EFFECT OF PLANTS ARRANGEMENTS AND GROWTH REGULATOR MEPIQUAT CHLORIDE IN THE YIELD AND RESISTANCE FIBER IN THE SERTÃO REGION OF ALAGOAS STATE

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1 EFEITO DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS E DO USO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO NO RENDIMENTO E NA RESISTÊNCIA DA FIBRA DA CULTIVAR DE ALGODÃO HERBÁCEO BRS 201, NO AGRESTE ALAGOANO (*) Dacio Rocha Brito (Funesa / daciobrito@hotmail.com), Napoleão Esberard de Macedo Beltrão (Embrapa Algodão), Genildo Bandeira Bruno (UFPB), Walter Esfraim Pereira (UFPB) RESUMO - As baixas produtividades do algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L.) observadas em Alagoas, motivaram a condução de um experimento em Arapiraca, Alagoas, no ano de 2003, objetivando avaliar os efeitos de quatro arranjos de plantas (A 1 =1,0x0,125m, A 2 =0,7x0,178m, A 3 =0,6x0,208m e A 4 =0,5x0,25m) e do uso do regulador de crescimento Cloreto de Mepiquat, no rendimento e na resistência da fibra da cultivar BRS 201. O delineamento foi em bloco ao acaso com quatro repetições, nos quatro arranjos de plantas utilizou-se zero ou um litro de cloreto de mepiquat por hectare, neste caso, dividido em três aplicações. Foram avaliados rendimento e resistência da fibra. Observou-se menor rendimento de algodão em pluma no arranjo A 1 (1,0 X 0,125m) e menor resistência da fibra no arranjo A 4 (0,5 X 0,25m). Não houve efeito do regulador de crescimento e da interação entre os fatores para as variáveis estudadas. Conclui-se que o arranjo A 4 (0,5 X 0,25m) é mais promissor que os demais, mesmo apresentando menor resistência da fibra e ainda, pela necessidade de uma adequada distribuição das plantas no solo e pela experimentação em cada campo, para que seja possível a indicação de uma cultivar para determinada região. Palavras-chave: qualidade da fibra, arranjos populacionais, regulador de crescimento. EFFECT OF PLANTS ARRANGEMENTS AND GROWTH REGULATOR MEPIQUAT CHLORIDE IN THE YIELD AND RESISTANCE FIBER IN THE SERTÃO REGION OF ALAGOAS STATE ABSTRACT - A field experiment was conduct in 2003, in Arapiraca, Alagoas State, Brazil, to investigate the effects of four plants arrangements (A 1 =1,0x0,125m, A 2 =0,7x0,178m, A 3 =0,6x0,208m and A 4 =0,5x0,25m) and plant growth regulator mepiquat chloride on yield and resistance fiber in the BRS 201 cultivar herbaceous cotton. The experiment design was randomized blocks with four replications. It was used zero or one liter of mepiquat chloride by hectare, divided in three applications. The mepiquat chloride and interaction among factors did have interference in the yield and resistance fiber. Considering facto plant arrangements, it was observed significant effects for yield and resistance fiber, with small yield for arrangement A 1 (1,0x0,125m) and smaller resistance fiber for arrangement A 4 (0,5x0,25m). The results permit to conclude that the plants arrangements A 4 it is more promising than the others, some presenting smaller resistance fiber and, for the need of an distribution appropriate of the plants in the soil. Key words: fiber quality, plants arrangements and growth regulator.

