LAVAGEM DE REGULADOR CRESCIMENTO EM FOLHAS DO ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE DOSES *
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- Simone Flores Henriques
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1 LAVAGEM DE REGULADOR CRESCIMENTO EM FOLHAS DO ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE DOSES * Fábio Sano de Souza 1, Alessandra Elena Miggiolaro 2 ; Ciro Antônio Rosolem 3. (1) Departamento de Produção Vegetal FCA/UNESP, Caixa Postal 237, , Botucatu,SP fabiosuano@fca.unesp.br (2) Departamento de Produção Vegetal FCA/UNESP, Caixa Postal 237, , Botucatu,SP (3) Departamento de Produção Vegetal FCA/UNESP, Caixa Postal 237, , Botucatu,SP RESUMO A melhor época de aplicação de reguladores de crescimento recomendada no Brasil corresponde a um período de grandes índices de pluviosidade. Existe portanto, grande risco do produto ser lavado pela água das chuvas sem ter sido absorvido pela planta. O presente trabalho visou o estudo do comportamento de plantas de algodão submetidas a aplicação de regulador de crescimento à base de Cloreto de Mepiquat sujeitas a diferentes doses (; 7,; 1, e 22, g ha 1 i.a. do produto), e precipitação pluviométrica de lâmina de 2 mm após, 3, 6, 12 e 24 horas da aplicação do regulador, mais um tratamento sem chuva. A aplicação da menor dose de regulador (7, kg i.a. ha-1), proporcionou diferença menos expressiva em relação ás maiores doses (1, e 22, kg i.a. ha-1) para o parâmetro de altura de plantas. O parâmetro chuva foi significativo apenas para as maiores doses de regulador. Para a matéria seca, a interação doses x tratamento sem aplicação de chuva foi significativo. A dose de 22, g i.a. ha-1 proporcionou menor peso de matéria seca, diferindo significativamente da dose de 1, g i.a. ha-1. Com relação aos demais tratamentos de chuva, não foi observada diferença significativa. INTRODUÇÃO A tecnologia adotada atualmente consiste num sistema de produção baseado na adequada correção do solo e utilização de doses de fertilizantes relativamente altas. Em boa parte das regiões onde se encontram as maiores áreas de algodão no Brasil atualmente, o índice pluviométrico está acima de 2. mm anuais. Todas estas condições levam a um crescimento vegetativo muito vigoroso da planta que, se mal manejado, pode levar à diminuição da produtividade. O grande desenvolvimento das plantas pode resultar em baixa produtividade, em razão não só da demanda de nutrientes pelas partes vegetativas e autossombreamento, como pelas dificuldades existentes na execução dos tratos culturais e fitossanitários, como também na operação de colheita (Silva et al, 1981). Com a utilização de reguladores de crescimento pode ser possível melhorar a adubação, sem que ocorra crescimento vegetativo excessivo. A utilização de reguladores de crescimento permite ainda melhores condições de cultivo, proporcionando redução da altura de plantas e do tamanho dos ramos laterais, aumento da precocidade e ainda facilitando a colheita mecanizada. O Cloreto de Mepiquat, pode ser incluído no grupo de inibidores da biossíntese do ácido giberélico, sendo portanto, um inibidor da elongação celular (Reddy et al., 199). Os benefícios potenciais do Cloreto de Mepiquat são: redução do crescimento das plantas, melhoria de arquitetura, aumento da retenção de frutos nas primeiras posições dos ramos frutíferos, incrementando a precocidade de abertura dos frutos, melhoria da eficiência na colheita e a qualidade do produto colhido (Barbosa & Castro, 1983; Kerby et al., 1986; Athayde et al., 1988; McConell et al., 1992; Cothren & Oosterhuis, 1993; Thonson, 199). Segundo Cruz & Simm (1989), o Cloreto de Mepiquat, ao influenciar na redução do porte dos algodoeiros e num * Financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo).
