e 72 após o replantio da braquiaria. Não foi necessário utilizar medidas para controle de pragas e doenças e também não houve a necessidade de controle de plantas daninhas. Os tratamentos consistiram na aplicação do equivalente a 0, 100, 200, 400 e 800 kg há- 1 de (P 2 O 5 ) fósforo revestido com polímero e MAP convencional. Sendo o delineamento experimental em blocos casualizados, com 2 fontes e 5 doses de fósforo e quatro repetições. As doses foram aplicadas em vasos de 4 kg de solo em cobertura sem incorporação e subseqüente semeadura da braquiaria brizatha e milheto, no dia 18 de outubro de Logo após a emergência foi realizado um desbaste deixando somente 2 plântulas. O experimento foi conduzido por 92 dias, quando foram realizadas as mensurações vegetativas, de produção de Fitomassa Fresca (FF) e Fitomassa Seca (FS) no dia 16 de dezembro de 2013 para o milheto e no dia 16 de janeiro de 2014 para a braquiaria brizantha. As plantas foram secas em estufas com ventilação forçada, á temperatura de 72ºC até atingirem peso constante, o qual se deu aproximadamente após 48h, forão então pesadas e determinadas o peso seco das amostras. Após determinação da fitoassa seca, as partes aéreas das plantas foram encaminhadas para o Laboratório de Fitotecnia da UFPI para a determinação do fósforo (P) total. Através do critério de capacidade de campo da planta no solo foi realizada a irrigação das cultivares em estudo, para determinar a quantidade de água a ser disponibilizada para as plantas em cada vaso. Inicialmente foi necessário irrigar duas vezes ao dia durante uma semana após a emergência das sementes, posteriormente realizou-se apenas uma irrigação diária. Os dados foram analisados aplicando-se o teste F na análise de variância. Os resultados obtidos foram ajustados por regressão em função das doses dos fertilizantes. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Mediante as mesmas condições de adubação, tratos culturais e todo o manejo requerido pelas cultivares utilizadas no estudo, visivelmente pode-se perceber que houve um melhor desenvolvimento da cultura do milheto (Figura 3 e 4), prevalecendo-se sobre a braquiária brizantha, retardando então a evolução do ciclo vegetativo da mesma.

4 (Figura 3: desenvolvimento do milheto) (Figura 4: desenvolvimento da braquiária) Comparando-se o milheto e a braquiária adubados com fósforo polimerizado e o vaso de testemunha (Figura 5) onde não houve incorporação do fertilizante, o desenvolvimento foi visivelmente superior das plantas onde se utilizou adubação fosfatada isso porque, o uso de revestimento com polímero de liberação gradual permite uma disponibilização gradual do P para o solo sem reduzir a eficiência na absorção pela planta. (Figura 5: Desenvolvimento das plantas de cobertura com e sem adubação fosfatada) Ao analisar as variáveis fitomassa fresca (FF) e fitomassa seca (FS) das plantas de milheto, observou-se efeito significativo dessas variáveis em função da adubação fosfatada (figura 6 e 7). As duas fontes testadas foram eficientes no aumento da fitomassa, com destaque para MAP convencional que apresentou as maiores médias de FF e FS em todas as doses estudadas, com exceção na dose de 800 kg ha -1 para FS. Sobrinho et al., (2008), ao estudarem fontes de adubação na cultura do milheto, constataram que a aplicação do NPK é

5 Fitomassa seca de milheto (g vaso -1 ) Fitomassa fresca de milheto (g vaso -1 ) eficiente em aumentar a massa verde e massa seca em torno de 5 vezes, comparativamente a testemunha MAP Fosf. Reves. y = 32,99+0,457x-0,00005x 2 R² = 0,778 * y =14,32+0,302x-0,00005x 2 R² = 0,976 * Dose de P (kg ha -1 ) Figura 6. Produção de fitomassa fresca de milheto com diferentes doses de fósforo: MAP e fósforo revestido com polímero (*Significativo p<0,01;**significativo p< 0,05). Bom Jesus-PI, A fitomassa seca do milheto (FSM) apresentou comportamento semelhante ao observado na fitomassa fresca, sendo influenciada com relação quadrática em função das doses de fósforo para MAP convencional e fósforo revestido com polímero (figura 7) y =13,20+0,224x -0,00005x 2 R² = 0,880 * MAP y =11,53+0,182x -0,00005x 2 Fosf. Reves. R² = 0,958 * Dose de P (kg ha -1 ) Figura 7. Produção de fitomassa seca (FS) do milheto com aplicação de diferentes doses de fósforo: MAP convencional e fósforo revestido com polímero (*Significativo p<0,01;**significativo p< 0,05). Bom Jesus-PI, Ao analisar as variáveis fitomassa fresca (FF) e fitomassa seca (FS) das plantas de braquiária, observou-se um aumento dessas variáveis em todas as doses aplicadas para MAP convencional e fósforo revestido por polímero (figura 8 e 9). Entre as fontes estudadas, o uso do fósforo revestido com polímeros obteve as maiores médias de FF e FS em quase todas as doses testadas, principalmente nas doses inicias. Em estudo realizado por Benett et al., (2008) sobre a resposta da Brachiaria brizantha cv. Marandu a diferentes tipos de adubação

6 verificaram que o uso das fontes superfosfato simples e NPK aos 35 dias após aplicação, incrementaram na ordem de 13% e 25% na produção de massa seca em relação à testemunha. A fitomassa fresca das plantas de brachiária (FF) e fitomassa seca (FS) foram afetadas de forma não significativa pelas doses de fertilizante fosfatado, segundo relação quadrática, para fósforo revestido com polímero e MAP convencional que apresentaram baixo coeficiente de ajuste. 4. CONCLUSÕES As doses de fósforo revestido por polímeros e MAP convencional influenciam de forma significativa a produção de fitomassa fresca e seca do milheto e não significativa para a brachiaria. Por tanto, podemos perceber que a baixa disponibilidade de fósforo em solos ácidos, como os do Cerrado, exige um manejo eficiente da adubação fosfatada. Onde o uso de tecnologias que aumentem a eficiência de uso do fósforo se apresenta como uma alternativa que pode ser adotada, desde que se considere a realidade dos solos brasileiros. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASTOS, A.L.; et al. Influência da doses de fósforo no fluxo difusivo em solos de Alagoas. Revista Brasileira de Engenharia Agricola e Ambiental, Campina Grande, v.12, p , FARDEAU, J.C. Dynomics of phosphate in soils: na isotopic Outlook. Fertility Research, Lone Tree, v. 45, p , NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J. Fósforo em Solo e Planta em Condições Tropicais. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. SOBRINHO, W.N.; SANTOS, R.V.; SOUSA, A.A.; VITAL, A.F.M.; JÚNIOR, J.A.F. Fontes de adubação na cultura do milheto no semi-árido. Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.04, 48-54, Palavras Chave: Fósforo revestido, MAP convencional.