2 INTRODUÇÃO O cultivo de algodão (Gossypium hirsutum L.) no Brasil tem proporcionado um bom desempenho do setor agrícola nacional, com aumento da produção nas novas fronteiras agrícolas brasileira, a exemplo do Centro-Oeste e parte do Estado da Bahia. Contrariamente o Nordeste brasileiro, que teve no passado a cotonicultura como uma das mais importante fonte geradora de emprego, renda e riqueza regional, hoje, se observa uma grande redução da área planta, e na maioria dos Estados baixos rendimentos. Em Alagoas, a redução de área e a rentabilidade foram mais acentuadas do que no restante do Nordeste. Segundo dados estimativos divulgados pela CONAB (2005), Alagoas plantará na safra 2004/2005, ha com produtividade de 142 kg.ha -1 de algodão em pluma, enquanto para o Nordeste, estima-se uma produtividade de kg.ha -1 numa área de 327,2 mil hectares, e para o Brasil, uma produtividade de kg.ha -1 numa área de 1.116,1 mil hectares. Diversos fatores internos e externos têm contribuído para o declínio da cotonicultura em Alagoas, entre estes, o manejo inadequado e ausência de experimentação local com novos cultivares, concorreram para os resultados indesejados. Sabe-se da existência de novos cultivares indicados para região, como a BRS 201, que alcançou, segundo Brito et al. (2003), produtividade média de algodão em pluma de 749,02 kg.ha -1 na região Agreste de Alagoas em condições de sequeiro, e que, os genótipos respondem diferentemente a uma variação na distribuição das plantas no solo (BRITO e BELTRÃO, 2002). Sabe-se ainda que, o uso de reguladores de crescimento, tem segundo Reddy et al. (1990), promovido modificações na arquitetura das plantas, possibilitando um aumento nas populações e, ainda, Bolonhezi et al. (2002) concluíram que o uso do cloreto de mepiquat aplicado parceladamente pode aumentar a produção de algodão em caroço. Logo, considerando que na região Agreste de Alagoas existe uma grande variabilidade na distribuição de chuvas a cada ano e dentro de um determinado ano em locais diferentes da região, realizou-se este trabalho, fundamentado na necessidade de uma investigação da influencia do arranjo de plantas e do uso de regulador de crescimento no rendimento e na qualidade da fibra da cultivar BRS 201, em condições de sequeiro. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições de sequeiro, em 2003, no município de Arapiraca, região Agreste do estado de Alagoas. O delineamento foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 4 x 2, com quatro repetições, em parcelas de 20m 2, com população de plantas/ha. Os tratamentos consistiram na combinação de quatro arranjos de plantas (A 1 =1,0x0,125m, A 2 =0,7x0,178m, A 3 =0,6x0,208m e A 4 =0,5x0,25m) com o uso e não uso do regulador de crescimento Cloreto de Mepiquat. Todas as parcelas foram adubadas com 30 Kg de P 2 O 5, 30 Kg de K 2 O e 60 Kg de N por hectare, sendo P e K aplicado em fundação e N dividido em três vezes, a primeira antes da semeadura, utilizando 12 Kg.ha -1, e o restante aplicado em cobertura, em quantidades iguais, aos 22 e 60 dias após a emergência (DAE). O cloreto de Mepiquat foi aplicado na dosagem de um litro por hectare, dividido em três aplicações, 300 ml duas semanas após o surgimento dos primeiros botões florais, 300 ml 15 dias após a primeira aplicação e o restante no início da floração. A área útil da parcela variou em função do tratamento.

3 O Cloreto de Mepiquat foi aplicado na dosagem de um litro por hectare, dividido em três vezes, 300 ml duas semanas após o surgimento dos primeiros botões florais, 300 ml 15 dias após a primeira aplicação e o restante no início da floração. A semeadura foi no dia 30/05/2003 e durante o ciclo da cultura foram realizadas cinco capinas manuais, três aplicações de agrotóxicos e a primeira colheita, manual, foi no dia 09 de outubro (126 DAE, quando 70% dos frutos estavam abertos). Foram avaliadas as seguintes características da fibra: rendimento; comprimento; uniformidade; índice de fibras curtas; resistência; alongamento à ruptura; finura e reflectância. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o teste de Tukey, ao nível de 1 e 5% de probabilidade, no programa Sistema para Análises Estatísticas SAEG versão 5.0 (1993). RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se na Tabela 1, que houve efeito significativo para a fonte de variação arranjo de plantas no rendimento de algodão em pluma, com o Arranjo A 1 (1,0x0,125m) proporcionando menor rendimento quando comparado com os demais. O rendimento médio de algodão em pluma para a cultivar BRS 201 obtido por pesquisadores da Embrapa no Nordeste foi de 776,8 kg.ha -1 (EMBRAPA, 2000), enquanto Brito (2002), obteve rendimento médio de 749 kg.ha -1, no município de Arapiraca, Alagoas, em condições de sequeiro, bem acima dos obtidos neste trabalho, que variou entre 288,1 e 397,5 kg.ha -1. Tabela 1. Valores médios para rendimento de algodão em pluma e resistência da fibra em função do arranjo populacional. Arapiraca, Alagoas Arranjo Populacional Rendimento de algodão em pluma (kg.ha -1 ) Resistência da fibra (gf.tex) Média 1,0m x 0,125m (A 1 ) 288,1 B 27,6 A 695,38 0,7m x 0,178m (A 2 ) 375,1 A 27,3 AB 907,75 0,6m x 0,208m (A 3 ) 394,9 A 25,7 AB 933,12 0,5m x 0,250m (A 4 ) 397,5 A 25,0 A 972,38 Média 363,9 26,4 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. As fontes de variação regulador de crescimento e a interação entre os fatores, não afetaram nenhuma das características investigadas. Precipitações menores, segundo Banci (1992), pode causar retardamento no desenvolvimento das plantas e de acordo com Nóbrega et al. (1999), há necessidade de um equilíbrio entre crescimento e desenvolvimento para se conseguir produtividades mais elevadas. Logo, o pouco desenvolvimento das plantas e os baixos rendimentos obtidos neste experimento, com altura final de plantas média de 38,26 cm e com rendimento médio de algodão em pluma de 363,4 kg.ha -1, se deve provavelmente as baixas precipitações pluviométricas ocorridas durante o círculo da cultura e ainda, o uso de regulador de crescimento, que é utilizado para se obter um maior equilíbrio entre crescimento e desenvolvimento, possivelmente não poderia promover efeito significativo nas características averiguadas, já que a redução no crescimento ocorreu naturalmente. Observa-se ainda na Tabela 1, que a resistência da fibra foi menor no Arranjo A 4 (0,5x0,25m), quando comparado com o arranjo A 1. Este resultado não estabelece uma qualidade indesejável para a