2 menor consumo de água por planta, possibilitou a visualização de duas possibilidades promissoras, como eliminar a operação de desbaste e aproximar as linhas de semeadura com espaçamentos menores. Sendo assim foi possível se obter aumento na produção de algodão em caroço. A melhor época de aplicação dos reguladores de crescimento recomendada no Brasil corresponde a um período de grandes índices de pluviosidade. Existe portanto, grande risco do produto ser lavado pela água das chuvas sem ter sido absorvido pela planta. Sendo assim, seria necessário reaplicar a quantidade de produto perdida para que este possa exercer o efeito esperado no controle do crescimento das plantas de algodão. O presente trabalho visou o estudo do comportamento de plantas de algodão submetidas a aplicação de regulador de crescimento à base de Cloreto de Mepiquat quando sujeitas a diferentes doses do produto e precipitações pluviométricas ocorrendo em diferentes tempos após a aplicação do produto. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condição de casa de vegetação, em vasos de 1 litros contendo solo corrigido e adubado. Foi utilizado o regulador a base de Cloreto de Mepiquat (Cloreto 1,1-dimetil piperidíneo). Pulverização e Simulação de Chuva: O equipamento de pulverização e simulação de chuva constitui-se de uma estrutura metálica, com três metros de altura por dois metros de largura, que permite o acoplamento de um carrinho suspenso a 2, metros de altura. A esse carrinho, encontram-se acopladas duas barras de pulverização, uma responsável pelo sistema de simulação de chuva e a outra, pelo sistema de pulverização do regulador e defensivos agrícolas, as quais deslocam-se por uma área útil de 6 metros quadrados no sentido do comprimento do equipamento. Experimento: No experimento foi simulada a lavagem do produto das folhas do algodoeiro em função das doses aplicadas. Doses de regulador (Cloreto de Mepiquat) correspondentes a ; 7,; 1, e 22, g ha 1 do princípio ativo foram aplicadas às plantas no estádio de aparecimento dos botões florais (Reddy et al., 199), o que ocorreu aos 33 dias após a emergência. A seguir as plantas foram submetidas a lâminas de chuva correspondentes a 2 mm após, 1, 3, 6, 12 e 24 horas da aplicação do regulador, mais um tratamento sem chuva. Delineamento experimental O delineamento estatístico foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições, considerando um fatorial com 4 doses e 7 tempos, com uma testemunha sem chuva. RESULTADOS E DISCUSSÃO Altura de plantas: De maneira geral, observou-se que a aplicação da menor dose de regulador (7, kg i.a. ha-1), proporcionou diferença menos expressiva em relação as maiores doses (1, e 22, kg i.a. ha-1) para o para o parâmetro de altura de plantas. A altura das plantas foi mais influenciada pela dose de regulador aplicada do que pelo intervalo entre a aplicação do regulador e a chuva simulada, no caso da dose de 7, g i.a. ha-1. Isso significa que para baixas doses de regulador, chuvas posteriores apresentarão efeito reduzido em relação à lavagem do regulador nas folhas de plantas de algodão. O parâmetro chuva foi significativo apenas para as maiores doses de regulador, como pode ser observado nos Figuras 2 e 3. Fica, nestes casos, mais evidente a diferenciação dos tratamentos pela
3 chuva em relação ao regulador, quando comparadas com a menor dose do regulador (Figura 1). Sendo assim, pode se dizer que se as plantas forem atingidas por chuva posterior a aplicação do regulador, esta terá efeito maior para as maiores doses, 1 e 22, g i.a. ha-1 em relação a menores doses (7, g i.a.ha-1), respectivamente no caso deste experimento. Matéria Seca: Foi analisado o peso de caule + pecíolo + folhas. Os resultados encontram-se no quadro 1 e no Figura 4. As médias foram comparadas utilizando o teste LSD (ou DMS) (P<,). Estudos desenvolvidos por Athayde (1978), permitiram concluir que a aplicação de regulador aos 64 dias após a emergência reduziu significativamente a altura de plantas, o peso da matéria seca do caule + pecíolo, mas não afetou o peso da matéria seca de toda a parte aérea. No presente experimento a interação doses x tratamento sem aplicação de chuva foi significativo. A dose de 22, g i.a. ha-1 proporcionou menor peso de matéria seca, diferindo significativamente da dose de 1, g i.a. ha-1. Com relação aos demais tratamentos de chuva, não foi observada diferença significativa Dose 7,, sem chuva Dose 7,, horas Dose 7,, 3 horas Dose 7,, 12 horas Dose 7,, 24 horas Figura 1- das plantas de algodão na dose de 7, g i.a. ha-1 de regulador em função da aplicação de
4 4 4 Dose 1, sem chuva Dose 1, horas 3 Dose 1, 3 horas 3 2 Dose 1, 12 horas Dose 1, 24 horas Figura 2- das plantas de algodão na dose de 1 g i.a. ha-1 de regulador em função da aplicação de Dose 22,, sem chuva Dose 22,, horas Dose 22,, 3 horas Dose 22,, 12 horas Dose 22,, 24 horas Figura 3- das plantas de algodão na dose de 22, g i.a. ha-1 de regulador em função da aplicação de
5 7 6 Peso - Matéria Seca sc , 1 22, Chuva Figura 4 - Acúmulo de matéria seca. Quadro 1. Matéria seca para o tratamento sem chuva (g.tratamento -1 ). Tratamento Dose 22,/Sem Chuva Dose 7,/Sem Chuva Dose 1,/Sem Chuva Matéria Seca g.tratamento-1 1, a 9, ab 67, b DMS: 13, NMS:, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATHAIDE, M.L.F. Efeito do CCC no algodoeiro (Gossypium hirsutum L.). Piracicaba, p. Dissertação (Mestrado em Energia na Agricultura) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo. BARBOSA, L.M., CASTRO, P.R.C. Comparação entre diferentes concentrações e épocas de aplicação de cloreto de mepiquat, cloreto de clorocolina e ethephon em algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) cv. IAC 17. Planta Daninha, Campinas, v.6, n.1, p.1-1, 1983a. BARBOSA, L.M., CASTRO, P.R.C. Desenvolvimento e produtividade de algodoeiros sob efeito de reguladores vegetais. NA. Esc. Super. Agric. Luiz de Queiroz, Univ. São Paulo, Piracicaba, v.4, n.1, p.33-86, 1983b. SILVA, R.J.M., et al. Observações preliminares do comportamento do cloreto de mepiquat em algodoeiro herbáceo no estado de Goiás. Comunicado Técnico-Científico. Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária. Ano 2, março/1981, nº.
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