4 cultivar BRS 201, que segundo Freire et al., (1997), os novos cultivares de algodão devem ter, para atender as necessidades da indústria Têxtil, uma resistência superior a 24 gf/tex. Logo, considerando uma população de plantas por hectare, a redução no espaçamento entre fileiras e o aumento a distância entre plantas numa mesma fileira, proporcionou o aumento no rendimento de algodão em pluma e a redução na resistência da fibra à ruptura. CONCLUSÔES 1. O arranjo de plantas A 1 (1,0 X 0,125m) é o menos indicado para as condições estudadas, mesmo apresentando maior resistência da fibra que o arranjo A 4 ; 2. As grandes variações climáticas, comuns no semi-árido do Nordeste brasileiro, devem ser minuciosamente averiguadas em cada campo, adequando a distribuição de uma determinada população de plantas no solo, buscando obter o máximo possível do potencial genético do genótipo, para que seja possível a indicação de uma cultivar para determinada região. (*) Trabalho desenvolvido em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANCI, C. A. Espaçamento entre fileiras e doses do regulador de crescimento cloreto de metiquat, em três épocas de plantio, na cultura do algodoeiro herbáceo. Viçosa: UFV, f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. BRITO, D. R. Novas cultivares de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) em diferentes arranjos populacionais. Areia: UFPB, f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia. BRITO, D. R.; BELTRÃO, N. E. de M. Comportamento de novas cultivares de algodoeiro herbáceo submetidas a diferentes arranjos de plantas no Estado de Alagoas. Revista de Oleaginosa e Fibrosas, v. 6, n. 2, p , BRITO. D. R. et al. Produtividade e qualidade da fibra de cultivares de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) em função de diferentes arranjos de plantas. Revista Agropecuária Técnica, v. 24, n. 2, p , BOLONHEZI, A. C.; VALÉRIO FILHO, W. V.; JUSTI, M. M.; BOLONHEZI, D. Cloreto de mepiquat em duas variedades de algodão herbáceo, semeadas em dois espaçamentos entre fileiras. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2., 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande: Embrapa CNPA, p

5 CONAB. Avaliação da safra agrícola 2004/2005 segundo levantamento dezembro/2004. Disponível em: < Acesso em: 17 abr FREIRE, E. C.; SOARES, J. J.; FARIAS, F. J. C.; ARANTES, E. M.; ANDRADE, F. P. de. Cultura do algodoeiro no Estado de Mato Grosso. Campina Grande: Embrapa CNPA, p. (Circular Técnica, 23). NÓBREGA, L. B. da; VIEIRA, D. J.; BELTRÃO, N. E. de M.; AZEVEDO, D. M. P. de. Hormônios e reguladores do crescimento e do desenvolvimento. In: BELTRÃO, N.E.de M. (Ed.). O agronegócio do algodão no Brasil. Brasília: Embrapa-Comunicação para transferência de tecnologia, v. 1. p REDDY, V. R.; BAKER, D. N.; HODGES, H. F. Temperature and mepiquat chloride effects on cotton canopy architecture. Agronomy Journal, v. 82, n. 2, p , 1990.